O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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domingo, 7 de abril de 2019

Elites medíocres, políticos corruptos: a mortal combinacao que arrastou o Brasil para o fundo - O Antagonista-Crusoé

Não tenho nenhum problema ou restrição mental em fazer publicidade para O Antagonista e para a revista Crusoé, da qual sou assinante: simplesmente trata-se do melhor jornalismo investigativo, informativo e opinativo disponível na mídia brasileira, sem as limitações da imprensa familiar, ou daquela subvencionada por partidos ou grupos poderosos, de esquerda ou de direita.
Paulo Roberto de Almeida
EXCLUSIVO: OS GRAMPOS DA FARRA DE JOESLEY BATISTA, DA JBS, COM OS PODEROSOS

Caro leitor,
O texto a seguir foi retirado de uma reportagem da revista Crusoé que revela o conteúdo de grampos inéditos com detalhes da farra de Joesley Batista, da JBS, com o poder:
Domingo, 26 de outubro de 2014. A cúpula de uma das maiores companhias do Brasil se reúne em uma exuberante mansão no Jardim Europa, na capital paulista, para acompanhar a contagem dos votos do segundo turno. Havia uma eleição presidencial em aberto. Dilma Rousseff e Aécio Neves protagonizavam uma das mais acirradas disputas eleitorais da história brasileira desde a redemocratização. A casa é de Joesley Batista, o dono da JBS. O empresário, alçado havia alguns anos ao estrelato dos negócios pela política dos campeões nacionais do governo Lula, tinha se tornado também um dos maiores financiadores de campanha do país. A ideia do convescote, para o qual ele reuniu alguns de seus parceiros mais próximos, era conferir o resultado do investimento. O grupo se reuniu à beira da piscina. A festa, regada a muita bebida, com a turma se jogando na água de roupa e tudo, entraria pela madrugada. E acabaria, sem que ninguém ali soubesse, por proporcionar a um grupo restrito de investigadores da Polícia Federal um retrato bem-acabado, e até hoje inédito, do auge da influência de Joesley e da JBS sobre o poder, graças aos milhões que o grupo colocava nas mãos dos políticos.
É isso mesmo.
Enquanto Joesley e sua turma comemoravam na piscina a reeleição de Dilma, a PF monitorava tudo.
As gravações inéditas, obtidas com exclusividade, revelam a promiscuidade entre Joesley e os donos do poder de então.
Os grampos mostram conversas entre Joesley e personagens como Michel Temer, o petista Fernando Pimentel, o emedebista Eduardo Cunha e o tesoureiro de campanha de Aécio Neves.
Além da intimidade com o dono da JBS, os diálogos revelam que, invariavelmente, os políticos eram extremamente gratos ao generoso financiador de campanha:
É o que deixa claro Michel Temer, ao falar com Joesley:
“Obrigadíssimo, amigo, obrigadíssimo. Agora, vem cá. Agora vamos fazer aquele almoço ou aquele jantar no Jaburu?”
Fernando Pimentel:
“Obrigado por tudo, abraço”.
Eduardo Cunha:
“Muito obrigado por tudo, por tudo você foi 100%, tá?”
A reportagem explica a razão de tamanha felicidade com a reeleição. E tamanha simpatia por parte dos políticos:
Joesley tinha motivos de sobra pra comemorar a continuidade da dobradinha PT-MDB no poder. Afinal, foi durante a era petista, e à custa de facilidades obtidas em Brasília, que o seu frigorífico deixou de ser mais uma empresa para se tornar a maior produtora mundial de proteína animal, com um faturamento de 120 bilhões de reais em 2014. Como revelaram mais tarde as investigações, e os próprios executivos do Grupo JBS em suas delações premiadas, grande parte desse crescimento foi consequência da articulada estratégia da empresa de encher o bolso de políticos, seja por meio das gordas doações eleitorais oficiais, seja pelas entregas de dinheiro em espécie por fora, em troca de facilidades.
É uma reportagem suculenta.
Seu conteúdo pode ser indigesto.
Mas, a exemplo dos alimentos ricos em nutrientes, é um prato necessário.
Necessário para quem quer entender o Brasil e, mais do que isso, passar o país a limpo.
E nós sabemos por que oferecemos esse prato a você, caro leitor.
Essa é a tarefa do jornalismo independente: mergulhar nos bastidores do poder e revelar  acontecimentos e articulações que os poderosos querem manter em sigilo.
É isso o que os leitores da Crusoé encontram todos os dias quando abrem o site pela manhã. 
E também às sextas-feiras, quando é publicada a Edição da Semana da Crusoé, com reportagens de fôlego que trazem revelações sobre o poder e os poderosos.
É preciso um jornalismo independente para fiscalizar os poderosos e impedir que eles façam o que bem entendem com o dinheiro do imposto que você paga. 
A Revista Crusoé está pronta para denunciar o que for preciso, sempre em benefício de seus leitores.
Como a reportagem que revelou que uma das linhas de investigação da Polícia Federal sobre o atentado a Jair Bolsonaro apontava para o Primeiro Comando da Capital, a maior facção criminosa do país. Advogados que defenderam Adélio Bispo de Oliveira, o autor da facada em Bolsonaro, ficaram sob a lupa das autoridades.
Crusoé também jogou luz sobre a vida luxuosa dos filhos de Lula. Os negócios da prole do presidente preso por corrupção e lavagem de dinheiro foram tema de uma extensa reportagem logo na edição de estreia da revista.
E mais:
  • Na edição do dia 1º de junho de 2018, revelamos que o então presidente da Petrobras, Pedro Parente, mantinha sociedade com empresas que tinham negócios com a estatal.
  • Já na edição de 18 de maio de 2018, revelamos que a PF reunira indícios de que a petista Gleisi Hoffmann havia recebido R$ 5,3 milhões em recursos ilegais.
  • No início de 2019, revelamos um plano de Cuba para ajudar Dilma a se reeleger em 2014. O plano teve a participação ativa dos profissionais cubanos do programa Mais Médicos, que atuavam como cabos eleitorais da petista.
Fatos não faltam…
E é preciso fiscalizar, porque…
É a segurança, a saúde e a educação da sua família que estão em jogo.
Você quer que esses políticos sejam fiscalizados?
Você quer saber o que é feito às escondidas?
Você quer fiscalizar a reforma da Previdência?
Você quer que os governantes trabalhem pelo bem de sua família?
A melhor forma de brigar por tudo isso é acompanhar diariamente um jornalismo independente e sem rabo preso com políticos e governos.
Chega de ser enganado por políticos “espertos”.
Basta de meias verdades.
Chega de histórias mal contadas sobre ações que na verdade prejudicam a sua vida e a de outras milhões de pessoas.
Crusoé mostra de forma detalhada o que acontece por trás das principais notícias da semana.
Porque essa é a única forma de você se prevenir do jogo do poder.
Com a Crusoé, você descobre em quem confiar e, principalmente, em quem não confiar no mundo da política.
E é por esse motivo que estamos convidando você a fazer parte do grupo de brasileiros que deseja ficar do lado da verdade.
Crusoé foi criada em 2018 pelos jornalistas Diogo Mainardi e Mario Sabino com o propósito de mostrar para você o que acontece pelos cantos de Brasília, trazendo a verdade à tona ─ doa a quem doer.
Um princípio fundamental da Crusoé é não aceitar anúncios de nenhum órgão ou poder público.
Isso significa que não recebemos dinheiro de nenhum governo (federal, estadual ou municipal), tampouco dos Poderes Legislativo ou Judiciário.
Também não aceitamos recursos de empresas estatais ou qualquer organização bancada com recursos públicos. E nem de empresas privadas enroladas em falcatruas.
É isso que garante a você transparência total das informações divulgadas. Como se diz vulgarmente, não temos o rabo preso com os ocupantes do poder.
Crusoé, uma ilha de independência no jornalismo brasileiro.
É uma revista direita e de direita.
Não se trata de um trocadilho gratuito.
Num país em que os mais torpes argumentos são usados para escamotear os cofres públicos…
… fazer uma revista direita significa ser intransigente com os malfeitos, com a corrupção, o conchavo, o toma-lá-dá-cá, a incompetência…
Significa repudiar a velha política, aquela que foi derrotada em 2018 nas urnas.
Os representantes dessas práticas não têm colher de chá na Crusoé. Vale para Lula, para o PT, para o Renan…
Ser uma revista de direita significa, principalmente, defender valores e ações como:
  • A Democracia Representativa, em que os políticos legitimamente eleitos agem em nome do eleitor e são por ele fiscalizados. Nada de comitês e afins, dominados por partidários dos poderosos, como quer a esquerda;
  • A Livre Iniciativa, o direito dos cidadãos de se associarem livremente para aproveitar oportunidades e solucionar desafios contemporâneos, gerando negócios e riqueza. Governos não induzem prosperidade: quem o faz são os cidadãos empreendedores e as empresas, cabendo ao Estado estabelecer regras claras. Ou seja, nada do Estado gigante que controla tudo e nada entrega, como prega a esquerda;
  • A Liberdade de Expressão e de Acesso à Informação, o que inclui a liberdade da imprensa de revelar ao público o que os poderosos gostariam de esconder. Foi assim que o Brasil afastou do poder uma presidente que arruinou as finanças e colocou atrás das grande um ex-presidente corrupto que lavava dinheiro. “Controle social da mídia”, como prega o PT e seus satélites, nada mais é do que uma ferramenta para intimidar e calar a imprensa que não se ajoelha diante do poder.
  • O Jornalismo Independente. Repetimos: a Crusoé, assim como O Antagonista, não aceita dinheiro de qualquer órgão público ou empresa estatal. Não há negociação nesse ponto. Mario Sabino costuma dizer que a publicidade estatal tem funcionado como um “mensalão”, por meio do qual governistas de plantão compram apoio de “jornalistas”. A prática aniquila o poder de fiscalização da imprensa sobre o governo. É um tiro na democracia. Foi assim nos governos petistas, que se associaram a blogs sujos. Que isso nunca mais se repita.
Crusoé é, portanto, uma revista que tem coragem de admitir sua posição.
Mas isso não significa dar paz aos políticos de direita.
O atual governo já demonstrou que tem a pauta certa para modernizar o Brasil: uma profunda reforma econômica (que inclui a previdenciária) e uma intransigente política de combate ao crime.
A população felizmente concedeu um mandato a Jair Bolsonaro para que ele implemente essas mudanças.
Mas o presidente não tem uma carta em branco.
É preciso fiscalizar seu governo, e nós o faremos.
Temos a equipe mais preparada para essa tarefa.
Na linha de frente, está Rodrigo Rangel, editor-executivo da revista Veja em Brasília até o início de 2018.
Rodrigo possui três prêmios Esso e foi autor de algumas das reportagens mais impactantes sobre a Operação Lava Jato.
Com seu rigor jornalístico, suas reportagens contribuíram para colocar na cadeia o ex-ministro José Dirceu, o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, o ex-governador do Rio Sérgio Cabral, o ex-presidente Lula e muitos outros políticos corruptos.
Crusoé está do lado da verdade ─ não importa o partido.
Isso significa que… se algum poderoso fizer besteira, ele não terá descanso até que a verdade seja esclarecida.
Será investigado e estampará as páginas tão temidas da Crusoé.
Nosso compromisso é com você. É com um Brasil mais justo e melhor para a sua família.
Toda semana você encontra na Crusoé:
  • Reportagens investigativas que mostram a verdadeira face daqueles que deveriam trabalhar pelos seus interesses (mas é o contrário que acontece)
  • Pontos de vistas diferentes sobre os principais assuntos da semana para você refletir sobre o momento em que estamos passando.
  • Provocações no bom e velho estilo ame ou odeie. Sem frescura. Sem mimimi.
  • Entrevistas esclarecedoras que vão abrir sua mente para assuntos que talvez você nunca tenha parado para pensar.
  • Denúncias que só podem ser publicadas pelo jornalismo independente.
  • Humor na dose certa para você refletir e se descontrair ─ afinal, o mundo já está muito sério.
  • Notícias diárias sobre os principais acontecimentos do Brasil e do mundo
  • E muito, muito mais…
Você fará parte de um grupo bem informado, que participa ativamente de todas as decisões que vêm de Brasília.
Confira o que dizem os assinantes:
  
Toda sexta-feira, você terá acesso em primeira mão às principais análises do Palácio do Planalto, do Congresso, do STF…
E é isso que queremos que você encontre nos próximos 7 dias. Então, temos um convite especial para lhe fazer:
Hoje você tem a oportunidade de acessar gratuitamente a Crusoé por 7 dias.
Serão 7 dias em que você poderá conhecer os detalhes do que acontece nos bastidores de Brasília e nos ajudar a pressionar os poderosos pelas mudanças que precisam ser feitas no Brasil.
Você tem a oportunidade de presenciar tudo isso por 7 dias sem custo algum.
Aceitando o nosso convite, você poderá acessar na íntegra todo o site da Crusoé e ler em primeira mão reportagens investigativas que abalam o dia a dia dos políticos e empresários influentes.
Você poderá acompanhar:
  • O movimento do Congresso durante as reformas propostas pela equipe do governo;
  • Denúncias de atividades suspeitas da cúpula do poder;
  • Entrevistas reveladoras com figuras de peso na política;
  • Colunas provocativas para você olhar o país por ângulos diferentes;
  • Cobertura diária dos principais fatos da política.
  • E muito, muito mais…

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Corrupção petralha: os capitalistas do PT

Já repararam como todos os capitalistas do PT têm problemas com a Justiça?
Eles estão invariavelmente metidos até o pescoço nas falcatruas petralhas, todos eles. 
O mais recente tentou censurar um boletim de informação.
Será que preciso listar nominalmente todos esses capitalistas promíscuos?
Paulo Roberto de Almeida

Relatório Reservado

Como Esteves tentou forçar o silêncio do RR.
27/11/2015


Quando André Esteves foi contrariado, o banqueiro tentou invariavelmentepressionar o RR. Em abril deste ano, entrou com uma ação na Justiça com o claro propósito de coagir, da pior maneira, a publicação e evitar a divulgação de novas informações eventualmente avessas aos seus interesses.

No processo, André Esteves faz menção fundamentalmente à matéria veiculada na edição de 27 de março, com o título “Esteves mergulha nas águas viscosas da Petrobras”. O banqueiro questionou a veracidade de informações que, hoje, à luz dos fatos, no mínimo são objeto de averiguação da força-tarefa da Lava Jato, como a compra de 50% de uma série de blocos de óleo e gás da Petrobras na África.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Quando o maior capitalista contrata o maior neobolchevique...

O Brasil é um país surpreendente, mas talvez nem tanto.
Vejam a notícia abaixo, por exemplo: trata-se, simplesmente, daquele que tinha a pretensão de ser o maior capitalista do Brasil, de se tornar o homem mais rico desta republiqueta de corruptos, e que portanto agiu da forma promíscua como sempre agem capitalistas gananciosos, comprando políticos, partidos, agentes do Estado, corrompendo tudo e a todos.
Só podia contratar o maior corrupto do partido totalitário, não é mesmo?
Afinal de contas, ambos estão no mesmo ramo de atividade: corromper instituições para obter ganhos pessoais.
Pensando bem, não há nada surpreendente nisso.
Só estranho que esse homem ainda não esteja na cadeia...
Paulo Roberto de Almeida

Eike Batista contratou empresa de Dirceu para intermediar negócio na Bolívia

Em depoimento à CPI do BNDES o empresário disse que contratou a empresa do ex-ministro da Casa Civil em 2008. Eike também negou ter negócios com o empresário José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Lula investigado pela Lava Jato
Luis Macedo/Agência Câmara
Em depoimento na CPI do BNDES, Eike Batista disse que contratou empresa de Dirceu em 2008
O empresário Eike Batista disse, em depoimento à CPI do BNDES, que contratou os serviços de consultoria do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, em 2008, para intermediar a construção de uma siderúrgica na Bolívia. Ao responder pergunta do deputado Jorge Tadeu Mudalen (DEM-SP), Batista admitiu que contratou Dirceu para negociar com o governo de Evo Morales a instalação da siderúrgica. “Como acontece depois de todos os movimentos revolucionários, tudo o que é estrangeiro ou investimento anterior é considerado coisas de multinacionais. Então eu queria que eles fossem menos radicais”, explicou.
O empresário disse, porém, não se lembrar do valor do contrato com José Dirceu e ficou de repassar a informação à CPI. Ele garantiu, ainda, que a construção da siderúrgica não foi adiante.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Duas noticias contraditorias (como sempre ocorre no Brasil): mas a razao existe e e' real...

Na verdade, não são duas notícias, mas uma só: a queda do capitalista-maravilha Eike XXX, o que é absolutamente normal no mundo dos negócios.
Mas, vejamos primeiro os headlines:



Bem, a primeira parte é comum e frequente: capitalistas bem sucedidos e outros mal-sucedidos acontecem todos os dias numa economia de mercado. Cada um assume suas responsabilidades pelos seus próprios negócios.
A segunda parte é que nos deixa preocupados. Se o governo está preocupado, parece que ele vai perder alguma coisa, e talvez queira evitar, colocando dinheiro público numa empresa privada.
O meu, o seu, o nosso dinheiro, como diria Arminio Fraga.
Por que, como, com quais intenções e motivos?
Assim é esse novo governo, tão carinhoso com os seus capitalistas preferidos...
Mas a razão existe, e ela é deveras preocupante. Muito preocupante. A explicação vem logo abaixo, por um economista que foi do Banco Central...
Paulo Roberto de Almeida

Ação da OGX, de Eike Batista, acumula queda de 60% no ano

5 de abril de 2013 | 13h30
Agência Estado
As ações da petrolífera OGX, do grupo do empresário Eike Batista, mantinham nesta sexta-feira o comportamento de queda dos últimos dias e renovavam suas mínimas históricas.
No início da tarde, a ação perdia 12,6%, a R$ 1,73, renovando a mínima histórica do dia, de R$ 1,95, registrada no pregão anterior.
A OGX registrava a maior queda do Ibovespa, que recuava 0,6% no mesmo horário.
No mês de abril, as ações já apresentam queda de 24,24% e no ano o tombo vai a 60%.
Ontem, o papel caiu mais de 10% e encerrou cotado a R$ 1,98, após a agência de classificação de risco Standard & Poors reduzir o rating de crédito corporativo da OGX de “B” para “B-”, com perspectiva negativa, por conta do fraco desempenho operacional da companhia.
Outras ações de empresas de Eike Batista seguiam o movimento de baixa. A mineradora MMX perdia 2,63%, enquanto a empresa de logística LLX caía 0,50%.
Fora do Ibovespa, a companhia de construção naval e serviços para o setor de petróleo OSX perdia 7,75%, enquanto a empresa de energia elétrica MPX tinha queda de 1,39%.
A crise que se abateu sobre a petroleira de Eike é acompanhada com preocupação pelo governo que, segundo fontes do Planalto, considera “ruim” a disseminação para outras empresas do grupo. Mas, não há intenção de uma operação de salvamento que envolva o governo.
Mercado
O retrato da OGX na Bolsa hoje difere bastante daquele do seu ingresso no mercado, quando a demanda pelos papéis superou em dez vezes a oferta, diante da grande expectativa dos investidores com as promessas de sucesso de Eike. Na época, a captação de R$ 6,7 bilhões em oferta pública de ações foi a maior já realizada no Brasil. Passados cinco anos, o mercado castiga os papéis por motivo oposto: a frustração com estimativas de produção não confirmadas desencadeou um ceticismo generalizado com relação à capacidade de Eike de captar recursos necessários à continuidade da operação.
“Uma coisa é emprestar para empresa que está folgada. Outra é para quem está com necessidade de caixa. É muito mais caro e difícil”, afirmou o economista do Banco Espírito Santo (BES) Oswaldo Telles. A percepção do mercado é que, após o relatório da S&P e diante da indisposição do governo com Eike, o empresário terá dificuldade de captar recursos e também de cumprir a promessa de aportar US$ 1 bilhão até 30 de abril de 2014.
A desvalorização das ações da OGX vem ocorrendo desde junho do ano passado, data em que a empresa anunciou resultados para o campo de Tubarão Azul, na Bacia de Campos, bastante inferiores às estimativas. A primeira grande desvalorização aconteceu em junho daquele ano, quando a empresa recalibrou de 50 mil para 5 mil barris por dia a vazão dos dois primeiros poços na área.
Na quarta-feira, houve o rebaixamento da nota de crédito pela Standard & Poor’s de B para B-. E, hoje, a pá de cal veio com a notícia divulgada pela colunista Dora Kramer, de O Estado de S.Paulo, de que o governo não está disposto a ceder aos apelos de Eike por um socorro financeiro.
“Destacamos em relatórios há algum tempo a necessidade de a OGX receber o US$ 1 bilhão de Eike, além do dinheiro de caixa previsto para até o fim do ano. Mas é preciso que acreditar que o controlador terá esse dinheiro disponível”, afirmou Telles.
Depois da associação com o banco BTG Pactual (também credor do grupo em mais de R$ 1,5 bilhão), Eike iniciou, por sua empresa de energia, a MPX, uma reestruturação, com venda de 24,5% de sua participação ao grupo alemão E.ON, por R$ 1,4 bilhão. O bilionário reduziu sua fatia na empresa de 53% para 28,5% e agora prepara uma oferta pública para elevar o capital da empresa. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que também é acionista da MPX, com pouco mais de 10%, não deve acompanhar o aumento, disseram fontes ao Broadcast. O mais provável é que o banco estatal tenha sua participação diluída.
Analistas
No fim de março, o Bank of America Merril Lynch havia rebaixado o preço-alvo das ações da OGX a R$ 1, após o anúncio de que a produção em Tubarão Azul em fevereiro ficou aquém da de janeiro. A resposta do presidente da petroleira, Luiz Carneiro, foi que “são bastante grandes os desafios para uma jovem empresa de petróleo e gás. O campo de Tubarão Azul estabilizou antes do esperado”, como afirmou, em teleconferência de apresentação do resultado financeiro de 2012.
Para Ricardo Correa, diretor da corretora Ativa, que seguiu hoje o fluxo de venda das ações da petroleira de Eike, a informação de que a presidente Dilma não está disposta a abrir concessões ao empresário foi lida pelo mercado como uma confirmação dos temores de que Eike está em dificuldades financeiras.
Para acalmar o mercado, uma saída seria a empresa levar adiante a promessa de venda de ativos feita por Carneiro aos investidores, durante a apresentação do resultado do ano passado. A avaliação é que, com essa medida, a empresa conseguirá gerar caixa e reduzir a sua necessidade de investimento.
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Eike Batista vira fator de risco para toda a economia
 4 de Abril de 2013

Sem petróleo, sem minério e sem crédito, o bilionário brasileiro já fica a ver navios. Consta que ele e seu novo parceiro, André Esteves, do BTG Pactual, pediram socorro à presidente Dilma Rousseff e receberam um rotundo não como resposta. Com dívidas bilionárias, o "império X" começa a ser rebaixado por agências de risco e contamina projetos de outras empresas brasileiras que tentam captar recursos internacionais.

 Um dos principais problemas da economia brasileira, e, por tabela, do governo Dilma Rousseff, hoje tem nome e sobrenome. Chama-se Eike Batista, rebaixado ontem pela agência de risco Standard & Poors para o nível B-, com perspectiva negativa, equivalente ao de um pré-calote. Eike prometia petróleo e entregou poços secos aos seus investidores. Prometia uma nova Vale e entregou morros inoperantes. Prometia o maior complexo industrial e portuário da América Latina e no seu porto do Açu há apenas um pier construído. Prometeu um grande estaleiro e, na prática, é ele quem começa a ficar a ver navios.

 Aparentemente, este seria um problema de natureza apenas privada. Ocorre que Eike hoje deve mais de R$ 10 bilhões ao BNDES e outros bilhões a bancos como Itaú, BTG Pactual e Bradesco. Sua quebra poderia desencadear um risco de natureza sistêmica. No seu relatório, a Standard & Poors avisa que, se nada for feito, a OGX, principal empresa de Eike, queimará todo o seu caixa em 2013. Ou seja: não terá mais fôlego para rodar. E os bancos não parecem mais dispostos a colocar dinheiro nos projetos do empresário.

 Como o risco é real, o bilionário e seu novo parceiro, o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, decidiram pedir a ajuda, é claro, ao governo federal. Receberam da presidente Dilma um rotundo não como resposta, como informa a jornalista Dora Kramer, na nota publicada nesta quinta-feira no Estado de S. Paulo:

 Nem pensar. A presidente Dilma Rousseff ouviu, e negou socorro do governo ao empresário Eike Batista. Da reunião-apelo participaram representantes do BNDES, Itaú, Bradesco, BGT-Pactual e o próprio Eike, em dificuldades para honrar as dívidas com todos eles.

 Dilma ainda alertou que se algo de pior vier a acontecer aos negócios do empresário símbolo (pelo jeito com pés de barro) da prosperidade nacional, isso afetará ainda mais a disposição interna e externa do setor privado para investir no Brasil.

 Dilma tirou o time de campo e avisou a Eike e Esteves que eles devem se virar por conta própria, o que fará com que o bilionário comece a liquidar seus ativos e suas concessões. Até porque um envolvimento ainda maior do governo tem potencial para gerar grande confusão. Recentemente, o embaixador brasileiro em Cingapura disse ter sido pressionado pelo ministro Fernando Pimentel, do Desenvolvimento, a transferir um estaleiro do grupo Jurong, já em construção no Espírito Santo, para o Rio de Janeiro.

 Ciente dos riscos, o governo Dilma parece querer distância de Eike, mas o problema é que a má experiência de investidores com o grupo EBX ameaça projetos de outras empresas. "O investidor simplesmente cansou de ser roubado", disse ao 247 um diretor de um grande banco de investimentos. Outro empresário, que pretendia captar recursos para projetos de infraestrutura, disse que a janela do mercado internacional se fechou. "Eike conseguiu contaminar o Brasil", afirma.

 Leia, abaixo, um trecho de reportagem do Valor Econômico sobre o rebaixamento de Eike:

 SÃO PAULO - A Standard & Poor’s rebaixou a nota de crédito da OGX de ‘B’ para ‘B-’, devido a preocupações com a maturação dos projetos da companhia e de seu perfil de liquidez restrito. A perspectiva é negativa, o que indica que a agência de classificação de risco vê possibilidade de novos rebaixamentos no médio prazo.

 “Apesar de a companhia não ter vencimentos de dívida significativos até 2018, esperamos que ela queime todo seu caixa durante 2013”, afirmaram os analistas da S&P em nota. Ao fim do ano, a OGX tinha US$ 1,6 bilhão em caixa, valor que, na avaliação da agência, deve ser consumido em investimentos e pagamento de juros.

 Com isso, alerta a S&P, a OGX precisará exercer o aumento de capital de US$ 1 bilhão mediante exercício de opção de compra do controlador Eike Batista, ou vender alguns ativos para reduzir a pressão sobre o caixa no próximo ano e manter seu nível atual de investimentos. “Não esperamos que a produção gere um fluxo de caixa operacional suficiente para continuar financiando os projetos e o pagamento de juros”, afirmam.