Quando o dever moral nascido do sentido de Justiça deve prevalecer sobre o “pragmatismo” que sustenta o crime
Paulo Roberto de Almeida
Diplomata, professor
(www.pralmeida.org; diplomatizzando.blogspot.com)
A diplomacia brasileira atual “esqueceu” — ou fizeram-na esquecer — a grande lição de Rui Barbosa em 1916: não existe, não pode existir imparcialidade entre a Justiça e o crime. Não pode haver “equilíbrio” em face de atos não provocados de brutal agressão unilateral. A única atitude moral possível é a condenação, a denúncia do agressor, a solidariedade com e a ajuda ao agredido!
O governo Bolsonaro é objetivamente solidário com o agressor, fingindo uma “neutralidade” que favorece o crime e a impunidade do criminoso, justificando sua atitude vil como se fosse “imparcialidade” quando de fato é conivente com atos bárbaros, ao se opor ao mínimo possível, que são sanções econômicas contra o meliante. Também pratica uma atitude covarde, ao se opor ao fornecimento de armas defensivas ao agredido, o que significa dizer que este deve se deixar dominar pelo mais poderoso.
Existe uma aliança objetiva entre os “neutros” de esquerda e de direita, ao se mostrarem coniventes com o agressor.
A única coisa ainda não esclarecida é se a postura indigna da diplomacia decorreu da imposição dos decisores políticos ou se foi elaboração própria, uma tergiversação imoral ao escolher os conceitos mais ambíguos para esconder o abandono do Direito Internacional.
Minha denúncia foi feita em termos bastante claros: https://diplomatizzando.blogspot.com/2022/03/uma-renuncia-infame-o-abandono-do.html?m=1
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 4099: 9 março 2022, 2 p.
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