Dúvidas em torno de certos aspectos depressivos da política nacional
Paulo Roberto de Almeida
Existe algum ramo da psiquiatria que seja especificamente encarregada da política? Ela possui algum conceito para expressar suprema indignidade para com ações de terceiros? Seria possível incluir algumas outras ações ou omissões na categoria de “crimes contra a humanidade”? Por exemplo, extorsão dos recursos coletivos da população por aqueles mesmos encarregados de repartir as dotações orçamentárias, ou então, deixar de prestar socorro, com os meios à sua disposição, a quem está sendo deliberadamente agredido por alguém de força maior?
Já era possível sofrer de vergonha alheia ao assistir a nação ser extorquida pelos próprios encarregados de representá-la politicamente. Ao ver mandatários colaborar indiretamente com um empreendimento de extermínio de um povo, no caso o ucraniano, sobrevém um sofrimento indizível ante nossa incapacidade de prevenir o morticínio.
Não, não estou no limiar da depressão política ou requerendo ajuda psiquiátrica, mas sei de várias pessoas que poderiam ser internadas por algum alienista especializado na “arte” da política. Diagnóstico? Crueldade extrema na condução da representação política.
Ou seria antipolítica?
Os argumentos contra a aplicação de sanções ou contra o fornecimento de armas de defesas por serem “ineficientes” ou por “aumentar o número de vítimas e o sofrimento geral” representam a sordidez consumada e uma covardia vergonhosa.
Por enquanto é o que temos no teatro indigno da política nacional. Impossível não sofrer de vergonha alheia.
30/01/2023