‘A testemunha silenciosa’ ou Otto Lara Resende
“Otto, estou muito mal, nas últimas. Internei-me na clínica São Vicente, não tenho muito tempo de vida. Venha me ver e traga um jornalista para fazer comigo a derradeira entrevista.”
Ao chegarem, Nelson diz ao jovem jornalista: “Rapaz, você está com lápis e papel na mão?”
“Sim, estou pronto.”
“Então anota aí: “Marx é uma besta!”
Segue-se um longo silêncio.
“Pois não, já anotei. Como continuamos?”
“Não continuamos. Estou melhor. Não vou morrer mais.”