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terça-feira, 25 de outubro de 2011

A frase da semana: Steve Jobs "brasileiro" (eu disse brasileiro???!!!)


Se Steve Jobs fosse brasileiro, certamente, ele teria desistido no início e teria virado funcionário público.

Tertuliano, em comentário a um post de Mansueto Almeida, sobre a produção de iPads no Brasil, que faz preceder essa frase altamente genial pelos seguintes argumentos: 

Mesmo que enviemos nossos alunos para fazer pós-graduação no exterior, incentivemos o desenvolvimento de novos produtos e processos de produção, esses coitados vão sofrer e se dar mal se resolverem abrir uma empresa para comercializar seus produtos. Vão es barrar em legislações tributária e trabalhista anacrônicas que impõem custos de transação altíssimos, mentalidade tacanha da maior parte das autoridades e agentes públicos que vêem o empresário como pária, exploradores da sociedade, e pior, MUITA, mas MUITA corrupção!!!! 

Eu mesmo participei desse debate, com os seguintes comentários

Mansueto
Não existe nenhuma lógica que você possa detectar na ação do governo, ou mais exatamente da presidente.
Ela apenas ganhou, comprou ou obteve de alguma forma um iPad, se encantou pela coisa, e decidiu, impressionisticamente, que o Brasil PRECISAVA ter aquilo, Quer por que quer, como seu antigo chefe e mentor.
Ou seja, trata-se de uma espécie de vergonha do atraso, e de obsessão com o lado falso da modernidade industrial.
NUNCA houve, nem JAMAIS haverá qualquer cálculo racional do governo, em qualquer área sobre a formação de custos e a repartição dos retornos em torno da fabricação de iPads no Brasil. Simplesmente a presidente decidiu que TÍNHAMOS de ter essa oitava maravilha da Apple e assim tudo o que o governo estava fazendo como cálculos era como distribuir os benefícios e prebendas com dinheiro oficial, sempre com sua obsessão de agregação local de valor, que é a mesma motivação que esteve na origem da recente medida do IPI automotivo e de outras medidas de política industrial desse governo e do anterior. Primitivismo econômico no mais alto grau…
Você certamente se lembra das aventuras em torno de “um computador por criança”, que deveria custa 100 dólares e que obviamente só pode sair pelo triplo disso, depois de muitos abatimentos e favorecimentos ultra-setoriais aos privilegiados de sempre, de uma administração que só trabalha nesse estilo.
Em outras palavras, não se trata de análise econômica que se revela necessária, e sim de análise psicológica, e eu até diria psicanalitica, ou talvez mesmo psiquiátrica.
O primitivismo econômico que está por trás desse tipo de voluntarismo econômico é totalmente compatível com o perfil psicológico de quem esquentou algumas cadeiras numa Faculdade de Economia de terceira linha mas que nunca aprendeu realmente nada de economia. Na verdade, revela a esquizofrenia econômica do partido no poder, que vai continuar assim indefinidamente.
Em outros termos, concordo inteiramente com o Dionatan: não existe nada, absolutamente nada de racional nessa obsessão de uma pessoa que contamina todo um governo.
Admitindo-se que seus subordinados possuam ainda menor racionalidade econômica do que a chefe, inclusive um ministro que fraudou seu título de PhD — numa das mais vergonhosas ações de qualquer universidade, em qualquer tempo e lugar — não se pode pretender nenhum debate, já não digo racional, apenas de bom-senso, em pessoas que nunca tiveram nenhum,
Espero não ter sido muito cáustico…
Paulo Roberto de Almeida

Um comentário:

Anônimo disse...

A respeito da "guerra dos tablets" sugiro artigo blog beyondbrics do FT.com; no link:http://blogs.ft.com/beyond-brics/2011/10/14/brazil-foxconn-singing´the-same-itune/?ftcamp=traffic/email/content/booster//memmkt#axzz1boxZz3IR

Vale!