O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

Mostrando postagens com marcador iPad. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador iPad. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Os iPads na ilha da fantasia - Kleuber Cristofen Kleber Cristofen PiresPires

Meu amigo economista Kleuber Cristofen Pires faz uma análise irretocável das bobagens do governo no que esse ajuntamento de esquizofrênicos econômicos acredita ser "política industrial", um travestimento ridículo para dar dinheiro a capitalistas de guichê, que vão ganhar dinheiro em cima de todos os brasileiros apenas porque alguém no governo quis porque quis ter iPads fabricados no Brasil (sem perguntar o custo e as distorções dessa medida totalmente artificial).
A pretensão, repito, é ridícula, e custosa, e vai revelar mais uma vez como o Brasil é não apenas mercantilista, mas totalmente em descompasso com as tendências mundias de integração produtiva.
Nossos dirigentes são caipiras, e mais do que isso, são totalmente defasados no plano econômico e diplomático. O Brasil se isola num mundo cada vez mais globalizado, com políticas mesquinhas no plano econômico.
Paulo Roberto de Almeida
Os Ipad's na Ilha da Fantasia
Kleber Cristofen Pires
Posted: 26 Jan 2012 11:53 AM PST

Com a nacionalização de Ipad's,governo usa o casuísmo para fins eleitorais.


No dia 25/01/2012, foi publicada noDiário Oficial da União a Portaria Interministerial nº 034, de 23 de janeiro de 2012, que concede diversos benefícios fiscais à empresa taiwanesa FOXCONN Indústriade Eletrônicos Ltda, especialmente isenção de IPI, PIS e Cofins, para a produção de Ipad's em território nacional, mediante os compromissos de investimento em pesquisa e desenvolvimento e utilização de componentes de fabricação nacional segundo os percentuais estipulados pela parafernália de artigos contidos no Decretonº 5. 906/2006 e leis que o sustentam.
Desta forma, pretendem os nossos burocratas que os consumidores brasileiros sejam contemplados com os disputados produtos da Apple, tão inacessíveis atualmente, comunidades produzidas nacionalmente e a preços razoáveis.
Vejam, prezados leitores, a que ponto chegou o particularismo legislativo: Desta nossa Constituição esquizofrênica, da qual que se pode extrair o que se quiser conforme as interpretações convenientes ao momento, dá-se um pisão naquele artigo 5º, que diz sermos todos iguais perante a lei, e criam-se leis que fingindo de abstratas, foram e vão sendo sancionadas com vistas a atender interesses bastante específicos;adiante, baixa-se um decreto que as regulamente e que torça ainda um pouco mais a palmeira para se alcançar o coco que finalmente, será colhido por meio de uma portaria.
Tudo muito constitucional, tudo muito legal....mas nada justo!
Agora, por que eu, como dono de uma padaria ou de uma fábrica de fios têxteis, não tenho direito igualmente a tais isenções fiscais? Então eu também não preciso investir no desenvolvimento dos meus produtos?
O sistema constitucional e legal erguido sobre a doutrina positivista sempre há de desembocar nos particularismos justificados pelos argumentos mais criativos, para privilegiar os setores que o estado considera como estratégicos ou convenientes, por qualquer motivo, por mais esdrúxulo que seja,desde que ele seja a razão de ser de si próprio.
Na correr deste rio, são tragados como as terras caídas os nefastos potencialismos de seleção por parte de quem ocupa as cadeiras decisórias do estado, a decidir quem pode e quem não pode ser contemplado por suas benesses, conforme as retribuições que este possa prover para o agigantamento do poder dos agentes do estado.
Malgrado toda boa vontade e lídima honestidade possível neste mundo, nem por isto afasta-se o perigo do dirigismo estatal sobre a economia, fadando-se ao fracasso inexorável os seus projetos, pelo simples motivo de que em um sistema capitalista livre prevalece uma fantástica interdependência que não pode ser reproduzida em cativeiro.
Sobre isto, há um famoso artigo, chamado de “Eu, o lápis”, de Leonard E. Reed, que explica magistralmente a intrincada e impossível de rastrear teia de relações humanas capazes de fazer com que uma criança tenha em mãos o tão singelo instrumento de escrever, do qual reproduzo adiante um trecho para degustação:

Não há nenhuma pessoa na face da terra que saiba me fazer. Soa fantástico, não?
Minha árvore genealógica começa com uma árvore, um cedro de fibras retas que cresce no norte da Califórnia e em Oregon. Agora contemple todas as serras, tratores, cordas e incontáveis outros equipamentos utilizados na coleta e transporte dos troncos de madeira até a estrada de ferro. Pense agora em todas as pessoas e incontáveis habilidades que foram necessárias para a fabricação desses equipamentos: a mineração do ferro, a fabricação do aço e a transformação deste em serras, machados e motores; o cultivo do sisal e todo o seu processo de transformação em cordas fortes e resistentes; pense ainda nas áreas de corte dos troncos de cedro onde os lenhadores dormem em camas e têm as suas refeições servidas em grandes mesas em salas ainda maiores, o cozimento e cultivo de toda a comida necessária para alimentar a todos. Afirmo, milhares de anônimos são responsáveis por cada copo de café que os lenhadores bebem.


Temo pela Apple, tão reconhecida pela qualidade dos seus produtos, eis que será obrigada a substituir os fornecedores mais confiáveis que contribuíram para a sua excelente reputação por outros desconhecidos que se só se mantêm no mercado por conta de privilégios fiscais parecidos com os que irá desfrutar.
O Brasil não depende necessariamente de produzir tablets e Ipads em solo nacional; considerando as naturais vocações e o ambiente criado pelo regime tributário e burocrático de alfaiataria vigente - isto é, confeccionado sob medida para cada cidadão – dificilmente nosso país alcançaria as vantagens comparativas que outros países possuem.
A decisão pela produção nacionalizada destes aparelhos, portanto, reflete algo muito distinto de uma visão estratégica por parte do governo: a satisfação dos seus interesses políticos, no tanto que poderá lucrar nas urnas com a propaganda de que somos um país que detém uma tecnologia de ponta, o que nem de longe há de passar pela verdade, eis o notório processo de desindustrialização que estamos testemunhando.
Em uma sociedade livre, capitalista e próspera, a inovação tecnológica emerge da conjunção de um sem-número de colaboradores diretos e indiretos, uns inventando novos processos, outros novos materiais, outros novas ferramentas, e assim por diante. Mais do que isto, segundo o pensamento do filósofo francês Alain Peyrefitte, o gênio criativo de uma nação desperta como a reação em cadeia que é fruto de uma complexa combinação de elementos.
Infelizmente, pagarão por isto todas as empresas brasileiras que possuem algum potencial de inovação tecnológica mais urgente e necessária em qualquer outro setor e que serão sobrecarregadas por terem de pagar impostos por elas e pelos apaniguados. Obviamente, no fim da linha, pagarão a mais todos os brasileiros, mesmo aqueles que jamais sonharão em adquirir um Ipad em suas vidas.
Botar uma fábrica da Apple para produzir tablets em solo caboclo segundo condições um tanto artificiais estipuladas pelo governo soa como o papagaio que é ensinado a produzir sons que se aparentam a palavras.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

A frase da semana: Steve Jobs "brasileiro" (eu disse brasileiro???!!!)


Se Steve Jobs fosse brasileiro, certamente, ele teria desistido no início e teria virado funcionário público.

Tertuliano, em comentário a um post de Mansueto Almeida, sobre a produção de iPads no Brasil, que faz preceder essa frase altamente genial pelos seguintes argumentos: 

Mesmo que enviemos nossos alunos para fazer pós-graduação no exterior, incentivemos o desenvolvimento de novos produtos e processos de produção, esses coitados vão sofrer e se dar mal se resolverem abrir uma empresa para comercializar seus produtos. Vão es barrar em legislações tributária e trabalhista anacrônicas que impõem custos de transação altíssimos, mentalidade tacanha da maior parte das autoridades e agentes públicos que vêem o empresário como pária, exploradores da sociedade, e pior, MUITA, mas MUITA corrupção!!!! 

Eu mesmo participei desse debate, com os seguintes comentários

Mansueto
Não existe nenhuma lógica que você possa detectar na ação do governo, ou mais exatamente da presidente.
Ela apenas ganhou, comprou ou obteve de alguma forma um iPad, se encantou pela coisa, e decidiu, impressionisticamente, que o Brasil PRECISAVA ter aquilo, Quer por que quer, como seu antigo chefe e mentor.
Ou seja, trata-se de uma espécie de vergonha do atraso, e de obsessão com o lado falso da modernidade industrial.
NUNCA houve, nem JAMAIS haverá qualquer cálculo racional do governo, em qualquer área sobre a formação de custos e a repartição dos retornos em torno da fabricação de iPads no Brasil. Simplesmente a presidente decidiu que TÍNHAMOS de ter essa oitava maravilha da Apple e assim tudo o que o governo estava fazendo como cálculos era como distribuir os benefícios e prebendas com dinheiro oficial, sempre com sua obsessão de agregação local de valor, que é a mesma motivação que esteve na origem da recente medida do IPI automotivo e de outras medidas de política industrial desse governo e do anterior. Primitivismo econômico no mais alto grau…
Você certamente se lembra das aventuras em torno de “um computador por criança”, que deveria custa 100 dólares e que obviamente só pode sair pelo triplo disso, depois de muitos abatimentos e favorecimentos ultra-setoriais aos privilegiados de sempre, de uma administração que só trabalha nesse estilo.
Em outras palavras, não se trata de análise econômica que se revela necessária, e sim de análise psicológica, e eu até diria psicanalitica, ou talvez mesmo psiquiátrica.
O primitivismo econômico que está por trás desse tipo de voluntarismo econômico é totalmente compatível com o perfil psicológico de quem esquentou algumas cadeiras numa Faculdade de Economia de terceira linha mas que nunca aprendeu realmente nada de economia. Na verdade, revela a esquizofrenia econômica do partido no poder, que vai continuar assim indefinidamente.
Em outros termos, concordo inteiramente com o Dionatan: não existe nada, absolutamente nada de racional nessa obsessão de uma pessoa que contamina todo um governo.
Admitindo-se que seus subordinados possuam ainda menor racionalidade econômica do que a chefe, inclusive um ministro que fraudou seu título de PhD — numa das mais vergonhosas ações de qualquer universidade, em qualquer tempo e lugar — não se pode pretender nenhum debate, já não digo racional, apenas de bom-senso, em pessoas que nunca tiveram nenhum,
Espero não ter sido muito cáustico…
Paulo Roberto de Almeida

sábado, 22 de outubro de 2011

Capitalistas promiscuos: uma parte do custo da corrupcao...

Vejam a materia abaixo, aparentemente anódina e supostamente favorável a um capitalista empreendedor -- parece redundância, mas no Brasil não é -- como é esse famoso bilionário que só faz crescer sua fortuna, em empreendimentos diversos.
Este post deve ser lido em conjunção com o anterior, sobre o custo da corrupção no Brasil.
Acredito, sincera e fundamentadamente, se ouso dizer, que esse tipo de "notícia" também faz parte do custo da corrupção no Brasil. Primeiro, pelo lado da "ajuda" pública, geralmente fruto de lobbies ativos e da corrupção natural dos políticos. Segundo, pelo dinheiro que depois vem irrigar o caixa dos partidos e o bolso dos mesmos políticos.
Tudo isso representa um custo direto e indireto para a economia e os brasileiros (que são os que pagam por produtos mais caros e não tem os serviços públicos correspondentes aos seus impostos). Diretamente porque os bens poderiam ser mais baratos e de melhor qualidade, se as coisas funcionassem em bases de mercados livres, o que não é o caso no Brasil. Indiretamente por que os brasileiros sustentam um dos Estados mais caros do mundo, um que extrai dois quintos da renda de cada um e devolve talvez miseráveis percentuais sob a forma de serviços públicos, o resto sendo canalizado para o próprio sistema estatal (políticos, membros do judiciário, burocratas, professores, em graus diversos de "coleta") e para "empreendedores" como o que é retratado abaixo.
A corrupção terá vida longa no Brasil. Infelizmente.
Paulo Roberto de Almeida


Eike quer se associar a fabricante de iPads
Chico de Gois
O Globo, 22/10/2011
O presidente do grupo EBX, Eike Batista, reuniu-se ontem com a presidente Dilma Rousseff e com os ministros do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, e de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, para dizer que tem interesse em participar do empreendimento da taiwanesa Foxconn, que pretende produzir tablets da Apple no Brasil. Porém, segundo Eike, faltam concluir estudos para saber se é viável ou não associar-se à empresa, um investimento que poderia chegar a US$4 bilhões.
Em abril, durante visita da presidente Dilma Rousseff à China, a Foxconn, maior fabricante de eletroeletrônicos do mundo, anunciou que pretende investir US$12 bilhões no Brasil nos próximos anos, em várias unidades de produção, criando dez mil empregos.
Mercadante disse que o governo, neste momento, está formando a parceria de capital brasileiro para que haja transferência de tecnologia. Para viabilizar a nova fábrica — cujo local de instalação ainda não está definido — é necessário ter também sócios tecnológicos. Mercadante afirmou que a Positivo e a SempToshiba estão interessadas na empreitada. A EBX seria o sócio estratégico.
— O Terry Gou (presidente da Foxconn) é um grande empresário, como eu também, e existiu uma empatia que é sempre muito importante. Estamos estudando. Acho que participar e trazer essa tecnologia para o Brasil é algo que o grupo faz sempre e queremos participar deste empreendimento também — disse Eike, informando que já esteve reunido com Gou.
Embora ainda não tenha claro quanto precisaria investir para se associar à Foxconn, Eike afirmou que as três fases do projeto poderiam custar US$4 bilhões.
— Mas estamos elaborando ainda. Esses números não temos em detalhe — observou.
Se decidir participar, a EBX seria a sócia nacional do empreendimento.
— Acho que esse negócio de tecnologia é bom que se faça transferência, como é o objetivo deste projeto, e que com capital brasileiro, no fundo, passa a ser patrimônio brasileiro. Eike disse que o negócio interessa porque o Brasil tem potencial enquanto mercado, justamente num momento em que as economias da Europa e dos Estados Unidos patinam.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

iPad owners (like myself): beware of the competition


Amazon’s Tablet Leads to Its Store The New York Times, September 28, 2011
 
Emmanuel Dunand/Agence France-Presse — Getty Images
The Kindle Fire has access to Amazon’s library of 18 million e-books, songs and movies and television shows, and can run Android applications that have been approved by Amazon. 


With a glossy 7-inch color touch screen and a dual-core processor, the Kindle Fire, a new mobile device introduced by Amazon on Wednesday, sure looks like a tablet, and one not so different from the Apple iPad.
But Jeffrey P. Bezos, Amazon’s founder and chief executive, has another word for it.
“I think of it as a service,” he said in an interview on Wednesday. “Part of the Kindle Fire is of course the hardware, but really, it’s the software, the content, it’s the seamless integration of those things.”
Amazon is counting on its vast online warehouse of more than 18 million e-books, songs, movies and television shows, as well as access to a selection of Android applications, to help it beat competitors like the iPad and the Nook from Barnes & Noble. Previous Kindles were only e-book readers with black-and-white screens.
The access to content is important as Amazon transforms its business into a digital retailer and responds to consumer demands for mobile devices, lest it wind up in a retail graveyard like Borders, a former peer.
“It will appeal to a different set of customers who are magazine readers and cinema fans,” Mr. Bezos said.
The other advantage Mr. Bezos is counting on is price: the Fire will sell for $199 while the cheapest iPad sells for $499. Amazon began taking orders for the Fire on its Web site on Wednesday; it will start shipping them Nov. 15.
Mr. Bezos took the stage on Wednesday at a news conference held in Manhattan to show off the Kindle Fire. The tablet, which weighs less than a pound and can fit comfortably in the palm of a hand, builds on the company’s popular line of e-readers.
Amazon is hoping it appeals to a broader audience that also wants to browse the Web and stream music, movies and video from a mobile device. The Kindle Fire also has access to a virtual newsstand that includes content from magazines like Wired, Vanity Fair and Cosmopolitan.
Amazon custom-built the Fire’s mobile Web browser, called Amazon Silk, so that it loads media-rich Web pages faster by shifting some of the work onto Amazon’s cloud computing engine, called EC2. “It’s truly a technical achievement,” Mr. Bezos said.
The Kindle Fire’s 8-gigabytes of memory is capable of storing 80 apps and either 10 movies, 800 songs or 6,000 books. The tablet also includes a free cloud-based storage system, meaning that no syncing with cables is necessary.
The Kindle Fire is missing some things the iPad 2 has — most notably, a camera and a microphone for video calls. The Fire can send and receive data only over Wi-Fi, not cellular networks.
The device’s $199 price tag is less than half that of many tablet computers on the market, including the HTC Flyer, which also features a 7-inch screen but sells for $499 at Best Buy. The Kindle Fire will also compete with the Color Nook e-reader, developed by Barnes & Noble, which has enjoyed healthy sales at $249.
Amazon can afford to charge less because it hopes to make up the difference by selling books, movies and popular television shows. Customers may also be more inclined to pay $79 a year for Amazon Prime, which gives them access to Amazon’s movie streaming service and free shipping, which in turn, encourages more shopping at Amazon.com.
Because Amazon sells its family of Kindle devices through its own Web site, it does not need to share revenue with another retailer. And in most states, customers do not have to pay sales tax on those devices.
“If you price your products in such a way that no one can compete with you, that has to be a good thing in the end,” said Scott Devitt, an analyst at Morgan Stanley.
On Wednesday, Mr. Bezos also introduced two new touch-screen Kindles, and a slimmer monochrome-screen Kindle, that range in price from $79 to $149.
Apple has secured a strong lead in tablets, selling more than 29 million iPads in the product’s first 15 months on the market. Mr. Bezos says that he expects shoppers will put both Kindles and iPads in their carts.
By entering the magazine-selling business, Amazon has also planted a flag in a digital marketplace that has so far been dominated by Apple.
With another player — particularly one that is as large and influential with consumers as Amazon — magazine companies could suddenly find that they have a useful bargaining chip when it comes to negotiating with Apple.
The price of magazine subscriptions on the Fire are higher than what readers would pay in print. Condé Nast, publisher of magazines like GQ, Vanity Fair and Glamour, is selling most of its publications for $20 a year, nearly twice what it charges in print.
Several magazines will be priced even higher, like The New Yorker, which will be $60 a year on the Fire. “It helps us establish that higher price point at our new benchmark,” said Bob Sauerberg, president of Condé Nast.
Mr. Bezos is confident in the company’s strategy. “Some of the tablets that have come on the market, the reason they haven’t been successful is because they weren’t services,” he said. “They were just tablets.”
Analysts say that the new family of devices will corral users into a tightly walled garden around Amazon’s content and devices and may secure a new dominance for Amazon as an online retailer and technology company. Music is streamed using Amazon’s Cloud Player, while movies and television shows are viewed through Amazon Instant Player. E-books rely on the Kindle app.
Owners will have access only to Android apps approved by Amazon and distributed through its Amazon Android Store. Even the Fire’s software, based on a Google Android framework, is disguised under a custom layer built by Amazon.
“From a customer point of view, its unrecognizable as Android,” said Mr. Bezos, who said the company chose not to work closely with Google to develop the Fire, unlike most hardware markers that build products on Android.
“The Kindle feels more locked down than the iPad,” said Ross Rubin, an analyst at the NPD Group, the market research firm.
More than most companies, Amazon thinks in terms of years and decades rather than quarters.
The original Kindle was meant to remove the retailer’s reliance on the physical book at a moment when a successful e-reader appeared inevitable. Amazon decided it was better to cannibalize its own future than let a competitor do it.
With the Fire, every dollar Amazon loses on the device could be more than made up for by the data gained. The Silk browser, by virtue of being situated in the cloud, will record every Web page that users visit. That has implications for privacy and commerce.
“Amazon now has what every storefront lusts for: the knowledge of what other stores your customers are shopping in and what prices they’re being offered there,” Chris Espinosa, an Apple engineer, wrote on his personal blog.
Jeremy W. Peters contributed reporting.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

iPad zero?: o que tinha de acontecer, aconteceu...

Bem, eu tinha quase certeza de que isso iria acontecer, mas não quis parecer "ave de mau agouro" ao expressar dúvidas, ceticismo, até certo derrotismo quando li, estupefato, que uma fábrica de Taiwan iria investir 12 bilhões de dólares para produzir iPads2 no Brasil até setembro. Pensei comigo: deve ser uma piada, ou então: alguém ouviu mal essa história e interpretou um desejo como sendo manifestação da vontade...
Enfim, esse é o resultado da "economia política nazista" -- desculpem a expressão um pouco forte, mas eu acho que já expliquei o que entendo por isso -- e da chantagem de capitalistas inescrupulosos que se combinam para resultar em fracassos fragorosos desse tipo.
Quando não se assegura um ambiente de negócios são, no plano geral, e se pretende fazer espertezas em benefício de alguns, esse é o resultado esperado.
Esperemos que sirva de lição, mas temo que não. Vão continuar tentando more of the same...
Enfim, lamento pelos brasileiros, que em lugar de iPad1 ou 2, vão continuar tendo iPad zero...
Paulo Roberto de Almeida

Negociações para abertura de fábrica de iPad no Brasil estão com impasses
Rosana Hessel e Gustavo Henrique Braga
Correio Braziliense, 23/08/2011

Os brasileiros que adiaram a compra do iPad, na esperança de obter aparelhos mais baratos e fabricados no Brasil até o fim do ano, devem ficar a ver navios. Os planos da Foxconn de produzir aqui os objetos de desejo da marca norte-americana Apple, com custo até 30% menor do que os cobrados atualmente, podem naufragar. As negociações entre o governo e a fabricante taiwanesa entraram em um impasse, diante de exigências feitas pela empresa, deixando claro o despreparo da equipe da presidente Dilma Rousseff para alinhavar o acordo.

Houve um atropelo nas tratativas para que o megainvestimento de US$ 12 bilhões (R$ 19,2 bilhões) fosse anunciado, em tempo recorde, durante a viagem da presidente à China, em abril. Detalhes foram deixados de lado, como o fato de a empresa ser de Taiwan, ilha que vem tentando desde 1949 ver reconhecida sua independência da China continental. Para especialistas, chega a ser estranho um investimento tão vultoso vir de um país cujos diplomatas, turistas e investidores precisam ir até a embaixada brasileira em Pequim para conseguir permissão para viajar ao Brasil.

A falta de arremates no acordo deixou várias rebarbas que agora comprometem o sucesso da empreitada, encabeçada pelo ministro da Ciência e Tecnologia (MCT), Aloizio Mercadante. Na época, o ex-senador disse que a produção nacional de iPads e iPhones começaria em novembro. A companhia taiwanesa chegou a sinalizar que daria o pontapé inicial na fábrica em setembro para colocar os produtos na prateleira até o Natal, mas os planos já foram adiados. Se produzido aqui, com benefícios fiscais concedidos pelo Processo Produtivo Básico (PPB), o modelo mais barato do iPad custaria R$ 990 ao invés dos atuais R$ 1,6 mil.

Apesar do impasse nas discussões, que também têm a participação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), ninguém quer jogar a toalha. Em nota, o MCT afirmou que as conversas “continuam avançando significativamente” e que só dará informações quando todas as etapas forem concluídas. Uma fonte ligada à equipe de negociação demonstrou preocupação porque a Foxconn quer ser praticamente paga pela fábrica, deixando o governo na encruzilhada entre ceder ou passar pelo vexame de anunciar a desistência de um investimentos no país.

A companhia estaria exigindo que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) entre como sócio e não somente financie o empreendimento. O BNDES evitou comentar o assunto e limitou-se a afirmar que “as negociações não terminaram”.

Para o especialista em Tecnologia da Informação Ivair Rodrigues, o fracasso do projeto da Foxconn era previsível. “O volume do investimento não condiz com o tamanho do mercado atual de tablets no mundo. Ele ainda é muito pequeno, especialmente aqui, e os custos brasileiros ainda são proibitivos para uma fabricação local. Com o dólar a R$ 1,60, é mais barato importar”, comentou o diretor da consultoria ITData.

A Foxconn, que sofre protestos de estudantes em Hong Kong contra más condições de trabalho, também não comenta. A empresa possui uma fábrica em Campinas, interior de São Paulo, onde monta computadores e notebooks para a Dell e a HP. “A companhia já sofreu denúncias de que há trabalhadores chineses morando dentro da fábrica”, lembrou um especialista.

A nova unidade seria construída em Jundiaí, próxima a Campinas, e outro motivo do atraso seria a dificuldade da empresa de conseguir contratar engenheiros no país. “O pano de fundo da falta de mão de obra é desculpa. A empresa está querendo barganhar mais incentivos para que o governo evite o constrangimento de anunciar que perdeu a fábrica de iPads”, comentou uma fonte do setor.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Para os iPad-maniacos: nao esperem preço baixo...

Não contem pagar menos do que a tradicional exploração brasileira: no máximo vai ser reduzido do dobro para dois terços do preço original nos EUA...

Apple prepara lote de iPads brasileiros
Camila Fusco, de São Paulo
Folha de S. Paulo, sábado 09/04/2011

Contêiner inicial de componentes já está a caminho do país; produção permanente dependerá de isenção fiscal
Fabricação será "teste" de mercado enquanto se discute incentivo e deve acontecer em unidade da Foxconn em SP

Em meio às negociações com o governo brasileiro por incentivos à fabricação de tablets, a Apple já enviou ao país os primeiros lotes de componentes para montagem local do iPad.
Segundo a Folha apurou, um carregamento com componentes já está a caminho do Brasil em contêineres embarcados a partir da Ásia, que hoje concentra a fabricação dos produtos Apple.
A previsão de chegada é de até dois meses, tempo suficiente para que as várias instâncias de governo formalizem as políticas de incentivo.
Além de redução de 9,25% de PIS e Cofins, que a Apple poderia aproveitar com a classificação dos tablets como computadores - como já sinalizado pelo ministro das Comunicações, Paulo Bernardo-, há a possibilidade de a produção também ser beneficiada por incentivos fiscais dos Estados.
Hoje, o ICMS aplicado sobre a cadeia de distribuição chega a 33%.
O candidato natural à produção da Apple é São Paulo, na região de Jundiaí e Indaiatuba, onde estão unidades da Foxconn, fabricante do iPad, do iPhone e do iPod.
No Estado, o governo já ratificou benefícios fiscais para fabricantes de eletrônicos como isenção de IPI, redução de ICMS de 18% para 7% e incentivos sobre máquinas para a produção local.
Se a Apple decidir fazer do país um polo de exportação de seus produtos para a América Latina, poderá complementar os incentivos estaduais com as medidas federais já previstas para PCs.
"Esses incentivos combinados para a importação de máquinas e equipamentos poderiam permitir corte de preços de até 40% no preço do tablet", afirma Julio Semeghini, secretário de Gestão Pública de São Paulo.
O percentual estaria em linha com as expectativas da Apple. Hoje, se houver só a redução de PIS e Cofins, os iPads teria redução de apenas 5% no varejo.
Segundo Semeghini, o governo estadual está empenhado em incentivar as empresas a fazer do Estado tanto um polo para exportação quanto um centro para abastecer o mercado interno.
Questionado diretamente sobre o acordo com a Apple, o secretário preferiu não comentar o assunto.

MONTAGEM LOCAL
Esse primeiro lote de componentes tem a intenção de "testar" o mercado e vai gerar os primeiros iPads brasileiros enquanto acontece a negociação dos tributos.
Eles devem ser produzidos nas fábricas já operacionais da Foxconn, que fabricam para Sony e HP, já que o volume inicial para iPad não deve ser expressivo.
Estudo da Apple no país mostra que há demanda por ao menos 5.000 iPads mensais. Se combinadas com incentivos, até questões sensíveis, como mão de obra -4,5 vezes mais cara que na China-, são resolvidas.

NEGOCIAÇÕES
O futuro da produção dos produtos da Apple no Brasil pode depender do encontro de Dilma Rousseff com o líder global da Foxconn, Terry Gou, na China.
Segundo a Folha apurou, está na pauta oficial reunião com Gou, que está interessado em trazer ao Brasil a produção de outros eletrônicos, incluindo o iPhone e o Mac.
Para fabricar os produtos, a Foxconn procura terreno em Jundiaí para montar nova unidade, na qual também poderia ser feito o iPad.
Procurada, a Apple não comenta a informação.

Incentivo para tablet no país ainda é dúvida
Embora a Apple já tenha dado os primeiros passos para trazer os componentes para fabricar o iPad no Brasil, os incentivos para a fabricação ainda são uma incógnita.
Segundo a Folha apurou, fabricantes como Positivo, Itautec, Samsung e da Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica) estiveram na semana passada com o secretário da Receita Federal, Carlos Alberto Barreto, para discutir estímulos à produção nacional, mas nada foi definido.
O principal objeto de discussão é o PPB (Processo Produtivo Básico) que vai determinar quais partes podem ser importadas e os incentivos fiscais.
Os fabricantes pedem classificação de notebooks, com isenção de 9,25% de PIS e Cofins.
No entanto, para a Receita, notebooks são apenas os aparelhos que possuem teclado.
Outra possibilidade é que os tablets tenham um PPB próprio, o que os faria perder a isenção.
Barreto pediu 15 dias para discutir o tema.
A importação dos componentes do iPad, porém, não foi "no escuro".
A opção da Foxconn foi trazer os componentes desmontados no formato conhecido pela indústria como CKD, em que todas as etapas de montagem são feitas por aqui.
Com isso, não haveria o risco de perder os incentivos caso o governo decida pela montagem completa local, em vez dos formatos importados pré-montados (SKD).

sábado, 5 de março de 2011

Brasil fora do mapa da Apple: nosso atraso monumental

Um leitor deste blog ou do meu site, ou dos meus textos, seja lá o que for, mas provavelmente sabedor de minha "macmania", me envia o seguinte comentário-pergunta:

On 05/03/2011, at 14:22, Rxxxxxxx Axxxxxx wrote:

Mensagem enviada pelo formulário de Contato do SITE.

Nome: Rxxxxxxx Axxxxxx
Cidade: Brasilia
Estado: DF
Email: xxxxxxx@hotmail.com
Assunto: Sem assunto
Mensagem: Apenas compartilhando uma matéria revoltante:

http://www.istoedinheiro.com.br/noticias/50961_FORA+DO+MAPA+DA+APPLE
Como explicar que o país com o quinto maior território e população, e com a \"sétima\" maior economia do mundo tenha ficado fora dos países selecionados pela Apple para o lançamento do Ipad 2? É o governo nos \"protegendo\" dos malignos produtos estrangeiros?
==========

Ao que eu respondi assim:

Rxxxxxxx,
Se voce olhar o Brasil a partir de fora, ou seja, permanecendo no exterior certo tempo para fazer as comparações necessárias, você constatará facilmente como o Brasil é ridiculamente atrasado em relação a qualquer país asiático, com PIB e população muito inferiores aos nossos.
O Brasil não é atrasado absolutamente, mas relativamente somos atrasados em função de governantes caolhos, empresários protecionistas e um Receita Federal e outros órgãos reguladores absolutamente ridiculos.
Não sei se voce sabe mas o iPad (que agora podemos chamar de 1) foi licenciado para comercialização no Brasil apenas OITO (8) meses depois de lançado internacionalmente. Claro, a Anatel precisava fazer os testes para ver se o tablet não ofendia nenhum dos nossos maravilhosos critérios de segurança e de proteção ao consumidor.
Se você comparar os preços de produtos da Apple nos EUA e no Brasil, você constatará que com o preço de UM pago no Brasil, você poderia comprar DOIS nos EUA.
Estas são apenas algumas facetas de nosso atraso, que é sobretudo mental...
---------------------
Paulo Roberto Almeida

Eu me permito agora acrescentar os seguintes comentários, depois de ter lido a matéria (boa, que recomendo, com reservas) aos leitores) da revista acima indicada.
Não é a Apple que exclui o Brasil do seu mapa, é o Brasil que se exclui, voluntariamente, do mapa da Apple, por diferentes motivos, todos estúpidos e lamentáveis: alta carga de impostos, dificuldades burocráticas na importação, enfim, todos os entraves self-damaging que vocês possam imaginar.
Não preciso dizer que somos extorquidos pela Receita e pelos altos lucros dos intermediários e comerciantes em virtude da baixa concorrência vigente no mercado brasileiro.
Acreditem: SOMOS ATRASADOS, e o pior é que ainda não nos demos conta disso....
Paulo Roberto de Almeida

quinta-feira, 3 de março de 2011

O Brasil como pais atrasado; a Receita Federal como responsavel pelo atraso

Bem, primeiro a matéria de jornal:

iPad 2: Brasil fica fora de primeiras remessas internacionais
Gustavo Brigatto | De São Paulo
03/03/2011
O Brasil não está lista dos primeiros países que receberão o iPad 2 depois da estreia americana, marcada para o dia 11. Ontem, a Apple anunciou que mais 26 países receberão o equipamento no dia 25. Segundo a assessoria de imprensa da companhia, não há previsão de lançamento no Brasil. A primeira versão do iPad, que começou a ser vendida em abril de 2010, só chegou ao país oito meses mais tarde. Além da política comercial da Apple, algumas condições internas interferem no prazo. Equipamentos eletrônicos com conexão sem fio devem passar por um processo de certificação na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Os testes duram, em média, dois meses. Outra questão, indicam especialistas, é a burocracia para liberação de produtos importados na aduana.


Agora meu comentário:
Sei que a Receita não determina a política comercial, tarifária ou qualquer outra do Brasil que esteja vinculada ao comércio exterior. Ela é apenas o órgão executor.
Mas ela podia ser mais eficiente, mais rápida, menos extorsiva, e deixar de desprezar tanto como despreza o cidadão comum.
Paulo Roberto de Almeida

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

iPad: por enquanto estou aposentando a ideia....

Alguém tem críticas contundentes contra o Kindle?
Paulo Roberto de Almeida

Os 10 pecados do iPad

Redação Yahoo! Brasil

Qua, 27 Out - 21h39

 O tablete da Apple já vendeu mais de 4,5 milhões de unidades e é considerado o gadget do momento. A princípio, muito desse sucesso veio simplesmente da emoção de ter o novo aparelho. Mas logo começaram a surgir algumas críticas de usuários. A empresa de Steve Jobs está ciente desses defeitos e trabalha para corrigi-los.
Aqui uma complicação dos principais problemas apontados no iPad:

1- Complicações com Adobe Flash
Uma das queixas mais frequentes é a impossibilidade de reproduzir conteúdo Adobe Flash. Não deixa de ser um paradoxo ter a mão um dispositivo que lhe oferece grande experiência de navegar pela rede, mas que ao mesmo tempo lhe impede de ver alguns sites de maneira completa. Há alguns meses, Steve Jobs disse que o Flash pertence à era PC e não dos computadores portáteis, e que não é aberto como HTML5, CSS y JavaScript. Além disso, seria inseguro, instável e gasta mais bateria. O certo é que, mesmo com todos esses argumentos de Jobs, os fãs seguem decepcionados pela falta dessa ferramenta.

2- Nada de multitarefas
O iPad não conta com o sistema de multitarefas, ou seja, você não pode mudar de uma aplicação para outra sem suspender a tarefa em curso - mesmo que seja algo simples, como escrever um e-mail ou sair do Messenger para postar algo no Facebook. Há a expectativa de que novas versões do iPad corrijam esse defeito.

3- Nada de WebCam de 5 megapixels
Ao contrário de concorrentes como o Galaxy Tab da Samsung, o RIM com PlayBook e o Dell com o Streak, que integram WebCam de 5 megapixels, a Apple decidiu deixar esse recurso fora da jogada.

4- Nada de portas USB
Essa é inexplicável. O aparelho não conta com portas de conexão USB e nem para cartões de memória SD. Isso quer dizer que ele não pode conectar câmeras ou qualquer outro dispositivo periférico. Ah, claro, você pode investir mais 29 dólares (lá fora) e comprar o adaptar Camera Connection Kit.

5- Livros eletrônicos?
Assim que o iPad foi lançado, a expectativa era de que o iBooks, a loja de livros da Apple, acabaria com o mercado da Amazon. Mas não foi o que aconteceu. Um dos principais fatores para isso é a dificuldade de leitura em ambientes abertos - é complicado encontrar um ângulo em que o reflexo da luz na tela não interfira na leitura.

6- Restrição a aplicativos
A Apple decidiu que sua plataforma de aplicativos fosse fechada, ou seja, se alguém quiser baixar um aplicativo de qualquer site, precisa passar antes pela app store para obter a autorização.

7- Baixa qualidade do vídeo
O iPad não reproduz vídeos HD de 720p, já que a resolução é baixa - 1024x768. E não dispõe de saída de vídeo.

8- Pouca memória RAM
O iPad tem 256 MB de RAM, o que pode ser um problema ao abrir várias janelas da rede.

9- Aplicativos caros
Ainda que existam milhares de apps gratuitos, 80% - desenhados especialmente para o iPad - são pagos. E custam mais, em média, do que os aplicativos para iPhone.

10- Assinaturas não disponíveis
Segundo alguns desenvolvedores, a Apple ainda não tem um sistema de assinatura. Por enquanto, os usuários devem realizar seus próprios sistemas de "subscription" ou utilizar um servidor local. No entanto, a Apple já está trabalhando para oferecer o sistema de assinaturas. Tudo indica que este elemento estaria disponível em janeiro, com um novo iPad com estas características corrigidas.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Livros digitais em alta: aceitam-se doacoes...

Bem, agora parece que é irreversível: o livro digital vai definitivamente ocupar um lugar de destaque no mercado editorial. Não que o livro impresso venha a desaparecer ou diminuir rapidamente, mas os lançamentos vão começar a ser feitos, prioritariamente, em formato digital, sendo o formato papel uma espécie de prêmio de consolação para os leitores mais tradicionais...
Eu ainda não me decidi entre o Kindle e o iPad, mas ficaria tranquilamente com os dois, se ganhasse de presente...
Não estou sugerindo nada, apenas divulgando um sonho...

Mídia:
Editora decide publicar só livro digital
Jeffrey A. Trachtenberg, The Wall Street Journal
Valor Econômico, 10/08/2010 – p. B3

Num momento em que os livros digitais continuam a ganhar mercado, uma das mais antigas editoras americanas de livros de bolso decidiu abandonar a publicação impressa tradicional e colocar à venda seus títulos somente no formato digital ou via impressão sob encomenda.

A Dorchester Publishing, uma editora de livros e revistas de capital fechado, informou que está fazendo a mudança depois que as vendas unitárias de livros caíram 25% no ano passado, em parte devido ao declínio das encomendas de algumas de suas contas de varejo mais importantes, entre as quais Walmart Stores . Uma porta-voz do Walmart não quis comentar.

"Não foi uma decisão demorada, porque vínhamos realizando o esforço, mas sem obter os resultados", disse o diretor-presidente da Dorchester, John Prebich.

Os livros eletrônicos estão ganhando popularidade entre os leitores. Mike Shatzkin, diretor-presidente da Idea Logical Co., uma consultoria editorial, prevê que os livros digitais serão 20% a 25% das vendas unitárias até o fim de 2012. A Amazon.com estima que suas vendas de e-livros para o Kindle possam superar as vendas dos livros impressos no formato brochura tradicional em 9 a 12 meses.

A decisão de partir para o digital pode ser um sinal do que está por vir para outras editoras pequenas que enfrentam queda nas vendas na área impressa tradicional. A decisão da Dorchester vai provavelmente resultar em economias significativas num momento em que a empresa espera que suas vendas digitais dobrem em 2011.

A Dorchester, que publica livros de bolso desde 1971, lança de 25 a 30 novos títulos por mês, aproximadamente 65% dos quais são obras românticas.

Os fãs de obras românticas em particular já abraçaram os e-books, em parte porque os leitores podem ler as obras em público sem ter de revelar a capa. Além disso, o tamanho da letra é facilmente ajustável nos e-readers, o que torna os títulos publicados no formato de bolso mais fáceis de ler para clientes mais velhos.

Prebich estimou que 83% dos livros publicados pela Dorchester são vendidos nos Estados Unidos a um preço de tabela de US$ 7,99. Um livro brochura no formato convencional geralmente tem o preço em torno de US$ 14,95.

A troca da Dorchester pelo e-book entra em vigor hoje. A editora planeja colocar à venda novos títulos no sistema de impressão sob encomenda por meio de varejistas ainda este ano. A Ingram Publisher Services, uma divisão da empresa de capital fechado Ingram Industries, informou que vai enviar as encomendas aos varejistas conforme necessário. A notícia da decisão da Dorchester foi revelada primeiro pela "Publishers Weekly", uma publicação do setor editorial.

Prebich admitiu que alguns autores podem ficar tristes por ver seus títulos somente para venda como e-book ou via impressão sob encomenda, mas disse que até agora a resposta tem "sido receptiva ao que estamos fazendo."

A Hard Case Crime, um selo da empresa de capital fechado Winterfall LLC, disse que poderá buscar uma maneira de transferir seus livros de mistério da Dorchester para outra editora.

"Tem sido uma boa parceria, mas se eles não vão mais publicar livros de bolso, teremos que decidir o que fazer", disse Charles Ardai, dono da Hard Case Crime. "Acredito no formato de bolso, mas compreendo o mercado."

A Randon House, subsidiária da alemã Bertelsmann e a maior editora americana de livros, disse que continua a apostar no mercado de livros de bolso. Um dos escritores americanos de mistério de maior sucesso, o falecido John D. MacDonald, é vendido pela Random House só no formato de bolso.

"Ainda é uma alternativa viável, popular e mais barata do que os outros formatos de leitura", disse Stuart Applebaum, porta-voz da Random House. "E também tem um público fiel. Será que essa fidelidade será para sempre num mercado em transformação?"