O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

domingo, 15 de junho de 2014

O fenomeno Piketty como expressao da inveja - Theodore Dalrymple

O Jardim da Inveja de Piketty
Instito Ludwig Von Mises Brasil, sexta-feira, 13 de junho de 2014




piketty_inveja_socialismo.jpg
O ressentimento é a única emoção que pode durar a vida inteira e que nunca desapontará você. Em comparação, todas as demais emoções são passageiras e falíveis. Eu tentei odiar alguém por anos; isso, contudo, revelou-se impossível: o ódio desaparece como as cores das flores prensadas. Mas o ressentimento! Ele é a solução perfeita para o seu fracasso na vida. E, graças a Deus, todos nós cometemos falhas em algum sentido ou outro, pois nada seria tão insuportável, causando tanto ressentimento, quanto o sucesso total.


O sucesso dos outros fomenta o ressentimento, especialmente o sucesso em uma área na qual você gostaria de ser bem-sucedido. Sempre que eu leio um trecho de prosa maravilhosa, eu experimento o prazer dessa leitura, é claro; mas ele, muito antes, mistura-se com a irritação e, por fim, com o ressentimento. Por que o meu semelhante é capaz de escrever algo mais elegante, mais perspicaz, mais poético e mais conciso do que eu? O que ele fez para merecer o seu talento? A sorte dos escritores de língua inglesa é que Charles Dickens, por exemplo, tinha muitos e graves defeitos, pois, caso contrário, a genialidade autoevidente e transcendente de alguns dos seus parágrafos os paralisaria, minando a sua vontade de pegar caneta e papel ou de mexer os dedos no teclado.
Como se costuma dizer nos romances russos, chega de filosofia. Vamos agora descer da atmosfera rarefeita da abstração e nos deslocar para a realidade sórdida de um fenômeno real — neste caso, o fenomenal sucesso de um livro chamado Capital no Século XXI, do francês Thomas Piketty. Ele está vendendo tão rápido que as impressoras não conseguem acompanhar a demanda. Não se encontra a obra nas livrarias, mesmo (nas palavras de Lane, o mordomo do personagem Algernon em The Importance of Being Earnest, de Oscar Wilde) com dinheiro vivo.
Isso é realmente impressionante, uma vez que Thomas Piketty não é Dan Brown, o qual vende tolices abertamente supersticiosas escritas em prosa abominável para os crédulos pós-religião. Não: o livro de Piketty é grande, com centenas de páginas, e está recheado de dados misteriosos, que agora temos de chamar de fatos. Felizmente, eu comprara uma cópia desse livro quando ele apareceu pela primeira vez na França; e, em razão da sua rápida ascensão ao status de ícone internacional, eu tenho a esperança de que a minha edição original seja, no momento oportuno, considerada uma preciosa relíquia sagrada com propriedades curativas.
Obviamente, ter comprado um livro e tê-lo lido não são a mesma coisa. Infelizmente, apesar do seu tamanho e do seu peso, eu o perdi. Mas eu o carregava comigo por um tempo, assim como, há muitos anos, quando era um estudante de medicina, eu carregava comigo um livro de patologia, na esperança de que eu aprenderia o seu conteúdo por meio de um processo de osmose através das capas. No entanto, concluí que tinha de abri-lo e aprender apenas o suficiente para passar nos exames. Desnecessário dizer, eu esqueci tudo desde então.
Eu não costumo escrever sobre livros que não li; e eu suponho que, em minha vida, devo ter analisado pelo menos uns 500 livros. Seria falsa modéstia negar que eu li todos eles, incluindo muitas vezes as notas de rodapé, bem como negar a minha solidariedade e a minha empatia com os autores, até mesmo com os autores de livros tão ruins que eu considerava apenas ético fazê-lo — e isso apesar do fato de que não é preciso comer o pote inteiro de manteiga para saber que ela está estragada.
Todavia, duas ideias da obra de Piketty parecem ter sido discutidas com maior vigor em todas as análises que li sobre o seu livro; assim, eu suponho que elas devem representar o cerne daquilo que ele escreveu.
A primeira ideia é a de que há, em relação ao valor do capital, uma tendência de longo prazo a aumentar mais rapidamente do que o ritmo de crescimento da economia como um todo; e, já que a maioria das pessoas depende, para a sua sobrevivência, do seu trabalho em vez do seu capital, a desigualdade de riqueza só pode aumentar, chegando ao ponto de se tornar social e politicamente insustentável. Isso pode ser colocado em termos malthusianos: o valor do capital aumenta geometricamente, ao passo que o valor do rendimento do trabalho aumenta aritmeticamente. Ou, de novo, em termos marxistas: "Em uma determinada fase de desenvolvimento, as forças produtivas materiais da sociedade entram em conflito com as relações de produção existentes. (...) Em seguida, começa uma era de revolução social."
Mas Piketty não é um revolucionário; muito sensatamente, ele deseja evitar uma agitação violenta. Os meios através dos quais ele propõe isso é a sua segunda ideia: um imposto global sobre o capital — presumivelmente, para atingir realmente o seu desejado fim de uma maior igualdade, um imposto substancial.
Em primeiro lugar, analisemos a primeira ideia. Eu hesito em expor o meu próprio caso mais uma vez diante do público, mas alego a atenuação de que, pelo menos, trata-se de um assunto sobre o qual sou relativamente especialista. Como me prejudica o fato de que a proporção entre a riqueza de Bill Gates e a minha excede o quociente entre a minha riqueza e a de alguém que se encontra sob os cuidados do assistencialismo estatal? Eu me considero uma pessoa afortunada: eu nunca passei por quaisquer privações e dificuldades, pelo menos por nenhuma que não fosse a consequência do meu próprio comportamento ou das minhas próprias escolhas. Já fui pobre, mas não passei fome. Jamais sofri injustiça flagrante, exceto algumas detenções injustas em países da má fama (foi culpa minha tê-los visitado, embora, é claro, eu os tenha adorado).
A fortuna de Bill Gates só me prejudica se eu deixar o ácido da inveja e do ressentimento corroer a minha mente. Isso não significa dizer que algumas fortunas não possam ter sido adquiridas de maneira imoral e ilícita: por exemplo, as fortunas de muitos oligarcas russos. Há algo de errado com essas riquezas não porque elas são muito maiores do que a minha, mas sim porque elas foram adquiridas de forma imoral e ilícita. Não há dúvida de que existem muitas áreas cinzentas entre a legitimidade completamente branca e a escura negritude da desonestidade absoluta, mas as óbvias incertezas da vida devem ser suficientes para refrear e conter o nosso ressentimento.
Quanto ao imposto sobre o capital, Piketty está certo ao dizer que ele tem de ser global, pois, caso contrário, haveria fugas de capitais ou restrições locais muito severas sobre os movimentos de capitais — e isso não seria economicamente produtivo ou propício à igualdade. Um imposto global sobre o capital, porém, exigiria uma autoridade mundial para estabelecê-lo, arrecadá-lo e impingi-lo — com efeito, uma espécie de União Europeia gigante. Sinto-me feliz porque não estarei vivo para ver isso ocorrer, mas eu duvido que alguém, nascido ou não nascido, chegará a ver isso acontecer, pelo simples motivo de que os chefes supremos desse governo mundial precisariam de um paraíso fiscal no qual colocar o seu próprio dinheiro.
Eu suspeito que o enorme sucesso desse livro de Piketty seja uma homenagem ao nível de ressentimento que impera no mundo — e não o resultado de uma sede por conhecimento, especialmente entre aqueles indivíduos suficientemente ricos para comprá-lo, usando-o, em grande medida, como um reles acessório. A verdade, como Edward Gibbon nos ensina, raramente encontra uma recepção tão favorável no mundo. Eu posso estar errado, pois ainda não li a obra. Entretanto, posso invejar o seu sucesso.


Leia também:

Thomas Piketty e seus dados improváveis
O que houve com os ricaços da década de 1980?
Algumas frases aterradoras contidas no livro de Thomas Piketty

Eleicoes 2014: pesquisa aponta nova queda da presidente candidata

Até onde a atual incumbente será candidata não se sabe, mas a continuarem as quedas progressivas e aparentemente definitivas (pois que correspondendo a rejeição, mais do que a uma atitude racional) ela pode perder para ela mesma antes de começar a campanha.
Será que, nessas circunstâncias, não voltaria o Guia Genial dos Povos?
Não acredito.
Mas teremos tempos duros pela frente, tanto na campanha, quanto no período de transição, e principalmente a partir de 2015.
Paulo Roberto de Almeida 

Pesquisa Sensus aponta nova queda de Dilma

Por Valor
SÃO PAULO  -  (Atualizada às 11h40m)
Pesquisa realizada pelo instituto Sensus e divulgada pela revista Isto É neste sábado mostra nova variação para baixo nas intenções de voto da presidente Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à reeleição.
Nas respostas estimuladas com todos os 11 candidatos, a petista registrou 32,2% das intenções de voto, ante 34% em abril, uma queda de 1,8 ponto percentual. Já o principal adversário, o pré-candidato do PSDB, Aécio Neves - que deve ser oficializado neste sábado na convenção partido - tem 21,5%, tendo subido 1,6 ponto percentual em relação ao levantamento anterior. A margem de erro da pesquisa é de 1,4 ponto percentual. 
Eduardo Campos, pré-candidato do PSB, aparece com 7,5% das intenções de voto, tendo oscilado para baixo menos de um ponto percentual, ou seja, dentro da margem de erro da pesquisa.
O grupo dos que não responderam, disseram que não votarão em nenhum dos nomes, vão votar em branco ou vão anular caiu para 28,8% ante 33,9% da pesquisa anterior.
Segundo turno
Em eventual segundo turno, Dilma venceria Aécio por 37,8% a 32,7%, uma margem mais apertada do que os 38,6% a 31,9% de abril, mas dentro da margem de erro do levantamento.
Se fosse contra Campos, a vitória da petista seria de 37,5% contra 26,9%.
O Sensus ouviu 5 mil pessoas em 191 municípios, entre 26 de maio e 4 de junho.


© 2000 – 2014. Todos os direitos reservados ao Valor Econômico S.A. . Verifique nossos Termos de Uso em http://www.valor.com.br/termos-de-uso. Este material não pode ser publicado, reescrito, redistribuído ou transmitido por broadcast sem autorização do Valor Econômico.

Leia mais em:
http://www.valor.com.br/politica/3584050/pesquisa-sensus-aponta-nova-queda-de-dilma#ixzz34isIOsmR

Eleicoes 2014: convencao do PSDB confirma Aecio Neves - comentario Reinaldo Azevedo

A última vez em que o PSDB esteve tão unido numa campanha eleitoral foi 1998. Não vou aqui me dedicar à arqueologia de por que, antes, foi assim ou assado. O fato é que o candidato à Presidência, Aécio Neves, conta com o pressuposto primeiro de uma campanha que pretende, claro!, ser vitoriosa: a união. Sem ela, não existe milagre. Para alcançá-la, é preciso que todos os atores estejam dispostos não exatamente a fazer concessões, mas a ouvir o “outro” e “os outros”. Mais do que tudo, entendo, desta vez, o PSDB não tinha o direito — sob o risco da autodissolução — de não ouvir fatias consideráveis do país que querem mudança. E a cobram com uma clareza que não se via desde 2002, justamente quando o PT venceu.
Notem que não faço juízo de valor sobre os desejos de antes e os de agora. Falo de demandas que estão na sociedade e às quais os partidos têm de responder. O PSDB não tinha, e não tem, o direito de se apequenar em divisões internas. O que se viu neste sábado é auspicioso. Lá estavam, e com muito mais solidez do que em jornadas anteriores, Aécio e José Serra de mãos dadas, sob o olhar de FHC, o tucano que venceu o PT nas urnas duas vezes, no primeiro turno.
Isso é uma declaração de voto? Não é, mas poderia ser — e não vejo por que os leitores devam ter desconfianças sobre em quem vou votar. Acho que minha escolha está clara. Mas isso é o de menos neste post. O meu ponto é outro. Não existe democracia sem oposição. Repito o que já escrevi dezenas de vezes: as tiranias também têm governo (e como!!!). Só as democracias contam com forças que se opõem ao poder de turno, buscando substituí-lo, dentro das regras do jogo. Sem oposição organizada, não existe governo legítimo.
Ocorre que esse não é um valor no petismo. Nunca foi. Ao contrário. Para o partido, os que se opõem à sua visão de mundo — mesmo àquela parcela eventualmente não-criminosa — são sabotadores, são inimigos. E devem ser destruídos.
Desde que os petistas chegaram ao poder, resolveram dar início a uma falsa guerra entre o “nós”, que eram “eles”, e o “eles”, que eram os outros. De um lado, os donos da virtude, do bem, do belo, do justo; do outro, o contrário. Talvez seja o caso, então, de a oposição comprar essa briga e fazer o confronto entre o “nós oposicionista” e o “eles governista”.
Os tucanos têm uma história respeitável. Tiraram o Brasil da hiperinflação. Deram ao país uma moeda. Devolveram a nação ao cenário internacional. E o fizeram sem jogar o povo contra o povo. E o fizeram sem incitar a guerra de todos contra todos. E o fizeram sem estimular ódios e rancores. Ao contrário: sempre souberam, e sabem, que, como diz o velho bordão, a união faz a força. Os petistas, infelizmente, tentam se fortalecer jogando brasileiros contra brasileiros, como estamos cansados de ver. É assim que eles enfraquecem a sociedade para fortalecer um ente de razão chamado “partido”.
Mais do que nunca, acho que cabe aos tucanos deixar realmente claro que “eles”, tucanos, não são “os outros”, os petistas e seus aliados. Ou, nos termos propostos pelo PT, chegou a hora de deixar claro que, de verdade, “nós não somos eles”. E não é preciso ir muito longe para percebê-lo: há, por exemplo, tucanos e membros de gestões tucanas sob investigação. Não vi, até agora — e não creio que vá acontecer — o partido a demonizar a Justiça. Sim, há uma grade diferença entre se solidarizar com um aliado e atacar a instituição. Em defesa de mensaleiros, de criminosos condenados, o petismo não hesitou um só instante em achincalhar o Supremo, cuja composição é, de resto, de sua inteira responsabilidade.
Autoritários
A propaganda política terrorista que o PT levou ao ar, destaquei aqui, deixou claro que o partido não tem mais futuro a oferecer aos brasileiros. Agora só lhes resta o expediente, que também não é novo em sua trajetória, de destruir a reputação e o passado alheios e de recontar a história. Mais uma pouco, os “historiadores” do partido ainda transformarão Lula no pai do “Plano Real”, e FHC no chefe do grupo que tentou sabotá-lo — e sabotar o país.

Dilma já não sabe por que governa e sabe menos ainda por que quer mais quatro anos. Essa gente é tão autoritária que inventa teorias conspiratórias até quando parte de um estádio de futebol expressa seu repúdio ao governo, segundo a linguagem, feia ou bonita, que se costuma usar em disputas assim desde as arenas romanas ao menos. Seus áulicos na subimprensa — um bando de vagabundos pançudos, pendurados nas tetas da propaganda oficial e de estatais — têm o topete de acusar, ora vejam!, a oposição e alguns jornalistas por manifestações espontâneas, que surgem sem paternidade.
Os petistas, no poder, sempre tentaram calar a oposição. Agora, acham que já é chegada a hora de calar o povo — ao menos a parcela do povo que ousa discordar. E sua concepção autoritária de poder está em curso, com lances novos, embora esperados, dado o seu projeto de poder. O Decreto 8.243, inspirado por Gilberto Carvalho, saído das catacumbas do PT, é a evidência de que o partido ainda não desistiu da ditadura do partido único.
A união do PSDB, demonstrada neste sábado, é fundamental para preservar a democracia no Brasil.

O ogro famelico destroi as empresas com enorme carga tributaria

Haveria alguma razão para que dirigentes políticos sãos de espírito matassem a suas galinhas de ovos de ouro, que são as empresas que produzem riquezas, pagam impostos e até financiam suas campanhas políticas?
Nenhuma, aparentemente, e no entanto isso se faz no Brasil, contra toda lógica e racionalidade. 
Porque um país destruiria suas empresas?
São as estruturas tributárias que foram sendo criadas coletivamente, em função de uma mentalidade deformada, que faz com que todos os dirigentes políticos atendam, por meio do Estado, suas necessidades, em primeiro lugar, às dos mandarins que os servem, em segundo lugar, aos reclamos de suas clientelas políticas, em terceiro lugar, e só em último lugar, e talvez de modo canhestro, aos pedidos daqueles que financiam todos os anteriores, com seus impostos e contribuições. É um sistema perverso, que só não acaba porque os próprios empresários aprenderam a esperar do Estado o atendimento de todas as suas demandas, em lugar de conter o Estado e tornar a sociedade mais livre. 
Daí que a minha demanda por uma fronda empresarial só vai prosperar quando os emoresários mudarem de mentalidade e de atitude. 
Pode ser que um dia aconteça, por isso eu continuo meu trabalho didático por meio deste blog e meus artigos. 
Paulo Roberto de Almeida 

Brasil tem o sexto maior imposto para empresas

O Brasil tem a sexta maior alíquota de imposto para empresas entre 130 países pesquisados, segundo um levantamento feito pela KPMG Internacional divulgado ontem. De acordo com a consultoria, a carga tributária no Brasil chega a 34%. Em primeiro lugar, ficaram os Emirados Árabes, com alíquota de 55%, enquanto à frente dos países que menos cobram imposto das empresas apareceu Montenegro, com carga tributária de 9%.
Considerando somente os países do G-20, que englobam as vinte maiores economias do planeta, o Brasil sobe para o terceiro lugar, atrás apenas de Estados Unidos (40%) e Japão (35,64%), apontou o levantamento da KPMG.
— O estudo mostrou que, em relação à edição anterior da pesquisa, o Brasil vem mantendo a alíquota em 34%, enquanto nove países aumentaram seus impostos e 24 os reduziram — explica Pedro Anders, sócio da KPMG da área de tributos. — Apesar de não ter elevação nos últimos anos, o Fisco brasileiro tem aprimorado os instrumentos eletrônicos de fiscalização para melhorar a arredação.
O levantamento da KPMG mostra que a alíquota no Brasil é alta, estando no patamar daquelas cobradas em países ricos. Além disso, lembra Anders, apesar da estabilidade na carga tributária para empresas, nos últimos anos os critérios de apuração têm sido modificados.
A KPMG chegou aos 34% considerando os 15% da alíquota básica de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica, mais 10% sobre o lucro que exceder R$ 240 mil e 9% da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL).
Um grande problema no Brasil, lembra o especialista da KPMG, é calcular a carga de impostos indiretos cobrados, que apresentam uma complexidade muito grande. Outro desafio, diz Anders, é que, embora as leis tributárias sejam locais, hoje os negócios são globais:
— Empresas que operam internacionalmente acabam tendo problemas. Vide o caso da Vale, que acabou indo questionar na Justiça o pagamento de imposto sobre lucros obtidos por suas subsidiárias no exterior.
A advogada Ana Cláudia Utumi, sócia responsável pela área tributária do escritório TozziniFreire Advogados, avalia que esse patamar de 34% é muito elevado, e o impacto é conhecido: imposto alto acaba travando muitos negócios.
— Essa alíquota é um desestímulo aos novos negócios e acaba travando o reinvestimento de empresas no país. Muitas companhias estão preferindo reinvestir na África ou Ásia, por exemplo — explica a advogada.
Por ano 2,6 mil horas preenchendo formulários
Ela lembra que para bancos e seguradoras, por exemplo, a carga tributária chega a 40%. Na média, a carga tributária brasileira atual representa 38% do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos no país).
— Ou seja, quase 40% do que o país produz vai para tributos — diz Ana Cláudia.
A advogada ressalta que a complexidade da legislação tributária brasileira faz com que, no país, as empresas levem mais tempo para cumprir obrigações básicas, como preencher formulários:
— Dados do Banco Mundial mostram que as empresas gastam 2.600 horas por ano com preenchimento de formulários e pagamento de impostos. Na Bolívia são 1.080 horas. No México, as companhias gastam 450 horas com isso, e no Chile, 300 horas. Nos Estados Unidos, esse tempo é de 170 horas. Ou seja, no Brasil a burocracia também ainda é um grande problema — afirma ela.
Os 10 países que cobram o imposto mais alto das empresas
1) Emirados Árabes (55%)
2) Estados Unidos (40%)
3) Japão (35,64%)
4) Angola, Argentina, Malta, Sudão, Zâmbia (35%)
5) St. Marteen ( 34,5%)
6) BRASIL, Paquistão e Venezuela (34%)
7) Bélgica e Índia (33,99%)
8) França (33,33%)
9) Namíbia (33%)
10) Moçambique (32%)
Os dez países que cobram imposto mais baixo das empresas
1) Montenegro (9%)
2) Bósnia, Bulgária, Macedônia, Paraguai e Qatar (10%)
3) Omã e Macau ( 12%)
4) Chipre e Irlanda (12,5%)
5) Jordânia (14%)
6) Albânia, Geórgia, Iraque, Kuwait, Líbano, Lituânia, Sérvia (15%)
7) Romênia (16%)
8) Hong Kong (16,5%)
9) Cingapura, Eslovênia, Taiwan (17%)
10) Suíça (17,92%)
Fonte: O Globo

Alianca do Pacifico: o futuro da regiao; Mercosul: o passado - Juan Ruiz (El Pais)

La Alianza del Pacífico y el futuro regional
Una América Latina o varias? Si nos fijamos en la apuesta por integrarse en la economía global tenemos, por un lado, a los países de la Alianza del Pacífico (por ahora México, Colombia, Perú y Chile) que se han embarcado en un proceso de integración comercial, financiera y de flujos de personas. Pero, quizás más importante, apuestan por una integración creciente con la economía mundial, especialmente hacia Asia. En contraposición, la mayoría de países del Mercosur (Brasil, Argentina, Venezuela, Bolivia, Uruguay y Paraguay) no han avanzado en la liberalización de su comercio con las principales áreas económicas. Así, mientras todos los países de la Alianza del Pacífico ya tienen firmados acuerdos de libre comercio con Estados Unidos y la Unión Europea —Chile y Perú también con China—, Brasil, el gigante del Mercosur, no lo tiene con ninguno de ellos.
Esta apuesta por la integración con la economía mundial, las políticas económicas prudentes y el avance de las reformas se refleja en las previsiones de crecimiento. Así, esperamos que este pase del 3,3% en 2014 al 4% en 2015 en la Alianza del Pacífico, bastante más del doble que el Mercosur, que crecerá un 1,1% este año y 1,5% el siguiente.
No es sólo mayor crecimiento sino también menor riesgo. Los países de la Alianza cuentan con mejores amortiguadores frente a la retirada del estímulo por parte de la Reserva Federal o frente a una posible mayor desaceleración a la esperada de la economía china. Amortiguadores como tipos de cambio flexibles, menor endeudamiento y mejor estructurado por monedas o por plazos, o mayor espacio para políticas contracíclicas.
Pero la diferencia entre estos dos grupos de países no es coyuntural sino estructural. México está apostando por las reformas como el ingrediente esencial para asegurar el crecimiento de largo plazo. Pero no es el único. Lo estamos viendo en Chile, que discute ahora mismo una reforma tributaria para financiar un cambio en la educación, buena oportunidad para aumentar su crecimiento potencial. También en Perú, donde se reforma el servicio civil para tratar de hacer al Estado más eficiente; o en Colombia, que quiere impulsar una mejora clara en la calidad y cantidad de sus infraestructuras. Éstos son pasos decididos en la dirección correcta para afianzar el largo plazo, que nunca se podrá sostener sólo con impulsos de demanda.
Nuestras estimaciones en BBVA Research apuntan a un crecimiento potencial del 2,8% para el conjunto del Mercosur, mientras que el de la Alianza del Pacífico debería estar bastante cercano al 4%. Y esto sin contar con el probable efecto positivo de las reformas ya aprobadas en México, que elevarían su crecimiento potencial hasta llegar a un punto porcentual adicional a partir de 2018. De este modo, si bien el PIB de Mercosur en este momento es un 24% mayor al de la Alianza del Pacífico, la Alianza contribuirá un 27% más que Mercosur al crecimiento mundial en los próximos 10 años y, a este ritmo, la superaría en tamaño dentro de unos 15. Claramente la Alianza del Pacífico representa el futuro de la región.
Juan M. Ruiz es economista jefe para América del Sur de BBVA Research

sábado, 14 de junho de 2014

Estatisticas do blog Diplomatizzando: Oliveira Lima superstar...

Alguém já viu estatísticas assim? Com esses picos em forma de agulha repetidos regularmente?
Seriam acessos suspeitíssimos de fins de semana?
Seriam acessos de madrugada lá do outro lado deste nosso planetinha redondo, quando os espiões americanos estão dormindo e os hackers do glorioso Exército do Povo da sempre atenta República Popular da China?
Caberia verificar...
Em todo caso, o Oliveira Lima segue batendo todos os outros concorrentes.
Paulo Roberto de Almeida


Graph of Blogger page views


More »

Posts

EntryPageviews
682
321
186
155
Jun 10, 2014, 



Pageviews today
4,030
Pageviews yesterday
4,094
Pageviews last month
123,280
Pageviews all time history
2,481,175
111

Despikettyzação - Marcos Troyjo (e um comentario inicial, PRA)

Bom artigo de meu amigo Marcos Troyjo.
De fato, nunca antes no mundo inteiro, inclusive e principalmente nesta republiqueta dos companheiros, tantos ignaros de leitura e incultos em história econômica tinham se pronunciado positivamente sobre algo de que ouviram falar mas que não se preocuparam em conhecer de verdade. 
Não li mas já gostei, parecem repetir os beatos do distributivismo estéril. 
Estamos aplicando as receitas corretivas, não se deve pejar de repetir o poste declinante.

O próprio autor do livro, independentemente da correção absoluta e da adequação relativa de suas estatísticas -- já contestadas por muitos -- e da pertinência histórica de sua interpretação desses dados, já tem uma tese pronta, que é amplamente aceita por todos os socialistas, keynesianos e outros engenheiros sociais espalhados por aí: a economia de mercado, deixada leve, livre e solta, tende a produzir necessariamente concentração de renda nas mãos (nos bolsos, mas mais exatamente nas contas bancárias e nos indicadores de valorização) de alguns poucos, o que se reflete na indecente desigualdade dessas sociedades capitalistas. Por isso, o Estado, como ente coletiva onisciente, omnipotente e sempre perfeitamente igualitário (aliás neutro), precisa corrigir essas desigualdades, tirando dos ricos para distribuir entre os menos ricos, de preferência entre os pobres.
Não é isso o que Piketty diz, mas é isso que interpretam seus milhares de não leitores e comentaristas.

Por que é que todos esses economistas distributivistas, em lugar de se preocupar em arrancar renda PRIVADA dos ricos, não se empenham em fazer com que os menos ricos e os mais pobres possam também alcançar patamares razoáveis de renda e riqueza?
Não se trata de fazer todo mundo ficar rico, mas de fazer com que todos tenham um padrão aceitável de renda, que os coloquem ao abrigo de necessidades elementares e lhes permitam tratar da saúde, da educação e do lazer sem enormes preocupações com a falta renda para cuidados básicos.
Será que esse não é um objetivo razoável para economistas acadêmicos?
Eles precisam, além disso, pensar em avançar sobre a riqueza privada daqueles que têm muito?
O que é que eles tem a ver com isso?
Por que é que a renda e a riqueza dos megabilionários seria um problema social, coletivo?
Por que a existência de superricos impediria os outros de também aumentarem a sua renda?
O fato de que alguns se tornem megabilionários se dá em detrimento da riqueza de outros?
Eles roubaram, saquearam, expropriaram os mais pobres, e só se tornaram ricos à custa daqueles?
Nunca antes no Brasil e no mundo tanta bobagem foi dita por tantos que leram tão pouco...

Bom artigo o do Marcos, recomendo a leitura.
Paulo Roberto de Almeida 

Despikettyzação

Um espectro ronda o debate internacional – o espectro da orelhada de “O Capital no século 21″, de Thomas Piketty. Toda essa repercussão ergue monumento incidental a outro francês: Pierre Bayard e seu “Como falar dos livros que não lemos”.
Não há registro em tempos recentes de tamanha muleta para antipatizantes do capitalismo. A imensa maioria nem sequer abriu o volume escrito por Piketty, mas já lhe garante irrefletida adesão. Refestelam-se na certeza de que os céus abençoaram-nos com o novo Alcorão econômico.
Para seus entusiastas nos países em desenvolvimento, as conclusões de Piketty não apenas denunciam a desigualdade no âmbito interno de cada nação, mas convidam também a explicar as diferenças Norte-Sul, repensar o imperialismo e advogar nova teoria da dependência.
Com essa convicção, a de que Piketty propõe um “estado social” para o nosso tempo, tecnocratas saíram levitando de encontro com ele semanas atrás na ONU, em Nova York. E a ideia de impostos progressivos globais – a serem administrados por instituições multilaterais – soa como música aos ouvidos da burocracia onusiana.
Nesses últimos meses, oportunistas na Venezuela, na África do Sul e no Brasil – aqui a própria presidente Dilma Rousseff – já se encostaram em Piketty para legitimar, em meio a taxas de crescimento decepcionantes, suposto foco em políticas de diminuição de desigualdade.
A questão é que “O Capital no século 21″ não trata de alívio da pobreza
A questão é que “O Capital no século 21″ não trata de alívio da pobreza. Tampouco concentra-se em estratégia de crescimento, teoria do desenvolvimento ou modernização institucional. É essencialmente uma pesquisa sobre como parte dos EUA e Europa tende, ao longo do tempo, a remunerar patrimônio e salários de altos executivos em proporção superior ao próprio crescimento da economia.
E, mesmo nesse quesito, não relaciona o fenômeno ao fato de que, por falta de capacidade ou vontade, parcela crescente da população dos EUA abriu mão de empreender ou procurar trabalho para viver ao amparo da assistência social. Nada diz sobre a ausência de inovações verdadeiramente importantes em escala global originando-se na Europa nas últimas décadas.
Por isso, graças ao – às vezes lento – processo de sedimentação de percepções, já se iniciou um processo de “despikettyzação” da discussão econômica.
Isto é bom para o autor – honesto ao reconhecer limitações no trabalho e salientar que pretende sobretudo incentivar conversa serena sobre desigualdade. E ótimo para o debate no Brasil, que carece de um modelo de desenvolvimento.
Para decepção de muitos, Piketty afirmou à “New Republic” desdenhar da obra de Marx, que “não é construída sobre dados”. À “Veja” declarou: “acredito no capitalismo, no livre mercado e na propriedade privada”. Disse ainda: “a países emergentes, como o Brasil, o crescimento é a chave do desenvolvimento e da melhora da qualidade de vida”.
O principal resultado da despikettyzação será muita gente perdendo o muro de arrimo que pensava haver encontrado.
Fonte: Folha de S. Paulo, 13/6/2014