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sábado, 16 de julho de 2022

Demagogia eleitoral para diplomatas estrangeiros: mentiras ao mundo - Paulo Roberto de Almeida

 Demagogia eleitoral para diplomatas estrangeiros: mentiras ao mundo 

Paulo Roberto de Almeida

Diplomata, professor

(www.pralmeida.org; diplomatizzando.blogspot.com)

Comentários sobre o convite formulado pelo presidente para contar mentiras aos diplomatas estrangeiros sobre o processo eleitoral brasileiro.

  

O que pretende o presidente brasileiro ao convidar diplomatas estrangeiros ao formular um convite, via Itamaraty, para uma apresentação em Power Point na residência presidencial? Previsivelmente efetuar pura demagogia do mais baixo nível diplomático, pois ele pretende continuar sua campanha de mentiras contra o processo eleitoral brasileiro, um dos mais fiáveis do mundo, tanto pela extensa base do corpo eleitoral, quanto pelas modalidades aplicadas ao processo de votação. O presidente atual é um virtual pária internacional e sabe disso; também sabe que vai perder as eleições, e está criando um ambiente de tensão no Brasil, para um possível golpe político, e para isso quer construir uma espécie de legitimidade ao tentar desacreditar o processo eleitoral. Esse convite, praticamente uma convocação, aos embaixadores acreditados em Brasília, é uma completa fraude, uma mentira pré-fabricada, pois que pretende transmitir uma imagem de irregularidade no processo eleitoral quando não existe nenhuma. Essa motivação não passará despercebida aos diplomatas residentes em Brasília, pois que eles acompanham a política brasileira, e sabem que o presidente brasileiro é um mentiroso contumaz.

Cada um dos embaixadores, ou os representantes diplomáticos que comparecerem, por mera cortesia, ao convite do presidente, farão, depois do evento, um relato às suas respectivas chancelarias basicamente dividido em duas partes. Em primeiro lugar, a descrição objetiva das palavras do presidente, seguida, numa segunda parte, de uma avaliação pessoal ou institucional da atual situação pré-eleitoral no Brasil, um cenário quase surrealista, pois todos os responsáveis pelo processo eleitoral já deram todas as provas da fiabilidade das eleições conduzidas de modo eletrônico, em face – e este é o aspecto esquizofrênico – das alegações absolutamente mentirosas do presidente quanto às supostas “falhas” inventadas por ele para retirar credibilidade ao pleito que o derrotará em outubro. Em outros termos, cada um dos países que se fizeram presentes no evento de segunda-feira, 18/07, no Palácio do Planalto terão todas as condições que confirmar sua total confiança nas eleições brasileiras.

As alegações mentirosas do presidente certamente se colocarão contra recentes declarações do ministro Fachin, atual presidente do TSE, sobre o processo eleitoral. Mas elas sobretudo estarão em contradição com a realidade do processo de votação, a começar pelo fato que o ex-deputado foi eleito muitas vezes por esse mesmo sistema e que também o agora presidente venceu o pleito do 2018 no mesmo sistema que ele agora pretende deslegitimar. Nenhum diplomata experiente é ingênuo para contradizer, em direção de suas respectivas capitais, as abundantes provas de fiabilidade do processo de votação e de apuração existente no Brasil. Posso até arriscar que poucos diplomatas presentes ao encontro ousarão formular perguntas ou tentar sugerir ao presidente que apresente provas de suas alegações comprovadamente mentirosas. Eles ouvirão, tomarão notas, e sairão sem que tenham sequer vontade de dialogar com um mentiroso reconhecido.

O encontro promovido pelo presidente terá sido uma de suas últimas fraudes, ou apenas mais uma mentira num oceano de mentiras, nos últimos quatro anos (como aliás foi o caso de seu ídolo Trump, a quem ele sempre foi submisso). Ele não terá NENHUM efeito no processo eleitoral brasileiro, a não ser diminuir ainda mais a já baixíssima credibilidade do personagem.

 

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 4197: 15 julho 2022, 2 p.

 

terça-feira, 22 de março de 2022

Brasil mostra sua total indiferença ao drama da Ucrânia - Chanceler diz que não cabe ao Brasil "encontrar um culpado" - VERGONHA!

 Brasil continua DO OUTRO LADO DO MUNDO. Coloca seu conforto pessoal acima dos grandes princípios da política externa e dos valores que sempre impulsionaram a sua diplomacia. Se isso não é COVARDIA, no mínimo é INDIFERENÇA!

Paulo Roberto de Almeida

Sanções à Rússia trazem conflito para nível global, diz chanceler brasileiro
Carlos França critica bloqueios e diz não ser papel do Brasil "encontrar um culpado"
Da Redação, com Rádio Bandeirantes
22/03/2022 • 11:28 - Atualizado em 22/03/2022 • 11:55

O ministro das Relações Exteriores, Carlos França, afirmou nesta terça-feira (21) que está preocupado com as consequências comerciais da guerra entre Rússia e Ucrânia.
França disse que a produção de alimentos pode ser prejudicada. Em entrevista à rádio Bandeirantes, o chanceler também indicou ser contra novas sanções contra a Rússia, da forma como elas vem sendo adotadas.
Os novos bloqueios comerciais à Rússia serão discutidos em encontro entre representantes dos Estados Unidos e da União Europeia, marcado para esta quinta-feira (24), na Bélgica:
“Entendo as sanções neste momento. No entanto, trouxeram para nível global um conflito que era regional. Temo que sendo unilaterais, as sanções prejudiquem ou possam ferir de morte o sistema unilateral. Acho que essas sanções ficariam mais bem colocadas se fossem discutidas no seio da Organização Mundial do Comércio, da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), ouvindo outras vozes, reforçando o sistema multilateral, para encontrar uma solução para o conflito e não apenas uma sanção que pode causar consequências danosas para todo o mundo”, diz.
"Não é papel do Brasil encontrar um culpado"
Carlos França afirmou que não é papel do Brasil "encontrar um culpado" no conflito entre Rússia e Ucrânia. Em entrevista ao Jornal Gente, da rádio Bandeirantes, o ministro disse que a posição do País é de "equilíbrio", que deve “ouvir os dois lados”. Também defendeu "respeito à integridade territorial" e "imediato cessar fogo" para uma "solução pacífica".
“Uma posição de equilíbrio, que busca apontar uma saída. Nós não queremos encontrar um culpado. Nós entendemos que o mandato no Conselho de Segurança é garantir a paz e segurança mundiais. Nesse sentido, nossa posição é de buscar o imediato cessar-fogo, a defesa dos princípios do Direito Internacional, a solução pacífica de controvérsias, o respeito da integridade territorial de todos os Estados e isso envolve, claro, a Ucrânia”, disse.
Para a guerra acabar, Carlos França sugere confiança na diplomacia.
“Estive recentemente na Polônia, falei com chanceler polonês, com o assessor especial do presidente da República para Assuntos Internacionais, estive em Portugal para reunião com o presidente Marcelo de Souza. Na véspera, tive reunião com o primeiro-ministro (da Hungria) Viktor Orbán. Tenho ouvido embaixadores de países importantes como Índia e China. E, sim, acredito na diplomacia. Uma diplomacia competente e bem feita é seguramente a saída para esse conflito”, pontua.



quarta-feira, 9 de março de 2022

Quando o dever moral nascido do sentido de Justiça deve prevalecer sobre o “pragmatismo” que sustenta o crime - Paulo Roberto de Almeida

Quando o dever moral nascido do sentido de Justiça deve prevalecer sobre o “pragmatismo” que sustenta o crime

  

Paulo Roberto de Almeida

Diplomata, professor

(www.pralmeida.org; diplomatizzando.blogspot.com)

  

A diplomacia brasileira atual “esqueceu” — ou fizeram-na esquecer — a grande lição de Rui Barbosa em 1916: não existe, não pode existir imparcialidade entre a Justiça e o crime. Não pode haver “equilíbrio” em face de atos não provocados de brutal agressão unilateral. A única atitude moral possível é a condenação, a denúncia do agressor, a solidariedade com e a ajuda ao agredido!

O governo Bolsonaro é objetivamente solidário com o agressor, fingindo uma “neutralidade” que favorece o crime e a impunidade do criminoso, justificando sua atitude vil como se fosse “imparcialidade” quando de fato é conivente com atos bárbaros, ao se opor ao mínimo possível, que são sanções econômicas contra o meliante. Também pratica uma atitude covarde, ao se opor ao fornecimento de armas defensivas ao agredido, o que significa dizer que este deve se deixar dominar pelo mais poderoso.

Existe uma aliança objetiva entre os “neutros” de esquerda e de direita, ao se mostrarem coniventes com o agressor.

A única coisa ainda não esclarecida é se a postura indigna da diplomacia decorreu da imposição dos decisores políticos ou se foi elaboração própria, uma tergiversação imoral ao escolher os conceitos mais ambíguos para esconder o abandono do Direito Internacional.

Minha denúncia foi feita em termos bastante claros: https://diplomatizzando.blogspot.com/2022/03/uma-renuncia-infame-o-abandono-do.html?m=1

 

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 4099: 9 março 2022, 2 p.

 

 

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

A diplomacia bolsonarista servil a Trump continua impérvia - Jamil Chade (UOL)

 A maior parte dos países que seguem os EUA na submissão em votações na ONU é extremamente dependente da ajuda americana, em vários casos em questões cruciais de segurança militar ou ajuda humanitária. 

Não é certamente o caso do Brasil, o que torna ainda mais inaceitável a sabujice de Bolsonaro e de Ernesto Araujo em relação a Trump e ao Departamento de Estado. Inaceitável e vergonhoso para a diplomacia profissional brasileira.

Paulo Robeto de Almeida


Brasil se transforma em um dos últimos aliados dos EUA de Trump na ONU

Jamil Chade
Colunista do UOL
20/11/2020 04h00

Derrotado nas urnas nos Estados Unidos (EUA), Donald Trump vê seu apoio internacional também desaparecer e poucos países ainda votam ao lado do governo do republicano em decisões internacionais. Mas um deles não da sinal de trair o presidente derrotado: o Brasil.

Em votações na ONU (Organização das Nações Unidas) nesta semana, o Itamaraty optou por manter seu alinhamento automático com os EUA, o que passou a ser a marca da diplomacia do chanceler Ernesto Araújo, admirador declarado de Trump. Hoje, o Brasil é um dos raros países do mundo que não reconhece a vitória do democrata Joe Biden nas eleições americanas.

Numa resolução colocada em votação sobre o compromisso de todos os governos a eliminar qualquer tipo de violência contra a mulher, a Casa Branca exigiu que um parágrafo inteiro fosse abolido do texto. O Brasil apoiou.

O trecho que deveria ser eliminado indicava que governos deveriam "garantir" o direito das mulheres à saúde sexual e reprodutiva, além de assegurar que sistemas de saúde dessem acesso a tais serviços. Entre eles: métodos contraceptivos modernos.

O texto ainda pedia que governos garantissem que, onde a lei permita, serviços para abortos seguros sejam prestados.

Os americanos ainda pediram que fosse retirado do texto um trecho que indicava que mulheres têm o direito de ter "controle e decidir livremente e de forma responsável em assuntos relacionados com sua sexualidade, incluindo saúde sexual e reprodutiva, livre de coerção, discriminação e violência".

17 fiéis aliados
113 países votaram contra a proposta americana e 33 optaram pela abstenção. Mas 17 fieis aliados de Trump decidiram manter sua postura e votaram ao lado do americano. Além do governo Bolsonaro, apoiaram a proposta americana países como Líbia, Belarus, Paquistão, Iraque e Egito.

O Brasil ainda não votou contra uma emenda apresentada pelos americanos para modificar outro trecho da resolução, também sobre educação sexual. Nesse caso, o Itamaraty optou por uma abstenção.

Derrotado em seus votos, o Itamaraty ainda assim acabou se juntando aos demais países que aprovaram a resolução.

O Brasil ainda foi um dos raros países que se absteve em uma proposta americana para eliminar de uma outra resolução qualquer referência ao trabalho da OMS (Organização Mundial da Saúde). O texto original se referia a um compromisso de governos para garantir tratamento de obstetrícia adequado para mulheres.

153 votaram contra o projeto americano e a Casa Branca contou com apenas 11 países que optaram por se abster. Um deles foi o Brasil.

Antes da derrota de Trump nas urnas, o Brasil foi um dos cerca de 30 países que assinou uma declaração conjunta com o governo americano para montar uma aliança antiaborto nos organismos internacionais. Uma das metas do grupo era a de frear qualquer tipo de resolução que pudesse abrir brechas para o aborto como método contraceptivo.

Na primeira votação após a derrota do americano, porém, nem todos os países que se aliaram ao consenso seguiram o compromisso de votar ao lado dos EUA.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

https://noticias.uol.com.br/colunas/jamil-chade/2020/11/20/bolsonaro-se-transforma-em-um-dos-ultimos-aliados-de-trump-na-onu.htm

segunda-feira, 14 de outubro de 2019

O GRANDE FRACASSO da diplomacia bolsonarista - Roberto Venegeroles, Paulo Roberto de Almeida

Transcrevo primeiro a postagem de Roberto Venegeroles, extremamente relevante, e comento mais abaixo.

O que Eduardo Bolsonaro realmente queria com Trump em agosto passado?
Até onde pude acompanhar, talvez nossos jornais tenham comido uma bola na semana passada. A Bloomberg deu um furo de reportagem no último dia 10 revelando que Trump não tem planos de incluir o Brasil na OCDE, ao contrário do que aspirava o governo Bolsonaro. Isso foi noticiado por todos os jornais.
Mas parece que faltou fazer a pergunta retroativa aí em cima no título, talvez porque ninguém tenha se dado conta da cronologia dos acontecimentos:
28/08 - Trump encaminha carta à OCDE recomendando ingresso somente de Argentina e Romênia na organização, Brasil sequer é citado na carta. Isso só seria revelado publicamente pela Bloomberg pouco mais de um mês depois.
29/08 - Eduardo Bolsonaro, o chanceler Araújo e o assessor Filipe G. Martins viajam para os EUA para uma reunião com Trump. O encontro não estava previsto nas agendas de Trump e de seu secretário Mike Pompeo.
30/08 - O trio reune-se com Trump por 30 minutos em um encontro não aberto à imprensa para registro de imagens. Trump não registrou o encontro em sua agenda oficial e não o comentou em seu Twitter, como seria de sua praxe.
Quando anunciou a viagem da comitiva aos EUA no mesmo dia de partida, Eduardo Bolsonaro disse que o objetivo era agradecer Trump por seu apoio na cúpula do G7, que teve Macron como crítico do presidente Bolsonaro devido às queimadas na Amazônia.
Na saída do encontro, Araújo não fez nenhum anúncio novo de ajuda ou parceria com os EUA na questão da Amazônia ou em qualquer outra questão, afirmando que a visita foi “simbólica”, para mostrar que os dois países “estão na mesma página”.
Penso que a cronologia sugere um encontro com Trump feito às pressas, com motivos não devidamente esclarecidos, que a Casa Branca evitou registrar oficialmente, e anunciado um dia após Trump encaminhar sua decisão à OCDE (que se tornaria pública somente há quatro dias). Ao contrário do que o governo alegou, parece uma evidência de que foi mesmo pego de calça curta com a decisão de Trump, tentando revertê-la num ato desesperado de convencimento cara a cara na Casa Branca em 30/09.
Ou são apenas coincidências?
(14/10/2019_
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Meu comentário (PRA):

Roberto Venegeroles efetua aqui um importante exercício de jornalismo investigativo — no lugar dos jornalistas — que talvez seja o mais crucial no contexto de todos os grandes fracassos e desastres da Bolsodiplomacia aloprada, que comentei nesta manhã neste mesmo espaço, e por isso merece nossos cumprimentos e admiração, justificando, se fosse possível, um “Prêmio Esso de Jornalismo do Facebbok”.
Pode ser especulação, mas ele está revelando a missão mais desesperada dos dois amadores em diplomacia, Bolsokid e Robespirralho, na tentativa afinal fracassada de evitar o vergonhoso naufrágio da diplomacia de submissão não correspondida que os promotores dessa diplomacia abjeta pretenderam obter de uma administração que, fiel ao slogan de seu presidente sem princípios, só consegue pensar nela mesma.
A confirmar-se a sequência — que NÃO deve estar devidamente registrada nos telegramas oficiais da embaixada em Washington —, trata-se do mais rotundo fracasso até aqui encaixado pela série de desastres sucessivos produzidos pela tribo de trapalhões que pretende conduzir a diplomacia brasileira.
Mais grave ainda, essa malta de incapazes tentou esconder a vergonha, chegando a mentir descaradamente para a imprensa e a sociedade brasileira. Só perdem para o presidente laranjão, mentiroso contumaz e sem vergonha, que chamou a carta oficial do mais deplorável Secretário de Estado de “fake News”.
O assunto precisa ser devidamente investigado não só pela imprensa, mas igualmente pelo Congresso brasileiro.
Parabéns ao Roberto Venegeroles.

sexta-feira, 9 de agosto de 2019

Filho de presidente embaixador em Washington reprovado por 2/3 dos brasileiros

Indicação de Eduardo Bolsonaro para embaixada em Washington é reprovada por 62%, mostra pesquisa

Segundo levantamento XP/Ipespe com a população, apenas 29% apoiam a ida do filho do presidente Jair Bolsonaro a um dos postos mais cobiçados da diplomacia brasileira

SÃO PAULO - A decisão do presidente Jair Bolsonaro (PSL) de indicar o filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), para a embaixada brasileira em Washington (EUA) encontra resistências não apenas no mundo político, mas também na opinião pública. É o que mostra a 11ª edição da pesquisa XP/Ipespe, realizada entre os dias 5 e 7 de agosto.
Segundo o levantamento, 62% dos entrevistados reprovam a iniciativa do pesselista, contra 29% que se posicionaram a favor. Outros 6% classificam o movimento como indiferente. O posto na capital norte-americana, vago desde abril, é o mais cobiçado pela diplomacia brasileira e normalmente ocupado por diplomatas mais experientes.
Gráfico: Como os brasileiros avaliam a escolha de Eduardo Bolsonaro?
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A pesquisa ouviu 1.000 eleitores, de todas as regiões do país, através de ligações telefônicas conduzidas por operadores. A margem máxima de erro é de 3,2 pontos percentuais para cima ou para baixo. Vale ressaltar que as somas dos percentuais, em alguns casos, supera 100%, em função do arredondamento de casas decimais feito pelos autores do levantamento.
Os resultados foram assunto do último episódio do podcast Frequência Política, feito em parceria pela equipe de análise política da XP Investimentos e o InfoMoney. Você pode ouvir a íntegra pelo Spotify, Spreaker, iTunes, Google Podcasts e Castbox, ou então fazer o download clicando aqui.
Os Estados Unidos formalizaram, na última quinta-feira (8), o aval para indicação de Eduardo Bolsonaro para ser embaixador do Brasil em Washington – o chamado agrément, no jargão da diplomacia. A posição já era esperada, uma vez que o próprio presidente norte-americano, Donald Trump, já dirigiu elogios ao parlamentar brasileiro.
Antes de assumir a posição, o deputado precisa ser sabatinado pelos membros da Comissão de Relações Exteriores do Senado Federal. Ao final, o colegiado decide se aceita a indicação, em votação secreta. Depois, o mesmo pedido, independentemente de aprovação ou rejeição da comissão, é analisado pelo plenário da casa legislativa, também em voto secreto com exigência de quórum de maioria simples.
O presidente Jair Bolsonaro indicou que pode formalizar o envio do nome do filho ao Senado no início da semana que vem. A indicação é alvo de polêmica, com acusações de nepotismo por críticos ao governo. Mas uma brecha na súmula do Supremo Tribunal Federal que trata da nomeação de parentes em cargos públicos permitiria tal movimento, já que não trata de nomeações de cargos de natureza política.