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quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Franceses se preocupam com o declinio economico

Demorou, mas finalmente os franceses tomam conhecimento desse trabalho do CEBR britânico, que coloca o Brasil na frente do Reino Unido em termos de PIB.
Eles também serão alcançados pelo Brasil, pela Índia e pela Rússia, mas ainda têm alguns anos pela frente.
Na verdade, a matéria é de 27 de dezembro de 2011, mas só agora a Radio France Internationale, junto à qual eu me inscrevi para receber esse tipo de alerta, se lembrou de me avisar.
Merci, quand même...
Paulo Roberto de Almeida


Le Brésil dépasse le Royaume-Uni au classement des économies mondiales

C'est désormais la 6e puissance économique mondiale. Le Brésil a fait une notable avancée dans le classement annuel établi par l'institut britannique de recherche CEBR. Le pays supplante le Royaume-Uni, et talonne désormais la France, classée 5e.

Une croissance de 7,5% en 2010. Voilà un chiffre qui fait rêver bien des pays occidentaux. Le Brésil, avec quelque 200 millions d'habitants, ne cesse de grimper dans le classement des puissances économiques mondiales. L'année dernière, le plus grand pays d'Amérique latine avait atteint la 7e place en doublant l'Italie. Cette année, c'est le Royaume-Uni qu'il laisse derrière lui, se hissant à la 6e place.

La France rétrogradée à la 9e place en 2020

Le quinté de tête n'a en revanche pas changé en 2011 : Etats-Unis (1er), Chine (2e), Japon (3e), Allemagne (4e) et France (5e). Mais l'institut CEBR (Center for Economics and Business Research) prévoit du changement dans les prochaines années. En 2016, le Brésil devrait dépasser la France. En 2020, la Russie et l'Inde devraient se
hisser respectivement aux 4e et 5e rangs, tandis que Paris se retrouvera à la 9e place.
Dans une interview à la radio BBC, le directeur de ce cabinet d'études a souligné que ce classement montrait le poids croissant de l'Asie
dans l'économie mondiale. "On voit aussi que des pays qui produisent des biens de première nécessité, comme les aliments et l'énergie, s'en sortent très bien" estime Douglas McWilliams.
"Le Brésil progresse d'année en année" explique Stéphane Monclaire, maître de conférences à la Sorbonne, spécialiste du Brésil
Ver neste link:
http://www.franceinfo.fr/economie-economie/le-bresil-depasse-le-royaume-uni-au-classement-des-economies-mondiales-482121-2011-12-27

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Apesar dos avancos, Brasil patina em quase todos os indicadores de bem estar

Apesar de avanços, Brasil continua em baixa em índices globais

Brasil – BBC – 28/12/2011

Em 2011, o Brasil melhorou sua posição na maioria dos rankings internacionais que medem diferentes aspectos do desenvolvimento, mas, por trás de pequenos avanços, o país ainda tem desempenho fraco quando comparado a nações do chamado mundo desenvolvido.
A BBC Brasil reuniu 10 indicadores, divulgados ao longo de 2011, que vão além do Produto Interno Bruto (PIB) e inserem o Brasil em um contexto global em áreas como renda, desigualdade, corrupção, competitividade e educação.
O Brasil, que pode se tornar a 6ª maior economia do mundo ultrapassando a Grã-Bretanha se projeções recentes forem confirmadas, já despenca dezenas de posições quando se considera a renda per capita, resultado da divisão do PIB pela população.
Nessa média, o brasileiro ganha, por ano, o equivalente a US$ 10.710 (contra US$ 8.615 em 2009). Segundo os últimos dados do Banco Mundial, 44 países têm renda per capita superior à do Brasil, entre eles a própria Grã-Bretanha.
A renda dos britânicos, US$ 36.144, é três vezes maior do que a dos brasileiros. Essa diferença, no entanto, vem caindo. Além disso, a renda média do brasileiro continua superior à de seus colegas dos Brics, a Rússia (US$ 10.440), a Índia (US$ 1.475), a China (US$ 4.428) e a África do Sul (US$ 7.275).
Distribuição de renda
Essa simples divisão do PIB pelo total da população, no entanto, sofre críticas de especialistas em desenvolvimento por ignorar aspectos como a má distribuição da renda. Quando a desigualdade entra na equação, a posição do Brasil no cenário global despenca ainda mais, apesar dos avanços alcançados no país nesse quesito.
Tomando como medida o coeficiente de Gini, que mede a desigualdade na distribuição da renda em 187 países, apenas sete nações apresentam distribuição pior do que a do Brasil, segundo dados da ONU: Colômbia, Bolívia, Honduras, África do Sul, Angola, Haiti e Comoros.
O coeficiente usado nesta comparação para o Brasil é de 53,9. Quanto mais perto de 100, maior a desigualdade. A Suécia, com coeficiente de 25, é um dos países com menor concentração de renda.
Apesar dessa péssima posição no quesito desigualdade de renda, o desempenho em outros aspectos do desenvolvimento medidos pela ONU põem o Brasil em uma posição melhor no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
O Brasil tem progredido no IDH e sua posição geral, em 84º lugar, põe o país no grupo de alto desenvolvimento humano, mas ainda longe do grupo mais seleto com desenvolvimento considerado “muito alto”. A lista de 47 países dessa elite é encabeçada pela Noruega.
Competitividade
O IDH engloba diversas áreas como educação, saúde, expectativa de vida, mas dados de outras organizações servem para complementar o quadro do Brasil no cenário externo.
A competitividade da economia brasileira, por exemplo, é medida por instituições como o Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês). No ranking do fórum, o Brasil subiu cinco posições em 2011 e passou a ser a 53ª economia mais competitiva entre 142.
A organização destacou o grande mercado interno e o sofisticado ambiente de negócios como pontos fortes do Brasil, mas enfatizou o sistema educacional, as leis trabalhistas consideradas rígidas e o baixo incentivo à competição como entraves à competitividade brasileira. A Suíça é a primeira nesse ranking seguida por Cingapura.
Em outros quesitos que influenciam a economia, como Corrupção, Ciência e Tecnologia e Educação, o Brasil continua mal, mas teve pelo menos algum avanço.
A nota do Brasil avaliada pela Transparência Internacional sobre corrupção passou de 3,7 para 3,8. Mas apesar dessa “melhora” decimal, o Brasil caiu da 69ª para 73ª entre 182 países.
A queda se explica pelo progresso mais acentuado de outros países e pela entrada de novas nações na lista da ONG. O país mais bem colocado no ranking é a Nova Zelândia ( com nota 9,5), seguida pela Dinamarca (com nota 9,4).
Apesar da queda, o Brasil tem a menor percepção de corrupção entres potências emergentes como Rússia, Índia e China.
“Mas o Brasil não deve se orgulhar disso. Deve ver que há muito a avançar para alcançar o nível dos países desenvolvidos”, alertou o mexicano Alejandro Salas, diretor da Transparência Internacional para as Américas.
“Eu vejo que, às vezes, o tema é colocado em segundo plano, dentro de um contexto de muito otimismo com o crescimento econômico e do novo papel que o Brasil ocupa no mundo”, acrescentou.
Outra área em que o Brasil fica tradicionalmente no “lado B” dos rankings é a de Ciência e Tecnologia. Mas um estudo divulgado em março pela Royal Society, academia nacional de ciência britânica, mostrou um pequeno progresso do Brasil.
A representatividade dos estudos brasileiros teve um ligeiro aumento de 1999 para 2003. Passou de 1,3% do total de pesquisas científicas globais para 1,6%. São Paulo subiu de 38º para 17º lugar como centro com mais publicações científicas do mundo.
“Existe uma diversificação com alguns países demonstrando lideranças em setores específicos como a China em nanotecnologia e o Brasil em biocombustíveis, mas as nações avançadas do ponto de vista científico continuam a dominar a contagem de citações”, analisou o relatório.
A China, no entanto, segue em uma velocidade muito superior à do Brasil e já superou Europa e Japão na quantidade anual de publicações científicas.
Na área de Educação, a Organização para Cooperação e Desenvolvimento (OCDE) divulga comparações internacionais que incluem o Brasil.
Os últimos dados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA) pôs o país em 51º lugar entre 65 no ranking de leitura, em 55º no de matemática e em 52º no de Ciências. O país ficou entre os últimos, mas a nota nas três áreas melhorou em relação à pesquisa anterior.
O avanço do Brasil foi elogiado por Guillermo Montt, analista da OCDE.
“O Brasil aumentou os resultados nas três áreas do estudo. Não são muitos os países que conseguiram fazer isso (…) Não é uma surpresa que o país continue em posições baixas no ranking já que o processo de melhoria do ensino é algo lento e muito amplo”, disse à BBC Brasil.
Custo de vida
Na contramão dos avanços, ainda que lentos e graduais, há pesquisas como a do banco suíço UBS feita em 73 países. Segundo o relatório, o poder de compra no Rio e em São Paulo vem caindo nos últimos cinco anos, apesar da elevação dos salários.
A pesquisa ilustra a tendência comparando o custo de vida no Rio e em São Paulo com o de Nova York.
Nas duas cidades brasileiras, o custo de vida representava pouco mais de a metade do custo de vida em Nova York há cinco anos. Hoje, representa, respectivamente, 74% e 69% do custo de vida na metrópole americana.
Também em agosto, a consultoria Mercer divulgou seu ranking anual. São Paulo apareceu como a 10ª cidade mais cara do mundo, subindo 11 posições em um ano. O Rio foi a 12ª, subindo 17.
O Brasil também piorou no ranking que tenta medir a facilidade de se fazer negócios em 183 países. Perdeu seis colocações, caindo da 120ª para a 126ª posição, segundo o Banco Mundial. As avaliações levam em conta dez indicadores e se concentram no ambiente de negócios entre pequenas e médias empresas. O Brasil ficou bem, por exemplo, no item “proteção a investidores”, mas mal no que avalia a facilidade para se pagar imposto.
Entre avanços e retrocessos, o otimismo entre os consumidores brasileiros foi um indicador que manteve, em 2011, o Brasil no topo das pesquisas globais.
Uma enquete da Nielsen, divulgada em outubro, por exemplo, mostrou que, apesar dos sinais de desaceleração na economia, a confiança do consumidor brasileiro foi a que mais cresceu no trimestre anterior à pesquisa entre os 56 países pesquisados pela empresa.
A confiança dos brasileiros ficou atrás somente da de indianos, sauditas e indonésios.
Virada
As projeções recentes de que o Brasil vá superar a Grã-Bretanha em valor de PIB em 2011 não são unanimidade entre centros de pesquisa e ainda precisam ser confirmadas pelos números do último trimestre que saem nos primeiros meses de 2012.
Como a diferença entre as duas economias é pequena, a esperada virada pode não ocorrer em 2011, se perspectivas atuais de crescimento não se confirmarem ou se houver mudanças nas taxas de câmbio dos dois países que influenciem o cálculo do PIB em dólares.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Pra frente Brasil! (ainda que lentamente): sobre o ufanismo governamental

Acredito que o governo não tem NADA a comemorar com o anúncio abaixo, ou seja, de que o Brasil já é a sexta maior economia do mundo, e deveria até pedir desculpas à sociedade pelo mal que ele faz, à própria sociedade, aos cidadãos e à economia brasileira, em qualquer ordem e em diversas proporções.
Em primeiro lugar, tamanho do PIB nacional nunca foi indicador de prosperidade nacional, do contrário países pequenos, como Dinamarca ou Luxemburgo seria países horríveis para se morar, e não sociedades com renda per capita altamente satisfatória, e mesmo superlativa.
Em segundo lugar, quem obteve esse PIBão não foi o governo, sequer o Estado brasileiro, e sim as milhares de empresas brasileiras e os milhões de trabalhadores que realmente criaram riqueza e renda, sendo que o governo, o Estado de forma geral, só atuou para diminuir o potencial de criação de riqueza, ao extrair renda dos cidadãos e das empresas para gastos não produtivos. O Estado brasileiro é um despoupador líquido, capturando dois quintos da riqueza e investindo 1% do PIB em investimentos produtivos.
Em terceiro lugar, muito desse PIB é ilusão estatística, ou manipulação cambial, já que uma outra taxa de câmbio, mais realista, ou desvalorizada -- como querem vários economistas malucos que existem por aí -- representaria um PIB bem menor. Dou um exemplo: em 1998, antes da famosa crise de desvalorização e da introdução do regime de flutuação, no começo de 1999, éramos uma "enorme", superior a 800 bilhões de dólares; bastou o câmbio sair de 1,6 para mais de 2,4 reais por dólar, para que o PIB baixasse vergonhosamente para 450 bilhões de dólares, ou seja, ficamos pobres outra vez. Isso tudo, portanto, é uma ilusão cambial, e não traduz o potencial exato da economia brasileira.
Em quarto e mais importante lugar, cabe referir que prosperidade mesmo se mede em PIB per capita, ou seja, disponibilidade de renda para que cada um possa satisfazer suas necessidades. Cabe referir que, mesmo com esse PIBão, nossa renda per capita é quatro, cinco ou seis vezes menor do que a dos países mais ricos, e que, para alcançar a renda média europeia, como reconhece o próprio ministro da Fazenda, ainda vai demorar muito. Mais vergonhoso ainda será quando a China, que cresce três vezes mais do que o Brasil, superar a nossa renda per capita, ela que tem ainda milhões e milhões de miseráveis ou de pobres. E isso não é difícil: crescendo 8,5% em termos per capita, ao ano, a China pode ultrapassar o Brasil em mais alguns anos, pois ela dobra a sua renda per capita em menos de uma geração (17 anos, aproximadamente), ao passo que o Brasil só consegue dobrar a sua renda per capita em mais de duas gerações, ou seja, mais de 50 anos.
Em quinto lugar, o PIB do Brasil é explicado, basicamente, pela valorização dos produtos primários de exportação, algo totalmente alheio e independente dos méritos ou deméritos da economia brasileira. Ou seja, o Brasil não está vendendo, ele está sendo comprado, e graças à valorização das commodities pela voracidade industrial chinesa, tem auferido uma renda extra por ser um país de enormes recursos naturais. O Brasil foi enormemente beneficiado pelo crescimento da economia mundial, sem que ele tenha feito praticamente nada para isso.
Em sexto e último lugar, esse crescimento todo se dá justamente pelos produtos de baixa elasticidade-renda, já que estamos perdendo espaço nos mercados de crescimento mais dinâmico, que são os manufaturados eletrônicos, num processo que alguns chamam (mas eu não estou de acordo) de "desindustrialização", um termo muito vago para abranger de maneira adequada a complexidade do fenômeno. Em todo caso, o Brasil participa muito pouco dos mercados de alta tecnologia ou de alto valor agregado, ocupando apenas os nichos de baixa valorização, e muito pouco em serviços, em finanças, em know-how. Isso se explica, em grande medida, pela qualidade pavorosa, para não dizer horripilante, da educação brasileira, que só anda para trás, em função das novas saúvas que ocupam o MEC, as pedagogas freireanas. Nesse aspecto, não há nenhum risco de melhorar, pois as barbaridades educacionais permanecem e se ampliam, com um MEC que só se conserta destruindo e construindo outra estrutura, outras carreiras do professorado, outra filosofia educacional.
Finalmente, é uma ilusão que o Brasil seja um país melhor do que a Grã-Bretanha, ou a Itália, ou talvez dentro em pouco a França, apenas porque o seu PIB superou ou superará os PIBs desses países. Qualquer pessoa que conheça os países, e seus fatores intangíveis, constata, verifica, sabe, pessoalmente, que isso é uma bobagem monumental.
Volto a repetir: o Brasil já poderia ser, há muito tempo, um país mais rico, ou melhor, com cidadãos mais prósperos, e só não o é, ou seus habitantes não dispõem de rendas superiores, por culpa exclusivamente do Estado, que rouba, literalmente, a renda dos cidadãos.
O Estado tornou-se, na atualidade, o principal obstrutor do desenvolvimento brasileiro. Os brasileiros ainda vão se convencer disso, e prender o ladrão...
Em outros termos, não cabe nenhum ufanismo deslocado.
Paulo Roberto de Almeida 

Brasil demorará até 20 anos para ter padrão de vida europeu, diz Mantega

Ao comentar estudo que mostra o País como a sexta maior economia do mundo, o ministro da Fazenda destacou que ainda é preciso investimento nas áreas social e econômica

OESP, Segunda, 26 de Dezembro de 2011, 15h09
Adriana Fernandes, da Agência Estado BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta segunda-feira, 26, que o Brasil poderá demorar de 10 a 20 anos para fazer com que o cidadão brasileiro tenha um padrão de vida semelhante ao europeu. Ao comentar o estudo do Centro de Pesquisa para Economia e Negócios (CEBR, em inglês), que aponta o Brasil como a sexta maior economia do mundo, à frente do Reino Unido, o ministro afirmou que o Brasil vai consolidar essa posição porque continuará crescendo mais do que outros países em razão de crise internacional afetar mais as economias avançadas. 
Mantega disse que o País ainda precisa investir mais nas áreas social e econômica. "Isso significa que nós vamos ter continuar crescendo mais do que esses países, aumentar o emprego e a renda da população. Nós temos um grande desafio pela frente", disse Mantega. "Mas a boa notícia é que nós estamos nessa direção e caminhando a passos largos para que o Brasil, num futuro próximo, seja um país melhor", afirmou, em nota à imprensa.


Mantega disse que essa posição vai ser consolidada e a tendência é de que o Brasil se mantenha entre as maiores economias do mundo nos próximos anos.


Ao citar as boas relações comerciais do Brasil com outros países, especialmente com os asiáticos, Mantega destacou que, atualmente, o Brasil é "respeitado e cobiçado, tanto que os investimentos estrangeiros diretos devem somar US$ 65 bilhões esse ano".

sábado, 17 de setembro de 2011

BRICS e CEI: dois blocos em crescimento - Diario da Russia


ECONÔMICAS

Participação no PIB mundial: Países da CEI x Grupo BRICS

WOC – World Organization of Creditors faz análise da dinâmica de diferentes índices econômicos de países em desenvolvimento e países desenvolvidos, e de sua influência na economia global


Às vésperas do Fórum Econômico Mundial de São Petersburgo, que aconteceu entre 16 e 18 de junho de 2011, com o apoio e a participação do Presidente da Federação Russa, Dmitri Medvedev, a WOC (World Organization of Creditors) fez uma análise da dinâmica de diferentes índices econômicos de países em desenvolvimento e países desenvolvidos e de sua influência na economia mundial.
O crescimento econômico no mundo está ganhando força, embora existam riscos consideráveis de diminuição dos índices de crescimento relativamente às previsões, segundo o relatório do Fundo Monetário Internacional “Perspectivas de Desenvolvimento da Economia Mundial”. O FMI prevê que em 2011 e 2012 o crescimento do Produto Interno Bruto real do mundo chegará a 4,5%. Nos países em desenvolvimento, espera-se que chegue a 6,5%, e nos países desenvolvidos a apenas 2,5%.
A presente pesquisa examina os índices econômicos do mundo e também os dados de blocos como o BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e a CEI (Comunidade dos Estados Independentes, formada por Armênia, Azerbaijão, Bielorrússia, Cazaquistão, Quirguistão, Moldávia, Rússia, Tadjiquistão, Turcomenistão, Ucrânia, Uzbequistão e Geórgia) e de um grupo consistindo de 34 países com economia desenvolvida, na dinâmica de 2000 a 2010 e nas previsões do FMI até 2016.
[As economias desenvolvidas, segundo o FMI, incluem 34 países: Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Chipre, Cingapura, Coreia do Sul, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estados Unidos, Estônia, Finlândia, França, Grã-Bretanha, Grécia, Holanda, Hong Kong, Irlanda, Islândia, Israel, Itália, Japão, Luxemburgo, Malta, Nova Zelândia, Noruega, Portugal, República Tcheca, Suécia, Suíça e Taiwan.]
Os dados apresentados deixam claro que os países em desenvolvimento exercem mais e mais influência na economia mundial, que sua participação no PIB global, no volume dos investimentos mundiais e também na circulação de commodities mundial está crescendo regularmente e que essa tendência será mantida.
Isso significa que os países em desenvolvimento se tornarão cada vez mais significativos para a economia global e que a estabilidade ou instabilidade da situação econômica nas dadas regiões será cada vez mais determinante para o mundo em geral.
PIB: a participação dos países do BRICS no PIB mundial cresceu de 8,4% para 18% entre 2000 e 2010, e a participação dos países da CEI cresceu de 1,1% para 3,1%
De 2000 a 2010 o PIB mundial quase dobrou, os países desenvolvidos aumentaram seu PIB em apenas 61% e a economia dos países da CEI cresceu 5,5 vezes e a dos países do BRICS 4,2 vezes. E as previsões do FMI para os países da CEI são otimistas – o índice pode crescer duas vezes dentro dos próximos seis anos, enquanto o PIB mundial vai crescer apenas 44% nesse mesmo período.
Assim, a participação no PIB dos países do BRICS dobrou em 10 anos e chegou a 18%, e a participação no PIB dos países da CEI quase triplicou e chegou a 3%. O crescimento mais rápido dos países do BRICS ocorreu nos últimos cinco anos, e o fez apesar da crise econômica. A China se tornou o líder (crescimento do PIB de 160%, participação de 9,3%), depois o Brasil (135%, participação de 3,3%) e Rússia (92%, participação de 2,3%).
Mas o panorama muda nas previsões para os próximos seis anos: segundo o FMI, o país em desenvolvimento mais dinâmico será a Rússia, com o crescimento do PIB de 121%, depois a China (91%) e a Índia (81%). Parte dos países desenvolvidos decresceu em 13,4%, e agora seu peso no PIB mundial chega a 66%. Dentro dos próximos seis anos eles podem perder 7%.
O PIB, calculado segundo a paridade do poder aquisitivo: índice per capita nos países da CEI em 2007 superou a média mundial e demonstra um novo crescimento
Estudando o índice do PIB PPP (calculado segundo a paridade do poder aquisitivo, parity of the purchasing power), e falando de novo dos países em desenvolvimento. Em 2010, parte dos países do BRICS no PIB PPP mundial chegou a 25,7%, contra 18% do PIB segundo os preços correntes, e o índice continua crescendo. A situação nos países da CEI é similar: 4,2% contra 3,1% do PIB; segundo preços correntes, durante os últimos 5 anos o índice permaneceu estável. Trata-se evidentemente de uma dinâmica positiva: o poder de compra dos países em desenvolvimento está crescendo. Nos países de economia desenvolvida a situação é oposta, e parte do PIB PPP é mais baixa do que parte do PIB segundo preços correntes: 52,3% contra 66% em 2010.A tendência de decréscimo desse índice persistirá nos próximos anos. Na presente pesquisa, também estudamos um índice importante como o PIB PPP per capita. O índice médio mundial em 2010 foi de 10,9 mil dólares. Segundo esse índice, os países com economias desenvolvidas se encontram num nível muito mais elevado: 38,1 mil dólares. Os países do BRICS vêm atrás, segundo esse índice (6,5 mil dólares), e os países da CEI em 2007 com o PIB PPP per capita superaram o índice médio mundial (em 2007: 10,7 mil dólares e 10,1 respectivamente) e agora a CEI chegou a 11,4 mil dólares.
Em parte, tais dinâmicas positivas podem ser explicadas pelo fato de que os índices de crescimento da população do planeta são em média mais elevados do que nos blocos dos países em questão.
Investimentos: participação dos países do BRICS no volume total dos investimentos mundiais dobrou nos últimos 5 anos e chegou a 29,4%
O crescimento do volume de investimentos no mundo chegou a 40% nos últimos 5 anos. Nos países desenvolvidos o aumento desse índice desacelerou consideravelmente durante o período e cresceu apenas 5%.
Os países em desenvolvimento exibem outros números bem contrastantes: o BRICS mostra o crescimento de 170% dentro dos últimos 5 anos (o líder é a China, com 202%), enquanto nos países da CEI o aumento no volume de investimentos chegou a 100%.
Assim, se em 2000 a participação de investimentos dos países desenvolvidos no mundo chegou a quase 80%, em 2010 esse índice havia baixado e agora representa pouco mais da metade de todos os investimentos realizados na economia mundial. Durante o mesmo período a participação nos investimentos dos países do BRICS quase triplicou – de 10% para 29,4%, um crescimento especialmente dramático ocorrido nos últimos cinco anos, quando o índice dobrou. Nos países da CEI existe também uma dinâmica positiva: em 2010 a participação nos investimentos deste bloco no mundo cresceu para 2,9% a partir de 0,9% em 2000.
Circulação das commodities no mundo
A influência dos países do BRICS e da CEI na circulação mundial de commodities está crescendo. Durante os últimos dez anos a participação dos BRICS no comércio mundial cresceu 2,3 vezes, para 15,4%, e a participação da CEI subiu duas vezes, para 3,3%. Os países desenvolvidos continuam perdendo suas posições.
O lugar principal para a dinâmica de crescimento na circulação de commodities pertence aos países do BRICS (102% nos últimos 5 anos). Os países desenvolvidos só cresceram esse índice em 29% durante o mesmo período, o que fica abaixo da média mundial, que é de 43%.
Quanto aos volumes de importação e exportação em comparação com o PIB das regiões, o índice médio mundial em 2010 chegou a 49% (de 41% em 2000). Nos países desenvolvidos o índice está no nível mundial, nos países do BRICS a proporção de importação e exportação do PIB da região chegou a 42% e nos países da CEI a 51% (em comparação com 65% em 2000).
Somente nos países da CEI houve um decréscimo no índice, o que pode ser encarado como positivo: os países da CEI gradualmente param de orientar apenas internamente, eles tendem a aumentar sua própria produção e também o seu consumo.
O fortalecimento das posições econômicas dos blocos de países em desenvolvimento estudados é evidente. É possível prever com certeza a manutenção destas tendências no futuro – mesmo a recente crise não conseguiu abalar seriamente as posições dos blocos do BRICS e da CEI. O aumento de investimentos deve ter-se refletido positivamente na dinâmica do crescimento da indústria nestes países, correspondentemente, na dinâmica do crescimento do PIB, fortalecendo a demanda doméstica. Estes fatores positivos, juntamente com os índices relativamente baixos de crescimento populacional, devem levar ao crescimento do bem-estar da população dos países em desenvolvimento.
Esta pesquisa confirma a tendência de mudança de polaridade na economia mundial. A julgar pelos crescentes índices macroeconômicos de mercados soberanos em desenvolvimento nos últimos dez anos, torna-se lógica a necessidade de reconsiderar as noções de países “desenvolvidos” e “em desenvolvimento”. Essa questão foi levantada no recente encontro de cúpula do G20 na Coreia do Sul, onde os representantes da República Popular da China não tiveram sequer de insistir na reconsideração do status do mercado chinês em desenvolvimento. Hoje em dia a comunidade mundial admite que a posição dominante da China no espaço econômico global é uma realidade objetiva. Se falarmos do bloco do BRICS em geral, esta aliança começa realmente a demonstrar não só considerável sucesso separadamente de seus estados-membros, mas também uma série influência no estado atual e no desenvolvimento futuro da economia mundial.
Inúmeras previsões sobre o colapso da CEI não se concretizaram: seus países conseguiram superar muitas facções políticas e ajustar uma eficiente interação de seus sistemas econômicos. Mas provavelmente a característica mais significativa do BRICS, bem como da CEI, foram as manobras de estabilização feitas pelos governos dos países em desenvolvimento durante a crise de 2008 e o subsequente período de reabilitação, em consequência do qual toda a comunidade mundial chegou à certeza de que era prematuro apressar o rebaixamento do nível da regulamentação estatal dos mercados. Aconteceu que países com economias mistas – de mercado e regulada – superaram a crise menos penosamente, em oposição àqueles países nominalmente desenvolvidos que colocaram suas esperanças na chamada “mão invisível do mercado” e cujas economias entraram numa fase destrutiva.
Para ver os quadros e tabelas desta pesquisa, acesse
e entre no link:
“Share of the CIS countries in the world GDP grown in 3 fold times over 10 years and 2 fold times grown share of the BRICS countries”
Para os dados de informação analítica do WOC, pode ser consultado o Serviço de Imprensa da Organização:
Tel.: +7 (495) 225-25-39

sábado, 12 de março de 2011

Brasil: por que me ufano do meu Pibao?

Mimistros da economia, mesmo que não o confessem, adoram moedas valorizadas: assim, qualquer Pibinho vira um Pibão, e eles saem por aí cantando vantagens e alardeando glórias que eles não têm, justamente, porque não fizeram nada para isso, ao contrário: sempre arrancam um naco do PIB, ou do valor agregado pelas empresas e pelos trabalhadores, para gastar em inutilidades como essa mania de dar dinheiro para ricos industriais.
Quem faz o PIB é a sociedade, não os ministros da economia, que dependendo do seu grau de incompetência, sempre estão cantando vitórias quando deveriam ficar quietos.
Mas eles adoram Pibões: deve ser freudiano...
Paulo Roberto de Almeida

Measuring Brazil's economy
Statistics and lies
The Economist, March 10th 2011

Very big, but not the world’s fifth-largest economy quite yet
SÃO PAULO - THE release of last year’s economic figures on March 3rd was cue for much crowing in Brazil. The economy grew by a blistering 7.5%, a rate unmatched since 1986. Since the currency started 2010 strong and ended it stronger, a GDP of 3.675 trillion reais converted at the year’s average exchange rate into $2.089 trillion. This meant that Brazil overtook Italy to rank as the world’s seventh-biggest economy (see chart). And income per head in Brazil has surpassed that in Mexico.

The president, Dilma Rousseff, welcomed the figures, but warned Brazilians not to expect a similar rise in 2011. Worried about overheating, her government is trimming 50 billion reais from this year’s budget. On March 2nd the Central Bank raised interest rates by half a percentage point for the second time this year. The aim is for growth to ease to a more manageable annual rate of 4.5-5%.

But her finance minister, Guido Mantega, could not resist a little boosterism. Brazil had grown fifth fastest of the G20 countries, he said, adding that, if its GDP were calculated taking into account purchasing power, it had overtaken Britain and France, too. Some of his listeners inferred that it had become the world’s fifth-biggest economy. (But the same trick bumps Russia and India up from tenth and 11th respectively to fourth and sixth, leaving Brazil seventh overall.)

It was a confusing performance, and many were duly confused. The following day Brazilians were told by some of their newspapers that they were living in the world’s seventh largest economy, and by others, the fifth. Jim O’Neill of Goldman Sachs, who coined the BRIC acronym in 2001, sent an e-mail to clients in which he asked why Brazil’s ascension to the top five had attracted so little comment.

Converting currencies by purchasing power, rather than market rates, is useful when comparing living standards in different countries. But measuring GDP in current dollars shows an economy’s international clout—and by that yardstick, Brazil needs no statistical smoke and mirrors. Even the modest 4.5% growth Ms Rousseff hopes for is likely to be more than France or Britain manages in 2011. And with interest rates and the price of its commodity exports rising, there is no sign of the real weakening much. Brazil did not break into the big five last year. But it may well do so during this one.