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segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Um terrorista sincero, e transparente: "vamos atacar..."

Bem, pelo menos não se pode dizer que eles atacarão de surpresa...



Les pirates ayant attaqué le site Web de "Charlie Hebdo" menacent celui de "Libération"

LEMONDE.FR avec AFP | 06.11.11
Capture d'écran de la page d'accueil du site Web de l'hebdomadaire "Charlie Hebdo" piratée par Akincilar.
Capture d'écran de la page d'accueil du site Web de l'hebdomadaire "Charlie Hebdo" piratée par Akincilar. D.R.

L'un des membres du groupe de hackers turcs qui ont revendiqué le piratage mercredi du site Internet de Charlie Hebdo, mis hors service, affirme, dans unentretien au Journal du Dimanche"défendre son pays" et menace le quotidienLibération. Les locaux de l'hebdomadaire satirique ont été détruits par un incendie criminel mercredi, le jour où paraissait un numéro dont la "une" représentait le prophète Mahomet, "rédacteur en chef" d'un journal rebaptisé Charia Hebdo. Le site internet du journal a en outre été victime d'un piratage informatique. "Si "Libération" continue à publier ces dessins, nous nous occuperons d'eux aussi", déclare Ekber, un jeune homme de 20 ans, rencontré par Le Journal du Dimanche à Istanbul."Nous défendons notre pays et nos institutions", justifie Ekber auprès du JDD.

Ekber, membre du groupe de pirates turcs Akincilar et surnommé Black Apple, explique : "Nous ne pensons pas avoir fait quelque chose de mal, ce n'est pas comme si nous avions siphonné des comptes bancaires. C'est une protestation contre une insulte à nos valeurs et nos croyances."
Cependant, selon le JDD, Ekber a tenu à se désolidariser de l'attaque au cocktail Molotov qui a ravagé le journal. "Nous ne soutenons pas la violence. L'islam est une religion de paix. Ces actes sont le fait de gens qui se servent de la religion", affirme le jeune homme, étudiant à l'université Isik et futur ingénieur informatique. Ekber explique qu'il n'avait jamais entendu parler de Charlie Hebdo auparavant. Mais, après avoir lu sur internet des articles de journaux parlant de la sortie du numéro spécial baptisé Charia Hebdo, raconte-t-il, le groupe Akincilar a décidé deréagir. A la suite du piratage du site du journal satirique, la société Bluevision, qui assure son hébergement, l'avait mis hors service après avoir "reçu des menaces de mort".

sábado, 27 de agosto de 2011

Ministerio da Defesa: comemoracoes nao comemoradas...

Primeiro a notícia:

Oficiais da ativa foram proibidos de participar da missa encomendada pelos Clubes Militares
DISCRIÇÃO

Os Clubes Militares (dos oficiais da reserva) realizaram ontem, na Igreja Santa Cruz dos Militares, no Rio, missa "em memória dos 119 militares e civis que perderam a vida, entre 1964 e 1974, por atos de terroristas". Na terça-feira, 23, quando soube da missa, o ministro Celso Amorim (Defesa) mandou chamar os três comandantes militares e acertou com eles que nenhum oficial da ativa participaria da cerimônia.

(Coluna PANORAMA POLÍTICO, do jornal O GLOBO, 25/08/11).

Agora o comentário de um observador político:

Sai um ilusionista e entra um marqueteiro

Eu até que tinha dado um voto de confiança ao novo ministro da Defesa, o diplomata Celso Amorim. Mas o Ministério da Defesa não passa de um cabresto colocado nas ventas dos ‘gados fardados’, um bando de oficiais de quatro estrelas sem expressão militar, colocados nos comandos das Forças Armadas. O único mérito apresentado por estes senhores é a antiguidade no posto. Na realidade, traduzindo para o português popular, esses senhores depois que assumem seus cargos, medram, e passam a agir como umas putas velhas, bem ao estilo das cafetinas que se vêem gerenciando bordéis de beira de estrada.

Pobres Forças Armadas brasileiras que de repente se transformaram em guardas pretorianas a serviço de um governo corrupto, formado por uma gang de ladrões, ex terroristas e ex guerrilheiros.

Só no fato do ministro Celso Amorim afiançar que o ‘assessor especial’ (espia implantado no órgão), José Genoino, permaneceria na pasta, dava para perceber que este cidadão não é diferente do estelionatário que saiu pela porta dos fundos, o energúmeno que se fantasiava de militar, Nelson Jobim.

O Exército, a Aeronáutica e a Marinha estão carentes de lideranças militares, pois o mostruário posto na vitrine tem deixado a desejar. São uns homens fracos, subservientes, bajuladores, desprovidos do mínimo aceitável para o desempenho de tão relevantes funções. Agem como paus mandados. Omissos, incapazes de externar uma opinião própria, só cumprindo ordens, como uns autônomos. O caráter, a honra e o decoro militar costumam passar ao largo. Razão: Não se envolverem com problemas. Deixam que um ministro sem formação militar, resolva situações que por direito e dever caberiam a eles orientar.

Uns incompetentes deste tipo, antes não tê-los comandando as Forças.

Uma característica bem visível é o medo, - covardia, - a que chamam de ‘disciplina’.

Passam a nítida ideia que sofrem da Síndrome de Estocolmo. Aquele comportamento inerente à mulher de malandro, que só tem orgasmo apanhando! E como apanham estes comandantes militares! O ex presidente da república Luiz Inácio Lula da Silva vivia os esculhambando, daí porque passavam a falsa impressão de que eram viris, - gozavam aos turbilhões,- mas não iam além de três tentativas e uma desistência, engolindo o sapo barbudo sem esboçar nenhuma reação!

José Geraldo Pimentel
http://www.jgpimentel.com.br

terça-feira, 5 de abril de 2011

Mercosul 20 anos: numero especial da Meridiano 47 - chamada para contribuicoes

Retransmito abaixo nota preparada pelo meu colega, amigo e editor da Revista Brasileira de Revista Internacional e da Meridiano 47, sobre número especial desta última sobre o Mercosul, que parece chegar perto da idade madura de 21 anos sem ter tido ainda a possibilidade de largar fraldas e mamadeiras... (estou brincando, por certo, mas não muito).
Pretendo contribuir, tanto porque escrevi dois trabalhos sobre o Mercosul no período recente, e ainda penso fazer mais um ou dois.
Haverá também um número especial sobre os dez anos do 11 de setembro, mas não tenho certeza de ter algo de inteligente para escrever a respeito. Sinto-me mais à vontade com o Mercosul.
Paulo Roberto de Almeida

Boletim Meridiano 47 will publish a special issue about the Mercosur in July 2011 and about 9/11 in September 2011.

Now completing two decades since its signing in March 1991, the objective of the Treaty of Assuncion was to construct MERCOSUL, the Portuguese-language acronym for a common market in South America's southern cone. Further, by January 1995 the MERCOSUL countries had instituted a customs union. MERCOSUL was thus the means by which the four countries (Argentina, Brazil, Paraguay and Uruguay) felt best enabled to position themselves in a new world economic order populated by such other large blocks as the European Union and the North American Free Trade Agreement. But by the end of the nineties neither Argentina nor Brazil appeared very interested in its further consolidation, each having in sight the potential alternative objective of joining an incipient ALCA, the Portuguese acronym for a free trade area of the Americas (FTAA in English). However, the intervening economic crises of the nineties in both Brazil and Argentina, and the sudden US disinterest as a consequence of the 9/11 attacks, led the former to reorient themselves yet once again towards the consolidation of MERCOSUL.

From the perspective of these two decades of economic evolution, what have been and how should we understand its impacts on the Brazilian economy? How conclusively can it be said that MERCOSUL has reinforced a (or the) democratic paradigm in, and even beyond, the Southern Cone? What has been the relative importance of MERCOSUL in the context of negotiations at the World Trade Organization (WTO)?
September 2011 marks a decade since the terrorist attack on the United States. Noteworthy to all was the fact that a superpower had suffered a uniquely large-scale assault, not in a conventional form and not from another country, but from a fundamentalist-terrorist organization located in and around the Middle East. Immediately thereafter the United States initiated military action against Afghanistan, and just over a year later against Iraq. On a parallel track, Europe suffered other terror attacks. In the context of a globalized world, the formally democratic and neoliberal West's new opponent would be not an ideology, such as during the Cold War, but terrorism, promoted not by identifiable countries or nations, but by nebulous extremist groups.
Through this prism and ten years on, what can be said to be the in-depth effects of these developments on international relations? How has 9/11 affected US foreign policy? To what extent have these events affected the dynamics of politics in the Middle East? How has terrorism itself undergone change and transformations? How best to understand the Brazilian posture and positioning in the face of this new international dynamic? What importance is retained by the UN Security Council as a main conduit for dealing with a new kind of international threat?
All submissions should be original and unpublished, must be in the range of 25,000 characters (including spaces and footnotes), must be written in English, Spanish or Portuguese including an abstract of less then 70 words [and 3 key-words in English]. Follow the Chicago System (author, date).
All contributions will be submitted to blind peer review.

Submissions should be sent to http://seer.bce.unb.br/index.php/MED/author/submit/1 up to 30th of June 2011 (Mercosur issue) and 31st of August 2011 (9/11 issue).

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Crime organizado e terrorismo: diferencas - Stratfor

Qual a diferença entre um e outro? Existem muitas, por certo. Mas nada melhor do que uma especialista para discutir este tema:

Organized Crime vs. Terrorism
Reva Bhalla
Stratfor, December 21, 2010

Analyst Reva Bhalla uses the Mexican drug cartel war to examine the differences between an organized criminal group and a terrorist organization.

Mexican lawmakers recently passed legislation defining punishment for acts of terrorism. The most interesting aspect of this law is what was encompassed in that definition of terrorism, which could apply to cartel-related activities. This could be an emerging tactic by the Mexican government to politically characterize cartel-related activities as terrorism and use that as a way to undermine popular support for organized criminal activity in Mexico.

There are some very clear distinctions between organized crime and terrorism. Organized criminal groups can engage in terrorist tactics. Terrorist groups can engage in organized criminal activity. These two sub state actors have very different aims, and these aims can place very different constraints on each.

An organized crime group cannot exist without an extensive peripheral network. In that peripheral network that will involve the bankers, politicians and police; basically the portals into the illicit world that protects the core of the organized crime group, which revolves around business activity. In this case being drug trafficking that the Mexican cartels are engaged in. With such a network territorial possessions come into play, and again, popular support is needed. That doesn’t necessarily mean population condones the violence committed by the cartels but it does mean that the cartels can effectively intimidate the population to tolerate activity and allow business to go up on as usual.

By contrast a terrorist group does not need to rely on as extensive network. By definition terrorism is primarily driven by political aims. The financial aspect of their activities is a means to an end, so this place is very different constraints on the terrorist group and allows the terrorist group to engage in much bolder, riskier and violent acts then an organized crime group would. What’s important about a terrorist act is that it’s used to draw attention to their political objectives. Essentially terrorism is theater.

An interesting dynamic that we haven’t seen quite play out yet in Mexico is when an organized crime group starts to adopt terrorist tactics. We have seen examples of where some cartels have engaged in beheadings and IED usage but not to a degree yet where there’s been a big public backlash. In fact, in Mexico we’ve seen the population and major business groups come out against the government calling on the government to stop the offensive against the cartels and to allow business to go on as usual.

We have seen international examples of where this line has been crossed. For example, in 1992 the Sicilian Mafia La Cosa Nostra crossed a big line when they launched a massive car bombing against an important official. That unleashed a huge wave of public backlash. We also saw this in Colombia with Pablo Escobar and the huge IED campaign that swept across Colombia and that eventually turned people against the cartel dominance and resulted in intelligence sharing that led to the downfall of some of those key cartels. What we may be seeing here is a more subtle tactic by the Mexican government to deal with the cartels.

Despite the very important distinctions between organized crime groups and terrorist groups, the branding of an organized crime group like the Mexican cartels as terrorists could be a way to undermine the public tolerance for a lot of their activity in the country. Again, we have not seen this line crossed in Mexico and I don’t think we’re quite there yet but it will be interesting to see how the Mexican government attempts to re-brand the cartel war.

Editor’s Note: Transcripts are generated using speech-recognition technology. Therefore, STRATFOR cannot guarantee their complete accuracy.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Wikileaks-Brasil: MST vai convidar embaixador americano para um duelo ao por do sol...

Não sei se seria o caso; sobretudo com esses enormes revólveres americanos, talvez o MST prefira arremesso de foices ou algo do gênero, mas eles devem estar incomodados com tanta gente querendo enquadrá-los por terrorismo, quando o que eles buscam, na verdade, seria uma forma de legalizar o terrorismo.
Paulo Roberto de Almeida

Wikileaks: documento diz que MST e movimentos sociais são obstáculos a lei antiterrorismo no Brasil
Marina Terra | Redação
30/11/2010 - 13:00

Um documento elaborado em novembro de 2008 pelo então embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Clifford Sobel, cita o MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) e os movimentos socias como obstáculos à criação de uma lei antiterrorismo no Brasil.

O texto menciona o analista de inteligência estratégica na Escola Superior de Guerra André Luis Woloszyn (citado no documento como "Soloszyn"), que, em conversa com Sobel, disse que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, "repleto de militantes esquerdistas que tinham sido alvos de leis da era da ditadura militar criadas para reprimir a violência politicamente motivada", dificilmente promulgaria uma lei que poderia enquadrar atos de grupos com os quais simpatiza, pois "não existe maneira de redigir uma legislação antiterrorismo que exclua as ações do MST".

Além disso, o "cabo" revelado pelo Wikileaks afirma que Brasília voltou atrás no desenvolvimento de uma legislação antiterrorismo por razões "políticas".
O MST ainda não se pronunciou sobre o assunto. De acordo com a assessoria de imprensa do movimento, o tema não foi debatido internamente.
A divulgação de telegramas das embaixadas e consulados dos EUA pelo mundo causaram grande constrangimento à diplomacia da Casa Branca. Foram numerosos os casos de críticas a dirigentes de vários países, escritas por representantes dos EUA ao redor do mundo, que se tornaram públicos. 
De acordo com Soloszyn, poucos no governo e no Congresso brasileiro dão atenção para o tema do terrorismo, assim como para a existência de "potenciais bolsões de extremismo islâmico entre segmentos da grande comunidade muçulmana brasileira".
O analista brasileiro ainda sugere que o único fator que poderia modificar a "indiferença" com relação ao tema do terrorismo seria outra onda de violência como a que foi desencadeada no estado de São Paulo em 2006 pelo grupo criminoso PCC (Primeiro Comando da Capital).
Na época em que o GSI (Gabinete de Segurança Institucional) elaborou anteprojeto de lei que trata dos crimes terroristas e de seu financiamento em território brasileiro, adversários da lei, como a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), se pronunciaram.
Foi o caso do então presidente da organização, Cézar Britto, que afirmou em 2008 que a lei oferecia risco de restringir direitos humanos. “O problema de uma lei que não define o que é terrorismo é que ela pode ser aplicada em várias ações. Se não há uma definição clara do crime a ser punido, corre-se o risco de transformar em ato terrorista qualquer greve ou manifestação em que ocorra alguma ação de violência não prevista”.

Sem consenso
Sobel também conversou com José Antonio de Macedo Soares, secretário-assistente do Secretariado de Monitoramento e Estudos Institucionais do GSI, e o assessor do GSI Janer Tesch Hosken Alvarenga, que afirmaram ser "impossível" chegar a um consenso no governo em relação à definição de terrorismo. Alvarenga é quem disse a Sobel que a decisão de derrubar a proposta de uma legislação antiterrorismo foi "política".  
"Quando lhe foi pedido que confirmasse notícia publicada no jornal diário Correio Braziliense dando conta de que a ministra Dilma Rousseff (chefe-de-gabinete do presidente Lula na Casa Civil) teria derrubado a proposta, Alvarenga tergiversou, sugerindo que vários 'clientes' teriam contribuído para a decisão, incluindo o Ministério da Justiça. No final, ele não negou o relato do jornal, afirmando que a decisão tinha sido 'política'", detalha o documento elaborado pelo funcionário norte-americano.

Conclusão dos EUA
Após abordar o tema com funcionários do governo brasileiro, Sobel diz ser "lamentável" a falta de apoio a uma legislação antiterrorismo no Brasil e considera "plausível" a hipótese de que o impedimento ao desenvolvimento da lei tenha partido da Casa Civil.
"Tirando algumas agências voltadas a questões de segurança, este governo evidencia muito pouco interesse por questões ligadas ao terrorismo, muito menos por legislação que sua base de apoio não tem interesse em ver promulgada e que exigiria capital político considerável para ser aprovada no Congresso".
Para Sobel, o Brasil desenvolve uma abordagem "Al Capone" (mafioso que fez fortuna traficando bebidas nos EUA durante o período de vigência da Lei Seca, nos anos 1930, e foi condenado apenas por sonegação de impostos) contra o terrorismo, ao enquadrar " os terroristas com base em violações alfandegárias, fraude fiscal e outros crimes que, infelizmente, incorrem em penas de prisão menores".

Clique aqui para acessar o texto divulgado pelo Wikileaks.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Wikileaks-Brasil: terroristas que nao sao considerados terroristas

No post anterior, eu dizia que os Wikileaks, a despeito da tragédia que representam para a diplomacia americana, desvendam paranoias e hipocrisias estatais. Eles podem revelar também coniviencia ou irresponsabilidade de certos dirigentes políticos, que não se importam em que ações terroristas sejam planejadas contra os EUA, desde que não atinjam diretamente o Brasil.
Viva o Wikileaks, malgré tout...
Paulo Roberto de Almeida

O WikiLeaks e o terrorismo no Brasil - O caso do libanês “K”
Reinaldo Azevedo, 29.11.2010

A Folha de S. Paulo publicou nesta segunda-feira uma reportagem de Fernando Rodrigues onde se lê:
“A Polícia Federal do Brasil ‘frequentemente prende pessoas ligadas ao terrorismo, mas os acusa de uma variedade de crimes não relacionados a terrorismo para evitar chamar a atenção da imprensa e dos altos escalões do governo’, relatou de maneira secreta em 8 de janeiro de 2008 o então embaixador dos Estados Unidos em Brasília, Clifford Sobel. Essa informação faz parte de um lote de 1.947 telegramas produzidos pela diplomacia norte-americana durante a última década, em Brasília. A organização WikiLeaks teve acesso a eles. Vai divulgá-los gradualmente a partir desta semana no site www.wikileaks.org.

Pois bem, no mesmo texto, relata-se o caso de um libanês preso no Brasil, ligado à rede Al Qaeda. E se informa também que o governo americano considera que Dilma era uma das pessoas no Brasil que faziam pressão para que o país não tivesse uma lei especial contra o terrorismo.

Essa história me irrita um tantinho, você entenderão por quê. No dia 25 de maio de 2009, eu reproduzia aqui a coluna do jornalista Janio de Freitas, da Folha. Eu e ele não somos da mesma enfermaria ideológica, como se sabe. Mas publiquei trecho de sua coluna com link e tudo. Leiam trecho:
“Está preso no Brasil, sob sigilo rigoroso, um integrante da alta hierarquia da Al Qaeda. A prisão foi feita pela Polícia Federal em São Paulo, onde o terrorista estava fixado e em operações de âmbito internacional. Não consta, porém, que desenvolvesse alguma atividade relacionada a ações de terror no Brasil. A importância do preso se revela no grau de sua responsabilidade operacional: o setor de comunicações internacionais da Al Qaeda. Tal atividade sugere provável relação entre recentes êxitos do FBI e a prisão aparentemente anterior feita em São Paulo. Há cinco dias, o FBI prendeu por antecipação os incumbidos de vários atentados iminentes nos Estados Unidos, inclusive em Nova York.”

Eu tinha essa mesma informação e fiquei esperando a confirmação de um dado. Hesitei um tantinho, e Janio saiu na frente. Eu sabia que era verdade. Publiquei a coluna dele porque meu furo já tinha ido para o brejo. Muito bem. Quem era o cara? Tratava-se do libanês K, moderador de um fórum fechado na Internet com mensagens de conteúdo racista e antiamericano. Casado com uma brasileira, exercia atividade regular em São Paulo. E foi solto.

Sabem o que então ministro da Justiça, Tarso Genro, afirmou sobre o caso?
“Se esse cidadão tem ou não relações políticas e ideológicas com países ou com correntes de opinião no mundo, isso, para nós, não é uma questão institucional ou legal.”
Para Tarso, a Al Qaeda era uma “corrente de opinião”.

Se havia um terrorista da Al Qaeda no Brasil e se a desculpa singela par estar solto era a de que a sua situação por aqui era estável, casado com uma brasileira, nem por isso o país deixava de desrespeitar uma resolução da Organização das Nações Unidas — mais precisamente, de seu Conselho de Segurança. Refiro-me à Resolução 1373, de 2001, cuja íntegra está aqui. Leiam trechos:

(…)
Atuando ao abrigo do Capítulo VII da Carta das Nações Unidas, decide que todos os Estados devem:
a) Prevenir e reprimir o financiamento de atos terroristas;
(…)
d) Proibir seus nacionais ou quaisquer pessoas e entidades em seus territórios de disponibilizar quaisquer fundos, ativos financeiros ou recursos econômicos ou financeiros ou outros serviços financeiros correlatos, direta ou indiretamente, em benefício de pessoas que perpetram, ou intentam perpetrar, facilitam ou participam da execução desses atos; em benefício de entidades pertencentes ou controladas, direta ou indiretamente, por tais pessoas; em benefício de pessoas e entidades atuando em seu nome ou sob seu comando.

Decide também que todos os Estados devem:
- Abster-se de prover qualquer forma de apoio, ativo ou passivo, a entidades ou pessoas envolvidas em atos terroristas, inclusive suprimindo o recrutamento de membros de grupos terroristas e eliminando o fornecimento de armas aos terroristas;
- Tomar as medidas necessárias para prevenir o cometimento de atos terroristas, inclusive advertindo tempestivamente outros Estados mediante intercâmbio de informações;
- Recusar-se a homiziar aqueles que financiam, planejam, apóiam ou perpetram atos terroristas, bem como aqueles que dão homizio a essas pessoas;
Impedir a utilização de seus respectivos territórios por aqueles que financiam, planejam, facilitam ou perpetram atos terroristas contra outros Estados ou seus cidadãos;
- Assegurar que qualquer pessoa que participe do financiamento, planejamento, preparo ou perpetração de atos terroristas ou atue em apoio destes seja levado a julgamento; assegurar que, além de quaisquer outras medidas contra o terrorismo, esses atos terroristas sejam considerados graves delitos criminais pelas legislações e códigos nacionais e que a punição seja adequada à gravidade desses atos;
- Auxiliar-se mutuamente, da melhor forma possível, em matéria de investigação criminal ou processos criminais relativos ao financiamento ou apoio a atos terroristas, inclusive na cooperação para o fornecimento de provas que detenha necessárias ao processo;
(…)
4. Ressalta com preocupação a estreita ligação entre o terrorismo internacional e o crime organizado transnacional, o narcotráfico, a lavagem de dinheiro, o contrabando de materiais nucleares, químicos, biológicos e outros materiais potencialmente mortíferos, e, nesse sentido, enfatiza a necessidade de incrementar a coordenação de esforços nos níveis nacional, sub-regional, regional e internacional de modo a fortalecer uma reação global a essa séria ameaça e desafio à segurança internacional;
(…)


Não é o único vexame para o governo Lula revelado pelo WikiLeaks. Na madrugada, trato de alguns outros. Mas por que a resistência em ter uma lei antiterrorista, hein? Falaremos a respeito. Abaixo, uma seqüência de links sobre o caso do libanês da Al Qaeda:

- Integrante da alta hierarquia da Al Qaeda é preso em SP. Tarso vai protegê-lo?;
- Acreditem! Dirigente da Al Qaeda já está entre nós, livre, leve e solto;
- Al Qaeda no Brasil: Tarso e Itamaraty mergulham o país numa lama inédita;
- Al Qaeda no Brasil: prática do governo Lula desrespeita resolução da ONU;
- Al Qaeda no Brasil e falas delinqüentes 1: o nacionalismo brucutu;
- Al Qaeda no Brasil e falas delinqüentes 2: Mais um absurdo;
- É da Al Qaeda, sim! Ou: Tarso transforma terror em mera “corrente de opinião”;
- O imbróglio do libanês “K”;
- Al Qaeda no Brasil - Nota do Ministério Público: ainda não há provas

Por que o Brasil não tem uma lei definindo o que é terrorismo?
Reinaldo Azevedo, 29.11.2010

É preciso ler primeiro o post abaixo [acima]
Há outras coisas interessantes divulgadas pelo WikeLeaks que dizem respeito ao Brasil  — algumas chegam a ser engraçadas; outras, patéticas. Mas quero me ater ao que vai no post abaixo. Embora o terrorismo seja considerado crime imprescritível na Constituição, inexiste uma lei específica que o defina. Por quê? No dia 28 de maio do ano passado, publiquei aqui o texto “OS TERRORISTAS JÁ ESTÃO ENTRE NÓS. CADÊ A LEI?". Explicava por que os petistas não querem a lei — e, ficamos sabendo agora, segundo o governo americano, Dilma era quem mais trabalhava contra ela. Vamos ao texto daquele dia. Tudo ficará claro como o dia.
*
Se K. (ler post abaixo) é mesmo o responsável mundial pelo “Jihad Media Battalion”, o nome do que pratica é TERRORISMO. Bem, ele até poderia escolher a “Saída Dilma Rousseff” e dizer que não matou ninguém, que só cometeu “crime de organização”, não é mesmo?

 A situação é bastante séria porque a Constituição Brasileira diz que o crime de terrorismo é imprescritível, mas simplesmente inexiste uma lei que especifique, afinal de contas, o que é “terrorismo”. E as razões por que ela não existe são de lascar. Já chego lá. Antes, quero chamar a atenção de vocês para o festival de desinformação e cinismo que cercou e ainda cerca essa história.

Na terça-feira, o inefável Tarso Genro tratou o terrorismo como uma variante de “corrente de opinião”. Ontem, sustentou que o país realmente não precisa tipificar esse crime porque a legislação comum dá conta do recado — o que é conversa mole por definição: crimes específicos pedem leis específicas, ou bastaria uma única lei. Lula acusou a interferência de estrangeiros no Brasil, e o Ministério Público se encarregou de divulgar uma nota um tanto rebarbativa e precipitada, que falava na “ausência de provas”. Bem, não é o que pensa quem é especializado em investigação: a Polícia Federal.

E posso lhes assegurar que não se trata de algum araponga de Protógenes perdido lá na instituição. É gente séria. Ninguém precisa pertencer ao núcleo da Al Qaeda, em algum buraco no Afeganistão ou no Paquistão, para integrar a rede terrorista. Aliás, a sua característica mais marcante é justamente a descentralização. Existem “Al Qaedas”.

Por que tanta reticência em admitir isso? O terrorismo já descobriu o Brasil. Encontra aqui um vasto território sem lei que trate da questão. A Tríplice Fronteira está no mapa como área infiltrada pelo terror islâmico — no caso, o Hezbollah. De novo, tenho de escrever: não é assim porque eu quero. É porque é.

Por que não tem?
E por que ninguém se ocupa de estabelecer uma lei específica para os crimes de terrorismo? Porque isso criaria dificuldades internas e externas. Sim, senhores! No dia em que uma lei criar punição específica, o primeiro grupo a ser enquadrado é o MST. Mais: quando o Brasil tiver tal texto, terá de parar de flertar com terroristas latino-americanos ou do Oriente Médio, como faz hoje em dia.

E não que o país já não tenha sido ou não seja permanentemente confrontado com situações que pedem essa definição: os atos do PCC, em São Paulo, em 2006 são considerados terroristas em eu qualquer país civilizado do mundo. O mesmo se diga dos narcotraficantes do Rio, que, freqüentemente, usam a população civil como escudo. Assim, Tarso está obviamente errado. Como sempre.

Essa é, diga-se, mais uma bandeira que as oposições poderiam e deveriam assumir. Até em benefício do combate ao crime organizado. Não ignoro todo o debate sobre a eficiência ou não da tal “Lei dos Crimes Hediondos”, que tanto divide juristas. Nem entro no mérito agora. O país precisa de uma legislação excepcional - como fazem, reitero, outras democracias - que puna, também com rigor excepcional, aqueles que expõem coletividades em risco (ou que “organizam” tais ações) para alcançar seus objetivos. E a excepcionalidade não deve estar apenas numa pena mais longa ou na imprescritibilidade do crime. Terroristas não podem ter os mesmos direitos de presos comuns.

E a tarefa é urgente. E não só para conter os terroristas nativos. Também para poder enfrentar os que vêm de fora. Porque, efetivamente, eles já estão ente nós. Como bem sabem a Polícia Federal e o FBI.

Encerro
Entenderam?

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Wikileaks Brasil: terrorismo visto como evasao fiscal

Do site do Wikileaks, em inglês e em português (acessível a partir do endereço:  http://cablegate.wikileaks.org/articles/2010/Cablegate-Brazil-frames-suspected.html

Em segredo, Brasil monitora e prende suspeitos de terrorismo
Natalia Viana, especial para WikiLeaks

São Paulo, Brasil - A polícia federal e a ABIN seguem dicas da inteligência americana para realizar operações de contraterrorismo no país. É isso que mostram alguns telegramas enviados pela embaixada dos EUA em Brasília para Washington obtidos pelo Wikileaks.
Segundo os documentos - os primeiros de milhares enviados pela missão americana no Brasil obtidos pela organização - a polícia federal e a ABIN (Agência Brasileira de Inteligência) monitoram a presença de suspeitos de terrorismo em solo nacional desde pelo menos 2005.
“A Polícia Federal frequentemente prende indivíduos ligados ao terrorismo, mas os acusa de uma variedade de crimes não relacionados a terrorismo para não chamar a atenção da imprensa e dos altos escalões do governo“, relatou o embaixador Clifford Sobel em janeiro de 2008.
O governo sempre negou a existência de atividades terroristas no Brasil.

Almoço
No dia 4 de maio de 2005, o general Armando Félix esteve em um almoço na casa do então embaixador americano John Danilovich, que ficou no cargo até 2006.
Segundo o relatório enviado a Washington (See cable 05BRASILIA1207), Felix teria dito que é importante que as operações de contraterrorismo sejam ‘maquiadas’ da maneira apropriada para não afetar negativamente a “orgulhosa” e “bem-sucedida” comunidade árabe no Brasil.
Pouco antes, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional havia agradecido entusiasmadamente o apoio dos americanos através do RMAS - Regional Movement Alert System, um sistema que detecta passaportes inválidos, perdidos ou falsificados. A partir de informações do RMAS, a ABIN e a PF estariam monitorando "indivíduos de interesse" no país.
"Além das operações conjuntas conosco, o governo brasileiro também está pedindo que filhos de árabes, muitos deles empresários de sucesso, vigiem árabes que possam ser influenciados por extremistas ou grupos terroristas", diz o relato. Para Félix, é de total interesse da comunidade "manter potenciais extremistas na linha", evitando assim chamar a atenção mundial para os árabes brasileiros.
A preocupação em manter segredo sobre as operações anti-terrorismo foi uma constante durante o goveno Lula. Desde 2006, a administração tem protestado contra menções de atividades ligadas ao terrorimo na tríplice fronteira com o Paraguai e a Argentina, incluídas no relatório anual do governo dos EUA.
Em parte, isso se deve a uma discrepância formal: o governo americano considera o partido libanês Hezbollah e o palestino Hamas como terroristas, enquanto o Itamaraty os considera partidos legítimos. Os dois têm grande apoio dentre a comunidade árabe na tríplice fronteira.

Prisões "disfarçadas"
Mas para além das diferenças no discurso, os documentos vazados pelo Wikileaks mostram que na prática a polícia brasileira age frequentemente a partir de informações da inteligência americana.
"A sensibilidade ao assunto resulta em parte do medo da estigmatização da grande comunidade islâmica no Brasil ou de que haja prejuízo para a imagem da região (da tríplice fronteira) como destino turístico. Também é uma postura pública que visa evitar associação à guerra ao terror dos EUA, vista como demasiado agressiva", analisa outro embaixador americano, Clifford Sobel, que esteve no cargo de 2006 a 2010.
Segundo o telegrama enviado por ele em 8 de janeiro de 2008 (LINK - 136564), a preocupação em não admitir atividades suspeitas de terrorismo seria maior ainda dentro do Ministério de Relações Exteriores. Por isso, diz Sobel, o Brasil participa "relutantemente" das reuniões anuais sobre segurança que reúne diplomatas, oficiais de segurança e inteligência da Argentina, Paraguai e Brasil com os EUA para discutir segurança na tríplice fronteira.
Na verdade, a região não é prioridade quando se trata de terrorismo. "A principal preocupação em contraterrorismo tanto para oficiais brasileiros quanto para a missão americana é a atividade de indivíduos ligados ao terrorismo - em particular diversos suspeitos extrermistas sunitas e alguns indivíduos ligados ao Hezbollah - em São Paulo e em outras áreas do sul do Brasil", relata Sobel.
O telegrama revela que, apesar da retórica em contrário, a Polícia Federal, a Receita Federal e a Abin "monitoram" atividades suspeitas de terrorismo e "seguem todos as pistas passadas a elas".
"A Polícia Federal frequentemente prende indivíduos ligados ao terrorismo, mas os acusa de uma variedade de crimes não relacionados a terrorismo para não chamar a atenção da imprensa e dos altos escalões do governo”, diz um trecho do telegrama secreto. “No ano passado a Polícia Federal prendeu vários indivíduos envolvidos em atividades suspeitas de financiamento de terrorismo mas baseou essas prisões em acusações de tráfico de drogas ou evasão fical". A PF e a Abin sempre compartilham essas informações com as agências americanas, diz o relato.
O mesmo telegrama de Sobel cita dois exemplos. Em 2007, a PF teria preso um potencial faclitador terrorista sunita que operava primordialmente em Santa Catarina sob acusação de entrar no país sem declarar fundos - e estaria trabalhano pela sua deportação. A operação Byblos, que desmantelou uma quadrilha de falsifcação de documentos brasileiros no Rio de Janeiro para libaneses também é citada como exemplo de operação de contra-terrorismo.

Será que o governo sabe?
O Brasil não tem legislação específica sobre terrorismo, em parte por causa do legado da ditadura militar, que taxa oposicionistas de terroristas. A demora do Executivo em enviar um projeto de lei sobre tema ao Congresso desagrada aos americanos, como mostra outro relatório, enviado por Sobel em 11 de abril de 2008 (See Cable 08BRASILIA504).
Nele, o embaixador comenta com surpresa o comentário de José Antonio de Macedo Soares, secretário-adjunto do Gabinete de Segurança Institucional, de que o Brasil compartilha todas as informações referentes a contraterrorismo. Ele questiona se o alto escalão do governo recebe as mesmas informações da inteligência brasileira que os EUA recebem. "Embora não possamos responder definitivamente, os comentários de Soares sugerem que esse pode ser o caso e que, apesar das negativas, eles reconhecem os problemas potenciais que o Brasil enfrenta".
Outra possibilidade seria que o governo tem acesso às informações, mas não as consideram evidência de ação terrorista. "Isso significa que ou estão jogando conosco ou consideram terrorismo apenas fora do Brasil".

Duplo discurso
Outro documento publicado pelo WikiLeaks traz a mais recente avaliação da política brasileira de combate ao terrorismo, de 31 de dezembro de 2009 (See Cable 09BRASILIA1540). Nele, a Ministra Conselheira da Embaixada Lisa Kubiske reitera a existência de "dois discursos separados" no Brasil: enquanto o governo nega, a polícia monitora e colabora em operações de contraterrorismo. Ela cita como exemplo a prisão, em maio daquele ano, de um integrante da Al Qaeda.
A prisão foi feita pela PF em São Paulo durante uma pretensa investogação sobre células nazistas. O libanês, conhecido como "senhor K", foi preso sob acusação de racismo. Para a PF, ele coordenava uma célula de comunicação e recrutamento da Al Qaeda em São Paulo.
Na época, o presidente Lula se negou a comentar o assunto.
No seu telegrama Lisa Kubiske avalia como positivo o fato a notícia ter vindo a público. Ela também elogia o Ministério das Relações Exteriores por ter admitido que terroristas podem se interessar no Brasil por causa das Olimpíadas de 2016.
Entre outras coisas, o relatório de dezembro de 2009 elogia atuação do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) ligado ao Ministério da Fazenda, chamando-o de "eficiente".
De fato, diversos documentos obtidos pelo Wikileaks mostram que o COAF tem colaborado bastante com o governo americano, investigando bens de diversos suspeitos de terrorismo. Entretanto, como aponta Lisa Kubiske, até o final de 2009 nenhum bem ou propriedade havia sido encontrado. O telegrama serviu de base para a avaliação oficial dos EUA sobre o Brasil em 2010.
Os documentos fazem parte de 251 mil telegramas enviados pelas embaixadas americanas de todo o mundo ao Departamento de Estado entre 1966 e 2010 que serão publicados pelo WikiLeaks nas próximas semanas.
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Embaixada se aproxima de muçulmanos moderados para vigiar extremistas
Natalia Viana, especial para o WikiLeaks

São Paulo, Brasil - Novos documentos publicados pelo WikiLeaks mostram que o governo americano tem buscado se aproximar da comunidade muçulmana no Brasil como uma estratégia de contraterrorismo. Para a missão americana, São Paulo é uma das áreas onde elementos extremistas têm tentado recrutar jovens para a causa terrorista. Por isso, o consulado na cidade avalia que o Brasil seria o local ideal para testar estratégias que podem ser úteis em outros países com minorias muçulmanas.
Em 2009, o consulado em São Paulo promoveu a visita da representante especial do governo americano para comunidades muçulmanas, Farah Pandith, e começou a articular a visita de um sheik americano moderado. "A aproximação com muçulmanos moderados coloca os radicais na defensiva e abre canais de comunicação que podem levar a maior informações sobre elementos distantes da comunidade mais propensos ao radicalismo", diz um telegrama do consulado americano em São Paulo , enviado em 20 de novembro de 2009.
A visão dos EUA confirma o depoimento do ex-chefe do Departamento de Inteligência da Polícia Federal Daniel Lorenz sobre a prisão do libanês "senhor K" em maio de 2009 em São Paulo. Lorenz afirmou em uma audiência na Câmara dos Deputados que a PF distinguiu três estágios de atividade terrorista no país.
Primeiro, extremistas estrangeiros teriam usado o país como escala de viagem. Depois, teriam procurado se legalizar e estabelecer no país através de adoção de filhos brasileiros. Finalmente, extremistas residentes estariam iniciando ações de recrutamento, apoio, treinamento, logística e reconhecimento para ações terroristas fora do país. A PF costuma compartilhar informações com a inteligência americana. O governo brasileiro nega a existência de atividades terroristas em solo nacional.

Engajando a comunidade
O primeiro telegrama confidencial enviado pelo cônsul em São Paulo, Thomas White, em 11 de novembro de 2009 (See Cable 09SAOPAULO653), revela que há vários anos o consulado tem tentado se aproximar da comunidade árabe. Através do cônsul-geral do Líbano, Joseph Sayah, White diz ter construído uma grande rede de amigos, entre sheiks e líderanças. “Não tire o olho dos sunitas”, teria avisado Sayad, explicando que muitos jovem brasileiros têm sido atraídos pelo fundamentalismo islâmico. O documento descreve também a comunidade libanesa brasileira, afirmando que os novos imigrantes do Líbano "são mais pobres e bem mais xiitas”: “A sua política é mais radical e eles frequentemente seguem a liderança do Hezbollah".
"A aproximação com muçulmanos moderados coloca os radicais na defensiva e abre canais de comunicação que poderiam levar a mais informações sobre elementos distantes da comunidade mais propejnsos ao radicalismo", escreve o cônsul americano. "Trabalhar junto com os moderados não deve ser visto como algo separado de monitorar elementos mais ameaçadores". Visita
Um dos grandes momento da visita de Farah Pandith nos dias 22 e 23 de novembro foi uma entrevista ao jornal Folha de S. Paulo na qual ela relatou sua história "como uma muçulmana americana". A visita foi acompanhada de perto pelo consulado e relatada em um telegrama de 8 de dezembro de 2009 (See Cable 09SAOPAULO663).
Durante a visita Pandith encontrou representantes da comunidade muçulmana e visitou a mesquita de Santo Amaro, onde conversou com jovens estudantes. "No geral, o grupo foi amigável e altamente acessível. As crianças mostraram interesse em aprender inglês e um conhecimento óbvio da cultura pop americana", descreveu o cônsul.
Além da visita de Pandith, o consulado sugere engajar a comunidade muçulmana através de apresentações sobre o presidente Obama e a visita de um sheik americano "que pode explicar como o Islã é agora uma parte vital da sociedade americana e construir laços com líderes religiosos locais". A ideia do consulado é replicar a estratégia em outros países com minorias muçulmanas pelo mundo.

Wikileaks Brasil: contra-terrorismo na Triplice Fronteira

Como todo mundo bem informado, estou seguindo o assunto dos Wikileaks de material do Departamento de Estado dos Estados Unidos.
O problema apresenta interesse não tanto pelo conhecimento que se possa ter em relação ao que a Embaixada dos EUA investiga acerca do Brasil -- eles investigam absolutamente tudo, é óbvio, e falam com todo mundo, gregos e goianos, de esquerda e de direita, amigos e "inimigos" -- mas sobretudo pelo potencial desastre que essas revelações possam representar para a diplomacia dos EUA, de certa forma castrada em sua missão a partir de agora, sabendo-se que tudo o que eles investigam -- pelo menos até o nível confidencial -- pode vir a público em pouco tempo.
Como diplomata, só posso ficar preocupado com esse tipo de procedimento, pois isso diminui terrivelmente a capacidade de trabalho dos diplomatas.
Lamento sinceramente pelo que vem acontecendo, pois nenhum serviço de inteligência -- e a diplomacia é uma das formas de inteligência -- pode trabalhar decentemente se os seus produtos tiverem revelação pública. Não se pode, simplesmente, trabalhar nessas condições, pois ninguém, absolutamente ninguém, vai querer conversar com um diplomata americano (ou de qualquer outra origem, se o mesmo viesse a ocorrer).
O telegrama abaixo, como transcrito do Wikileaks, me foi sugerido por um leitor anônimo deste blog, provavelmente um diplomata ou um araponga (sem qualquer desprezo pela profissão).
Paulo Roberto de Almeida



Reference ID
Date
Classification
Origin

VZCZCXRO6761
RR RUEHRG DE RUEHBR
#0043/01 0081047 ZNY SSSSS ZZH
R 081047Z JAN 08
FM AMEMBASSY BRASILIA TO RUEHC/SECSTATE WASHDC
0804 INFO
RUEHAC/AMEMBASSY ASUNCION 6502
RUEHBU/AMEMBASSY BUENOS AIRES 5225
RUEHLP/AMEMBASSY LA PAZ 5863
RUEHMN/AMEMBASSY MONTEVIDEO 7167
RUEHSG/AMEMBASSY SANTIAGO 0089
RUEHRG/AMCONSUL RECIFE 7580
RUEHRI/AMCONSUL RIO DE JANEIRO 5662
RUEHSO/AMCONSUL SAO PAULO 1436
RUEAWJA/DEPT OF JUSTICE WASHDC RHEHNSC/NSC WASHDC
RUEATRS/DEPT OF TREASURY WASHINGTON DC
RUEKJCS/SECDEF WASHDC RHMCSUU/FBI WASHINGTON DC
RHEFHLC/HOMELAND SECURITY CENTER WASHINGTON DC
RUEAIIA/CIA WASHDC
S E C R E T SECTION 01 OF 04
BRASILIA 000043   SIPDIS   NOFORN  SIPDIS  
E.O. 12958: DECL: 01/07/2028 
SUBJECT: COUNTERTERRORISM IN BRAZIL: LOOKING BEYOND THE  TRI-BORDER AREA 
REF: BRASILIA 1664  
Classified By: DEPUTY CHIEF OF MISSION PHIL CHICOLA FOR REASONS 1.4 B A ND D  
1. (S/NF) Summary: The Government of Brazil remains highly sensitive to public claims suggesting that terrorist or extremist organizations have a presence or are undertaking activities in Brazil--a sensitivity that appears to be the rise and is resulting in more than symbolic reactions. At an operational level and away from the public spotlight, however, the GOB is a cooperative partner in countering terrorism and terrorist-related activities. Even though the Argentina-Brazil-Paraguay tri-border area (TBA) exclusively dominates headlines, the primary counterterrorism concern for both Brazilian officials and the U.S. Mission in Brazil is the presence and activities of individuals with links to terrorism--particularly several suspected Sunni extremists and some individuals linked to Hizballah--in Sao Paulo and other areas of southern Brazil. To a lesser extent, the TBA remains a concern, primarily for the potential that terrorists may exploit conditions there--including lax border controls, smuggling, drug trafficking, easy access to false documents and weapons, movement of pirated goods, uncontrolled cash flows--to raise funds or arrange logistics for operations. Post will focus over the coming year on keeping the higher levels of the Brazilian government engaged politically and diplomatically on CT objectives, and on seeking to ensure that they do not undermine the productive partnerships at the operational level.

End Summary.

Policy-Level Sensitivities

2. (S/NF) The Brazilian government is a cooperative partner in countering terrorism and terrorist-related activity in Brazil--to include investigating potential terrorism financing, document forgery networks, and other illicit activity--that could contribute to the facilitation of attacks in the region or elsewhere. Nonetheless, the highest levels of the Brazilian government, particularly the Ministry of Foreign Relations, are extremely sensitive to any public claims that terrorists have a presence in Brazil--whether to raise funds, arrange logistics, or even transit through the country--and will vigorously reject any statements implying otherwise.
This sensitivity results, in part, from their fear of stigmatizing the large Muslim community of Brazil (estimated, but unconfirmed, by some sources at over 1 million) or prejudicing the area's image as a tourist destination. It is also a public posture designed to avoid being too closely linked to what is seen as the US's overly aggressive War on Terrorism. This sensitivity manifests itself in various symbolic and concrete ways. –
(C) The GOB participates reluctantly in the "3 1 Mechanism on Security in the Triborder Area," which annually gathers diplomatic, law enforcement, and intelligence representatives of the three Triborder (TBA) countries together with the U.S. to deliberate strategies to deter a host of transnational criminal activities that could be exploited by potential terrorists to facilitate attacks.
At the conferences, the Brazilian delegations often decry statements made by U.S. officials claiming that the TBA is a hotbed of terrorist activity and challenge U.S. participants to present the evidence on which U.S. officials base those statements.
Itamaraty officials repeatedly question the value of this four-way cooperation, insisting that "bilateral concerns should be addressed bilaterally" (reftel). -- (U)
The GOB refuses to legally or even rhetorically label U.S.-designated terrorist groups such as HAMAS, Hizballah or the FARC as terrorist groups--the former two being considered by Brazil as legitimate political parties. As a result, their threshold for accepting evidence of terrorism financing activity in the region, at least publicly, is very high and any information indicating that individuals in the TBA send funds to the groups in Lebanon, in their view, does not necessarily constitute an activity supporting terrorism. -- (U)
At the diplomatic level, the GOB has twice refused to officially endorse Argentina's claims that the perpetrators of the 1994 terrorism attack in Buenos Aires may have received support from individuals in the TBA by abstaining from voting in favor of issuing Interpol capture notices for the 5 Iranian and 1 Lebanese national suspected of involvement in the attack. -- (U)
Two key CT-related legislative initiatives continue to languish. Neither the anti-terrorism nor the anti-money laundering legislation has been introduced to Congress, despite both being ready for more than a year. If passed, the bills would establish the crime of terrorism and associated activities and would facilitate greater law enforcement access to financial and banking records during investigations, criminalize illicit enrichment, allow administrative freezing of assets, and facilitate prosecutions of money laundering cases by amending the legal definition of money laundering and making it an autonomous offense.

Combined with Operational Cooperation

   3. (S/NF) Despite negative rhetoric in Itamaraty and at higher levels of the GOB, Brazilian law enforcement and intelligence agencies--principally the Federal Police, Customs, the Brazilian Intelligence Agency (ABIN), and others--are aware of the potential threat from terrorists exploiting the favorable conditions existing in Brazil to operate and actively track and monitor suspected terrorist activity and follow all leads passed to them. The Federal Police will often arrest individuals with links to terrorism, but will charge them on a variety of non-terrorism related crimes to avoid calling attention of the media and the higher levels of the government. Over the past year the Federal Police has arrested various individuals engaged in suspected terrorism financing activity but have based their arrests on narcotics and customs charges.
  4. (U) Brazil is capable of monitoring domestic financial operations and effectively utilizes its financial intelligence unit, the Financial Activities Oversight Council (COAF), to identify possible funding sources for terrorist groups. The GoB has carried out name checks for persons and entities on the UNSCR 1267 and 1373 terror finance lists, but has so far not found any assets, accounts or property in the names of persons or entities on the UN terror-finance lists. Brazil also established National Strategy to Combat Money Laundering (ENCLA) and is creating a data base called the Electronic Declaration of Cash Carriage (EDPV), which will assist in monitoring individuals who transfer funds abroad. Although the system is a prototype and is still being tested, Brazilian law enforcement officials are encouraged by initial results.

Primary Concern: Individuals Linked to Terrorism in Southern Brazil

5. (S/NF) The primary counterterrorism concern for both Brazilian officials and the U.S. Mission in Brazil is the presence and activities of individuals with links to terrorism--particularly several suspected Sunni extremists and some individuals linked to Hizballah--in Sao Paulo and other areas of southern Brazil. The Federal Police, and to a lesser extent ABIN, monitor the activities of these suspected extremists who may be tied to terrorist groups abroad andshare this information with their U.S. counterparts.  
6. (S/NF) Brazilian law enforcement officials actively monitor the presence of several suspected Sunni extremists with possible ties to terrorist groups abroad who may be capable of lending logistical support--through financing, safehaven, false travel documents-- for terrorist attacks in the region or abroad. In 2007, the Federal Police arrested a potential Sunni extremist terrorist facilitator operating primarily in Santa Catarina state for failure to declare funds entering the country and is in the process of deporting him. Also in 2007, Brazilian Federal Police took down a Rio de Janeiro-based false document ring that was supplying falsified Brazilian documents to non-Brazilians, among them suspected international drug traffickers.

Secondary Concern: Argentina-Brazil-Paraguay Tri-Border Area

  7. (S/NF) To a lesser extent, the TBA remains a concern for the U.S. Mission and Brazilian counterparts, primarily for the potential that terrorists may exploit the favorable conditions there--lax border controls, smuggling, drug trafficking, easy access to false documents and weapons, movement of pirated goods, uncontrolled cash flows--to raise funds or arrange logistics for operations. While there are some individuals suspected of having links to Hizballah and HAMAS, there is little evidence these groups have an operational terrorist presence in the region. According to Brazilian security service sources, the Muslim presence in Foz do Iguacu represents a very small percentage of the Muslim population in Brazil, and even those who provide some financial support to the groups have little or no connection to them. The GOB pursues CT investigations in the TBA and shares the results of their investigations, but their principal concern remains the array of other transnational criminal activity that takes place in the region. The area is a major entry point for drug traffickers into Brazil. In addition, it is a focus of concern for Brazil in other areas such as arms trafficking, smuggling of pirated and counterfeit goods, as well as money laundering and terrorist financing.

  8. (S/NF) To cover this range of transnational criminal activity, the GOB's police and intelligence services have an extensive presence in the region and liaison relationships with Argentine, Paraguayan, and other national intelligence services, including USG agencies. Furthermore, the GOB has attempted to institutionalize some of this cross-border cooperation, although with mixed success. For example, Brazilian Customs completed a new inspection station at the Friendship Bridge in the TBA. This should enable the GOB to intensify its crack down on contraband crossing the bridge, though law enforcement officials expect that traffickers will respond to the tough controls by trying to move their goods clandestinely across the border elsewhere via boat. Brazil also conducts maritime patrols on their side of the Itaipu Lake to deter smuggling activity, although resource constraints and lack of equipment hampers their effectiveness. The long-standing goal of conducting joint patrols with the Paraguayans remains elusive. Finally, in order to more effectively combat trans-border criminal organizations with its neighbors, Brazil established a joint intelligence center (JIC) in the TBA, but staffing issues have hampered its operations, and it is not apparent that the GOB has pushed the other countries too vigorously to send representatives.

Comment:

9. (S/NF) Operational elements of the various Brazilian security and law enforcement agencies understand that the full scope of the problem goes beyond the TBA, and is almost certainly more significant in Sao Paulo and other parts of Brazil. However, the constant barrage of terrorism-related media coverage regarding the TBA tends to heighten GOB sensitivities, and particularly those of Itamaraty, increasing their reluctance to countenance any claims that terrorists could possibly have a presence in any part of Brazil. While this sensitivity generally manifests itself in nothing more than public rebukes of declarations by U.S. officials and sniping during meetings by Itamaraty officials, it does occasionally result in more than symbolic reactions by the GOB. Brazil's AMIA abstention at Interpol, reversal on CT legislation, and inflexibility on 3 1 all represent concrete challenges to local law enforcement officials and regional partners in advancing CT cooperation. Post will focus over the coming year on keeping the higher levels of the Brazilian government engaged politically and diplomatically on this issue, and on seeking to ensure that they do not undermine the work being done at the operational level.
End Comment.  SOBEL 2008-01-08


terça-feira, 19 de outubro de 2010

Argentina vs Iran no caso do terrorismo anti-israelita: imbroglio

Nossos aliados iranianos são sempre surpreendentes. Mas os argentinos não ficam atrás, ao propor julgamento dos iranianos implicados nos atentados terroristas de Buenos Aires, nos anos 1990, em terceiro país. Estranha solução.
Mas a reação iraniana é surpreendente.
Não sei se teremos alguma nota esclarecedora a respeito deste caso complicado.
Paulo Roberto de Almeida

Sin avances en el esclarecimiento del ataque a la mutual judia AMIA: duro rechazo iraní a una propuesta del Gobierno
Lucas Colonna
La Nación
, Martes 19 de octubre de 2010

Se negó a que el juicio se hiciera en un tercer país y acusó a la Argentina de financiar terroristas

Con duras críticas a la Justicia local y una acusación contra las autoridades argentinas de colaborar con el terrorismo, el gobierno iraní rechazó formalmente la petición del gobierno de Cristina Kirchner de sustanciar el juicio por el atentado contra la AMIA en un tercer país.

La Presidenta había propuesto esa alternativa al hablar ante la asamblea anual de la Organización de las Naciones Unidas (ONU), el mes pasado.

Por medio de un escrito presentado en la ONU, el régimen del presidente Mahmoud Ahmadinejad sostuvo que no existen acuerdos jurídicos de cooperación bilateral para concretar ese tipo de procedimientos, calificó de "falsa acusación" los cargos presentados en la investigación local contra ocho ciudadanos iraníes y tildó de "procedimiento arbitrario" la investigación que instruye el juez Rodolfo Canicoba Corral.

Además, sin dar precisiones, acusó a las autoridades argentinas de ser responsables de violaciones del derecho diplomático por la comisión de presuntas escuchas telefónicas a la embajada iraní en Buenos Aires y de "haber colaborado con grupos terroristas, en particular con la conocida Organización Mujaidines, cuyas actividades terroristas mataron e hirieron a miles de civiles iraníes inocentes".

La presidenta Kirchner reaccionó con cautela al comunicado. "Me parece que lo más prudente es leerlo, analizarlo bien y luego emitir una opinión", dijo escuetamente la jefa del Estado, en lo que fue la única reacción oficial. Según explicaron a LA NACION altas fuentes oficiales, debido al tenor de las acusaciones, la respuesta de la Argentina se dará a conocer en el transcurso de los próximos días, luego de que la Cancillería, conducida por Héctor Timerman, analice los pormenores de la misiva oficial iraní y defina una estrategia legal y diplomática por seguir.

El silencio argentino contrastó con el enérgico pronunciamiento del gobierno israelí. La directora general de la cancillería israelí para América latina y el Caribe, Dorit Shavit, aseguró que tanto en la Argentina como en Israel se sabe que "Irán planificó los atentados contra la sede de la AMIA y la embajada de Israel en Buenos Aires".

La respuesta del gobierno de Teherán figura en una comunicación oficial que el representante permanente de Irán ante la ONU, Mohammad Khazaee, envió al secretario general del organismo, Ban Ki-moon. La carta está fechada el 28 de septiembre último, pocos días después del discurso de Cristina Kirchner ante la ONU, pero recién ayer cobró estado público.

El rechazo a la propuesta argentina es tajante. "A falta de un acuerdo jurídico sobre cooperación judicial entre los dos países, y mientras las autoridades argentinas mantengan su falta de disposición a negociar instrumentos de este tipo o, cuando menos, a facilitar pruebas que sustancien sus acusaciones contra ciudadanos iraníes, cualquier petición de cooperación judicial es insostenible", dice el texto.

Acusaciones
Altas fuentes diplomáticas locales expresaron su preocupación por los ataques formulados por Irán respecto del hipotético financiamiento al terrorismo antiiraní. "Es todo un invento, nunca habían hablado de esto antes. Se hizo con el único objeto de justificar el rechazo de un camino jurídico que los compromete", evaluó un diplomático familiarizado con la causa.

Sin aportar mayores precisiones, Irán acusó a las autoridades argentinas de "haber prestado apoyo financiero" a la Organización Mujaidines Jalq y de "haber pagado sobornos para inducir testimonios inventados contra ciudadanos iraníes", aunque no estableció ni a qué administración se refería ni en qué año se habrían concretado estas acciones.

En un siguiente párrafo, de todos modos, formula una acusación elíptica contra el gobierno de Carlos Menem. El texto insta a la actual administración nacional a que "desista de reiterar improcedentes hipótesis y lugares comunes inventados por una administración corrupta en la década de 1990 para encubrir a los autores reales" del atentado.

Las acusaciones no terminan allí. Además, en la carta se sindica a las autoridades como responsables "en virtud del derecho internacional" de "numerosas violaciones del derecho diplomático" y se menciona, en particular, "la escucha de comunicaciones de la embajada iraní en Buenos Aires". Irán pide en el texto "hacer rendir cuentas de sus actos a las personas implicadas en esos actos ilegales".

La misiva iraní comienza con una descalificación de las acusaciones argentinas. Luego, desvincula a los ocho ex funcionarios acusados por la justicia argentina en la causa que instruye Canicoba Corral. "El gobierno de Irán -señala la carta enviada a la ONU- se ha cerciorado de que ningún ciudadano iraní estuvo implicado, directa o indirectamente, en la explosión de la AMIA."

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

O PT e as FARC: por que todo esse medo da verdade?

O PT não gosta que se lembre que ele tem vínculos com as FARC. Mas por que tanto medo de reconhecer o que é uma simples verdade? Só porque as FARC são um grupo narcoterrorista, que "ganha a vida" sequestrando pessoas, matando adversários ou simples soldados, traficando cocaína e destruindo a democracia? Só por isso?
Poderia ser pior: as FARC, por exemplo, poderiam ser como certos ditadores que existem por aí, que matam seus povos de fome. Na verdade, ela É como eles, só que ainda não conseguiu dominar a Colômbia. Se dependesse dos cubanos e dos petistas, elas já o teriam conseguido.
O PT poderia, por exemplo, começar explicando porque a ex-ministra-chefe da Casa Civil, hoje sua candidata a presidente(a), requisitou a mulher do representante das FARC no Brasil para trabalhar num ambiente acolhedor em Brasília, com DAS e tudo... Não precisa nem dizer quanto ganha, basta dizer por que mesmo foi feita esse ato administratico, incompreensível para tantos brasileiros que também gostariam de ganhar um emprego, asi no más...
Bem, não custa lembrar alguns episódios dessa ligação do PT com as FARC. Não precisa ficar envergonhado; agora que tudo é possível, basta reconhecer o que já está documentado.

O Foro de São Paulo não é uma fantasia
Reinaldo Azevedo, 30.01.2008

"Os petistas falam do Foro sem receio. Fizeram-no no vídeo preparado para o 3º Congresso do partido, no fim de agosto e início de setembro do ano passado. Procure no YouTube. Parte do jornalismo brasileiro, no entanto, pretende que tratar do assunto é dar asas a uma fantasia paranóica. Eis uma prática antiga da esquerda.
Ela sempre foi craque em ridicularizar a verdade, transformando-a numa caricatura, de modo que |seus adversários intelectuais ou ideológicos não encontrem senão a solidão e o desamparo"

Vivemos os últimos dias de 2007 e os primeiros de 2008 sob o signo do terror. Setores da imprensa do Brasil e do mundo se deixaram seduzir pela pauta dos bandidos das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Co-estrelaram a farsa protagonizada pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que "libertou" duas reféns (há oitocentos!), os governos do conservador Nicolas Sarkozy, presidente da França, e do "progressista" Luiz Inácio Lula da Silva. Os maus herdeiros de Tocqueville (1805-1859), autor de Democracia na América, querem apenas resgatar do coração das trevas Ingrid Betancourt, uma cidadã que também tem nacionalidade francesa – e depois esquecer aquele canto amaldiçoado das... Américas. Já Marco Aurélio Garcia, assessor especial de Lula e representante brasileiro na "negociação", estava lá como um utopista. Ele é fundador de uma entidade internacional chamada Foro de São Paulo, que tem como sócios tanto o PT como as Farc. Existe, portanto, uma entidade em que essas duas organizações são parceiras, companheiras e partilham objetivos comuns.

O tal Foro foi criado em 1990 por Lula e pelo ditador Fidel Castro. Reúne partidos e grupos de esquerda e extrema esquerda da América Latina. Era a resposta local ao fim do comunismo – a URSS seria oficialmente extinta no ano seguinte. Há dois anos e meio, no aniversário de quinze anos da entidade, a reunião dos "companheiros" se deu no Brasil. E Lula discursou para a turma. Não acredite em mim, mas nele. A íntegra de sua fala está no endereço oficial www.info.planalto.gov.br. Clique no terceiro item da coluna à esquerda, "Discursos e entrevistas", e depois faça a procura por data: está lá, no dia 2 de julho de 2005.

Em sua fala, o presidente brasileiro:

- exalta a atuação de Marco Aurélio Garcia no Foro:

"O companheiro Marco Aurélio tem exercido uma função extraordinária nesse trabalho de consolidação daquilo que começamos em 1990";

- explicita as vinculações da organização com Chávez:

"O Chávez participou de um dos foros que fizemos em Havana. E graças a essa relação foi possível construirmos (...) a consolidação do que aconteceu na Venezuela, com o referendo que consagrou o Chávez como presidente da Venezuela";

- canta as conquistas internacionais da patota:

"E eu quero dizer para vocês que muito mais feliz eu fico quando tomo a informação, pelo Marco Aurélio ou pela imprensa, de que um companheiro do Foro de São Paulo foi eleito presidente da Assembléia, foi eleito prefeito de uma cidade, foi eleito deputado federal, senador (...)";

- expõe os tentáculos internos de que o Foro se serve:

"Vejam que os companheiros do Movimento Sem-Terra fizeram uma grande passeata em Brasília. (...) A passeata do Movimento Sem-Terra terminou em festa, porque nós fizemos um acordo entre o governo e o Movimento Sem-Terra";

- e reafirma a marcha rumo ao poder no continente e, se der, fora dele:

"Por isso, meus companheiros, minhas companheiras, saio daqui para Brasília com a consciência tranqüila de que esse filho nosso, de quinze anos de idade, chamado Foro de São Paulo, já adquiriu maturidade, já se transformou num adulto sábio. (...) Logo, logo, vamos ter que trazer os companheiros de países africanos para participarem do nosso movimento (...)."

Os petistas, como se vê, falam do Foro sem receio. Fizeram-no, por exemplo, no vídeo preparado para o 3º Congresso do partido, no fim de agosto e início de setembro do ano passado. Procure no YouTube. Parte do jornalismo brasileiro, no entanto, pretende que tratar do assunto é dar asas a uma fantasia paranóica. Eis uma prática antiga da esquerda. Ela sempre foi craque em ridicularizar a verdade, transformando-a numa caricatura, de modo que seus adversários intelectuais ou ideológicos não encontrem senão a solidão e o desamparo. Se você é do tipo que prefere anuir com o crime a ficar sozinho, acaba se comportando como um vapor barato do tráfico ideológico.

Já lembrei no blog a viagem que o escritor francês André Gide (1869-1951) fez à URSS em 1934, para participar do Primeiro Congresso dos Escritores. O evento era organizado por Jdanov, o poderoso ministro da Cultura. Intelectuais de todo o mundo estiveram lá. Só Gide denunciou o regime do ditador soviético Stalin (1879-1953), o que fez no livro Retour de l’URSS. Isso lhe valeu o ódio da esquerda internacional e uma espécie de ostracismo. André Malraux (1901-1976) foi um dos que silenciaram. Fez pior do que isso: afirmou que os Processos de Moscou, farsas jurídicas a que Stalin recorria para eliminar seus adversários (e até aliados), não maculavam a essência humanista do socialismo. De fato, o autor de A Condição Humana era um espião soviético. As esquerdas têm muitos heróis nascidos no solo fertilizado pelos cadáveres de seus adversários. Posso ficar só, mas repudio o crime.

Malograda a primeira expedição de Chávez e dos "observadores" para resgatar os reféns das Farc, o Itamaraty divulgou uma nota no dia 1º de janeiro lamentando o desfecho e concluía: "O governo brasileiro reitera seu apoio ao processo de paz na Colômbia, assim como a disposição de aprofundar sua contribuição a iniciativas de fortalecimento do diálogo interno naquele país". Traduzindo a linguagem diplomática: o Brasil reconhecia as Farc como "força beligerante" – uma reivindicação de Chávez –, e não como grupo terrorista. No dia 14 de janeiro, em seu programa de rádio, foi a vez de o próprio Lula afirmar: "Na medida em que as Farc se dispõem a libertar dois reféns, ela está dando (sic) um sinal de que é possível libertar mais. Portanto, o apelo que eu faço é que o governo colombiano e o meu amigo, o presidente (Álvaro) Uribe, mais os dirigentes das Farc se coloquem de acordo para que se possa (sic) libertar mais pessoas que estão seqüestradas". Os terroristas, que recorrem a assassinatos e seqüestros e vivem da proteção que oferecem ao narcotráfico, eram, assim, reconhecidos como expressão política legítima – agora não apenas no Foro de São Paulo, mas no âmbito da diplomacia e do governo brasileiros.

Isso tudo é irrelevante? Não é, não. Já publiquei no blog a lista dos partidos e organizações que integram o Foro: além do PT, do PC do B e das Farc, estão, entre outros, o também colombiano Exército de Libertação Nacional, o Partido Comunista de Cuba, o Partido Comunista do Chile, o Partido Comunista da Bolívia (aliado de Evo Morales), o Partido Comunista da Venezuela (engolido por Chávez), a Frente Sandinista de Libertação Nacional e o PRD mexicano (Partido da Revolução Democrática), do arruaceiro López Obrador, aquele que não aceita perder eleições.

A recusa em condenar as Farc, a defesa incondicional do governo de Hugo Chávez na Venezuela, o apoio às pantomimas de Evo Morales na Bolívia – mesmo e especialmente quando ele contraria interesses brasileiros – e de Rafael Correa no Equador e as relações sempre especiais com a tirania cubana fazem parte do alinhamento do governo do PT com este "Comintern" (Internacional Comunista) cucaracho, o Foro de São Paulo.

Ah, não. Não haverá uma revolução comunista liderada pelos petistas. É mais lucrativo operar uma "revolução" na telefonia, não é mesmo? Condescender com a hipótese do levante é uma forma de fazer uma caricatura do que vai acima. O que estou afirmando, e isto é inconteste, é que existe uma organização na América Latina, chamada Foro de São Paulo, a que pertencem o PT e as Farc, que coonesta grupos e governos que optaram pelo terror, pela ditadura ou por ambos. O que essa gente faz é chantagear a democracia, cobrando muito caro por aquilo a que temos direito de graça. E isso se dá, como sempre, sob o silêncio cúmplice e medroso dos democratas.

E que se note: por motivos óbvios, os petistas são mais decentes quando silenciam sobre os crimes das Farc do que quando fingem indignação em entrevistas.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Top Secret America - Washington Post

O jornal Washington Post criou uma seção, melhor dizer um programa inteiro dedicado aos esforços oficiais dos Estados Unidos na luta contra o terror:

A Secret America: a Washington Post Investigation

Watch the Intro
Read the Stories
See the Map
Explore Connections
Find Companies
Search the Data

"Top Secret America" is a project nearly two years in the making that describes the huge national security buildup in the United States after the Sept. 11, 2001, attacks. Read More

More than a dozen Washington Post journalists spent two years developing Top Secret America
See the details

TSA INDEX:
Part 1: July 19, 2010
* A hidden world, growing beyond control

Part 2: July 20,2010
* National Security Inc.

Latest Headlines
Types of top-secret work
Methodology and credits
A note on this project
Frontline video

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Estados Unidos: a quarta guerra mundial (contra o terrorismo)

O jornal Washington Post, considerando que as ações antiterroristas nos EUA já conformam uma nova tradição política, criaram um novo site, digno de atenção específica.

News Alert: THE WASHINGTON POST LAUNCHES 'TOP SECRET AMERICA'
05:41 AM EDT Monday, July 19, 2010
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The top-secret world the government created in response to the terrorist attacks of Sept. 11, 2001, has become so large, so unwieldy and so secretive that no one knows how much it costs, how many people it employs, how many programs exist within it or exactly how many agencies duplicate work.

Washington Post reporters Dana Priest and William M. Arkin spent two years on their investigation, and the resulting series begins this morning at washingtonpost.com/topsecretamerica.

Visit the site for an innovative online reading experience, accompanied by a searchable database of government organizations and corporate contractors that do top-secret work; details on what that work entails; and the cities and states where that work is done.

For more information, visit washingtonpost.com:
http://link.email.washingtonpost.com/r/QJTXP3/E5APH/1OLNOJ/0X7XP9/9QUWL/4O/t

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Flotilha da "Liberdade" e ataques de Israel: duas notas a imprensa

(A) Uma nota do MRE:

Nota à Imprensa do MRE nº 349
31 de maio de 2010

Ataque israelense à "Flotilha da Liberdade"

Com choque e consternação, o Governo brasileiro recebeu a notícia do ataque israelense a um dos barcos da flotilha que levava ajuda humanitária internacional à Faixa de Gaza, do qual resultou a morte de mais de uma dezena de pessoas, além de ferimentos em outros integrantes.

O Brasil condena, em termos veementes, a ação israelense, uma vez que não há justificativa para intervenção militar em comboio pacífico, de caráter estritamente humanitário. O fato é agravado por ter ocorrido, segundo as informações disponíveis, em águas internacionais. O Brasil considera que o incidente deva ser objeto de investigação independente, que esclareça plenamente os fatos à luz do Direito Humanitário e do Direito Internacional como um todo.

Os trágicos resultados da operação militar israelense denotam, uma vez mais, a necessidade de que seja levantado, imediatamente, o bloqueio imposto à Faixa de Gaza, com vistas a garantir a liberdade de locomoção de seus habitantes e o livre acesso de alimentos, remédios e bens de consumo àquela região.

Preocupa especialmente ao Governo brasileiro a notícia de que uma brasileira, Iara Lee, estava numa das embarcações que compunha a flotilha humanitária. O Ministro Celso Amorim, ao solidarizar-se com os familiares das vítimas do ataque, determinou que fossem tomadas providências imediatas para a localização da cidadã brasileira.

A Representante do Brasil junto à ONU foi instruída a apoiar a convocação de reunião extraordinária do Conselho de Segurança das Nações Unidas para discutir a operação militar israelense.

O Embaixador de Israel no Brasil está sendo chamado ao Itamaraty para que seja manifestada a indignação do Governo Brasileiro com o incidente e a preocupação com a situação da cidadã brasileira.

O original desta nota encontra-se disponível no seguinte endereço:
http://kitplone.itamaraty.gov.br/sala-de-imprensa/notas-a-imprensa/ataque-israelense-a-201cflotilha-da-liberdade201d


(B) Um Comunicado à Imprensa da Embaixada de Israel
31 de maio de 2010

Enviamos abaixo as reações oficiais do governo de Israel acerca dos eventos ocorridos nesta madrugada entre as Forças de Defesa de Israel (FDI) e a flotilha que seguia em direção à Faixa de Gaza.

1. Atividades e declarações do Ministro das Relações Exteriores de Israel, Avigdor Liberman

O Ministro das Relações Exteriores de Israel, Avigdor Liberman, segue conduzindo uma série de diálogos com Chanceleres de vários países e informou nesta manhã em Israel que os membros da embarcação não estavam em missão de paz e são, na verdade, terroristas que atacaram os militares das FDI quando estes abordaram a embarcação que se dirigia à Faixa de Gaza.

O Chanceler também explicou que todas as tentativas de Israel para dialogar e alcançar um entendimento com os organizadores da flotilha foram rejeitadas. Lembrou também que todas as solicitações de Israel ao Hamas para que fosse autorizada a entrada da Cruz Vermelha na Faixa de Gaza, com o fim de visitar e atender o soldado israelense seqüestrado, Gilad Shalit, foram negadas. O que aconteceu nesta manhã foi uma violência pré-planejada pelo grupo que atacou as FDI e Israel não permitirá qualquer ofensiva ao seu Estado por parte de grupos terroristas ou seus apoiadores.

2. Reação do Vice-Ministro das Relações Exteriores de Israel, Danny Ayalon.

O Vice-Ministro das Relações Exteriores de Israel, Danny Ayalon, informou nesta manhã em Israel, durante uma coletiva de imprensa, que “a armada de ódio e violência em apoio à organização terrorista Hamas foi uma provocação premeditada e ultrajante”. Os organizadores da flotilha são bem conhecidos por suas ligações com o Jihad, Al-Qaeda e o Hamas, tendo em sua trajetória um histórico de contrabando de armas e outros materiais bélicos. Ayalon informou ainda que “a bordo do navio, foram encontradas armas que estavam preparadas com antecedência e usadas contra as FDI. A intenção dos organizadores era a utilização de métodos violentos e, infelizmente, houve fortes resultados”.

Ayalon também informou que a chamada ajuda humanitária não tinha uma finalidade pacífica e se assim fosse, os organizadores teriam aceitado a oferta israelense em realizar a entrega dos materiais através dos canais apropriados, como a ONU ou a Cruz Vermelha. Na verdade, o grupo afirmou repetidas vezes que a intenção era romper o bloqueio marítimo em Gaza. Este bloqueio, realizado por Israel, é legal e justificado, levando em consideração o terror imposto pelo Hamas em Gaza. Permitir que esses navios entrassem de forma ilegal no território teria aberto um corredor de contrabando de armas e terroristas na Faixa de Gaza, resultando em morte de milhares de civis e a disseminação da violência em toda a área.

Após os repetidos avisos aos organizadores de que não seria permitido romper o bloqueio e de acordo com a lei marítima, Israel impôs o seu direito. Infelizmente os membros da flotilha não atenderam nenhuma das propostas israelenses, incluído a de hoje pela manhã, onde as FDI solicitaram que a flotilha os acompanhasse, encerrando de forma pacífica este evento.

Nenhum país soberano iria tolerar este tipo de violência contra sua população civil, contra a sua soberania, contra a lei internacional. Israel lamenta as vítimas e informa que foram usadas todas as opções e alternativas para evitar esta situação.

Informações Adicionais (em inglês)

Clique aqui http://www.youtube.com/watch?v=bU12KW-XyZE&feature=player_embedded veja um vídeo onde membros da flotilha utilizam de alta violência contra os soldados israelenses durante a embarcação destes no navio. O evento ocorreu nesta manhã.

Clique aqui http://www.terrorism-info.org.il/malam_multimedia/English/eng_n/pdf/hamas_e107.pdf acesse um documento que aponta ligações do grupo IHH (Insani Yardim Vakfi, IHH, “Fundo de Ajuda Humanitária”) com os grupos terroristas Hamas, Irmandade Mulçumana e Al-Qaeda.

Clique aqui http://www.youtube.com/watch?v=Q8zVD6C3C1k veja um vídeo onde um soldado israelense é atacado com golpes de pé-de-cabra.

Clique aqui http://www.youtube.com/watch?v=qKOmLP4yHb4 veja um vídeo onde as Forças de Defesa de Israel abordam a embarcação que se aproxima da Faixa de Gaza e oferecem o Porto em Ashdod como alternativa para que a flotilha desembarque os suprimentos e estes sejam transportados por via terrestre à Faixa de Gaza sob supervisão. A opção de transporte via terrestre é a mais segura, haja visto que algumas embarcações que supostamente levam suprimentos à Faixa de Gaza, transportam também armamentos e outros materiais bélicos. No vídeo, claramente vê-se que a embarcação recusa a proposta. Após a recusa, a flotilha atacou as FDI.

Clique aqui http://www.livestream.com/newchannel/popoutplayer?channel=insaniyardim&clip=pla_f18a073c-35dc-4288-92b0-bd0f9c37c61d assista um vídeo, feito antes dos recentes acontecimentos, onde os organizadores da flotilha admitem utilizar a força caso os soldados israelenses embarquem em algum navio da flotilha.

Clique aqui http://www.mfa.gov.il/MFA/Government/Law/Legal+Issues+and+Rulings/Gaza_flotilla_maritime_blockade_Gaza-Legal_background_31-May-2010.htm acesse o documento “The Gaza flotilla and the maritime blockade of Gaza - Legal background”, com informações acerca da legalidade do bloqueio marítimo em Gaza.

Departamento de Comunicação
Embaixada de Israel no Brasil


(C) Uma Nota à Imprensa do Embaixador de Israel no Brasil
31 de maio de 2010

O Embaixador de Israel no Brasil, Giora Becher, encontrou-se hoje com a Subsecretária-Geral de Assuntos Políticos I do Itamaraty, Embaixadora Vera Lúcia Barrouin Crivano Machado, às 17 horas, no Itamaraty, após ser convocado.

Durante a reunião, a Embaixadora Vera Machado reiterou a posição brasileira informada, nesta data, em nota emitida pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil.

Em resposta, o Embaixador de Israel reafirmou a posição Israelense de que a flotilha não seguia com uma ação humanitária, mas chegou como uma provocação com o intuito de apoiar o regime ilegal e terrorista do Hamas em Gaza.

O Embaixador manifestou ainda que não existe crise humanitária em Gaza, uma vez que todo o tipo de ajuda tem ingressado diariamente na região. Israel ofereceu aos organizadores da flotilha a alternativa de seguirem para o porto de Ashdod, onde os suprimentos de ajuda humanitária seguiriam para Gaza por via terrestre. Os organizadores não aceitaram esta opção.

Foi mencionado ainda, pelo Embaixador, que os soldados israelenses embarcaram sem empunhar suas armas e foram atacados violentamente, com ameaças às suas vidas, pelos manifestantes que não foram pacifistas. Somente após sofrerem os violentos ataques, os soldados israelenses reagiram em legítima defesa.

O Brasil manifestou ainda sua preocupação sobre as negociações de paz com os Palestinos. O Embaixador Giora Becher informou que Israel quer continuar com o processo de paz, mas o Hamas está contra estas negociações contando com o apoio dos organizadores da flotilha.

Questionado sobre a cineasta Iara Lee, o Embaixador informou ao Itamaraty que minutos antes do encontro ocorrer em Brasília, Israel localizou seu nome na lista de passageiros, mas como cidadã norte-americana. O Embaixador certificou o Itamaraty de que Israel trabalhará para localizar a cineasta e que tão logo tenha novas notícias, a Chancelaria brasileira e a imprensa serão informadas.

Assessoria de Imprensa
Embaixada de Israel