O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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sábado, 21 de outubro de 2023

Origens dos povos atuais do Oriente Médio - Guga Chacra (O Globo)

 Origens dos povos atuais do Oriente Médio

Guga Chacra

O Globo, 20/10/2023


Meu avô nasceu otomano, achava que fosse sírio, disseram que era libanês e, se nascesse alguns quilômetros mais ao Sul, seria palestino. As vilas daquela região do Mediterrâneo Oriental integravam o Império Otomano, com sede na distante Istambul (Constantinopla). Não existiam fronteiras no que hoje é Israel, territórios palestinos, Líbano e Síria. A pessoa se identificava com sua vila, com sua religião e com sua região. Poderia ser um cristão melquita de Zahle, um muçulmano sunita de Nablus, um judeu de Aleppo, um muçulmano xiita de Nabatieh, um cristão armênio de Jerusalém, um druso das Colinas do Golã, um alauíta de Tartus ou um cristão greco-ortodoxo de Haifa. Todos eram súditos otomanos. A noção de Estado nacional era inexistente naquela região até a Primeira Guerra Mundial, quando os otomanos foram derrotados e viram seu império desmoronar. França e Reino Unido, que foram os vencedores da guerra, dividiram entre si essa região do Levante, assim como outras partes do Império Otomano, a não ser pela Turquia. Por exemplo, os britânicos uniram três províncias diferentes na Mesopotâmia e inventaram uma monarquia artificial chamada Iraque. Anos depois, fariam o mesmo no que hoje é a Jordânia. A França ficou com o que hoje é a Síria e o Líbano, que foram criados durante o mandato francês nos anos 1920 e viriam a ficar independentes nos anos 1940. O Reino Unido, por sua vez, ficou com a região da Palestina histórica. Como no restante do Levante, tratava-se de uma região multireligiosa. Basta ver que a cidade antiga de Jerusalém historicamente é dividida em quatro quadriláteros – o cristão, o armênio (que tb é cristão), o islâmico e o judaico. A maioria da população era muçulmana, mas havia expressivas minorias de diferentes denominações cristãs e judaicas. Diferentemente do que ocorreu no Líbano e na Síria com a França, a região onde estava a Palestina histórica teve um status indefinido pelos britânicos. Afinal, além da população que ali vivia (muçulmanos, cristãos e judeus), ocorreu uma enorme imigração de judeus europeus durante o movimento sionista. Diferentemente da população local, eles traziam uma noção de Estado-nacional e, diante das perseguições que sofriam na Europa (pogroms), consideravam o que hoje é Israel como o único lugar onde poderiam estabelecer uma nação judaica dado os laços milenares com região, onde está Jerusalém, berço do judaísmo – essa ideia ganhou ainda mais força ao redor do mundo com o Holocausto. Neste momento, duas identidades passam a se chocar. A dos muçulmanos e cristãos, que não tiveram uma nação para as suas vilas sob o mandato britânico, diferentemente do que ocorreu com os das vilas nas recém-independentes Síria e Líbano com a França – e com o colapso otomano começava a emergir a identidade palestina. E a dos judeus tanto vindos da Europa como os locais, que queriam uma nação judaica. Naquele momento, talvez, até pudessem ter um Estado sectário sem maioria religiosa, como o Líbano. No fim, os palestinos não aceitaram a partilha por avaliar ser injusta porque dava áreas de expressiva maioria árabe para Israel. O fato é que houve a guerra de 1948que resultou na expulsão e saída da maioria dos palestinos do territórios israelenses – a maioria dos habitantes de Gaza descende de palestinos que viviam há gerações no que hoje é Israel. Paralelamente, nos ano seguintes, houve a expulsão ou saída de judeus de países como Síria, Egito, Iraque e, posteriormente, Líbano. Segundo o escritor franco-libanês Amin Maalouf, que preside a Academia Francesa de Letras, estes dois acontecimentos são a tragédia do Levante, como é conhecida esta região. oglobo.globo.com/blogs/guga-cha

quinta-feira, 5 de janeiro de 2023

O que Lula fará com o Brics? - Guga Chacra (O Globo)

 Permito-me remeter, sobre a questão do Brics, ao meu livro recentemente publicado: 

A grande ilusão do Brics e o universo paralelo da diplomacia brasileira, Brasília: Diplomatizzando, 2022, 277 p.; ISBN: 978-65-00-46587-7; Edição Kindle: 1377 KB; ASIN: B0B3WC59F4; At Amazon.com, link: https://www.amazon.com/dp/B0B3WC59F4

O que Lula fará com o Brics?

Cenário geopolítico atual, com guerra na Ucrânia e linha dura de Xi, levanta dúvidas sobre sentido do bloco que há uma década parecia se consolidar como representação das potências não ocidentais

O Globo, 05/01/2023
Guga Chacra

Quando Lula deixou o governo 12 anos atrás, o Brics parecia consolidar-se como o bloco das potências não ocidentais. Vladimir Putin ainda era um líder respeitado no Ocidente e estava num hiato fora da Presidência da Rússia, exercendo o cargo de premier. Hu Jintao governava a China, mas não como um autocrata. A Índia seguia nas mãos do Congresso Nacional Indiano, uma agremiação mais centrista. A África do Sul vivia a transição de Thabo Mbeki para Jacob Zuma e permanecia nas mãos do Congresso Nacional Africano desde o fim do apartheid. E o Brasil vivia um de seus melhores momentos econômicos, além de ter sido escolhido como sede da Copa e da Olimpíada.

As mudanças em pouco mais de uma década foram gigantescas e, na maior parte, para pior nesse bloco que visava unir-se como uma força separada, mas não antagônica, do Ocidente. Putin anexou a Crimeia em 2014 e invadiu no ano passado a Ucrânia no maior conflito militar na Europa desde o fim da Segunda Guerra. Repudiado no Ocidente, o líder russo vê sua ofensiva fracassar, com os EUA e as nações europeias se unindo a favor dos ucranianos liderados pelo presidente Volodymyr Zelensky.

A China, depois da pandemia, perdeu o fôlego, crescendo a patamares bem inferiores aos de anos atrás. Mais grave, Xi Jinping mudou as regras para permanecer um terceiro mandato e se tornou um autocrata. As ameaças a Taiwan se intensificaram e ainda pesam as acusações de genocídio contra minorias como os uigures. A Índia emerge como uma das grandes vitoriosas do período pós-pandemia e superará a China como a nação mais populosa do planeta nos próximos meses. Ao mesmo tempo, seu primeiro-ministro é o nacionalista e supremacista hindu Narendra Modi, com uma agenda bem mais polarizada do que seus antecessores.

O único do Brics que não mudou muito foi a África do Sul. Afinal, mesmo o Brasil de Lula vive um contexto bem diferente do de 2011. A economia luta para superar uma década perdida, o país segue dividido e sua imagem se deteriorou após quatro anos de governo de um pária internacional como o extremista Jair Bolsonaro.

Diante desse novo cenário geopolítico global, cabe a pergunta se o Brics ainda faz sentido, se é que fazia no passado. Qual o interesse de Brasil, Índia e África do Sul de integrarem um bloco junto com a Rússia, vista como inimiga no mundo ocidental? Naturalmente, esses países mantêm e manterão relações comerciais e diplomáticas com Moscou. Como disse o chanceler da Índia ao New York Times, "a Europa importou seis vezes mais petróleo da Rússia do que a Índia desde fevereiro", ao dizer que os indianos devem defender seus interesses. Mas tratar como aliado? 2023 não é 2010.

Uma alternativa razoável para o Brasil seria seguir a defender seus interesses no cenário geopolítico internacional, mas sem deixar de lado seus valores. É óbvio que o país precisa seguir com o comércio com a China. Não há necessidade, porém, de adular Xi. Deve condenar a Rússia por sua agressão à Ucrânia nos fóruns internacionais, mas levando em conta os interesses brasileiros no comércio bilateral. E é importante o novo governo Lula investir numa aproximação com a Índia no âmbito comercial, ainda que mantendo uma certa distância de Modi.

Já o Brics como bloco deveria ser extinto, ainda que não formalmente. Lula não pode se sentar ao lado de um criminoso de guerra como Putin. Seria um desrespeito a todas as vítimas do conflito na Ucrânia.



sábado, 30 de maio de 2020

A imagem negativa do Brasil no exterior - Guga Chacra (O GLobo)


O presidente Jair Bolsonaro na última segunda-feira
Cerca de 15 anos atrás, um amigo iraniano radicado nos Estados Unidos que estudou comigo na Universidade Columbia me disse sentir inveja, no bom sentido, de eu ser brasileiro. Afirmou algo como “quando você fala que é do Brasil, os olhos das pessoas brilham. Todos adoram o Brasil no mundo. Quando digo que sou iraniano, a imagem na cabeça da maioria das pessoas é ruim”.
Não há dúvida de que o Irã carrega uma imagem terrível desde 1979, quando ocorreu a revolução no país — antes era governado pela ditadura do Xá, também sanguinária, porém mais bem vista no exterior. As cenas de pessoas enforcadas nas ruas e a adoção de medidas extremistas, com as mulheres sendo tratadas como cidadãs de segunda classe e a perseguição aos homossexuais, assombraram o planeta. A tomada da Embaixada dos EUA em Teerã, com 52 diplomatas mantidos reféns por 444 dias, desgastou ainda mais a visão que muitos americanos têm dos iranianos.
Muitos aqui nos EUA ignoravam a história milenar dos persas. Qualquer iraniano passou a ser associado a algo negativo. A proeminente diáspora iraniana em Los Angeles e Nova York teve de lutar para mostrar que eles eram contra o regime. Inclusive, boa parte deles veio para os EUA para fugir do extremismo. Condenavam o aiatolá Khomeini, mas tinham orgulho de serem persas.
Ser brasileiro no exterior parecia ser o inverso de ser iraniano, como notou meu amigo. Apesar de todos os enormes problemas do país, o Brasil era enxergado positivamente, desfrutando de uma espécie de soft power sem se esforçar. Esta imagem um pouco estereotipada se devia ao futebol e à música, que sempre encantaram o planeta — Pelé, Tom Jobim, Ipanema e mesmo o piloto Ayrton Senna. O Brasil foi por décadas sinônimo de alegria. Nossa política externa seguia uma visão multilateralista em órgãos internacionais. Éramos vistos como um dos líderes na defesa do meio ambiente. Sem dúvida, houve críticas à postura brasileira na aproximação com alguns regimes. Mas nada muito diferente dos EUA ou da França, que também sempre tiveram boas relações com algumas ditaduras.
A imprensa internacional publicava matérias positivas e negativas do país. Casos de corrupção receberam destaque, assim como o impeachment de Dilma Rousseff. O mesmo vale para a recessão econômica — lembrando que corrupção e crises na economia não eram algo único ao Brasil, embora mais intenso do que em muitas outras nações. Ainda assim, a imagem brasileira seguia normal e relativamente positiva. Não éramos uma nação pária.
A chegada de Jair Bolsonaro ao poder foi uma transformação. Houve, sim, inicialmente e mesmo ao longo de parte do ano passado, reportagens positivas sobre o desempenho econômico. Alguns líderes internacionais, como Benjamin Netanyahu e Narendra Modi, até desenvolveram uma boa relação com o líder brasileiro. A imagem do presidente, porém, começava a se desgastar devido ao desmatamento e às queimadas na Amazônia. Seu comportamento agressivo e suas falas recheadas de insultos agravaram ainda mais o cenário. Sua postura negacionista e anticiência no combate à Covid-19 foi o golpe final para os brasileiros passarem a ser associados a algo negativo.
Infelizmente, ninguém nos inveja mais. Os olhos deixam de brilhar quando dizemos que somos do Brasil. Triste.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Israel-Hamas: Guga Chacra contra o extremistas da FSP

Raramente eu vi um jornalista criticando não um ou outro articulista ou matéria de jornal, mas um jornal inteiro, por suas práticas dúbias de publicação.
De fato não é monopólio da FSP, mas esse jornal tornou-se um emblema do mau jornalismo, ultimamente, ao publicar matérias não controladas por seus diretores editoriais, deixando portanto que a ralé do subjornalismo, esse lumpen formado nas Faculdades Tabajara e militantes de um partido conhecido, divulguem mentiras politicamente orientadas.
Aqui uma matéria que vale tanto como lição de jornalismo, como informação equilibrada sobre esse dramático conflito, que eu não veria como sendo entre Israel e "Palestina", mas entre Israel e os terroristas do Hamas. Estou praticando viés? De forma alguma: existem terroristas no mundo e o Hamas entra nessa categoria.
Querem mais: temos aqui ao lado, um grupo terrorista, as Farc, aliás muito amigas dos companheiros no poder...
Paulo Roberto de Almeida

As pessoas perderam a noção em artigos nos principais jornais e revistas do Brasil. Primeiro, um artigo na Folha dizia que os palestinos não existiam e foram inventados por Yasser Arafat nos anos 1960. E, hoje, a Folha publica artigo dizendo que a única solução para o Oriente Médio seria Israel não existir. Em vez de pluralidade, a Folha publica extremismo e bobagens (isso não inclui o ótimo correspondente Diogo Bercito e o editor de Inter Fabio Zanini, que fazem um ótimo trabalho).
Nos dois lados, no Brasil, tenho lido absurdos envolvendo o conflito entre Israel-Palestina escritos por pessoas sem o menor conhecimento do tema e que nunca pisaram em Tel Aviv, Gaza, Jerusalém, Ramallah, Nazaré e Haifa. Eu não critico ninguém no meu blog, pois acho que cada um deva ter uma opinião. Mas chegou o momento de pessoas como eu se levantarem contra os radicais dos dois lados que vêm alimentando os sentimentos antissemitas, islamofóbicos, anti-árabes e anti-cristãos em grandes órgãos de imprensa, como a Folha. Portanto fiz este guia para entender o atual conflito
1. Israel e Palestina estavam bem próximos de um acordo de paz meses atrás. Os dois lados concordavam em praticamente tudo. Basicamente, um Estado palestino seria criado na maior parte da Cisjordânia e na Faixa de Gaza. Os principais blocos de assentamento ficariam com Israel em troca de outras terras. A Palestina seria desmilitarizada, com a segurança inicialmente nas mãos de Israel em uma transição para a OTAN (Costa Rica também é desmilitarizada). Jerusalém seria uma municipalidade unificada, mas capital dos dois Estados. Os refugiados palestinos poderiam retornar para o novo Estado, mas não para o que hoje é Israel. Vale lembrar que, em 2013, morreram apenas 36 pessoas no conflito, sendo 33 palestinos e 3 israelenses. É menos do que o total em 8 horas nos últimos dias.
2. O plano, que ainda pode dar certo, apenas não foi assinado por divergências no processo, incluindo mal-entendidos entre Israel e EUA. Os israelenses enxergavam o processo (não o acordo) como a libertação de prisioneiros palestinos durante quatro etapas em troca de a Palestina não ingressar em entidades internacionais até o acordo definitivo e de o governo poder autorizar novas unidades residenciais em assentamentos que em um acordo final ficariam no lado de Israel. A Autoridade Palestina e os EUA argumentavam que o acordo previa a libertação de palestinos e árabes-israelenses em troca apenas de os palestinos não ingressarem em entidades internacionais. O mal entendido teria ocorrido em conversas entre o secretário de Estado John Kerry e o premiê Benjamin Netanyahu nas quais os termos não ficaram claro. Além disso, o líder israelense cedeu a pressões de alas extremistas de seu governo, como Naftali Bennet, em vez de se aproximar mais de figuras moderadas como Yair Lapid e Tzipi Livni.
3. Depois de o plano fracassar, a Autoridade Palestina, com o aval dos EUA, fez um governo tecnocrático com o apoio do Fatah e do Hamas, mas sem a presença de membros dos dois partidos. Israel, em vez de enxergar o acordo como um concessão do Hamas, que pela primeira vez apoiava um governo reconhecendo o Estado israelense, viu como uma provocação do presidente palestino Mahmoud Abbas. Os dois lados romperam.
4. Semanas depois, três colonos adolescentes israelenses foram sequestrados na Cisjordânia em uma área sob controle civil e militar de Israel. O governo israelense imediatamente acusou o Hamas e disse ter provas. Os EUA dizem que havia indicações de que poderia ter havido envolvimento do Hamas, mas nunca cravou. Israel não tornou públicas as provas. Mas lançou uma mega operação em Hebron, na Cisjordânia, prendendo centenas de palestinos e matando ao menos três. O Hamas nega envolvimento, mas celebrou o sequestro, visto na Palestina como um crime comum. Dias depois, os corpos dos adolescentes israelenses foram encontrados. E extremistas judaicos sequestraram e queimaram vivo um adolescente palestino para se vingar. Os extremistas judaicos estão presos. Os suspeitos palestinos ainda não foram encontrados.
5. Tudo isso na Cisjordânia. Na Faixa de Gaza, Israel bombardeou um túnel do Hamas usado para contrabando e invasão do território israelense. Militantes do grupo morreram. A organização palestina intensificou o lançamento de foguetes contra o território israelense. Israel iniciou os bombardeios contra a Faixa de Gaza. Depois de alguns dias, o Egito propôs um cessar-fogo. O Hamas não aceitou, mas Israel, sim. Em seguida, o governo israelense iniciou uma mega ofensiva por terra. Mais de mil palestinos morreram, a maioria civil, incluindo dezenas de crianças. Trinta e cinco israelenses morreram, a maior parte militar. A diferença no total de vítimas se deve em parte à precariedade dos armamentos do Hamas e ao escudo anti-mísseis de Israel. Mas uma série de países, incluindo os EUA, dizem que Israel deveria fazer mais para evitar a morte de civis. Israel retruca dizendo que ninguém no mundo faz mais do que os israelenses para evitar baixas civis. 
6. Hoje existe um esforço internacional, com apoio de quase todas as nações do mundo, para um cessar-fogo. Israel e Hamas não aceitam, a não ser por pequenas pausas humanitárias para resgatar corpos. Os dois levam em conta seus interesses. Os israelenses acham melhor seguir com a ação militar mais algum tempo para eliminar o máximo possível de túneis do Hamas. O grupo palestino, por sua vez, isolado depois de perder apoio do Irã, da Síria e do Egito, tenta se fortalecer vendendo o atual conflito como vitória. Para atingir este objetivo, precisa reduzir a intensidade do bloqueio em um cessar-fogo definitivo. A tendência é o conflito se encerrar em alguns dias ou semanas com cessar-fogo unilateral dos dois lados, como ocorreu em 2009.
Agora, sério, recomendo pararem de ler extremistas que apenas falam bobagens dos dois lados e ficam discutindo história seletiva de questões de séculos ou décadas atrás.
Não sei como faz para publicar comentários. Portanto pediria que comentem no meu Facebook (Guga Chacra)  e no Twitter (@gugachacra), aberto para seguidores
Guga Chacra, comentarista de política internacional do Estadão e do programa Globo News Em Pauta em Nova York, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já foi correspondente do jornal O Estado de S. Paulo no Oriente Médio e em NY. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires
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