Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
quinta-feira, 7 de março de 2019
How much you make? Quanto dinheiro você faz? - Roberto Macedo
terça-feira, 6 de março de 2012
PIB, crescimento, poupanca 2011 - IBGE
Em 2011, PIB cresce 2,7% e totaliza R$ 4,143 trilhões
06 de março de 2012
terça-feira, 25 de outubro de 2011
Poupanca dos brasileiros: mudancas em vista?
A poupança e o teto da taxa de juros
no Brasil
“Não será possível reduzir a taxa Selic
para um patamar civilizado, que deveria ser igual ou inferior a 3%, sem mudar a
forma de rentabilidade da poupança. Mas ninguém nunca teve coragem de propor
isso”.
Antonio Queiroz *
Congresso em Foco, 25/10/2011
Há 150
anos, desde janeiro de 1861 (1), a poupança no Brasil possui garantia de
remuneração de 6% ao ano, sendo que a partir de 1964 (2), além de 0,5% ao mês,
acrescentou a correção monetária ou a reposição da inflação, regra que vigora
até hoje (3).
Com
essas duas garantias (correção e juros mensais, desde 1964), a poupança é uma
das poucas aplicações financeiras que gozam de credibilidade e confiança no
Brasil, fato que dificulta qualquer discussão sobre a revisão de sua
rentabilidade.
Essa
garantia de rentabilidade ganhou ares de valor simbólico, que nenhum governante
ousou mudar, temendo perda de popularidade. Ninguém – nem Getúlio, na
ditadura do Estado Novo; nem os militares, na ditadura de 1964; nem Collor, que
suspendeu o saque da poupança por um período (confisco); nem FHC, na
desindexação do plano real – teve coragem ou foi capaz de mexer na forma de
cálculo do rendimento da poupança.
Se de um
lado isso é positivo, porque estimula o povo a poupar, de outro impede que as
taxas de juros no Brasil desçam a patamares civilizados, abaixo de 8%, fato que
contribuiria para o crescimento econômico do país e para a melhoria das
finanças públicas, com a consequente redução da dívida pública.
Entretanto,
se a presidente Dilma Rousseff quiser realmente manter o nível de emprego e o
crescimento da economia brasileira frente à anunciada recessão internacional,
terá que enfrentar esse problema, ou seja, rever a forma de remuneração da
poupança, sob pena de não poder reduzir a taxa Selic (taxa referencial do
Sistema Especial de Liquidação e Custódia estabelecida pelo Banco Central do
Brasil) a percentual inferior a 8%.
É que
com a taxa Selic inferior a 8% ao ano, colocar o dinheiro na poupança, que
garante 0,5% ao mês mais correção (reposição da inflação), ficará mais atraente
do que investir na produção, aplicar em outros fundos (de renda fixa ou
variável) ou comprar títulos do Tesouro Nacional.
A
tendência do Banco Central, em face dos indicadores que sinalizam para drástica
retração econômica mundial e redução dos preços dos commodities, com a
consequente queda da inflação, é intensificar a redução da Selic, que, porém
dificilmente ficará abaixo do piso no Governo Lula, que desceu até 8,75%. Só
ultrapassará essa barreira, entretanto, se houver mudança na rentabilidade da
poupança.
Pode até
ser fácil argumentar sobre as vantagens da mudança na rentabilidade da poupança
(como condição para reduzir a taxa de juros) para as finanças públicas e para o
crescimento do país, que teria investimento mais barato, mas o problema é de
credibilidade, tanto dos governantes e das instituições, quanto do mercado.
O
brasileiro, acostumado a ser passado para trás, certamente não irá acreditar
que o sistema financeiro permita que a redução da taxa de juros vá beneficiar o
consumidor final ou usuários de serviço com redução de preços. Mas terá certeza
que os poupadores vão perder, caso seja retirada ou reduzida a atual garantia
de ganho real. A desconfiança é grande.
Por tudo
isso, não será possível reduzir a taxa Selic para um patamar civilizado, que
deveria ser igual ou inferior a 3%, sem mudar a forma de rentabilidade da
poupança. O presidente Lula, no final de seu governo, quando os juros chegaram
a 8,75%, pensou nessa possibilidade, mas logo desistiu em função da campanha
contra patrocinada pelos partidos de oposição. Resta saber se a presidente
Dilma enfrentará o tema.
(1) Instituído pelo Decreto nº 2.723, de
12 de janeiro de 1861.
(2)
Lei nº 4.380, de 1964, sobre a correção monetária para os depósitos de
poupança.
(3) Para maiores
detalhes, ver texto do consultor Legislativo Marcos Antônio Kohler – Alterações
nas Regas da Poupança: cuidados e recomendações. Textos para discussão nº 58,
Brasília, maio/2009, disponível: http://www.senado.gov.br/senado/conleg/textos_discussao/TD58-MarcosKohler.pdf
* Jornalista, analista
político, diretor de documentação do Departamento Intersindical de Assessoria
Parlamentar (Diap), colunista da revista Teoria e Debate, idealizador e
coordenador da publicação Cabeças do Congresso. É autor dos livros Por
dentro do processo decisório – como se fazem as leis e Por dentro do
governo – como funciona a máquina publica.
segunda-feira, 28 de junho de 2010
Crescimento no e do Brasil: contradicoes oficiais?
A segunda denota a preocupação das autoridades econômicas com a pressão inflacionária, mas também revela (o que não foi revelado deliberadamente) os estrangulamentos que atingiriam o Brasil no plano das infra-estruturas (transportes, energia, comunicações, portos e estradas sobretudo) e da oferta de mão-de-obra qualificada (já faltam engenheiros para as empresas).
Na verdade, o Brasil não consegue crescer muito pois não tem investimentos suficientes em várias áreas, e ele não tem investimento porque sua poupança é muito reduzida, e esta é muito reduzida porque o Estado "despoupa" demais, ou seja, se apropria de uma fração muito grande da renda nacional.
Isso as autoridades não vão querer reconhecer.
Trato de todos esses aspectos num ensaio que acabo de escrever:
Como (Não) Crescer a 7%
Ele está sendo publicado, aguardem...
Paulo Roberto de Almeida
Crescer a 7% é perfeitamente possível
Entrevista do ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Samuel Pinheiro Guimarães, ao programa Bom Dia Ministro
Em Questão (Secom-PR, 25/06/2010).
A média histórica do Brasil de crescimento, por volta de 7%, é a única taxa que permite reduzir a distância entre nós e os países desenvolvidos. Se não reduzirmos essa distância, poderemos até fazer crescer e melhorar a situação social do País, mas continuaremos relativamente subdesenvolvidos. Essa é uma taxa perfeitamente possível.
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Não é ‘muito prudente’ crescer acima de 5,5% em 2011, diz Mantega
Reuters, 28.06.2010
Ministro defende ajuste após forte recuperação esperada para a economia neste ano
TORONTO - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, defendeu patamar mais "prudente" de expansão da economia no ano que vem. Depois de um 2010 de forte recuperação, em que economistas estimam crescimento ao redor de 7%, ele recomenda pisar no freio para que o país não cresça mais que 5,5%.
(mais no link da data)