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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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terça-feira, 31 de janeiro de 2023

Uma incursão na indignidade da diplomacia lulopetista - Paulo Roberto de Almeida

Um momento de verdade para a diplomacia brasileira, infelizmente submergido pelo mais vulgar escapismo


Lula, como fundador do BRIC original, não é só um aliado da Rússia, mas, sobretudo, um amigo de Putin. Ao defender uma falsa “neutralidade” e ao tergiversar sobre a natureza da guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia, ele vai confrontar não só a Carta da ONU, mas todos os valores e princípios da diplomacia brasileira, tendo de enganar a si próprio, e mentir ao país e aos interlocutores estrangeiros, para manter tal postura indefensável. 

Mais do que tudo, lhe falta qualquer sentido moral em face dos bárbaros crimes de guerra, contra a paz e contra a humanidade sendo perpetrados pelo tirano de Moscou contra o povo ucraniano.

O oportunismo calhorda da diplomacia lulista, no tocante à guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia, produz o resultado infeliz de equipará-la objetivamente à antidiplomacia sem quaisquer princípios da Bolsodiplomacia anterior.

Um dos momentos mais baixos da diplomacia brasileira nos últimos duzentos anos.

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 31/01/2023


quinta-feira, 24 de março de 2022

Eu acuso a diplomacia brasileira - Paulo Roberto de Almeida

Eu acuso a diplomacia brasileira


Paulo Roberto de Almeida


Fornecer armas à Ucrânia aumentaria o sofrimento do povo ucraniano?

Sanções econômicas não são eficazes e não poderiam ser feitas à margem de decisões do CSNU?

Essas são posições dignas da diplomacia brasileira?

Por acaso o Brasil pretende que o povo ucraniano se deixe massacrar passivamente?

Quer que o agressor fique impune, seria isso?

Pretendem continuar no reino da fantasia por quanto tempo mais?

Segundo o que transpareceu da chancelaria brasileira, sanções contra a Rússia “mundializam” o que seria um conflito “apenas europeu”.

Não gostaria de qualificar essa opinião como simplesmente equivocada. 

O diplomata que sugeriu tal linha de argumento ao chanceler deve sofrer de sérios distúrbios psíquicos (para usar uma figura só neutra).

Alguma outra explicação seria bem mais contundente (eu nunca escondo o que penso, apenas tento não agredir colegas sob intensa pressão daqueles generalecos amestrados do Planalto).

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 24/03/2022 (um mês da agressão criminosa do tirano russo contra o povo ucraniano, um mês de pusilanimidade diplomática brasileira)

terça-feira, 22 de março de 2022

Brasil mostra sua total indiferença ao drama da Ucrânia - Chanceler diz que não cabe ao Brasil "encontrar um culpado" - VERGONHA!

 Brasil continua DO OUTRO LADO DO MUNDO. Coloca seu conforto pessoal acima dos grandes princípios da política externa e dos valores que sempre impulsionaram a sua diplomacia. Se isso não é COVARDIA, no mínimo é INDIFERENÇA!

Paulo Roberto de Almeida

Sanções à Rússia trazem conflito para nível global, diz chanceler brasileiro
Carlos França critica bloqueios e diz não ser papel do Brasil "encontrar um culpado"
Da Redação, com Rádio Bandeirantes
22/03/2022 • 11:28 - Atualizado em 22/03/2022 • 11:55

O ministro das Relações Exteriores, Carlos França, afirmou nesta terça-feira (21) que está preocupado com as consequências comerciais da guerra entre Rússia e Ucrânia.
França disse que a produção de alimentos pode ser prejudicada. Em entrevista à rádio Bandeirantes, o chanceler também indicou ser contra novas sanções contra a Rússia, da forma como elas vem sendo adotadas.
Os novos bloqueios comerciais à Rússia serão discutidos em encontro entre representantes dos Estados Unidos e da União Europeia, marcado para esta quinta-feira (24), na Bélgica:
“Entendo as sanções neste momento. No entanto, trouxeram para nível global um conflito que era regional. Temo que sendo unilaterais, as sanções prejudiquem ou possam ferir de morte o sistema unilateral. Acho que essas sanções ficariam mais bem colocadas se fossem discutidas no seio da Organização Mundial do Comércio, da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), ouvindo outras vozes, reforçando o sistema multilateral, para encontrar uma solução para o conflito e não apenas uma sanção que pode causar consequências danosas para todo o mundo”, diz.
"Não é papel do Brasil encontrar um culpado"
Carlos França afirmou que não é papel do Brasil "encontrar um culpado" no conflito entre Rússia e Ucrânia. Em entrevista ao Jornal Gente, da rádio Bandeirantes, o ministro disse que a posição do País é de "equilíbrio", que deve “ouvir os dois lados”. Também defendeu "respeito à integridade territorial" e "imediato cessar fogo" para uma "solução pacífica".
“Uma posição de equilíbrio, que busca apontar uma saída. Nós não queremos encontrar um culpado. Nós entendemos que o mandato no Conselho de Segurança é garantir a paz e segurança mundiais. Nesse sentido, nossa posição é de buscar o imediato cessar-fogo, a defesa dos princípios do Direito Internacional, a solução pacífica de controvérsias, o respeito da integridade territorial de todos os Estados e isso envolve, claro, a Ucrânia”, disse.
Para a guerra acabar, Carlos França sugere confiança na diplomacia.
“Estive recentemente na Polônia, falei com chanceler polonês, com o assessor especial do presidente da República para Assuntos Internacionais, estive em Portugal para reunião com o presidente Marcelo de Souza. Na véspera, tive reunião com o primeiro-ministro (da Hungria) Viktor Orbán. Tenho ouvido embaixadores de países importantes como Índia e China. E, sim, acredito na diplomacia. Uma diplomacia competente e bem feita é seguramente a saída para esse conflito”, pontua.