O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

Mostrando postagens com marcador Olavo de Carvalho. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Olavo de Carvalho. Mostrar todas as postagens

domingo, 7 de junho de 2020

Olavo de Carvalho rompe com Bolsonaro e diz que pode derrubar governo - O Globo

Olavo Contra Bolsonaro: o que farão agora seus discípulos no governo? Ficam com Olavo ou com Bolsonaro?

YOUTUBE
Na madrugada, Olavo de Carvalho sinaliza nas redes rompimento com Bolsonaro e diz que pode derrubar governo
07/06/2020 • 09:01
Olavo de Carvalho sinaliza rompimento com Bolsonaro

Olavo de Carvalho sinaliza rompimento com Bolsonaro 
Apontado como uma voz de forte influência na ala ideológica do governo, o escritor Olavo de Carvalho sinalizou nas redes sociais durante a madrugada deste domingo o seu rompimento com o presidente Jair Bolsonaro. Em vídeo, o ideólogo declarou que Bolsonaro nunca foi seu amigo por não defendê-lo contra o que chamou de “gabinete do ódio contra o Olavo”, que, segundo ele, existe há décadas. O escritor ainda disse que Bolsonaro não age contra crimes e que derrubaria esse “governo de merda” se o presidente continuasse “inativo” e “covarde”.
“Milícia, gabinete do ódio, existe há muito tempo, foi inventado contra mim. Não contra o Bolsonaro. E o que ele fez pra me defender? Bosta nenhuma. Chega lá e me dá uma condecoraçãozinha. Enfia a condecoração no cu. Se você não é capaz de me defender contra essa gente toda eu não quero a sua amizade. Porque eu fui seu amigo, mas você nunca foi meu amigo. Você foi tão meu amigo quanto a peppa. Você só tira proveito e devolve o que?”, disse em trecho do vídeo. 
E continua: 
"Há décadas existe esse gabinete do ódio contra Olavo, porra. Ao invés do presidente dizer que é meu amigo, não é meu amigo não, você simplesmente se aproveitou. Ao invés de me dar uma condecoração, enfia a condecoração no cu. Tá certo? Não quero mais saber. Outra coisa, você não está agindo contra os bandidos, você vê o crime, eles cometem os crimes, você presencia em flagrante e não faz nada contra eles. Isso chama-se prevaricação. Quer levar um processo de prevaricação da minha parte? Esse pessoal não consegue derrubar o seu governo? Eu derrubo. Continue inativo, continue covarde, eu derrubo essa merda desse seu governo”, diz em vídeo.
O assunto já está entre os mais comentados do Twitter. As falas de Olavo ocorrem em meio ao avanço do inquérito das fake news no Supremo Tribunal Federal. A Corte vai julgar nesta quarta-feira uma ação em que a Rede Sustentabilidade pede o arquivamento do caso por irregularidades na tramitação. O GLOBO apurou que deve haver maioria nos votos para considerar legítimo o inquérito.
Após uma série de embates, o governo fez sinalizações ao Supremo em uma tentativa de distensionar a relação. Na mais recente, o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, atravessou a praça dos Três Poderes na quinta-feira para se reunir com a ministra Rosa Weber.
A aproximação do governo com partidos do chamado Centrão através da entrega de cargos em postos-chaves do Executivo também tem gerado um desgaste na gestão do presidente. Conforme o GLOBO mostrou, Desde julho do ano passado, parlamentares já pediram a nomeação para mais de 700 cargos federais — em 325 deles, ou 45% dos casos, o pleito foi atendido.

Alice Cravo

sexta-feira, 22 de maio de 2020

A descida do Brasil para o abismo - entrevista com OC por Mariana Sanches (BBC-Brasil)

Sobre esta entrevista, meus comentários abaixo:

https://www.bbc.com/portuguese/brasil-52733746

A propósito da entrevista feita pela jornalista Mariana Sanches (BBC-Brasil, Washington) com o Rasputin de subúrbio, o subsofista da Virgínia que possui preeminência total sobre o chanceler acidental— que ele indicou e sustenta politicamente, para maior rebaixamento da política externa brasileira— meus comentários indignados já feitos em transcrição dessa matéria dolorosa de ser lida, e que posto novamente, com a seguinte pergunta: até quando os cidadãos de bem serão obrigados a conviver com o cenário deprimente que nos é oferecido diariamente pelo desgoverno instalado em Brasília?
Paulo Roberto de Almeida

“Uma entrevista CONSTRANGEDORA, para quem fez, para quem prestou, para quem lê, para TODOS os personagens PÚBLICOS citados, para TODOS os brasileiros e também para a imagem do Brasil no mundo. Ela revela, se ainda fosse necessário, a que grau de INDIGÊNCIA MENTAL, a que nível de REBAIXAMENTO MORAL, a que escala de INDIGNIDADE VERBAL, e a qual BAIXEZA CONCEITUAL o Brasil dos Bolsonaros foi levado, pela ação deletéria, influência perversa e instintos doentios promovidos por um tresloucado sem quaisquer condições para servir de CONSELHEIRO PRESIDENCIAL, em especial na área de POLÍTICA EXTERNA.
A imagem do Brasil no mundo, já ridicularizada no mais alto grau, sofre mais um rude golpe com o espetáculo HORROROSO que está sendo oferecido por um sujeitinho sem qualquer qualificação ética ou política para servir como referência à formulação de políticas para o país.
Inquieta-me saber que os mais altos escalões da sociedade brasileira, os demais dirigentes políticos, os líderes empresariais, os oficiais de alta patente permaneçam INDIFERENTES à demonstração de INDIGNIDADE que transparece a cada linha desta entrevista com personagem tão nefasto para o presente e o futuro do Brasil.
Assusta-me que continuem passivos ante esta descida desastrosa da nação ao precipício de uma decadência intelectual jamais vista em nossa história.

Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 22/05/2020”

sábado, 18 de janeiro de 2020

Livro revela a face mais obscura de Olavo de Carvalho - Filipe Vilicic (Veja)

Livro revela a face mais obscura de Olavo de Carvalho

Obra assinada por filha mais velha do ideólogo, em parceria com o filósofo e youtuber Henry Bugalho, mostra hipocrisia, contradições e histórias podres

Por Filipe Vilicic - revista Veja, 17 jan 2020
O que fala Heloisa de Carvalho sobre seu pai, Olavo: "Não gosta do Brasil, nem de brasileiros. Jamais gostou. Algo sempre evidente a quem o conhece. Ele só pensa nele mesmo e em como manipular pessoas, com técnicas que aprendeu depois de ter sido internado em um manicômio, do qual saiu sem alta médica" //.
Por que queremos saber da vida privada de um idoso brasileiro de 72 anos que, segundo se conta, fugiu para a Virgínia por ter medo de responder por seus atos no Brasil, cheio de preconceitos, sem formação acadêmica, cujas ideias deturpadas são expostas em um canal escatológico no YouTube, acerca do qual até pouco tempo raríssimos sabiam da existência?
Antes de começar a ler o assustador relato de Heloisa de Carvalho, filha do tão frequente Olavo, no livro Meu Pai, o Guru do Presidente, é preciso compreender o contexto. Conjuntura esta essencial para entender a razão de ser tão importante esclarecer como Olavo de Carvalho moldou a ideologia – o que ele mesmo chama de olavismo, com suas e seus olavetes – responsável por jogar um país inteiro em uma armadilha, um buraco de obscurantismo, anticiência, antivacina… até terraplanista. Uma tentativa de regredir a uma Idade Média que nem existiu no Novo Mundo.
O noticiário de hoje indica a urgência. Ao parafrasear Joseph Goebbels, ministro da Propaganda da Alemanha nazista, Roberto Alvim teve o mérito indireto de indicar para onde se caminha um pensamento epidêmico disseminado por figuras do atual governo federal – com perigo de se tornar delírio coletivo, como já fora em outros momentos de uma história recente demais. Uma ideologia que, em outras datas, se manifestou em preconceitos e insanidades ditas por diversos dos colegas de Alvim, de Ernesto Araújo – cujas intenções não se escondem atrás das menções a Raul Seixas e Renato Russo – a Damares Alves, promotora da abstinência, afeita à interferência na vida privada dos outros.
“Não acredito que Olavo tenha uma linha direta com Jair Bolsonaro, mas influencia a ideologia de todo o governo, doutrinando, com suas falhas de pensamento, pessoas com influência direta no presidente e interferência em políticas públicas. A exemplo de Eduardo Bolsonaro, Araújo e Filipe Martins”. Analisou, em conversa com este colunista, o filósofo e escritor Henry Bugalho, que no YouTube publica vídeos que indicam erros e refuta afirmações de discípulos do guru, como Nando Moura, além do próprio Olavo.
Bugalho conheceu Heloisa, a filha do ideólogo autoproclamado filósofo, quando a mesma comentou em um dos posts dele no canal de vídeos. Depois, realizou uma entrevista com ela, na qual já se indicavam alguns fatos, digamos assim, bizarros da trajetória do pai. Nos últimos meses, trabalhou com ela no livro, do qual é coautor.
“Olavo é o pai de todos nós”, já definiu Eduardo Bolsonaro, ao explicar qual seria o papel de guru reacionário frente a decisões de sua família – e, por extensão, do governo. Pai desses todos a quem se referia, pode até ser. Mas, no que defende Heloisa, não um bom pai para seus próprios filhos.
Enquanto o youtuber Olavo se faz de homem de família, “de bem”, cristão, intelectual, conservador, preocupado com o Brasil e os brasileiros… seu histórico, e revelações de bastidores, escancaram que não é isso. Nada disso. Na real, trata-se do oposto. Abaixo, algumas das tantas revelações da obra, todas pelo testemunho da filha mais velha do senhor dos confins da Virgínia.
– Olavo de Carvalho abandonava os filhos em diversas situações. Exemplo: quando Heloisa, criancinha, encontrou a mãe “desmaiada em uma banheira ensanguentada, com ambos os pulsos cortados”, logo foi pedir socorro a Olavo; achou-o nos braços da amante, sua aluna em um curso picareta de astrologia, desprezando a situação; no hospital, o pai obrigou filhos a ver a figura materna à beira da morte, incluindo uma fala na qual aparentou ridicularizar a mulher;
– Após a esposa ser internada em um manicômio, Olavo levou Heloisa para morar com ele e a amante. Quando o pai viajava, em meio a funções como astrólogo, ou como líder de uma estranha seita islâmica, a amante, mais jovem que ele, mudava-se para a casa da avó. Heloisa, a filha, ia junto? Não. Segunda a mesma, era deixada à própria sorte, em casa, sozinha;
– Numa dessas situações, ela com 10 anos de idade, ladrões invadiram a residência. Por sorte, Heloisa se escondeu dentro do guarda-roupa e não foi achada. Quando retornou à casa, Olavo se deparou com a porta arrombada. Sabia que a filha estava dentro, todavia, por medo de se deparar com bandidos, optou por não adentrar, em amparo a ela (isso mesmo que o guru se orgulhasse de andar sempre armado; inclusive dentro de sua própria casa, por ser o paranoico que tudo se indica ser). Chamou a polícia e se escondeu;
– Nos anos 1980, chefiou duas seitas, uma mística, outra islâmica (uma tariqa). Heloisa destaca que em ambas ele extorquia seguidores – em algo como procurou fazer recentemente, pedindo dinheiro pelo Twitter –, manipulava indivíduos usando até técnicas de hipnose, dentre outras atrocidades;
– Olavo, quando era chamado como Sid Mohammad Ibrahim, teve uma relação poligâmica com três esposas e viveu em uma casa com diversos seguidores, sendo que cabia a ele controlar quem teria direito ao uso de um quarto matrimonial no qual se permitiam relações sexuais;
– O hoje defensor da moralidade realizava rituais que envolviam trocas de casais e abortos ritualísticos;
– Escreve Heloisa: “O guru do conservadorismo e do cristianismo não foi capaz de dar nem um único telefonema para a mãe no leito de morte”.
– Sid Mohammad Ibrahim dizia acreditar em coisas como que encarar um gato seria bom remédio para dor de cabeça; e na importância de ter no porão de sua casa uma barca egípcia, destinada à sua morte (conta-se que o guru chegou a se encerrar, com uma parede de tijolos, no local onde tal barca estaria; e foi resgatado após gritar por socorro);
– Olavo pertenceu ao Partido Comunista e teria participado de um sequestro com cárcere privado;
– Em 1985, tentou recorrer a um advogado do PT, seu vizinho, clamando por auxílio para mover um processo contra a seita Tradição. Foi rejeitado e, segundo me disse Heloisa, está aí a raiz do ódio dele para com o PT – e não nos escândalos de corrupção e afins;
– O ideólogo teria aplicado golpes financeiros em uma editora e também em amigos que o financiavam.
São muitas as revelações escandalosas. Que de nada valeriam se não fosse a relevância tomada por Olavo em meio a este Brasil de polarização, extremistas e secretário de Cultura que soa como Goebbels. Até pouquíssimos anos, Olavo de Carvalho não era só desprezível, como desprezado – por intelectuais, políticos, acadêmicos, jornalistas, quem fosse; naqueles bons tempos em que ele nada representava, servia só de motivo para piadas, para quem acabava se deparando com um de seus péssimos livros, ou com o que regurgitava no Facebook. Vale lembrar, entretanto: nesses mesmos tempos pretéritos, Bolsonaro era outro que se restringia às piadas.
Nos últimos cinco anos, porém, seus discípulos se espalharam por emissoras de rádio, canais de TV, quartéis (em menor escala, ufa!), por autoridades da Justiça… impregnando manifestações, e as redes sociais, com a frase de ordem “Olavo tem razão”. Com rapidez assombrosa a quem não sabia da trajetória desse líder de seita, espalhou-se sua rejeição a verdades factuais, a visão deturpada – quando não beira a criminosa – de intelectuais e cientistas, o ódio a acadêmicos (que nunca lhe deram bola antes), ativistas, supostos comunistas… a tudo aquilo que ele tentou ser, sem êxito.
“Impõe um sentimento de vingança, de revanchismo, que desde que Bolsonaro assumiu a presidência ameaça políticas públicas, como se vê pelas atitudes de Abraham Weintraub no Ministério da Educação”, pontua Henry Bugalho. Não só na Educação. O guru parece ter tido algum grau de influência nas decisões que levaram: um ruralista que parece ter asco da natureza a comandar o Ministério do Meio Ambiente; um diplomata sem expressão a virar chanceler; uma figura com ódio a minorias à frente da pasta de Direitos Humanos; um artista fracassado, com raiva de seus colegas, e dizeres de ministro nazista, a ter a Cultura em mãos; e são tantos e tantos exemplos.

A importância de Olavo para o governo é possível de ser sentida até ao se saber das dificuldades passadas para a publicação Meu Pai, o Guru do Presidente – cuja distribuição está programada para começar hoje (17). Segundo Henry Bugalho, o Ministério da Educação teria ameaçado uma editora que pretendia lançar o título, mas desistiu por tal razão. Hackers ainda teriam tentado derrubar a página de vendas, além de invadido o endereço de e-mail de um editor. O próprio Olavo começou a ameaçar, via redes sociais, sua filha de processos – aliás, no passado ele já processou (e perdeu) Heloisa (seguindo um método que há muito virou sua praxe).
“No futuro, Olavo provavelmente não será recordado ou, se for, a memória será de uma figura que serviu a tempos estranhos e obscuros dos quais quisemos esquecer”, avalia Bugalho. “O meu receio é só que o pensamento dele se internacionalize, com a ajuda de indivíduos como Steve Bannon, contaminando países suscetíveis a isso, como os Estados Unidos. Aí a tragédia seria bem maior, inclusive para o futuro”.
“Meu pai não gosta do Brasil, nem de brasileiros. Jamais gostou. Algo sempre evidente a quem o conhece. Ele só pensa nele mesmo e em como manipular pessoas, com técnicas que aprendeu depois de ter sido internado em um manicômio, do qual saiu sem alta médica”, afirma a filha, em conversa que tive com ela (em breve planejo publicar neste espaço a entrevista completa com Heloisa). “Covarde, medroso, hipócrita. Gostaria que ele vivesse uma vida simples, isolada, sem repercussão”.
Não é o que ocorre. Enquanto isso, Olavo se vende com um homem “de bem”, de consciência limpa, erudito, moralista, cristão, paladino dos valores familiares. Quando nada disso é. Na real, é o oposto do que prega. Nesse ponto, volta a se assemelhar tanto a quem hoje gere o Brasil.

(Para acompanhar este blog, siga no Twitter, em @FilipeVilicicno Facebook e no Instagram)

sábado, 14 de dezembro de 2019

A patifaria intelectual de Olavo de Carvalho - Tomas Troster (Carta Capital)

A patifaria intelectual de Olavo de Carvalho

Tomás Troster
Carta Capital, 13/12/2019

Em meados de 2016, enquanto preparava uma citação da Dialética erística de Schopenhauer para um livro, comparei três traduções do filósofo alemão: uma para o inglês, uma espanhola e uma publicada no Brasil, comandada por Olavo de Carvalho (a quem me referirei pelo acrônimo “OdC”). Considerando as óbvias distâncias entre as línguas, a tradução inglesa se revelou bem diferente das outras duas, que, para meu estranhamento, pareciam quase idênticas.
A Dialética erística é uma obra na qual Schopenhauer expõe 38 estratagemas – subterfúgios ou artimanhas – usados inescrupulosamente para vencer um debate. Segundo Dionisio Garzón, a obra só saiu à luz quatro anos após a morte do filósofo alemão. Embora “dialética” seja um termo notadamente polissêmico, quando associado à erística – lembrando de Éris, a deusa grega da discórdia – trata-se de uma arte do combate verbal ou uma técnica de conseguir fazer com que um determinado público nos dê razão em uma discussão, ainda que não a tenhamos de fato. Além de descrever tais estratagemas, Schopenhauer também apresenta “meios de se defender contra eles, como uma arte de parar golpes nessa esgrima” (Parerga e Paraliponema II, 2, apud. Garzón, p. 10). Mesmo que o título original seja Dialética erística – em alemão, Eristische Dialektik –, a obra recebeu alcunhas diversas, mais ou menos apelativas, como uma edição francesa L’art d’avoir toujours raison (A arte de ter sempre razão).
Nos últimos meses, surpreso com o destaque que OdC ganhou no cenário nacional, decidi revisitar seu trabalho e avaliar o agora “guru do presidente”. Publicado pela editora Topbooks em 2003, o livro Como vencer um debate sem precisar ter razão é composto de uma tradução da Dialética erística – assinada por OdC e Daniela Caldas – e uma introdução e comentários de OdC. Repletas de referências a obras insignificantes como O imbecil coletivo, as páginas escritas por meu compatriota deixam a desejar em vários quesitos: OdC e o diagramador, por exemplo, não sabem escrever palavras em grego, mas acharam bonito tentar. Mais espantosa, ainda, é a versão brasileira do texto de Schopenhauer: uma adaptação ipsis litteris de quase toda a tradução espanhola de Dionisio Garzón (EDAF, 1996). Em casos especiais, vale ressaltar, OdC opera pequenas alterações e, por vezes, introduz erros inéditos.
Dois exemplos:
No estratagema 30, onde Garzón traduz:
“De hecho, no existe ninguna opinión, por absurda que sea, que los hombres no se lancen a hacerla propia apenas se ha llegado a convencerles que tal opinión es universalmente aceptada” (p. 40),
OdC verte:
“De fato, não existe nenhuma opinião, por absurda que seja, que os homens não se lancem a torná-la sua, tão logo se tenha chegado a convencê-los de que é universalmente aceita” (p. 167).
Para efeito de comparação, Milton Camargo Mota (Editora Vozes, 2017, edição digital) traduz a mesma passagem assim:
“Não há uma só opinião, por absurda que seja, que as pessoas não tornem sua com facilidade, tão logo tenham sido convencidas de que ela é geralmente aceita.”
Já Alexandre Pires Vieira (Montecristo editora, 2018, edição digital) a verteu como:
“Não há opinião, por mais absurda que seja, que os homens não aceitarão prontamente assim que puderem ser levados à convicção de que ela é geralmente adotada.”
No estratagema 9, vemos na tradução de Dionisio Garzón:
“Hacer las preguntas, en un orden distinto del que exige la conclusión que de ellas se pretende, con cambios de todo género” (p. 40).
Na de OdC:
“Fazer as perguntas numa ordem distinta da exigida pela conclusão que dela pretendemos, com mudanças de todo gênero” (p. 141).
Mota:
“Não fazer as perguntas na ordem exigida pela conclusão a ser extraída delas, mas com todos os tipos de deslocamentos.”
E Vieira:
“As perguntas não são feitas na ordem que a inferência a extrair delas requer, mas em todos os tipos de transposições.”
Repare que Schopenhauer fala de uma conclusão extraída de perguntas, no plural. Por isso, o correto seria “delas” – como fazem Garzón, Mota e Vieira. Jactando-se fazer um “esforço de compreensão propriamente filosófica”, “graças a Deus, porque não sou filólogo” (p. 24), OdC claudica até na concordância.
Em relação à edição espanhola – publicada antes, que se destaque –, o restante da tradução de OdC parece seguir os mesmos procedimentos: inverte-se aqui e ali uma ordem de predicados, troca-se “razão” por “fundamento”, esquece-se de um destaque em itálico, mas o texto nunca se descola substancialmente da versão de Garzón. Da comparação dos dois textos – e de sua discrepância com outras traduções – a autenticidade do trabalho do inverossímil “guru” é no mínimo eclipsada.
É certo que existem casos célebres de traduções indiretas. Nos anos 1940, assumidamente, Rachel de Queiroz traduziu duas obras de Dostoiévski a partir de edições francesas. Na coleção Os Pensadores, o volume de Aristóteles que contém a Ética a Nicômaco estampa nitidamente em seu frontispício: “Tradução de Leonel Vallandro e Gerd Bornheim da versão inglesa de W. D. Ross”. É o que se deve fazer quando se produz uma tradução indireta – além de, é claro, pedir a autorização do(s) detentor(es) dos direitos da obra.
Pois os incisos i e xi do artigo 7º da Lei de Direitos Autorais (LDA) estabelecem que são obras intelectuais protegidas pela lei: “i – os textos de obras literárias, artísticas ou científicas”; e “xi – as adaptações, traduções e outras transformações de obras originais, apresentadas como criação intelectual nova”. Como Schopenhauer (1788-1860) morreu há mais de 150 anos, suas obras são de domínio público (LDA, art. 41). Suas traduções recentes, não. O artigo 29 da mesma LDA determina que “depende de autorização prévia e expressa do autor a utilização da obra, por quaisquer modalidades”, tal como “iv – a tradução para qualquer idioma”. A citação de algumas passagens – como fiz acima – não constitui uma ofensa à LDA, já que são apenas recortes e “o nome do autor e a origem da obra” são indicados (art. 46). Porém, quando se trata da reprodução integral de uma obra, a lei é categórica:
Art. 33. Ninguém pode reproduzir obra que não pertença ao domínio público, a pretexto de anotá-la, comentá-la ou melhorá-la, sem permissão do autor.
Parágrafo único. Os comentários ou anotações poderão ser publicados separadamente.
É curioso que – en passant – OdC assume que sua “Introdução e Comentários nasceram de simples notas de leitura à margem da tradução espanhola de Dionísio Garzón; depois os conferi com o original, com a ajuda de minha querida amiga Daniela Spínola P. Caldas, professora de língua alemã” (p. 26). Fica claro, então, que a inspiração de OdC foi o trabalho de Garzón. Mas por que ele pediria ajuda a alguém que conhece o idioma alemão para revisar sua introdução e comentários (“os conferi com o original”) que foram escritos em português? Por que, em nenhum momento, a fonte da tradução é indicada de maneira explícita? Garzón, de sua parte, deixa claro (p. 13) que se baseou na edição de Hübscher. OdC nem mesmo menciona a obra original na ficha catalográfica.
Conjecturas à parte, ocorreu-me a possibilidade de que, para fazer sua tradução extremamente similar à de Garzón, OdC tenha pedido autorização à editora madrilenha EDAF. Liguei para lá, então, e, depois de conversar com algumas pessoas, recebi a seguinte mensagem: “lhe confirmo que nossa edição de El arte de tener razón foi traduzida diretamente do alemão por Dionisio Garzón, em virtude de um contrato que data de 6 de fevereiro de 1996. Em dito contrato, o Sr. Garzón se encarregava também da realização de um prólogo e um estudo da obra. Tanto a cessão da tradução, quanto do prólogo e do estudo são de caráter exclusivo. Revisando nossos arquivos, não nos consta de nossa parte que se tenha cedido nenhum dos três a alguma pessoa ou entidade no Brasil”.
Posteriormente galhardeado com a Ordem de Rio Branco, OdC fala algo sobre “patifaria intelectual” (p. 23). Para que o leitor tire suas próprias conclusões, apresento mais uma passagem comentada de ambas as traduções, seguida das duas implacáveis comparações. Do estratagema 32, Garzón traduz:
“Un modo rápido de eliminar o, al menos, hacer sospechosa una afirmación del adversario contraria a nosotros es reducirla a una categoría generalmente detestada, aunque la relación sea tan sólo de vaga semejanza y poco rigurosa. Por ejemplo, esto es maniqueísmo, esto es arrianismo, esto es pelagianismo, esto es idealismo, esto es espinosismo, esto es panteísmo, esto es brownianismo, esto es naturalismo, esto es ateísmo, esto es racionalismo, esto es espiritualismo, esto es misticismo, etc.” (p. 60)
OdC:
“Um modo rápido de eliminar ou, ao menos, de tornar suspeita uma afirmação do adversário é reduzi-la a uma categoria geralmente detestada, ainda que a relação seja pouco rigorosa e tão só de vaga semelhança. Por exemplo: ‘Isso é maniqueísmo’, ‘É arrianismo’ [sic], ‘É pelagianismo’, ‘É idealismo’, ‘É panteísmo’, ‘É brownianismo’, ‘É naturalismo’, ‘É ateísmo’, ‘É racionalismo’, ‘É espiritualismo’, ‘É misticismo’, etc.” (p. 174)
Mota:
“Uma maneira rápida de eliminar ou ao menos tornar suspeita uma afirmação do adversário que nos seja contrária é a de colocá-la sob uma categoria odiada, ainda que tenha apenas uma semelhança com esta ou uma vaga relação – por exemplo, ‘isso é maniqueísmo; é arianismo; […] o; é espinozismo; […] é misticismo etc.’”
E Vieira:
“Se você é confrontado com uma afirmação, há um modo curto de se livrar dela, ou, pelo menos, de lançar suspeitas sobre ela, colocando-a em alguma categoria odiosa; mesmo que a conexão seja apenas aparente, ou sutil. Você pode dizer, por exemplo, ‘Isso é maniqueísmo’ ou ‘É arianismo’ […] ou ‘espinosismo’, ou […] ‘misticismo’ e assim por diante” (os destaques em negrito são meus).
Três notas: (i) OdC defenestrou o “espinosismo” da lista de Schopenhauer; (ii) a tradução de OdC ignora a ocorrência de “entgegenstehende” (sigo a edição disponível aqui), traduzida para o espanhol como “contraria a nosotros”; “que nos seja contrária”, por Mota; e “confrontado com”, por Vieira; (iii) em português, “arianismo” – a doutrina de Ário, o padre alexandrino dos séculos iii e iv – se escreve com um único “r”, curiosamente, o mesmo ocorre em alemão: “Arianismus”, ao passo que, em espanhol, o próprio nome é diferente: “Arrio” (e, consequentemente, “arrianismo”).

Este texto não reflete necessariamente a opinião de CartaCapital.


quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

Olavo, o "democrata" totalitário - Revista Fórum

Olavo de Carvalho manda militares fecharem partidos

Em meio a tentativa de reconciliação de Jair Bolsonaro com os militares, Olavo de Carvalho faz novo chamado pelo autoritarismo
(Foto: Reprodução)
Revista Fórum - O astrólogo Olavo de Carvalho, guru do bolsonarismo, voltou a incitar o autoritarismo nesta quarta-feira (11). Depois de já ter pregado o fim da "apologia das instituições democráticas", ele fez uma postagem nas redes sociais pedindo o fechamento de partidos políticos. 
"Se as Forças Armadas governam o país — foi o presidente quem disse –. por que então não cumprem a lei, mandando fechar os partidos cuja existência a lei proíbe?", questionou o autoproclamado filósofo em suas redes sociais.

quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Olavo de Carvalho: um crápula nojento - Natália Silva (Abraji)

Desculpem o título, mas há muito tempo que pretendia denunciar este comportamento inaceitável pelo criminoso guru presidencial, incitando perseguições contra jornalistas e atacando de forma vil quem se lhe oponha (eu, por exemplo).
O sujeito é um criminoso em potencial, ao incitar a sua turba fanática contra jornalistas.
Paulo Roberto de Almeida

Olavo de Carvalho incita seguidores contra jornalista
Natália Silva
ABRAJI, 17/04/2019
https://www.abraji.org.br/noticias/olavo-de-carvalho-incita-seguidores-contra-jornalista

Olavo de Carvalho usou suas páginas no Facebook e no Twitter para incitar seus seguidores contra o jornalista Denis Russo Burgierman. Carvalho divulgou a foto e o endereço de uma casa que supostamente pertenceria ao jornalista, acompanhada de um pedido para que seus seguidores verificassem o dado. Em outra publicação, pediu para que quaisquer informações sobre Burgierman fossem compartilhadas nos comentários, para que o jornalista tomasse “um pouco do seu próprio veneno”.
Burgierman foi aluno do Curso On-line de Filosofia (COF), ministrado por Carvalho pela internet, e escreveu reportagem sobre o assunto publicada na revista Época em 14.mar.2019. O jornalista tentou entrar contato com o filósofo diversas vezes ao longo dos últimos meses, tanto como aluno fazendo perguntas no decorrer das aulas quanto como jornalista. Suas solicitações de entrevistas e questionamentos nunca foram respondidos. Burgierman contou que, a cada tentativa de contato, Carvalho fazia postagens ofensivas contra ele. Foram feitas 10 menções ao nome do jornalista no Twitter de Carvalho desde 15.mar.2019.
Nos recentes ataques, Olavo de Carvalho acusa o jornalista de uma suposta tentativa de vingança através de uma biografia com entrevistas de "velhacos" referindo-se a Carlos Velasco, ex-aluno que virou seu desafeto e Heloísa, filha com quem o filósofo tem uma relação conflituosa. Burgierman usou o Twitter para responder ao ataque: “Não é verdade que estou escrevendo biografia do Olavo. Minha pauta é "o que aprendi no COF", não tenho interesse em fofocas familiares”.
No Facebook, Carvalho recebeu nove respostas aos pedidos de informações sobre Burgierman. Um dos comentários foi feito por Walkis Pacheco, delegado da 23a Delegacia de Homicídios de Alcoverde, em Pernambuco. Outra seguidora chamada Cristiane Aleixo dirigiu acusações à esposa do jornalista. O perfil de Karin Sebti nome que também aparece no blog de Olavo de Carvalho compartilhou uma lista de telefones supostamente ligados ao jornalista. Na manhã de 17.abr.2019 a publicação e os comentários não estavam mais disponíveis. 


Olavo de Carvalho fez mais uma postagem sobre o jornalista na noite de 16.abr.2019, na qual afirma que Burgierman o procurou para questioná-lo sobre a divulgação de seu suposto endereço. “Se você pode vasculhar a minha vida (até dando ouvidos a notórios difamadores e psicopatas), por que eu não posso vasculhar a sua sem nem mesmo fazer perguntas a seus inimigos?”, questionou Carvalho.
Segundo Thiago Dias Oliva, coordenador de pesquisa no centro de pesquisa em direito e tecnologia InternetLab, a conduta de Carvalho em relação ao jornalista é um exemplo de doxxing, prática que envolve a busca e a publicação de informações privadas de uma pessoa ou entidade disponíveis em bases públicas de dados ou redes sociais. “Ela pode ser utilizada para diversas finalidades, inclusive para coerção”, comenta.
Oliva classifica o caso de Burgierman como “extremamente prejudicial à liberdade de imprensa e ao acesso à informação”, pois o doxxing de Carvalho e seus seguidores foi utilizado para intimidar o jornalista, e não debater o conteúdo produzido por ele. “Ao expô-lo dessa forma, tem a intenção de silenciá-lo, além de desestimular a crítica em geral e o trabalho de outros jornalistas no futuro - o que é muito prejudicial para o debate público, considerando que o Olavo é uma pessoa pública”.

quarta-feira, 18 de setembro de 2019

Militância financiada na defesa do capitão? - Ricardo Galhardo (O Estado de S.Paulo)

Militância pró-Bolsonaro quer criar cadastro nas redes para evitar racha

Ação é resposta à convocação feita na véspera pelo escritor Olavo de Carvalho, que publicou um vídeo no qual pede a criação de uma militância bolsonarista

Diante da ameaça de racha na base em função do movimento contra a agenda de combate à corrupção, alguns dos principais influenciadores bolsonaristas nas redes sociais propuseram a criação de um cadastro para militantes em defesa de Jair Bolsonaro. 
Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro  Foto: Isac Nóbrega/PR
A iniciativa partiu de Allan Santos, responsável pelo site Terça Livre, que na manhã desta segunda-feira, 16, divulgou um formulário pelo qual os militantes devem fornecer dados como e-mail, nome completo, código de área e número do telefone celular. A hashtag #EstouComBolsonaro ficou entre os assuntos mais comentados do Twitter, o que levou usuários das redes a apontarem uma ação coordenada em defesa do presidente Jair Bolsonaro e seus aliados mais próximos. 
A ação é uma resposta à convocação feita na véspera pelo escritor Olavo de Carvalho, guru do presidente, que publicou um vídeo no qual pede a criação de uma militância pró-bolsonaro. 
“A coisa mais urgente no Brasil é uma militância bolsonarista organizada. Notem bem, não disse militância conservadora nem militância liberal. A política não é uma luta de ideias, é uma luta de pessoas e grupos”, disse Olavo. “Tem que parar com essas concepções ideológicas gerais que não levam a parte alguma. Você saber que é conservador não quer dizer que saiba o que fazer no momento decisivo. O que você tem que saber é exatamente de que ação se trata, o que temos que fazer”, completou o guru do presidente. 
Leandro Ruschel, seguidor de Olavo e um dos principais influenciadores bolsonaristas no Twitter, sugeriu que a disputa política deve ser feita diariamente, por militantes organizados e “financiados”, e não a cada dois anos. 

“Nos EUA, há uma militância conservadora super organizada e financiada defendendo Donald Trump diariamente, enquanto do outro lado, há uma militância ainda mais organizada e financiada, o atacando. Ou vocês acham que política é votar a cada dois anos e deu?”, escreveu ele. 
A reação ocorre no momento em que setores e personalidades importantes que apoiaram a eleição de Jair Bolsonaro mas agora se afastam do governo por enxergar nas ações do presidente e de seu filho mais velho, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), tentativas de interferir em órgãos de combate à corrupção como a Polícia Federal, Ministério Público Federal e Receita Federal. 
Na semana passada o Estado revelou que grupos como o Movimento Brasil Livre (MBL), Vem Pra Rua e personalidades como o cantor Lobão e o humorista Marcelo Madureira, que lideraram a defesa da Lava Jato nas ruas,atribuem a interferência de Bolsonaro nos órgãos de controle a uma tentativa de barrar as investigações contra Flávio e seu ex-assessor Fabrício Queiroz, investigados por movimentações financeiras atípicas. 
No final de semana essa percepção se espalhou para setores da base de Bolsonaro no Congresso, inclusive no PSL, partido do presidente. Em entrevista ao Estado, a senadora Selma Arruda (PSL-MT) disse que vai sair do partido até quarta-feira para se filiar ao Podemos. Ela disse ter sido pressionada por Flávio a retirar sua assinatura do pedido de instalação da CPI da Lava Toga, cujo objetivo é investigar o Judiciário. 
Os lavajatistas apontam a existência de um acordo entre os Bolsonaros e o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, um dos principais alvos dos defensores da CPI. 
Hoje a temperatura aumentou com a declaração do líder do PSL no Senado, Major Olímpio (PSL-SP), à Coluna do Estadão, na qual ele disse que Flávio é quem deveria sair do partido em vez de Selma. 
A deputada estadual Janaína Paschoal (PSL-SP) saiu em defesa da CPI e também virou alvo de ataques nas redes. Hoje de manhã, ela publicou no Twitter que “Olavo de Carvalho acabou ontem” e acusou o guru de tentar criar “o imbecil coletivo bolsonarista”, em referência ao livro “O Imbecil Coletivo”, publicado por Olavo em 1996. 
“O filósofo que se consagrou por denunciar o Imbecil Coletivo do PT, quase criou um Imbecil Coletivo em torno de si mesmo e agora, pasmem, prega um Imbecil Coletivo Bolsonarista. Não vou criticar, quero apenas externar o meu profundo pesar”, escreveu Janaína. 
A reação do escritor também veio pelas redes. “Do meu livro 'O Imbecil Coletivo', a Janaína Paschoal não entendeu nem o título”, tuitou Carvalho.

sexta-feira, 2 de agosto de 2019

A ignorância econômica de Olavo de Carvalho - Ricardo Bergamini

Que Olavo de Carvalho fosse  um total inepto em relações internacionais isso já sabíamos, com seu antiglobalismo primário e paranoico, ao qual só uma personalidade perturbada e desequilibrada como Ernesto Araujo poderia aderir.
Agora estamos descobrindo como ele é também um total ignorante em matérias econômicas, e que desconhece completamente com funcionam os mecanismos tributários e de subsídios no Brasil.
Ou se conhece, é um desonesto e mau caráter exemplar.
Paulo Roberto de Almeida

No Brasil, ninguém joga limpo, seja qual for a sua paixão política. 

Premissa maior

Olavo de Carvalho negou nas redes que filme de Josias Teófilo receberá dinheiro público.

Premissa menor

Se a afirmação da premissa maior fosse verdadeira, não haveria necessidade da participação da ”Ancine” no projeto. A captação seria direta pelo produtor do filme, junto às empresas doadoras.

Conclusão

A participação da “Ancine” no projeto existe para que seja data autorização a empresa doadora, para deduzir tributos devidos ao governo. A maldita renúncia fiscal prevista para 2019 de R$ 306,4 bilhões (4,12% do PIB), conforme quadro demonstrativo abaixo:





OLAVO PROVA DO VENENO DE SEUS SEGUIDORES

Escritor negou nas redes que filme de Josias Teófilo receberá dinheiro público

01/08/2019 - 08:00 / Atualizado em 01/08/2019 - 13:29

VIRGÍNIA, EUA, 06.10.2017 - OLAVO-CARVALHO - Retrato do escritor, conferencista, ensaísta, jornalista e filósofo brasileiro, Olavo de Carvalho. Ele é um dos principais representantes do conservadorismo brasileiro. Olavo na casa de um dos seus filhos em Petersburg, na Virgínia (EUA). (Foto: Vivi Zanatta/Folhapress) Foto: Vivi Zanatta / Agência O Globo

Olavo de Carvalho provou do veneno destilado há tempos por seus seguidores.

O escritor foi às redes para explicar que o filme do diretor olavista Josias Teófilo não ganhará recursos públicos por meio da Ancine, e sim que recebeu a autorização da agência para captar recursos privados.

Por anos, os próprios olavistas têm acusado a Lei Rouanet de financiar filmes de cineastas e artistas da esquerda.