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sexta-feira, 22 de setembro de 2023

Projeto de Lei sobre Inteligência artificial

 Em pauta o PL 21/2020, que estabelece fundamentos, princípios e diretrizes para o desenvolvimento e a aplicação da inteligência artificial no Brasil.

No presente texto, irão entrar as seguintes alterações:

Estabelece fundamentos e princípios para o desenvolvimento e a aplicação da inteligência artificial no Brasil e diretrizes para o fomento e a atuação do poder público nessa área.

Estabelecimento de regulamentação pelo Poder Executivo federal através de órgãos e entidades especializadas com competência técnica.

Estímulo à autorregulação, incentivando a criação de códigos de conduta e guias de boas práticas.

Promoção de um ambiente propício para a implementação de sistemas de inteligência artificial, incluindo a revisão e adaptação das estruturas políticas e legislativas necessárias para a adoção de novas tecnologias.

Principais Pontos:

O projeto de lei não especifica a entidade encarregada de regulamentar a inteligência artificial, como a criação de uma secretaria ou atribuição a um órgão. No entanto, sugere que essa responsabilidade seja delegada a órgãos e entidades setoriais com expertise técnica. O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação deve assumir esse papel.

O projeto estabelece uma definição normativa da inteligência artificial, possibilitando a responsabilização de indivíduos por uso indevido ou prejudicial da tecnologia.

Além disso, o projeto descreve atuação do poder público, incluindo princípios como intervenção subsidiária, atuação setorial, gestão baseada em risco, participação social, análise de impacto regulatório e responsabilização dos agentes envolvidos na IA.

Também fornece orientações para a atuação da União e de outras entidades relacionadas à IA, como a promoção da confiança, o estímulo à pesquisa e desenvolvimento, a promoção da interoperabilidade tecnológica, entre outras medidas.

O objetivo central do projeto é regular a inteligência artificial no Brasil de maneira ética, promovendo seu uso responsável e aprimorando a governança nessa área vital para o desenvolvimento tecnológico do país.

domingo, 2 de abril de 2023

A inteligência artificial precisa se aperfeiçoar em geografia e nos currículos acadêmicos: quem é Paulo Roberto de Almeida?

O primeiro parágrafo do resultado está completamente enganado sobre meu nascimento e formação. Os dois outros parágrafos estão basicamente corretos, embora não seja certo que eu tenha tido uma "carreira distinguida", tenha servido em "posições de alto-nível", ou trabalhado na ENAP. Ele exagerou para melhor.

Paulo Roberto de Almeida, depois de uma rápida consulta, ao verificar que a tal IA também se enganou com diversas outras pessoas.

https://chat.openai.com/chat

"Paulo Roberto de Almeida is a Brazilian diplomat, economist, and writer. He was born on August 13, 1949, in Belo Horizonte, Brazil. He graduated from the University of Brasilia with a degree in economics in 1973 and received a doctorate in international relations from the University of Paris in 1981.

Almeida has had a distinguished career as a Brazilian diplomat, having served in a number of high-level positions in Brazil's Ministry of Foreign Affairs. He has also held academic positions at various universities, including the University of Brasilia and the Brazilian School of Public Administration.

In addition to his diplomatic and academic work, Almeida is also a prolific writer. He has published over 40 books on a wide range of topics, including international relations, economics, and Brazilian politics. He is a frequent commentator on Brazilian and international affairs and has been a regular contributor to various Brazilian newspapers and magazines."


quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

Patrimonialismo político no Brasil descrito pela inteligência artificial - Simon Schwartzman

 Do Simon Schwartzman, sobre um programa de inteligência artificial (passou no teste): 

Vocês já testaram o novo programa de inteligência artificial que responde a perguntas? Eu pedi que ele escrevesse um ensaio de 200 palavras sobe patrimonialismo político no Brasil Eis a resposta (por enquanto ele só trabalha em inglês)


Political patrimonialism is a political system in which political power is exercised through the control and distribution of economic resources and favors, rather than through the formal rules and institutions of the state. In such a system, politicians and public officials often use their positions of power to enrich themselves and their supporters, rather than acting in the public interest.

In Brazil, political patrimonialism has a long history and has been a significant feature of the country's political landscape. One of the key features of political patrimonialism in Brazil is the use of public resources for personal gain, including the distribution of government jobs, contracts, and other favors to supporters and allies. This can create a cycle of dependence and loyalty, as those who receive such favors become obligated to support the politicians who provide them.

Political patrimonialism can also undermine the rule of law and the institutions of democracy, as it can lead to corruption and the abuse of power. It can also have negative consequences for the broader society, as it can lead to the allocation of resources and opportunities based on personal connections rather than merit, and can create barriers to social mobility.

In recent years, there have been efforts in Brazil to address political patrimonialism and reduce corruption. These efforts have included reforms to the legal and regulatory frameworks governing political behavior, as well as campaigns to increase transparency and accountability in the political system. While progress has been made in some areas, political patrimonialism remains a persistent challenge in Brazil and continues to have negative impacts on the country's political and economic development.


Quem quiser experimentar, está disponível neste link:



Simon Schwartzman
sschwartzman@icloud.com

terça-feira, 11 de janeiro de 2022

Inteligência Artificial e a Defesa Nacional - Rubens Barbosa (OESP)

 INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E A DEFESA NACIONAL

Rubens Barbosa

O Estado de S. Paulo, 11/01/2022

 

            Quem quer se torne o Número Um na Inteligência Artificial (IA) será o líder do mundo (ruler of the world), previu, em 2017, o presidente da Rússia, Wladimir Putin. China e EUA estão hoje bem à frente do desenvolvimento da tecnologia cognitiva.

            Como todo avanço e inovação tecnológica, a IA pode ser utilizada para projetos voltados para o bem, mas também para o mal. Apresentam muitos aspectos positivos, mas também negativos. Pelo potencial de risco de sua utilização, não deixa de ser surpreendente que até aqui a incorporação da IA na indústria bélica tenha sido tão pouco discutida.

Na edição de janeiro, a revista Interesse Nacional (www.interessenacional.com.br ) traz dois artigos, de Dora Kaufman e Marcelo Tostes, que resumem as tratativas internacionais para regulamentar o “sistema de inteligência artificial, que pode ser entendido como um sistema baseado em máquina, projetado para operar com vários níveis de autonomia, e que pode também, para um determinado conjunto de objetivos definidos pelo ser humano, fazer previsões, recomendações ou tomar decisões que influenciam ambientes reais ou virtuais”, na definição da OCDE. A UNESCO (a Ética na IA), a União Europeia (IA Act), os EUA (FDA e Senado, com Projeto de Lei sobre Responsabilização Algorítmica) e a Administração da Cibernética Espacial, na China, apresentaram propostas que tratam de diversos aspectos desse sistema. Acrescento que o governo brasileiro divulgou, em 2021, a Estratégia Brasileira de Inteligência Artificial – EBIA, com fortes críticas por parte de especialistas por suas limitações técnicas e políticas. A Câmara dos Deputados aprovou, no ano passado, o Projeto de Lei 21/2020, que propõe a criação de uma base legislativa geral e vinculante para regular os sistemas de inteligência artificial no país.

               No campo militar, a IA representa o maior salto tecnológico qualitativo, desde o aparecimento da energia nuclear e da produção de armas nucleares, com a diferença do desenvolvimento e aplicação da IA ser substancialmente menos custoso e potencialmente mais fácil de ser empregado, inclusive por terroristas e por Estados Párias (Rogue States). A OTAN está desenvolvendo novas formas de guerra cognitiva, usando supostas ameaças da China e da Rússia para justificar travar batalha pelo cérebro, no domínio humano, para fazer de todos uma arma. Será a militarização da ciência do cérebro que envolve “hackear o individuo, explorando as vulnerabilidades do cérebro humano para implementar uma engenharia social mais sofisticada”. Apesar de as autoridades militares da China, Alemanha, Rússia, Estados Unidos e diversos outros países terem anunciado, há algum tempo, que a criação de sistemas de combate integralmente autônomos não era seu objetivo, tais sistemas provavelmente já devem ter sido criados. Na percepção militar, apenas sistemas de combate com IA poderão, no caso de guerras, penetrar em áreas fechadas e operar com uma relativa liberdade. 
               A regulamentação da utilização da IA para fins militares, contudo, começou a ser discutida no âmbito das Nações Unidas, mas encontra resistência por parte das principais potências que procuram ganhar tempo para obter vantagens, antes da negociação de acordos que coloquem limites e cautelas ao seu uso. Como, aliás, foi o que aconteceu com as armas nucleares, cujo tratado de não proliferação só se materializou quando finalmente as potências nucleares deram seu assentimento.

O problema que desafia os organismos multilaterais é como controlar os “sistemas de armas autônomas letais” (Laws, na sigla em inglês), representados por qualquer plataforma móvel: drônes, androides, aviões que voam sozinhos. A IA pode substituir os recursos humanos em tudo, desde armas operacionais para coleta e análise de inteligência, sistemas de alerta antecipado, e de comando e controle. A utilização de drônes para fins militares (robôs assassinos) já está muito difundida e a guerra antissatélite vem esquentando.

A disputa entre os EUA e a China pela hegemonia global no século XXI passa pela corrida tecnológica em todos os segmentos, inclusive na utilização da IA para fins militares, com impactos que vão alterar a correlação de forças no mundo. Os EUA contam com seus aliados europeus na OTAN e a China com seus parceiros, inclusive a Rússia.

As rápidas transformações que ocorrem em decorrência desses avanços tecnológicos trarão impactos importantes sobre países, como o Brasil. Do ângulo da Politica Nacional de Defesa e da Estratégia Nacional de Defesa, se o Brasil não dispuser de capacidade tecnológica para utilizar o sistema de inteligência artificial estará em grande desvantagem em seu poder de dissuasão, caso tenha de enfrentar qualquer ameaça para a defesa de seus interesses, seja em seu território, seja na sua extensão marítima. Urge, pois, a expansão da capacidade de criação e de desenvolvimento para a utilização da IA pelo Ministério da Defesa. Nesse sentido, o Centro de Defesa Cibernética, no âmbito do Exército, deveria ser fortalecido com recursos humanos e financeiros para, com o apoio da base industrial de defesa, gerar produtos, inclusive de uso dual para o mercado doméstico e para exportação.   

               

Rubens Barbosa, presidente do Centro de Defesa e Segurança Nacional (CEDESEN) e membro da Academia Paulista de Letras