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sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Brasil, primeiro em Banda Larga: campeão...

...ops, enganei-me no título: ele é, na verdade, campeão em custos, em preços escorchantes, em roubalheira oficializada, em carteis organizados, em extorsão dos consumidores indefesos, em conivência de um governo inepto com a não competitividade das empresas brasileiras, enfim (enfins, como diria uma professorinha freireana da UnB), totalmente devotado apenas a esfolar os contribuintes...
Paulo Roberto de Almeida 
Custo da banda larga barra inovação no País
Valor Econômico, 20/10/2011

Divulgada pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad), a nova edição do Relatório da Economia da Informação aponta que o Brasil tem a oferta de banda larga móvel mais cara do mundo.
A adoção de tecnologias da informação e comunicação (TIC) é uma realidade para grande parte das companhias brasileiras. A aplicação desses recursos no desenvolvimento de inovações para os negócios, no entanto, ainda é modesta, especialmente entre as pequenas e médias empresas (PMEs). Os fatores que explicam esse contexto são claros: o custo e a qualidade da infraestrutura tecnológica no País.

Divulgada ontem (19) pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad), a nova edição do Relatório da Economia da Informação aponta que o Brasil tem a oferta de banda larga móvel mais cara do mundo. Abrangendo mais de 60 países, o estudo avalia o uso das TICs no setor privado em mercados desenvolvidos e economias emergentes.

De acordo com a pesquisa, o pacote de banda larga móvel no Brasil tem um custo de US$ 51,27. A tarifa é bem superior mesmo quando comparada com países menos desenvolvidos. No Sri Lanka e no Vietnã, por exemplo, as cifras são de US$ 4,34 e US$ 6,34, respectivamente.

"Desde 2009, houve uma redução de 17% nos preços de pacotes de dados de telefonia celular no Brasil. Ainda assim, estamos longe de um valor acessível, especialmente para os pequenos empresários", diz Carlos Afonso, membro do Comitê Gestor da Internet do Brasil (CGI), entidade responsável pela elaboração e divulgação do estudo no País.

Ao mesmo tempo, o custo elevado não se traduz na oferta de serviços mais qualificados. Enquanto no Brasil a média de velocidade disponível é de 1 Mbps, esse índice é de 7,2 Mbps em países como Quênia, Sri Lanka e Turquia. "As operadoras vivem batendo na tecla de que é preciso cortar impostos relativos ao setor no Brasil, mas mesmo sem essas taxas, o preço continuaria absurdo", diz Afonso. "Hoje, só 5% dos usuários adotam planos de internet móvel. O serviço é só para os ricos", completa Juliano Cappi, também do CGI.

Como reflexo, Alexandre Barbosa, membro do CGI, destaca que o uso da TIC pelas empresas brasileiras ainda se restringe em grande parte a aplicações básicas, como enviar e receber e-mails. "Por conta dessa infraestrutura precária e cara, fica muito claro que as companhias brecam investimentos em aplicações mais inovadoras na internet, como a realização de transações eletrônicas e a oferta de serviços on-line aos seus consumidores", explica.

O relatório da Unctad ressaltou os efeitos do uso da TIC no desempenho das empresas de países em desenvolvimento. Os ganhos em termos de vendas foram 3,4% maiores entre as companhias que investem em tecnologia. Em outra frente, essas empresas registraram uma rentabilidade 5,1% superior à de companhias que não apostam nessa direção.

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