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terça-feira, 24 de agosto de 2021

200 anos da revolução do Porto de 1820; seminário internacional, um ano depois do previsto; programa

 Participo deste seminário: 

Congresso Internacional do Bicentenário da Revolução de 1820

11-13 de outubro de 2021, na Assembleia da República e na Fundação Calouste Gulbenkian

 com o seguinte trabalho: 

Paulo Roberto de Almeida:  A revolução liberal de 1820 como precursora da independência do Brasil: o papel do Correio Braziliense de Hipólito da Costa 

Os demais trabalhos deste painel são os seguintes: 

As revoluções na América do Sul | The revolutions in South America [17]

Adriana Pereira Campos e Kátia Sausen da Motta (Universidade Federal do Espírito Santo). Petições atlânticas: brasileiros dirigem-se às cortes de Lisboa por direitos de justiça | Atlantic petitions: brazilians go to Lisbon Courts for rights and justice

Alexandre Mansur Barata (Universidade Federal de Juiz de Fora). Das capitanias às províncias: discussões em torno do estabelecimento da província como unidade político-administrativa no Império do Brasil (1820-1834) | From captaincies to provinces: discussions concerning the province as a political-administrative unit in the Brazilian Empire (1820-1834)

Alfredo Avila (Universidad Nacional Autónoma de México). As declarações de independência na América do Norte 1821

Ana Frega Novales (Facultad de Humanidades y Ciencias de la Educación – Universidad de la República) Proyectos de unión confederal en el Rio de la Plata en la década de 1820 | Confederal union projects in the Rio de la Plata in the 1820s

Camila Borges da Silva (Universidade do Estado do Rio de Janeiro). A soberania em debate: discursos políticos no alvorecer do Império do Brasil (1822-1824) | Sovereignty under debate: political discourses at the dawn of the Empire of Brazil (1822-1824)

Flavio José Gomes Cabral (Universidade Católica de Pernambuco). O exemplo da Revolução do Porto irromperá “no Brasil desejo de imitação”: Uma sedição malograda em 1820 em Pernambuco | The example of the Porto Revolution will arise in Brazil desire for imitation: A failed sedition in 1820 in Pernambuco

Guilherme Pereira das Neves (Departamento de História – Universidade Federal Fluminense). Política e religião, constituição e arbitrariedade: para pensar o processo de independência no Brasil (1815-1825com Marcel Gauchet | Politics and Religion, Constitution and Arbitrariness: Reaching for Marcel Gauchet in Order to Think About the Brazilian Process of Independence (1815-1825)

Juan Marchena Fernandez (Universidade Pablo de Olavide). O impacto das revoluções liberais de 1820 de Portugal e Espanha nos processos de independência latino-americana. O caso do Peru, Equador e Bolívia | The impact of the Liberal Revolutions of 1820 of Portugal and Spain on the processes of Latin American Independence. The case of Peru, Ecuador and Bolivia

Lucia Maria Bastos Pereira das Neves (Universidade do Estado do Rio de Janeiro). O raiar da “aurora política” no Rio de Janeiro – leituras do movimento constitucional de 26 de fevereiro de 1821 | The Dawn of Politics in Rio de Janeiro – Reading the Constitutional Movement of February 26, 1821

Luiz Carlos Villalta (Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Unversidade Federal de Minas Gerais). Apropriações e representações da História na crise do Antigo Regime no Brasil: da Revolução do Porto à Independência | Appropriations and representations of history in the crisis of the Old Regime in Brazil: from the Porto Revolution to Independence

Marcelo Cheche Galves (Universidade Estadual do Maranhão). Maranhão, abril de 1821: a Revolução de 1820 no norte da América portuguesa | Maranhão, April 1821: the 1820 Revolution in the North of Portuguese America

Maria Beatriz Nizza da Silva (Universidade de São Paulo). Pernambuco e a Revolução de 1820 | Pernambuco and the 1820s Revolution

Monica Duarte Dantas (Universidade de São Paulo). A revolução do júri: os “Juizes de Facto” como garantia dos direitos dos cidadãos (1821-1832) | The Revolution of the jury: trial by Jury as a fundamental cornerstone of Citizen’s Rights

Rafael Cupello Peixoto (Centro Universitário Celso Lisboa). “Como soldado, como Português, e como filho de uma Ilustre Pátria por quem ainda darei a vida, e fazenda […]”: Felisberto Caldeira Brant e a Revolução do Porto de 1820 | “As a soldier, as a Portuguese, and as the son of an Honorable Homeland for whom I will still give my life, and a estate […]”: Felisberto Caldeira Brant and the Liberal Revolution of 1820

Wilson González Demuro (Facultad de Humanidades y Ciencias de la Educación-Universidad de la República). O impacto do constitucionalismo ibérico nas práticas políticas e culturais do Rio da Prata. Atividade de imprensa e debate conceitual na Província Oriental/Cisplatina (1820-1830) | The impact of the Iberian constitutionalism in the political and cultural practices in the River Plate region. Press activity and conceptual debate in the Provincia Oriental/Cisplatina (1820-1830)


O programa completo pode ser visto neste link: 

https://cbr1820.com/programa/


Outras informações: 

PAINÉIS TEMÁTICOS: LISTA DAS COMUNICAÇÕES ACEITES

quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

Congresso Internacional do Bicentenário da Revolução de 1820 - Lisboa, 11-13/10/2021

Recebi esta comunicação dos organizadores deste 

Congresso Internacional do Bicentenário da Revolução de 1820


Caro(a)s participantes no Congresso,


Voltamos ao contacto convosco para reiterar o nosso empenho na organização do Congresso comemorativo da revolução liberal de 1820.

Neste ano tão atípico, e com tantas perturbações ao normal funcionamento de encontros académicos nacionais e internacionais, o adiamento deste Congresso tornou-se inevitável.


Agradecemos a vossa compreensão e a vossa disponibilidade para estarem presentes no próximo ano, nos dias 11 a 13 de outubro de 2021.

Recordamos que a lista das comunicações aprovadas e respetivos resumos é a que consta da página do Congresso - https://cbr1820.com/programa/ .

Pedimos a todos os autores que enviem as suas comunicações até dia 31 de maio de 2021. As regras relativas à extensão e formato dos textos são apresentadas no ficheiro em anexo.


Estamos certos que o adiamento não perturbará o alcance que este Congresso vai ter, atendendo à qualidade das comunicações agendadas.

Oportunamente enviaremos informações adicionais sobre a organização do Congresso. E iremos também disponibilizar algumas notícias na página oficial. 


A todos desejamos um Bom Natal e um Novo Ano sem os constrangimentos dos últimos meses.


Cumprimentos calorosos


A Comissão Organizadora do CBR1820

Comissão Organizadora: Miriam Halpern Pereira (ISCTE-IUL), Presidente. Jorge Fernandes Alves (UPorto/FL), Ana Cristina Araújo (UCoimbra/FL) José Luís Cardoso (ULisboa/ICS), Zília Osório de Castro (UNL/FCSH), Maria Alexandre Lousada (ULisboa/FL), Luís Espinha da Silveira (UNL/FCSH).

Comissão Científica: José Viriato Capela (UMinho), Fátima Sá e Melo Ferreira (ISCTE-IUL), Sérgio Campos Matos (ULisboa/FL) Maria Fátima Nunes (UÉvora), José Miguel Sardica (UCP/FCH), Cristina Nogueira da Silva (UNL/FD), Maria Beatriz Nizza da Silva (USP), Susana Serpa Silva (UAçores), Luís Reis Torgal (UCoimbra/FL), Isabel Vargues (UCoimbra/FL), Telmo Verdelho (UAveiro).

Apoio de Secretariado: Ricardo de Brito (ULisboa/FL), Joana Paulino (UNL/FCSH) e Sofia Rocha (ISCTE-IUL/CIES)


PAINÉIS TEMÁTICOS: LISTA DAS COMUNICAÇÕES ACEITES


Informações e contactos: cbr1820@gmail.com


Estou inscrito logo no primeiro painel, com 16 outros participantes: 

As revoluções na América do Sul 

The revolutions in South America [17]

As revoluções na América do Sul

Coordenação:
Ana Frega

anafrega@fhuce.edu.uy

Universidad de la República de Uruguay, Instituto de Ciencias Históricas
Lúcia Maria Bastos P. Neves

lubastos52@gmail.com

Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Departamento de História
Maria Beatriz Nizza da Silva

mclaudio5@gmail.com

Universidade de São Paulo, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

Com este painel, pretende-se recuperar os ecos gerados nas antigas colónias ibero-americanas pela Revolução de 1820 em Portugal e pelos movimentos liberais em outras partes da Europa nesse período. Tem-se em vista uma mais precisa caracterização da cultura política que então surgia e das reações que provocava. Valoriza-se a utilização de novas fontes, como a literatura de circunstância, a imprensa e qualquer documentação privada.

Em primeiro lugar, buscam-se os múltiplos ecos do constitucionalismo nas desarticuladas províncias do Reino do Brasil, que integrava, desde 1815, o Reino Unido com Portugal e Algarves; na Cisplatina, então inserida neste espaço; e também nos demais países em formação da América meridional. Em segundo lugar, o aprofundamento das discussões, já em curso para essa região geográfica, em torno de conceitos como constituição, liberdade, política, soberania, nação e religião, assim como das linguagens políticas do liberalismo a que se recorriam na conjuntura, indicando a circulação de ideias entre os dois lados do Atlântico. Em terceiro lugar, a análise das associações, festas, símbolos e rituais associados ao constitucionalismo. E, por fim, o reexame da historiografia, que tendeu a atribuir um duplo carácter à Revolução de 1820: liberal na Europa e recolonizadora na América.

Meu paper: 

A revolução liberal de 1820 como precursora da independência do Brasil: o papel do Correio Braziliense de Hipólito da Costa

THE 1820 LIBERAL REVOLUTION AS A PRECURSOR TO BRAZILIAN INDEPENDENCE: THE ROLE OF HIPOLITO DA COSTA’S CORREIO BRAZILIENSE

Paulo Roberto de Almeida
Programas de mestrado e Doutorado em Direito do Centro Universitário de Brasília (Uniceub); Ministério das Relações Exteriores do Brasil

Hipólito José da Costa Pereira Furtado de Mendonça (1774-1823), natural de Sacramento, criado no Brasil, teve sua carreira de assessor de D. Rodrigo de Souza Linhares precocemente amputada pela Inquisição portuguesa. Ao refugiar-se na Inglaterra desde 1805, tornou-se o criador, redator e editor do Correio Braziliense: foi o primeiro jornal verdadeiramente independente do futuro Estado brasileiro, que ele passou a ver como a sede de um grande império luso-brasileiro geograficamente transcontinental, quadro de um governo monárquico-constitucional que ele augurou desde o deslanchar da revolução no Porto. Por meio do seu “armazém literário” seguiu os trabalhos das Cortes de Lisboa a partir dos quais, ao ver a redução do Brasil a status anterior de colônia, não hesitou em aderir, ainda que tardiamente, à tese da independência de sua pátria de origem. O Correio foi importante do ponto de vista das lutas políticas e jornalísticas, pela liberdade de expressão e no controle das autoridades. Quando dos episódios de 1807-1808, refletindo sobre os destinos do Brasil, ele não hesitou em apontar os caminhos que se abriam à nação que passava a acolher a corte metropolitana, que ele julgava que deveria aperfeiçoar-se na melhoria dos costumes e da moral pública, assim como empenhar-se em livrar-se da nódoa do tráfico e do opróbio da escravidão. Acompanhando a marcha dos acontecimentos no Brasil desde a partida de D. João VI e a assunção de D. Pedro como príncipe regente, Hipólito não deixa de recomendar importantes mudanças quanto à forma de melhor governar o Brasil, na suposição inicial de que Brasil e Portugal deveriam permanecer unidos. Ele não se opôs à constituição de um Estado brasileiro, apenas se pronunciava pela unidade do Império, vendo o Brasil como o centro de uma grande unidade de propósitos entre as diferentes partes dos imensos domínios marítimos de Portugal, a base provável de uma nação espalhada em vários continentes, podendo colocá-la quase em igualdade de condições com outros impérios existentes ou em formação. Na fase final de seu trabalho como editor do Correio Braziliense, em julho de 1822, Hipólito veio a assumir novo posicionamento, já que ele era favorável, até a ocorrência da revolução do Porto e a “constituinte” portuguesa, à continuidade da união política entre Portugal e o Brasil sob a forma de uma monarquia constitucional. Temia acima de tudo uma “independência intempestiva” ou o retorno do Brasil a uma situação de colônia. Sua mudança de atitude se deu no quadro dos debates nas Cortes portuguesas, quando são discutidas diversas medidas no sentido de “recolonizar” o Brasil. Quando esse Estado se constituiu de forma autônoma ao governo de Portugal, evolução, aliás, à qual ele não se opôs de maneira definitiva, ele estava pronto para servir à nova nação, mesmo na condição  meramente instrumental de cônsul na Grã-Bretanha, início provável de uma carreira de estadista que o teria levado de volta à terra natal. Ele foi designado cônsul do Brasil na Grã-Bretanha no início de 1823. Sua morte precoce impediu-o de desempenhar um papel de estadista e diplomata brasileiro.

Palavras-chave:

Hipólito da Costa, Correio Braziliense, Revolução do Porto, Independência do Brasil, Cortes de Lisboa, Império Luso-Brasileiro


Hipolito José da Costa Pereira (1774-1823), born in Sacramento, raised in Southern Brazil, was a young assistant to D. Rodrigo de Souza Linhares, whose career was precociously cut short by the Inquisition. Exiled in England from 1805 onwards, he created the first, truly independent, Brazilian newspaper, Correio Braziliense. He conceived, at the onset of Oporto Liberal revolution, a great role for his birth country, which he considered the siege of a great Luso-Brazilian Empire, under a united constitutional monarchy. Following attentively the debates at the Lisbon Cortes, pointing to the retrocession of Brazil back to a colonial status, he adhered, albeit at a later stage, to the independence of Brazil. From a point of view of political and media debates, Correio was really important, as it followed (and censored) the Crown and ministers’ activities. Printing and distribution in Portugal and Brazil – despite the censorship – started almost immediately after the transfer of the court to Brazil (1807-1808): Hipolito foresaw a new opportunity to upgrade the situation on Brazil, mainly in the political realm and by the elimination of the traffic and the slave system. After the departure of King John VI (1821), pressed by the Lisbon Cortes, and the designation of his son as Regent Prince, Hipolito suggested important changes for the administration of Brazil, while stating that the two parts of the United Kingdom should be kept together under a single monarchy. He was not opposed to the constitution of a Brazilian state, only preferring the unity of a big Empire, within which Brazil would be the center of a big commonwealth of purposes, among the different parts of the huge Portuguese maritime dominions: its spread over many continents would put it at the same level of other empires. During his final phase as publisher of Correio Braziliense, mid 1822, Hipolito started to change somewhat his position as regards the unity between Brazil and Portugal under a single constitutional monarchy. He was afraid of an “early independence” or the going back of Brazil to a new colonial status, as decided within the workings of the Lisbon constitutional assembly.At that point, Brazil was already marching quickly towards Independence, and Hipolito started to put his endeavors at the service of the new nation, deciding to close the Correio by a definitive issue at the end of that year. He would probably start by acting as a Brazilian consul in London, the beginning of new career which could bring him back to the country of his youth or to the inception of a diplomatic assignment. He was formerly chosen as consul in Great Britain at the beginning of 1823, but his early death prevented him to raise as a great statesman or a Brazilian diplomat.

Keywords:

Hipolito da Costa, Correio Braziliense, Oporto revolution, Independence of Brazil, Lisbon Constitutional Assembly, Luso-Brazilian Empire