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sábado, 16 de abril de 2016

Brasileiros sectarios querem impedir FHC de dialogar sobre a democraciana LASA


Sectarismo político brasileiro transborda na LASA: querem impedir FHC de se expressar sobre a democracia, o que me parece uma contradição nos termos



Já participei de encontros da LASA, Latin American Studies Association, assim como da BRASA, Brazilian Studies Association, que é, digamos assim, uma vértebra da LASA, criada há 50 anos para integrar estudiosos americanos da questões latino-americanas e seus contrapartes na América Latina, que geralmente estudam a própria América Latina, ou mais exatamente seus países de origem, o que é, digamos, normal.

Sendo uma associação profissional, é normal que a LASA abrigue estudiosos de diversas tendências metodológicas – estruturalistas, funcionalistas, marxistas, weberianos, adeptos de estudos de gênero, afro, indigenistas, etc. – assim como pesquisadores de quaisquer orientações políticas: liberais, conservadores, direitistas, mas bem mais frequentemente progressistas, marxistas, esquerdistas num sentido amplo, incluindo maoístas, guevaristas, leninistas, trotsquistas, senderistas, peronistas, tupamaros, sandinistas e o que mais houver. Tudo isso é muito saudável, ou deveria ser, salvo confrontações por vezes mais ruidosas do que ruinosas, ou produzindo mais transpiração do que propriamente inspiração, o que sempre acrescenta algum colorido e animação para esses fabulosos convescotes da LASA.

Num dos últimos de que participei, em Chicago, havia até um painel sobre “sexo e neoliberalismo”, mas confesso que não me interessei em assistir; foi uma pena, pois poderia ter aprendido alguma coisa, como por exemplo os efeitos nefastos – broxantes, talvez? – do neoliberalismo sobre a libido.

Eu me deparo agora com esta petição de 70 membros brasileiros da LASA (e alguns poucos não brasileiros também), e mais 151 acadêmicos brasileiros não membros, solicitando que o comitê organizador do próximo encontro, comemorativo dos 50 anos da associação, retire o convite formulado ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, sociólogo conhecidíssimo de todos os membros e não membros, para que ele participe de uma sessão presidencial, juntamente com o ex-presidente do Chile Ricardo Lagos, para que ambos debatam a evolução da sociedade e da democracia institucional na região, no decurso dos últimos 50 anos, além de argumentar sobre possíveis desenvolvimentos futuros.

A ironia da petição desses 221 acadêmicos é que eles pretendem evitar que o sociólogo e ex-presidente brasileiro se expresse num “diálogo sobre a democracia na América Latina”, o que me parece uma postura fundamentalmente antidemocrática, para não dizer sectária e totalmente inaceitável numa organização que deveria ser apolítica, ou pelo menos neutra, ou, se nem isso isso, pelo menos respeitosa do que se entende seja um ambiente acadêmico, em princípio aberto a ouvir todas as opiniões, sobretudo a de pessoas habilitadas e capacitadas – em todo caso bem mais do que qualquer dos que assinam a petição – a se expressar com total domínio sobre o tema sugerido pelos organizadores.


Deixem me dizer o que vai ocorrer: os organizadores vão se recusar a retirar o convite, os dois presidentes comparecerão, na hora e local fixados para esse “diálogo”, e, pelo menos, o ex-presidente e ainda sociólogo FHC será recebido com vaias e apupos e virtualmente impedido de se dirigir à plateia, onde estarão pessoas de todas as posições, inclusive muitos que gostariam de ouvi-lo, mas que serão frustradas em seu desejo pelos uivos sectários dos inimigos de FHC.

Faço questão de transcrever a petição, e de registrar os nomes de todos os sectários que assinaram um texto inaceitável no plano da democracia, e da academia, lamentando que colegas de universidades, que deveriam ser pessoas cordatas e abertas ao diálogo se revelam tão pouco cordatas e tão inimigas de qualquer diálogo sobre a democracia.

Instrutivo sobre os nossos tempos sectários, não só no Brasil, mas principalmente no Brasil.

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 16 de abril de 2016





Petition to Withdraw Fernando Henrique Cardoso from LASA's 50th Anniversary Meeting's Following Slot:  Presidential Session - "Diálogo sobre la Democracia en Latinoamérica"


It has come to our attention that former President of Brazil Fernando Henrique Cardoso has been invited to speak about democracy in Latin America in a debate with former President of Chile Ricardo Lagos, during a Presidential Session at LASA's 50th Anniversary.

The Preliminary Program states it is expected both intellectuals and former Presidents debate the evolution of society and institutional democracy within the region throughout the past 50 years, besides providing glances at the future.

In light of President Cardoso's public position regarding Brazil's ongoing political crisis, we ask for the withdrawal of his name from a debate on such a substantial matter, central to most of LASA's members' research agendas, as well as personal struggles.

We respect Cardoso's past contributions to international thinking. However, this invitation comes in a rather unfortunate moment.

By inviting the former President to speak on the evolution of institutional democracy exactly during an utterly fragile moment in Brazil's democracy when Cardoso himself, as well as the party in which he still plays a central role have not hesitated to jeopardize domestic peace nor democracy's most basic mechanisms such as the Constitution, LASA would be offering blunt disrespect toward scholars who have fought - at times, literally - to constitute democratic stability throughout the region nowadays and in the past 50 years, not to mention staining the Association's credibility exactly on its 50th Anniversary.

We, therefore, ask President Gilbert Joseph, Vice President Joanne Rappaport, Congress Coordinator Pilar Blanco, and said Presidential Session's organizer Mauricio A Font to swiftly and respectfully rethink the invitation of Cardoso to speak on democracy during these critical times.

Sincerely,



Members

  1. Mariana Kalil, Universidade de Brasília (UnB)
  2. Veronica Toste Daflon, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
  3. Alexandre Fuccille, President of Brazil's Association for Defense Studies (ABED) / Universidade Estadual Paulista (UNESP)
  4. Adalberto Cardoso, Director of IESP, Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ)
  5. Thiago Rodrigues, Universidade Federal Fluminense (UFF)
  6. Héctor Luis Saint-Pierre, Universidade Estadual Paulista (UNESP)
  7. Luiz Fernando Castelo Branco Rebello Horta, Universidade de Brasília (UnB)
  8. Thiago Rodrigues, Universidade Federal Fluminense (UFF)
  9. João Feres Júnior, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
  10. Sabrina Medeiros, Escola de Guerra Naval do Brasil (EGN)
  11. Letícia Pinheiro, Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ)
  12. Mônica Leite Lessa, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
  13. Samuel Alves Soares, Universidade Estadual Paulista (UNESP)
  14. Carla Silva-Muhammad, University of Texas / Brazil Center Coordinator
  15. Ernesto Lopez, Universidad de Lanus / Universidad de Quilmes
  16. Betina Fresneda, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
  17. Claudio Luis Quaresma Daflon, University of Connecticut
  18. Clayton Mendonça Cunha Filho, Universidade Federal do Ceará (UFC)
  19. Eduardo Ruben Paz Gonzales, COLMEX
  20. Patricia Duarte Rangel, Universidade de São Paulo (USP)
  21. Patricia de Santana Pinho, State University of New York (SUNY)
  22. Suzeley Kalil Mathias, Universidade Estadual Paulista (UNESP)
  23. Leonardo Valente, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
  24. Magda Barros Biavaschi, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
  25. Danielly Jacon Ayres Pinto, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)
  26. Sue Iamamoto, Queen Mary University of London
  27. Marcelo Cafrune, Universidade de Brasília (UnB)
  28. Marjorie Corrêa Marona, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
  29. Carolina Silva Pedroso, San Tiago Dantas
  30. Luis F. Paredes, Stetson University 
  31. Vanessa Veiga de Oliveira, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
  32. Karina Biondi, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
  33. Ana Luiza Vedovato Rodrigues, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)
  34. Livio Sansone, Universidade Federal da Bahia (UFBA)
  35. Ruth Felder, State University of New York (SUNY)
  36. Wagner de Melo Romão, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
  37. André de Macedo Duarte, Universidade Federal do Paraná (UFPR)
  38. Maria Rita de Assis César, Universidade Federal do Paraná (UFPR)
  39. Cláudia Maria Ribeiro Viscardi, Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
  40. Luciana Ballestrin, Universidade Federal de Pelotas (UFPel)
  41. Ingrid Sarti, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
  42. Paulo Victor Melo, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
  43. Letícia Marteleto, University of Texas
  44. Salvador Schavelzon, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
  45. Glauber Cardoso Carvalho, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
  46. Edilson Nunes dos Santos Junior, Universidade Federal Fluminense (UFF)
  47. Alexandre Fortes, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)
  48. Maria Luiza Franco Busse, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
  49. Andrés del Río, Universidade Federal Fluminense (UFF)
  50. Fernando Lara, University of Texas
  51. Laura Madrid Sartoretto, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
  52. Seth Racusen, Anna Maria College
  53. Luiz Claudio Martino, Universidade de Brasília (UnB)
  54. Maria Luiza Franco Busse, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
  55. Carmen Hein de Campos, Universidade de Vila Velha (ES)
  56. Anjuli Fahlberg, Northeastern University (Boston, MA)
  57. Felipe Trotta, Universidade Federal Fluminense (UFF)
  58. Gérman Soprano, Universidad Nacional de Quilmes
  59. Carolina Matos, City University of London
  60. Marlise Miriam de Matos Almeida, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
  61. Sebastião Velasco e Cruz, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
  62. Fernando Leiva, University of California, Santa Cruz
  63. Helcimara Telles, Universidade Federal de Minas Gerais
  64. Lígia Dabul, Universidade Federal Fluminense (UFF)
  65. Luciane de Oliveira Rocha, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
  66. Flavia Guerra Cavalcanti, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
  67. Wanderlan da Silva Alves, Universidade Estadual da Paraíba (UEPB)
  68. Marcus Rocha, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
  69. Marília Carolina Souza, Universidade Estadual de São Paulo (UNESP)
  70. Victoria Irisarri, Universidade Federal da Bahia (UFBA)

Non-Members

  1. Carol Proner, Member of Brazil's Ministry of Justice's Commission for Truth & Reconciliation  / Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
  2. Fabio Konder Comparato, Universidade de São Paulo / Universidade de Coimbra
  3. Tarso Genro, Brazil's Former Minister of Justice
  4. Emir Sader, Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) / Former Executive Secretary of Clacso
  5. Monica Bruckmann, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
  6. Marta Skinner, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
  7. José Luiz de Oliveira Soares, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
  8. Antonio Albino Canelas Rubim, Universidade Federal da Bahia (UFBA)
  9. Deisy de Freitas Lima Ventura, Universidade de São Paulo (USP)
  10. Rosa Maria Marques, President of the Brazilian Association for Health Studies / Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)
  11. Maíra da Silva Fedatto, Universidade de São Paulo (USP)
  12. Fábio Kerch, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social do Brasil (BNDES)
  13. Milena Britto, Universidade Federal da Bahia (UFBA)
  14. Mariela Cuadro, Conicet / UNPL
  15. Eduardo R. Gomes, Universidade Federal Fluminense (UFF) / University of Chicago
  16. Patricia Bandeira de Melo, Director of Social Research, Fundação Joaquim Nabuco (FUNDAJ)
  17. José Willington Germano, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
  18. Thauan Santos, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) & Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)
  19. Luís Henrique Mourão, Universidade Federal Fluminense (UFF)
  20. Pedro Alencar, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
  21. Derek Pardue, Coordinator of Brazilian Studies, Aarhus University
  22. Isis da Cruz Beserra de Araújo, Universidade Federal Fluminense (UFF)
  23. Barbara Lamas, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
  24. Drielle Silva Pereira, Universidade Federal Fluminense (UFF)
  25. Mirtes Moreira Silva, Universidade de São Paulo (USP)
  26. Danillo Avellar Bragança Escola de Guerra Naval (EGN) / Universidade Federal Fluminense (UFF)
  27. Fabio de Sá e Silva, Institute for Applied Economic Research (Ipea)
  28. Rodrigo de Macedo Duarte, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
  29. Júlio César Vieira, Universidade Federal Fluminense (UFF)
  30. Joaquim Cordeiro Neto, Universidade Estadual Paulista (UNESP)
  31. Lívio Sandone (TBA)
  32. Bruno Plattek de Araújo, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)
  33. Lorena Holzmann, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
  34. Tiago Prata Lopes Storni, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
  35. Tamyres Ravache Alves de Marco, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
  36. Ricardo Borrmann, LMU - Munique
  37. Jacquelina Ventapane Freitas, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
  38. Marco Costa Lima, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
  39. Susana de Castro, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
  40. Maria Helena Machado, ENSP-FIOCRUZ / Head of NERHUS and OBSERVARH-ENSP
  41. Frederico Policarpo, Universidade Federal Fluminense (UFF)
  42. Íris Gomes, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
  43. Pedro José de Castro, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais do Brasil (INPE)
  44. Fabio Alexandre dos Santos, Universidade Federal do Estado de São Paulo (UNIFESP)
  45. Maria Aparecida Bridi, Universidade Federal do Paraná (UFPR) / Executive Director of the Brazilian Association for Labor Studies
  46. Dijaci David de Oliveira, Universidade Federal de Goiás (UFG)
  47. Aluisio Schumacher, Universidade do Estado de São Paulo (UNESP)
  48. Fabiana Abreu Rezende, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)
  49. Claudio de Farias Augusto, Universidade Federal Fluminense (UFF)
  50. Gabriel E. Vitullo, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
  51. Joana A. Coutinho, Universidade Federal do Maranhão (UFMA)
  52. Monica Dias Martins, Universidade Estadual do Ceará (UECE)
  53. Luiz Antonio Nascimento de Souza, Universidade Federal do Amazonas (UFAM)
  54. Camila Alves da Costa, Universidade Estadual do Ceará (UECE)
  55. Laurindo Leal Filho, Universidade de São Paulo (USP)
  56. Cynthia Soares Carneiro, Universidade de São Paulo (USP)
  57. Mariela Campos Rocha, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
  58. Sonia Maria Costa Barbosa, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
  59. Maristela Viana França de Andrade, Universidade Federal de Goiás (UFG)
  60. Danniel Coelho, Faculdades Santo Agostinho, MG
  61. Laymert Garcia dos Santos, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
  62. Solange Maeve, São Paulo State Education Lecturer
  63. Washington Dener, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
  64. Adilson Araujo de Souza, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)
  65. Gabriel Passetti, Universidade Federal Fluminense (UFF)
  66. Francisco César Pinto da Fonseca, Fundação Getúlio Vargas / Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)
  67. Maria Rosário da Carvalho, Universidade Federal da Bahia (UFBA)
  68. Maurício Santana Dias, Universidade de São Paulo (USP)
  69. Eleide Abril Gordon Findlay, Universidade da Região de Joinville (UNIVILLE)
  70. Denise Figueiredo, Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP)
  71. Paulo Sesar Pimentel, Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT)
  72. Carlos A. Ferreira Martins, Universidade de São Paulo (USP)
  73. Márcio Carneiro dos Reis, Universidade Federal de São João Del-Rei (UFSJR)
  74. Samuel Filipe Marinho, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
  75. Paulo Saturnino Figueiredo, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
  76. Juliana Gagliardi de Araujo, Universidade Federal Fluminense (UFF)
  77. Felipe Iraldo Oliveira Biasoli, Universidade Federal Fluminense (UFF)
  78. Jean Rodrigues Sales, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)
  79. Jorge Alexandre Neves, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) / Former Director of the Sociology Department of UFMG / Visiting Researcher at the University of Texas
  80. Livia Clarete, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
  81. Liliane Alves, FADIMAB
  82. Daniel Lopes Bretas, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
  83. Joaze Bernardino-Costa, Universidade de Brasília (UnB)
  84. Cleudes Maria Tavares, Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO)
  85. Carlos Roberto Rodrigues de Souza, Universidade Federal de São Carlos (UFSC)
  86. Cleber Julião, Universidade Federal da Bahia (UFBA)
  87. Marcia Ribeiro Dias, UNIRIO
  88. Delmo Arguellhes, UniEuro
  89. Luís Felipe Miguel, Universidade de Brasília (UnB)
  90. Renato Lopes Leite, Universidade Federal do Paraná (UFPR)
  91. Ana Lígia Leite e Aguiar, Universidade Federal da Bahia (UFBA)
  92. Marilene Valério Diniz, Universidad Complutense de Madrid
  93. Anivaldo Padilha, President of Fórum21: ideias para o avanço social
  94. Rolando Lazarte, Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
  95. Renata Mancini, Universidade Federal Fluminense (UFF)
  96. Fernando Gonçalves, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
  97. Fabiano Gomes da Silva, Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG)
  98. Bruno Brito, Universidade do Vale do Itajaí (UniVale)
  99. Clician do Couto Oliveira, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
  100. Luiz Recaman, Universidade de São Paulo (USP)
  101. Afonso de Albuquerque, Universidade Federal Fluminense (UFF)
  102. Nícia Adan Bonatti, Universidade Presbiteriana Mackenzie
  103. José Sergio Damico, Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ/RJ)
  104. Celso Borzani, Universidade de São Paulo (USP) / Director of Centro de Referência em Tecnologia Social Aplicada (CRTSA)
  105. Olga Aparecida do Nascimento Loyola, Universidade de São Paulo (USP)
  106. Eduardo Vicente, Universidade de São Paulo (USP)
  107. Fabiane Lucena Cavalcanti, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
  108. Rudimar Baldissera, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
  109. Antonio Luis de Andrade, Universidade Estadual de São Paulo (UNESP)
  110. Daniel Ferreira da Cunha, Universidade Federal do Triângulo Mineiro
  111. Ariadne Costa da Mata, Universidade Estadual da Paraíba (UEPB)
  112. Carlos Eduardo Martins, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
  113. Thiago Silame, Universidade Federal de Viçosa (UFV)
  114. Marcos Alexandre de Souza Gomes, Faculdades Integradas Hélio Alonso (FACHA)
  115. Denise Tavares da Silva, Universidade Federal Fluminense (UFF)
  116. Flávio Rocha de Oliveira, Universidade Federal do ABC (UFABC)
  117. Renata Plaza Teixeira, Instituto Federal de São Paulo (IFSP)
  118. Olival Freire Junior, Universidade Federal da Bahia (UFBA)
  119. Bruno de Moura Borges, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
  120. João Vicente R. B. Costa Lima, Universidade Federal de Alagoas (UFA)
  121. Eduardo Fernandes, Universidade de São Paulo (USP)
  122. Marina Gusmão de Mendonça, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
  123. Alice Itani, Universidade do Estado de São Paulo (UNESP)
  124. Rafael Affonso de Miranda Alonso, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)
  125. Ilana Sherl, Tulane University
  126. Isaias G. de Oliveira, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)
  127. Simone Bacellar Moreira, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
  128. Marco de Meneses, Centro Universitário IESB
  129. Claudio Struchiner, Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)
  130. Ricardo Cavalcante, Associação das Indústrias do Distrito Industrial da Fazenda Botafogo (ASDIN)
  131. Rita Lages Rodrigues, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
  132. Débora El-Jaick Andrade, Universidade Federal Fluminense (UFF)
  133. Joana El-Jaick Andrade, Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM)
  134. Alexandre Garrido da Silva, Universidade Federal de Uberlândia (UFU)
  135. Andréia Galvão, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
  136. Patricia Moran Fernandes, Universidade de São Paulo (USP)
  137. Caitlin Janiszewski, State University of New York (SUNY)
  138. Célia Maria Magalhães, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
  139. Raquel Longhi, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
  140. Fernanda Maria da Costa Vieira, Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
  141. Jorge Cordeiro Balster, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
  142. Caio Navarro de Toledo, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
  143. Luiz Antonio Mousinho Magalhães, Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
  144. Cristine Ferreira, Universidade Estácio de Sá (UNESA)
  145. Nicholas Davies, Universidade Federal Fluminense (UFF)
  146. Fábio Coelho Malaguti, Hegel-Archiv
  147. Nelson Canesin, Universidade de São Paulo (USP)
  148. Ivan Capeller, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
  149. André Lemos, Universidade Federal da Bahia (UFBA)
  150. Marcos Barros, Grénoble École de Management
  151. Marcius Freire, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)


quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Ainda o affair Hobsbawm: o que irritou a Anpuh?

Eis a materia, abaixo transcrita, que gerou o ódio da Anpuh, como se todos devessem achar Hobsbawm genial!
A Anpuh, como entidade associativa que é, ou seja, como profissionais e historiadores de todas as tendências ideológicas, precisaria ser neutra em materia de avaliações políticas.

Seu manifesto anti-Veja (em um post anterior) apenas revela o sectarismo e a intolerância de certas pessoas, que deveriam ter vergonha de se considerar acadêmicas.
Paulo Roberto de Almeida
Addendum em 12/10/2012:
Tenho recebido vários comentários aos diversos posts em torno da morte do Hobsbwm, geralmente condenatórios dos ataques do jornalista da Veja. Parece que muita gente, a começar pela Anpuh, pretende defender a reputação do historiador contra ele mesmo, ou seja, o fato de sua grande desonestidade intelectual ao não ter condenado em termos mais veementes os imensos crimes cometidos pelo sistema soviético, e de ter confirmado sua adesão aos regimes socialistas -- para ele superiores, em princípio, ao regime capitalista -- mesmo contra todas as evidências.
Que ele tenha sido cego, é seu direito. Mas é nosso direito criticá-lo.
Que suas opções sejam defendidas por outros aderentes da crença, já escapa ao terreno do racional, e entra no da fé religiosa.

O historiador Eric Hobsbawm ( Roland Schlager/EFE)


Faleceu hoje Eric Hobsbawm, aos 95 anos de idade



Memória

A imperdoável cegueira ideológica de Eric Hobsbawm


Maior historiador esquerdista de língua inglesa, Eric Hobsbawn, morto na última segunda-feira, aos 95 anos, foi um idiota moral. Essa é a verdade incômoda que os necrológios, publicados em profusão, quase sempre fizeram questão de ignorar. Marxista irredutível, Hobsbawm chegou a defender o indefensável: numa entrevista que chocou leitores, críticos e colegas, alegou que o assassinato de milhões orquestrado por Stalin na União Soviética teria valido a pena se dele tivesse resultado uma "genuína sociedade comunista". Hobsbawn foi de fato um historiador talentoso. Nunca fez doutrinação rasteira em suas obras. Mas o talento de historiador, é forçoso dizer, ficará para sempre manchado pela cegueira com que ele se agarrou a uma posição ideológica insustentável.

Essa posição lança sombras sobre uma de suas obras mais famosas, A Era dos Extremos, livro de 1994 que, depois da trilogia sobre o século XIX composta pelos livros A Era das Revoluções,A Era do Capital e A Era dos Impérios, lançados entre 1962 e 1987, se dedica a investigar a história do século XX –  quando Hitler matou milhões em seus campos de concentração e os regimes comunistas empreenderam os seus próprios extermínios. Hobsbawm se abstém de condenar os crimes soviéticos, embora o faça, com toda a ênfase, com relação aos nazistas.
Outro eminente historiador de origem britânica, Tony Judt (1948-2010), professor de história da New York University que fez uma longa resenha do livro de memórias de Hobsbawm, Tempos Interessantes, advertia já em 2008 que o colega ficaria marcado por sua posição política. “Ele pagará um preço: ser lembrado não como ‘o’ historiador, mas como o historiador comunista”, disse em entrevista ao jornal The New York Times. Em texto publicado pela revista The New Criterion, o escritor David Pryce-Jones também apontou o prejuízo da ligação de Hobsbawm com o pensamento marxista. “A devoção ao comunismo destruiu o historiador como um pensador ou um intérprete de fatos.”
O entusiasmo com a revolução bolchevique, aliás, não foi a única fonte de tropeços morais para Hobsbawm. A conflituosa relação com as raízes judaicas – seu sobrenome deriva de Hobsbaum, modificado por um erro de grafia – o levou a apoiar o nacionalismo palestino e, ao mesmo tempo, a negar igual tratamento a Israel.
Biografia – A história pessoal de Hobsbawm ajuda a entender sua adesão ao marxismo. Nascido no ano da Revolução Russa, 1917, em Alexandria, no Egito, ele se mudou na infância para Viena, terra natal materna, onde perdeu ainda adolescente tanto a mãe quanto o pai, um fracassado negociante inglês que permitiu a ele ter desde cedo o passaporte britânico. Criado por parentes em Berlim na época em que Hitler ascendia ao poder, ele viu no comunismo uma contrapartida ao nazismo.
Da Alemanha, Hobsbawn seguiu para a Inglaterra. Durante a guerra, serviu numa unidade de sapeadores quase que inteiramente formada por soldados de origem operária - e daí viria, mais que a simpatia, uma espécie de identificação com aquela que, segundo Marx, era a classe revolucionária. Ele estudou em Cambridge, e se filiou ao Partido Comunista, ao qual se aferraria por anos. Nem mesmo após a denúncia das atrocidades stalinistas feita por Nikita Khrushchov em 1956, quando diversos intelectuais romperam com o comunismo, ele deixou o partido.
Hobsbawm só desistiu de defender com unhas e dentes o sistema após a queda do Muro de Berlim, em 1989. “Eu não queria romper com a tradição que era a minha vida e com o que eu pensava quando me envolvi com ela. Ainda acho que era uma grande causa, a causa da emancipação da humanidade. Talvez nós tenhamos ido pelo caminho errado, talvez tenhamos montado o cavalo errado, mas você tem de permanecer na corrida, caso contrário, a vida não vale a pena ser vivida”, disse ele ao The New York Times, em 2003, em uma das poucas declarações em que admitia as falhas do comunismo – porém, sem dar o braço verdadeiramente a torcer.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Banco Nacional de Desenvolvimento das Causas Engajadas

A Revista Piaui traz matéria sobre o BNDES na Era Lula.
Apenas um trecho:

Em quinze dias de banco, Lessa mudou todos os diretores e superintendentes. “Aquilo lá estava coalhado de tucanos e gente favorável à privatização; eu não podia trabalhar com aquelas pessoas”, explicou. Funcionários tarimbados foram isolados em pequenas salas e deixados sem função. Alguns entraram em depressão e outros se aposentaram. Lessa fez um concurso público e aumentou o número de funcionários de 1 600 para os atuais 2 250. Os novos foram treinados no ideário desenvolvimentista e orientados a não conversarem muito com os antigos. “Foi um período de horror”, contou um velho funcionário. “Havia até câmeras nas salas para vigiar os funcionários.”