Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
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quarta-feira, 24 de junho de 2020
VERGONHA da política externa subordinada - Paulo Roberto de Almeida
Pensei que os militares fossem mais patriotas.
É até inconstitucional — está no Artigo 4 da CF-1988 — subordinar de forma tão completa e de maneira tão absurdamente dependente os altos interesses nacionais e a política externa do Brasil não só a uma potência estrangeira, assim como a um dirigente específico (“I love you Trump”), como fazem o presidente e seus medíocres aspones diplomáticos.
Os militares não vão reagir?
Vão deixar que a subordinação se perpetue indefinidamente?
Continuaremos a ser assim tão servis?
Os militares não veem que estamos sendo ridicularizados no plano internacional?
Não perceberam ainda que estamos completamente isolados até mesmo no continente e nas relações com nossos vizinhos e parceiros do Mercosul?
Não perceberam que o chanceler foi abjetamente capacho ao ter desistido de apoiar um brasileiro na presidência do BID e que, para se opor a um candidato argentino, foi até ao extremo de expedir uma nota oficial apoiando o candidato de Trump sem sequer saber de quem se tratava? Nem se deu ao trabalho de consultar o Itamaraty, os demais setores do governo, de se coordenar na região.
Dobrou-se ao capricho de seus mestres em Washington. Nada menos que isso!
Automaticamente! Sabujamente!
Trata-se de uma RUPTURA tão extrema em relação ao que está estabelecido DESDE 1960, que CINCO ex-presidentes latino-americanos tiveram de fazer uma declaração contrária a essa decisão de Trump.
Os militares vão deixar que continue essa enorme VERGONHA que é ver o Brasil ser RIDICULARIZADO na própria região?
Não se deram ainda conta de que esse governo subordina interesses concretos da nacionalidade a posturas ideológicas absolutamente ridículas pelo seu anacronismo político?
Não, não estou pedindo que as FFAA deem um golpe. Estou sugerindo que elas, e eles, os MILITARES, deixem de apoiar um presidente tão inepto e tão antinacional quanto o atual e um chanceler abjetamente subordinado a outros ineptos conselheiros.
No ponto em que estamos, tenho MUITA VERGONHA de nossa diplomacia e de suas posturas ridículas no plano externo.
Os militares deveriam pensar um pouco...
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 24/06/2020
quarta-feira, 17 de junho de 2020
Interesse Nacional e Interferência Externa - Rubens Barbosa (OESP)
Rubens Barbosa
O Estado de S. Paulo, 17/006/2020
O governo brasileiro deverá em breve anunciar uma das decisões estratégicas mais importantes do atual mandato. Estava prevista para ocorrer em 2020 a licitação do uso da tecnologia de quinta geração para telefonia móvel que terá forte impacto sobre as pessoas e sobre as empresas. Não é uma decisão fácil. Qual o problema ? Aceitar ou não a utilização da tecnologia chines, mais avançada, mais barata, mas vetada pelos EUA no contexto da disputa com a China. Segundo se informa, o governo, seguindo informe politico do Itamaraty, teria cedido a pressão do governo Trump e decidido impedir, por razões geopolíticas, a participação de empresa chinesa da licitação para a instalação dessa tecnologia no Brasil .
Caso se confirme, essa decisão se choca com interesses nacionais concretos. Em primeiro lugar, vai obrigar as empresas de telecomunicações a trocar os equipamentos da empresa chinesa que a muitos anos são utilizados no serviço 3G e 4G pelo de outros fornecedores com um custo adicional e um atraso na entrada em funcionamento da nova tecnologia. Em segundo lugar, vai prejudicar a modernização da indústria nacional na saída da pandemia A modernização da industria poderia ser acelerada com a utilização da 5G pela velocidade do uso de dados, da internet das coisas e da robotização. O interesse das empresas é o de iniciar o mais rapidamente possível a utilização do 5G. Em terceiro lugar, o Brasil vai tomar partido em uma disputa entre os EUA e a China, que apenas se inicia e que deverá se estender por décadas pela hegemonia global no século XXI. Haverá certamente muitas outras disputas em que países, como o Brasil, deverão decidir sobre de que lado vão ficar. Não atende ao interesse nacional o Brasil tomar partido agora de um lado ou de outro. Em quarto lugar, vai acrescentar mais um elemento negativo no relacionamento com a China, o que poderá acarretar consequências no campo comercial, com eventual reflexo nas exportações do setor agrícola.
Nesse, como em todos os outros casos, a decisão deveria ser tomada segundo nossos próprios interesses e conveniências, acima de considerações ideológicas ou geopolíticas. Alguns países europeus (Alemanha, França, Itália) e a India decidiram não excluir nenhuma empresa e buscar as melhores condições de mercado. Setores sensíveis de governo, em especial de defesa, podem ser segregados, se for o caso. No Brasil, o presidente Bolsonaro, o VP Mourão e o Ministro da Ciência e Tecnologia, Marcio Pontes, tinham se manifestado a favor da livre concorrência, sem exclusão de nenhuma empresa na licitação que a Anatel deverá realizar. O novo ministro das Comunicações deverá seguir a posição do Itamaraty.
Com essa decisão, o Brasil estará perdendo tempo precioso. A licitação deverá ser adiada para 2021 com prejuízo para a indústria que só vai poder utilizar essa tecnológica em 2022 ou 2023.
segunda-feira, 15 de junho de 2020
Vidas Paralelas: as diplomacias de Lula e Bolsonaro comparadas - Paulo Roberto de Almeida
segunda-feira, 1 de junho de 2020
Um novo livro sobre a diplomacia brasileira - Paulo Roberto de Almeida
Eu não o considero um "scholarly work", como se diz na academia americana, ou seja, ensaios dotados de consistência analítica, de aparato bibliográfico, consistindo num acréscimo ao estado da arte no terreno da política externa e da diplomacia brasileira.
Não, não pretendo que ele seja isso: trata-se de um livro de combate, contra o estado lamentável no qual se encontra atualmente tanto uma quanto outra.
Um amigo, do exterior, que sabe de meus escritos, me escreveu o que segue a propósito de meu trabalho. Ele primeiro comentou a minha listagem de trabalhos – apenas para fins de seleção para algum livro futuro, lista que já coloquei aqui https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/05/listagem-de-trabalhos-sobre-relacoes.html
– e depois se refere ao novo livro:
Transcrevo o índice deste livro,
Dentro em breve o livro estará disponível..
Paulo Roberto de Almeida
Diplomacia alienada de Ernesto Araújo fecha-se em gueto ideológico - Matheus Leitão (Veja)
Paulo Roberto de Almeida
Diplomacia alienada de Ernesto Araújo fecha-se em gueto ideológico
Matheus LeitãoRevista Veja, 22/05/2020
https://veja.abril.com.br/blog/matheus-leitao/diplomacia-alienada-de-ernesto-araujo-fecha-se-em-gueto-ideologico/
domingo, 31 de maio de 2020
A política externa e a diplomacia brasileira em tempos de pandemia global - Paulo Roberto de Almeida
Paulo Roberto de Almeida
Disponível na plataforma Academia.edu (link:
https://www.academia.edu/43208735/A_politica_externa_e_a_diplomacia_brasileira_em_tempos_de_pandemia_global_2020_).