Continuaremos as tartarugas sonsas que já somos nos próximos anos?
Paulo Roberto de Almeida
Diplomata, professor
(www.pralmeida.org; diplomatizzando.blogspot.com)
Se ouso fazer um prognóstico pessimista, começando por um relativamente otimista: Bozo estará fora do cenário em janeiro de 2023.
Já é alguma coisa: ninguém pode ser tão ruim quanto ele, ninguém é tão depravado mental, qualquer um, mesmo um papagaio falador, consegue não ser tão desastroso quanto esse parvo perverso.
Mas, e este é um grande e incerto mas, o Brasil continuará se arrastando penosamente em direção a uma modernidade indefinida. Somos uma tartaruga míope e incerta quantos aos caminhos a atalhar vagarosamente.
O estamento político corrupto, medíocre e autocentrado ata o Brasil a seus grilhões patrimonialistas, como um prisioneiro com uma imensa bola de ferro nos pés.
Não há liberdade ou abertura econômica, continuamos protecionistas, sem condições de fazer liberalização comercial ou nos inserirmos nas cadeias de valor mundiais por força de um sistema tributário irracional e anticompetitivo.
Não existe consenso entre elites econômicas e dirigentes políticos sobre um amplo programa de reformas estruturais destinadas a inserir o Brasil na economia global. Essas elites não se falam entre, eles apenas perseguem seus interesses setoriais, sem qualquer sentido de nação.
Não vislumbro, no final do terceiro mês deste ano eleitoral, qualquer sinal de que um, apenas um, mas podem ser dois ou três dos que estão atualmente em liça, está pronto para oferecer um diagnóstico realista de nossa deplorável situação e seja capaz de formular um programa prescritivo de medidas e reformas estruturais que nos tire dessa condição de tartaruga sonsa.
Sorry por ser realista ducha-fria.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 4116: 25 março 2022, 1 p.
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