E não é só moeda sonante desviada para uma conta pessoal: geralmente é o uso indevido de recursos do patrimônio público, como transportes, diárias, bens diversos...
A revista Veja tenta estimar quanto se rouba no Brasil.
Chegou ao valor de R$ 82 bilhões, e eu acho que é mais do que isso.
Com base no que observo todos os dias, enquanto funcionário público federal, estimo que deve ser muito mais do que isso, a começar por salários excessivamente elevados para uma produtividade vergonhosamente baixa.
Se fossemos estimar, por exemplo, o valor do trabalho (homem/hora) do funcionário público, comparativamente a tarefas equivalentes no setor privado, ou seja, se formos estimar o trabalho funcionalmente equivalente em um e outro setor, chegaríamos à conclusão de que o serviço público tem um custo DUAS VEZES mais elevado (talvez mais) do que se o mesmo serviço fosse prestado em bases de mercado.
Estou, sim, acusando o serviço público de ser perdulário com os recursos da população, inclusive os meus próprios, claro, que também pago impostos que considero excessivos para serviços públicos literalmente vagabundos de que dispomos como educação, saneamento, saúde e outros bens coletivos.
Portanto, o valor estimado por VEJA é apenas uma parte do problema, aquela monetizável, com base no orçamento. Eu estou estimando o CUSTO REAL, TOTAL da corrupção, que é também uma corrupção moral, uma indignidade ética, um comportamento desonesto da maior parte dos brasileiros.
Não estou, portanto, isentando cada um de nós pelo ambiente de lassitude moral que existe no Brasil.
Somos em grande parte responsáveis pelos ladrões que existem no serviço público. Tenho plena consciência disso, e acho que vai demorar um pouco para que isso seja corrigido.
Enfim, termino com o masoquismo complacente, e vamos para a matéria da Veja.
Paulo Roberto de Almeida
As principais causas da corrupção são velhas conhecidas: instituições frágeis, hipertrofia do estado, burocracia e impunidade. O governo federal emprega 90.000 pessoas em cargos de confiança. Nos Estados Unidos, há 9.051. Na Grã-Bretanha, cerca de 300. “Isso faz com que os servidores trabalhem para partidos, e não para o povo, prejudicando severamente a eficiência do estado”, diz Cláudio Weber Abramo, diretor da Transparência Brasil.
Um comentário:
Desculpa a franqueza, mas a VEJA gosta de dar uma manipulada, essa revista tem que ser lida com cautela, é uma lavagem cerebral para os ignorantes.
Parabéns pelo Blog!
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