O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Academia.edu: os trabalhos mais vistos de Paulo Roberto de Almeida

Acessando a plataforma para uploadar (ugh!) mais um texto, aproveitei para visitar brevemente as estatísticas de acesso e visualização de trabalhos meus depositados (parece que é o termo, embora eu não goste) no Academia.edu.
Trata-se de um retrato arbitrário do que vai pela cabeça dos navegadores.
Paulo Roberto de Almeida 

Title                                                                  All-Time Views

787
521
388
346
340
331
325
323
317
269
256
244
240
204
203
191
185
167
164
161
155
148
145
143
141
140
137
135
127
126
126
124
118
117
114
111
109
108
106
104
104
104

Venezuela: o desrespeito aos principios democraticos se aprofunda: o que faz o Mercosul?

Seria interessante ler uma nota a esse respeito da Unasul (uma criação da diplomacia brasileira), uma outra nota do Mercosul, uma outra criação do governo brasileiro (e parece que a Venezuela faz parte do Mercosul, ou estou enganado?), e mais algumas notas de quem sempre expede muitas notas, a respeito dos assuntos mais anódinos, ou importantes (também cabe). Se trata de uma simples questão de dignidade, de respeito aos direitos humanos, da mais elementar adesão aos princípios democráticos. Ou tudo isso não vale nada. Ou a tal de "plena vigência das instituições democráticas" só vale para determinadas ocasiões? Com a palavra os que sempre falam...
Paulo Roberto de Almeida 

Lilian Tintori, esposa de Leopoldo López, leu uma mensagem enviada por ele na Praça José Martí, em Caracas, há pouco. O líder da oposição, condenado por Nicolás Maduro a quase 14 anos de prisão, convocou os venezuelanos às ruas no dia 19 de setembro.
Leiam o texto (em espanhol):

"No espero que mis cadenas sean removidas por la dictadura. Por eso, los convoco a que, desde hoy, con mis hermanos de la Unidad, salgamos el sábado 19 de septiembre a tomar las calles en paz y en democracia, bajo estricta disciplina no violenta y vestidos de blanco, junto a nuestros candidatos de la Unidad. Que el próximo sábado se convierta en el inicio del cambio del 6 de diciembre.
Venezuela quiere cambio, quiere voto, quiere calle. Sí se puede. Fuerza y fe.
Nunca me voy a cansar de luchar por Venezuela.
Hace más de 1 año, dije que la élite corrupta que gobierna Venezuela había ordenado meterme preso, con la intención de que yo abanadonara el país. No dudé en dar un paso enfrente, para enfrentar a esta dictadura en un juicio infame.
Hoy, cuando he sido condenado, por la infamia y la mentira sin escrúpulos, les digo que no me arrepiento de la decisión que tomé. Porque las grandes causas ameritan grandes sacrificios.
Estoy convencido de la bondad de nuestra causa, que no es otra que la liberación de todo un pueblo que hoy sufre las consecuencias de un modelo fracasado. Una causa justa y democrática, que busca un país de paz, bienestar y progreso; una causa humana, que busca que todos los derechos sean para todas las personas. Una causa moral, que nos obliga a estar de lado de las víctimas y no de los victimarios.
Esta sentencia no es solo en mi contra, sino contra todos aquellos quienes luchamos por un mejor país. Nadie está más tentando a caer en la frustración que yo, pero les confieso que estoy más fuerte que nunca y decidido a levantarme una y otra vez hasta lograr pacíficamente el cambio que requiere nuestro país.
Por eso, el único acto de solidaridad que pido ante mi sentencia es que no se rindan, porque, como una vez dijo Ghandi: los caminos de la verdad y el amor siempre han triunfado.
El 6 de diciembre tenemos una excelente oportunidad para quitarle el poder a quienes hoy lo tienen. Con revire democrático, salgamos a expresarnos en las urnas.
Finalmente, a mi amada esposa: dale a nuestros hijos un mensaje muy especial. Van a escuchar de boca de algunos que su papi es culpable, que estará preso unos años más. No es cierto. Hoy su papá es más libre que nunca. Mi alma, mis ideas, mi amor por ustedes vuela alto, vuela muy alto, en el cielo de nuestra hermosa Venezuela. Estoy aquí y no me iré, no podrán separarnos.
Muy pronto, juntos, viviremos en la mejor Venezuela, donde reiremos, jugaremos y cantaremos sin sentir miedo.
En estos momentos difíciles, recuerdo a Luther King: Hagas lo que hagas, tienes que salir hacia adelante. Venezuela saldrá adelante. Yo les juro que vamos a vencer".


Lilian Tintori lê carta de Leopoldo López na praça José Martí, em Caracas:
"No espero que mis cadenas sean removidas por la dictadura"


Recordacoes de um 11 de Setembro: impossivel esquecer - Paulo Roberto de Almeida


Recordações de um 11 de Setembro: impossível esquecer

Paulo Roberto de Almeida

Todos os americanos, ou praticamente todos, sabem o que estavam exatamente fazendo na manhã do dia 11 de setembro de 2001, quando o primeiro avião, e depois o segundo, foram lançados contra as duas torres gêmeas do World Trade Center, em Manhattan, New York. Todos sabem porque a vida parou naquele instante, e os Estados Unidos, o mundo, nunca mais foram os mesmos. Todos se recordam o que estavam fazendo quando sua atenção foi chamada, na rádio ou na televisão, pelas primeiras imagens do fogo e fumaça saindo das duas torres, e o pânico instantaneamente criado. Todos se recordam, pois que seria impossível não tomar conhecimento, e mesmo hoje, catorze anos depois, é impossível esquecer o que houve, o que estávamos fazendo, o que fizemos em seguida, o que pensamos naquele momento, o que pensamos depois, como reagimos, e como passamos a viver a partir de então, com um pouco de medo, e uma imensa tristeza pela dimensão da tragédia humana, e pelo choque político então criados, e que nunca mais se desfizeram. Todos se recordam, todos se lembram.
Eu me lembro exatamente do que estava fazendo naquela manhã ensolarada, tendo saído de carro, com Pedro Paulo ao lado, para deixa-lo na Universidade de Maryland, em College Park, onde ele cursava arquitetura, para depois voltar a Washington, DC, onde iria direto para a Embaixada do Brasil, na Massachusetts Avenue. Como sempre faço, estava conectado na National Public Radio, ou alguma outra rádio, mas sempre em um programa de notícias, e o mais provável é que fosse a NPR. Tínhamos recém saído de nosso apartamento no norte da Virgínia, bem perto do Aeroporto de Alexandria, e atravessávamos a ponte da 495, que entra em DC, antes de se dirigir a Maryland.
No meio da ponte, o radialista anunciou que um avião havia acabado de se chocar com um prédio em Nova York, e se imaginava naqueles primeiros momentos que pudesse ser algum acidente involuntário, algum erro de pilotagem ou algo do gênero. Eu me lembro de ter comentado com Pedro Paulo: “Não, isso não me parece acidente”, e imediatamente pensei no terrorismo islâmico, pois já estávamos há muito tempo com o Al Qaeda no Afeganistão, sob abrigo dos talibãs. Ficamos sintonizados na rádio, mas continuando em nossa rota, quando a notícia fatídica pipocou novamente na rádio: um segundo avião havia se chocado contra o que já era identificado como a segunda torre gêmea do World Trade Center. Não havia mais dúvida possível: era um ataque terrorista. No intervalo já tínhamos telefonado para Carmen Lícia, para que ela ligasse na CNN, para acompanhar a história. Dessa parte eu não me lembro se consegui falar com ela imediatamente, ou depois, em todo caso, ainda no carro, a caminho da Universidade de Maryland.
Mais alguns minutos, outra fatalidade: um ataque tinha sido feito nas imediações de nosso apartamento, na Virgínia do norte, muito perto de Washington. Carmen Lícia disse, depois, que os vidros do nosso apartamento tremeram, no momento do choque, mas ela não sabia o que era, até tomar conhecimento do terrível ataque ao Pentágono, pelos imensos rolos de fumo que começaram a se elevar, e ficaram imediatamente visíveis da janela do nosso apartamento. O cheiro de incêndio se tornou perceptível, e as sirenas começaram a emitir seus sons lancinantes de todos os lados. E todos os meios de comunicação ficaram absolutamente focados nos dois acidentes, nos dois atentados, nas duas grandes cidades americanas. Não se sabia ainda do quarto avião, que caiu na Pensilvânia, notícia que veio um pouco mais tarde, mas ainda nessa mesma manhã.
Nessa altura, eu já havia deixado Pedro Paulo na universidade, recomendado que não saísse até eu vir novamente busca-lo, mas que provavelmente eles não teriam aula nesse dia. Corri, ou voei, para a Embaixada, liguei a TV e telefonei para casa. Carmen Lícia estava falando com sua mãe, em Porto Alegre. O mundo todo parou para acompanhar o incêndio nas torres gêmeas, e as imagens do Pentágono, imediatamente cercado pela segurança. Todos estávamos atônitos, quando uma das torres começou a cair, levantado aqueles rolos imensos de fumaça e poeira. Logo em seguida a outra. E o Pentágono ainda em chamas, o cheiro de queimado se espalhando paulatinamente pelos arredores, a despeito de toda a água e produtos químicos lançados pelos bombeiros. O cheiro persistiu durante praticamente três dias em casa. Impossível esquecer.
Todo o resto é história, e tudo o que se escreveu, tudo o que se disse, tudo o que se investigou e que se relatou, desde os primeiros dias, tudo isso apenas acrescenta sobre a memória das primeiras horas, daquele dia, daquelas imagens. Na verdade, nunca pudemos ver o Pentágono semidestruído: os militares cobriram o ponto de impacto e imensos painéis de madeira interditavam uma visão adequada daquele imenso prédio horroroso, de estilo stalinista, mas imponente. Assim foi. Impossível esquecer.

Hartford, 11 de setembro de 2015, 2 p.

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

CEBRI (RJ): debate sobre a crise dos refugiados na Europa: 16 de setembro

Em 16 de setembro, o Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI) realizará um debate sobre a recente crise dos refugiados na Europa.
Nessa ocasião, duas pesquisadoras europeias apresentarão reflexões acerca das respostas políticas a esta crise humanitária.
Petra Reszkető, economista e pesquisadora sênior do Budapest Institute, falará sobre o caos na estação Keleti, em Budapeste, a resposta oficial do governo húngaro e a reação da opinião pública no país.
Radka Vicenová, cientista política e pesquisadora do Centre for European and North Atlantic Affairs, abordará a tentativa de coordenação política entre os diferentes governos nacionais europeus na resposta à crise dos refugiados.
O evento faz parte da iniciativa On Think Tanks Exchange, em que o CEBRI participa junto com outros dez think tanks internacionais.
http://cebri.org/evento/the-refugee-crisis-in-europe

Parcerias estrategicas na diplomacia brasileira: um relatorio de minoria - Paulo Roberto de Almeida

Meu artigo mais recente, recém publicado:


Contra as parcerias estratégicas: um relatório de minoria
Revista Monções: Revista do Curso de Relações Internacionais da UFGD (vol. 4, n. 7, jan.-jun. 2015, pp. 113-129; ISSN: 2316-8323; dossiê sobre “As parcerias estratégicas na política externa brasileira contemporânea: um balanço necessário”; 
Relação de Originais n. 2832; Relação de Publicados n. 1192.

Sumário:
1. O que é estratégico numa parceria?
2. Quando o estratégico vira simplesmente tático
3. Parcerias são sempre assimétricas, estrategicamente desiguais
4. A experiência brasileira: parcerias ex-ante, frustração garantida
5. A proliferação e o abuso de uma relação não assumida
 

Resumo:  Ensaio analítico e opinativo deliberadamente contrário ao princípio e à aplicação das chamadas parcerias estratégicas, com exame da experiência brasileira nessa área nos últimos 15 anos. Depois de dissecar o fenômeno, bastante disseminado no período recente, de estabelecimento de parcerias estratégicas, o ensaio argumenta que elas possuem muito pouco de verdadeiramente estratégico, constituindo bem mais expedientes táticos empregados por Estados para reforçarem a defesa e a promoção de seus interesses nacionais exclusivos na cena internacional. Geralmente de cunho bilateral, uma parceria estratégica não corrige nenhuma das diferenças ou assimetrias estruturais que necessariamente existem entre os parceiros. São repertoriados os casos mais comuns da interface brasileira nessa área, constatando-se o mero caráter ideológico do empreendimento.


Introdução: o que é um relatório de minoria?
Dá-se o nome de “relatório de minoria” nos casos em que um ou mais membros de uma comissão governamental qualquer, convocada oficialmente para apresentar um diagnóstico sobre uma questão de interesse público, divergem das conclusões gerais ou das recomendações formuladas pela maioria dos membros dessa comissão. Havendo previsão para tal nas regras de procedimento, o dissidente, mas também, eventualmente, alguns outros membros que os acompanham apenas parcialmente, podem, se assim for acordado, assinar um relatório de minoria, dando conta de suas próprias conclusões, as razões que os fizeram opor-se ao relatório da maioria, e propor, se for o caso, suas próprias recomendações a respeito da questão que motivou a formação da comissão em causa. O relatório de minoria também é levado ao conhecimento da autoridade que encomendou o trabalho à comissão – geralmente independente, ou integrando membros sem qualquer vínculo com o governo em questão – que poderá, ou  não, levar em consideração tais opiniões dissidentes.
Tais situações são muito comuns nos governos parlamentares, ou de forte atuação congressual, quando os partidos hegemônicos ou as coalizões formadas no âmbito do Legislativo assentem em abrir a discussão da questão a um amplo leque de opiniões. Elas são menos frequentes nos regimes estreitamente presidencialistas, e provavelmente nas instituições privadas, que preferem atribuir um mandato executivo a um grupo determinado que possui latitude analítica e de formulação de sugestões, mas são mais rígidos quanto às regras de procedimento. No caso de instituições fortemente hierarquizadas – a exemplo das militares, do Vaticano, ou, para ficar num caso mais próximo, o do Itamaraty, no Brasil – essa possibilidade praticamente inexiste, em função de alguns pressupostos dogmáticos, para não dizer que a própria formação de comissões independentes para analisar uma questão qualquer e oferecer sugestões de medidas pertinentes é um evento raro no plano da organização e do seu processo decisório. Empresas privadas, por sua vez, são eminentemente práticas e objetivas, não tendo de prestar contas senão a seus dirigentes e acionistas majoritários, o que limita bastante, senão inviabiliza, não só comissões desse tipo, mas também relatórios de minoria: o que se pretende é oferecer soluções rápidas a problemas práticos, não fazer algum exame de consciência sobre escolhas políticas transcendentes.
Em relação ao tema das parcerias estratégicas na política externa brasileira, mesmo não considerando nenhuma avaliação de tipo executivo ou governamental, é de se presumir que o tema recolha não só a adesão da maior parte dos funcionários de Estado encarregados da área – ou seja, os diplomatas e seus chefes políticos – mas também a concordância da parte dos analistas acadêmicos quando à sua importância, e até mesmo a sua necessidade. É de se presumir, portanto, que qualquer balanço que se faça sobre as parcerias estratégicas estabelecidas pelo governo brasileiro nos últimos dez ou quinze anos, tenderá a considerar essa possibilidade de atuação no plano externo não apenas como uma necessidade objetiva da atuação diplomática do Brasil, como também um recurso de configuração eminentemente positiva nesse tipo de cenário de atuação estatal na frente externa.
O que se pretende apresentar aqui, no entanto, é um “relatório de minoria” a respeito da questão, tanto no plano puramente conceitual, quanto no de sua aplicação prática na política externa brasileira desse período. O autor tem nitidamente consciência de que suas posições são perfeitamente minoritárias, para não dizer claramente dissidentes, do mainstream prevalecente tanto no ambiente funcional da diplomacia brasileira, quanto nos meios acadêmicos. O ensaio assume assim um caráter mais opinativo do que propriamente expositivo ou analítico, uma vez que pretende focar sobre os fundamentos das escolhas feitas bem como suas modalidades operacionais, ao mesmo tempo em que considera exemplos retirados a experiência brasileira recente. Como indica o seu  título, a postura é claramente contrária não apenas ao princípio subjacente à tal tipo de atuação diplomática, em geral, como especificamente às escolhas feitas pela diplomacia brasileira desde 2003.

1. O que é estratégico numa parceria?
(...)

Leiam a íntegra neste link: 
http://www.periodicos.ufgd.edu.br/index.php/moncoes/article/view/4134/2265
ou  na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/15582734/2832_Contra_as_parcerias_estrategicas_um_relatorio_de_minoria_2015_)

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Nathan Rosenberg: mais sobre o grande historiador econômico - Eric Schliesser

Mais um necrológio, e ao final eu informo sobre o "custo do sucesso".
Paulo Roberto de Almeida

A few weeks ago I wrote a short memorial piece in which I focus on his writings in the history of economics:
http://digressionsnimpressions.typepad.com/digressionsimpressions/2015/08/rip-nathan-rosenberg-1927-1915.html
Perhaps it is of interest.
Sincerely,
Eric Schliesser

Fui buscar seu livro mais citado e famoso, e o mercado sabe precificar exatamente o valor das coisas:

Rosenberg, Nathan
Published by Edward Elgar Publishing 1994-11 (1994)
ISBN 10: 185898047X ISBN 13: 9781858980478
Used Hardcover
Quantity Available: 1
From: Harvest Book Company LLC (Fort Washington, PA, U.S.A.)
Add Book to Shopping Basket
Price: US$ 44.00
Convert Currency
Shipping: US$ 3.79
Within U.S.A.
Item Description: Edward Elgar Publishing 1994-11, 1994. Hardback. Book, 188 pp As new condition. As new dust jacket. ISBN: 185898047X. Bookseller Inventory # E950020

Rosenberg, Nathan
Published by Edward Elgar Pub (1994)
ISBN 10: 185898047X ISBN 13: 9781858980478
New Hardcover
Quantity Available: 1
From: Revaluation Books (Exeter, United Kingdom)
Add Book to Shopping Basket
Price: US$ 164.33
Convert Currency
Shipping: US$ 9.24
From United Kingdom to U.S.A.

Yesterday, I learned from his former colleague, June Flanders, that the Stanford economist, Nathan Rosenberg, has died. At his passing he was the Fairleigh S. Dickinson, Jr. Professor Emeritus of Public Policy in the Department of Economics. He was an expert in the economics of technology, especially technological change and his work influenced theories about the role of institutions and technological change in economic history  and innovation studies (see, e.g., North's Nobel lecture). Some other time I hope to return to his significance in these areas for philosophy of science and science policy.
Not unlike other economists of his generation, Rosenberg was educated in the history of economics and not above making genuine contributions to scholarship in the area and to integrate such scholarship in his contributions to economics. His papers in the area (the most important of which published during the 1960s in leading journals) were collected in The Emergence of Economic Ideas: Essays in the History of Economics (1994).
I never met Professor Rosenberg in person, but I had a significant interaction with him. I read his seminal paper (1960) "Some institutional aspects of the Wealth of Nations" (The Journal of Political Economy) while researching my dissertation (recall also this post). Rosenberg's paper was not unknown, but the only full-length study of Smith that had been clearly influenced by it was Jerry Muller's very fine study, Adam Smith in His Time and Ours: Designing the Decent Society (1993); I thought this had not exhuasted Rosenberg's insights. So, the central chapter of my dissertation, an original interpretation of Smith's methodology of the Wealth of Nations (a revised version was published here), was an elaboration of Rosenberg's insights in light of my own reconstruction of Smith's epistemology and philosophy/sociology of science.
Because even widely read professional philosophers (like the supervisors of my dissertation) were not expected to be fully conversant in scholarship in the history of economics, I approached a bunch of economists to read this chapter (assuming incorrectly at the time, that professional economists would be relevant experts). Rosenberg sent me generous and detailed comments on my chapter (which were gratefully acknowledged) as well as a copy of his own The Emergence of Economic ideas. In particular, his comments helped me formulate my central claim about the nature of natural prices in Wealth of Nations in terms that would be familiar to modern readers. Now that I have a become a busy, over-extended scholar (that routinely fails to meet accepted and self-imposed deadlines), I recognize the true generosity of Rosenberg to draw on his most valuable scholarly resource (his time) in order to read and comment on work by an unknown, junior scholar from a different discipline. Because I was abroad at the time, he also offered to fax me his comments.
Emergence also reprints Rosenberg's elegant paper on Mandeville. This paper was published before Hayek's (more) famous lecture on Mandeville and it clearly anticipates several of Hayek's most important claims (as Hayek acknowledges). When I first read it (after Rosenberg had sent me Emergence), it was a total eye-opener on the significance of Mandeville (on Hume and Smith).
I close with a scholarly observation. In going through my correspondence with him, I noticed that I wrote a letter with my responses to each of the paper's of Emergence. (I hope this amused him!) I quote one of these comments (from December 10, 2001) to give a flavor of his significance to Smith scholarship: "Reading your paper on "Adam Smith, Consumer Tastes, and Economic Growth," finally made me see why Smith devotes so little systematic attention to the service-sector in commercial societies. (Something that has vexed me, as I found the obvious answer, services are not that important in his day, unsatisfying.) He had identified services with the backward (and retrogressive stage of) Feudalism in which there were few opportunities for economic growth (p. 368 & 372)."
- See more at: http://digressionsnimpressions.typepad.com/digressionsimpressions/2015/08/rip-nathan-rosenberg-1927-1915.html#sthash.j16Z0V7J.dpuf

RIP: Nathan Rosenberg 1927-2015

Yesterday, I learned from his former colleague, June Flanders, that the Stanford economist, Nathan Rosenberg, has died. At his passing he was the Fairleigh S. Dickinson, Jr. Professor Emeritus of Public Policy in the Department of Economics. He was an expert in the economics of technology, especially technological change and his work influenced theories about the role of institutions and technological change in economic history  and innovation studies (see, e.g., North's Nobel lecture). Some other time I hope to return to his significance in these areas for philosophy of science and science policy.
Not unlike other economists of his generation, Rosenberg was educated in the history of economics and not above making genuine contributions to scholarship in the area and to integrate such scholarship in his contributions to economics. His papers in the area (the most important of which published during the 1960s in leading journals) were collected in The Emergence of Economic Ideas: Essays in the History of Economics (1994).
I never met Professor Rosenberg in person, but I had a significant interaction with him. I read his seminal paper (1960) "Some institutional aspects of the Wealth of Nations" (The Journal of Political Economy) while researching my dissertation (recall also this post). Rosenberg's paper was not unknown, but the only full-length study of Smith that had been clearly influenced by it was Jerry Muller's very fine study, Adam Smith in His Time and Ours: Designing the Decent Society (1993); I thought this had not exhuasted Rosenberg's insights. So, the central chapter of my dissertation, an original interpretation of Smith's methodology of the Wealth of Nations (a revised version was published here), was an elaboration of Rosenberg's insights in light of my own reconstruction of Smith's epistemology and philosophy/sociology of science.
Because even widely read professional philosophers (like the supervisors of my dissertation) were not expected to be fully conversant in scholarship in the history of economics, I approached a bunch of economists to read this chapter (assuming incorrectly at the time, that professional economists would be relevant experts). Rosenberg sent me generous and detailed comments on my chapter (which were gratefully acknowledged) as well as a copy of his own The Emergence of Economic ideas. In particular, his comments helped me formulate my central claim about the nature of natural prices in Wealth of Nations in terms that would be familiar to modern readers. Now that I have a become a busy, over-extended scholar (that routinely fails to meet accepted and self-imposed deadlines), I recognize the true generosity of Rosenberg to draw on his most valuable scholarly resource (his time) in order to read and comment on work by an unknown, junior scholar from a different discipline. Because I was abroad at the time, he also offered to fax me his comments.
Emergence also reprints Rosenberg's elegant paper on Mandeville. This paper was published before Hayek's (more) famous lecture on Mandeville and it clearly anticipates several of Hayek's most important claims (as Hayek acknowledges). When I first read it (after Rosenberg had sent me Emergence), it was a total eye-opener on the significance of Mandeville (on Hume and Smith).
I close with a scholarly observation. In going through my correspondence with him, I noticed that I wrote a letter with my responses to each of the paper's of Emergence. (I hope this amused him!) I quote one of these comments (from December 10, 2001) to give a flavor of his significance to Smith scholarship: "Reading your paper on "Adam Smith, Consumer Tastes, and Economic Growth," finally made me see why Smith devotes so little systematic attention to the service-sector in commercial societies. (Something that has vexed me, as I found the obvious answer, services are not that important in his day, unsatisfying.) He had identified services with the backward (and retrogressive stage of) Feudalism in which there were few opportunities for economic growth (p. 368 & 372)."
- See more at: http://digressionsnimpressions.typepad.com/digressionsimpressions/2015/08/rip-nathan-rosenberg-1927-1915.html#sthash.j16Z0V7J.dpuf

Um brasileiro de Hartford disse tudo sobre o Brasil

Um simples cartaz, mas é a síntese do que pensam mais de dois terços dos brasileiros. 
Paulo Roberto de Almeida 

Nova foto Brazilia Day

O texto anterior tinha um trecho meio atrapalhado. Já corrigi, mas destaco aqui. Do ponto de vista da cor da pele, o maior grupo no Brasil, segundo dados do IBGE de 2010, é o de brancos: 47,7%, seguido de perto pelos pardos (mestiços, no mais das vezes, de brancos com negros), com 43,1%. Os negros propriamente são 7,6%. O IBGE segue o critério da autodeclaração.

A realidade brasileira, observei no post anterior, é diferente da americana, onde há apenas 13% de “negros”, já considerados aí os mestiços. Como certa elite branca brasileira — os socialistas da Zona Sul do Rio — pensa pertencer à riqueza cool dos democratas nova-iorquinos, acaba misturando as estações. Antes que Gilberto Braga descobrisse os negros, como quer Fernanda Montenegro, os brasileiros já se haviam descoberto uns aos outros e decidido se misturar.

A guerra final de classes — ou de categorias raciais — no Brasil não será aquela travada no Projac. Nem vai terminar num quadro patético do “Fantástico” chamado “Vai Fazer o quê?”, que confunde exercício de cidadania com bate-boca entre caricaturas em praça de alimentação de shopping.

Quem não perceber que este país está em transe e em trânsito vai dançar. Aliás, tomara mesmo que alguns não percebam. Já atrapalharam demais o debate com a sua boa má consciência.

Volto à foto do Brazilian Day, em que uma frase minha aparece no cartaz. O rapaz que o exibe se identificou: trata-se do brasileiro Wellington Batista Santos, que mora em Hartford, capital do estado de Connecticut.

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Ditadura militar brasileira: Itamaraty colaborou na espionagem de exilados (OESP)

A matéria traz mais algum complemento de informação e pode servir para ampliar este meu estudo sobre o Itamaraty sob o AI-5, feito alguns anos atrás:
Paulo Roberto de Almeida
“Do alinhamento recalcitrante à colaboração relutante: o Itamaraty em tempos de AI-5” 
In: Oswaldo Munteal Filho, Adriano de Freixo e Jacqueline Ventapane Freitas (orgs.),  
“Tempo Negro, temperatura sufocante": Estado e Sociedade no Brasil do AI-5 
(Rio de Janeiro: Ed. PUC-Rio, Contraponto, 2008; 396 p. ISBN 978-85-7866-002-4; p. 65-89). 
Link no site pessoal: http://www.pralmeida.org/01Livros/2FramesBooks/103BrasilAI5.html. 
Disponível em Academia.edu: https://www.academia.edu/5794095/066_Do_alinhamento_recalcitrante_%C3%A0_colabora%C3%A7%C3%A3o_relutante_o_Itamaraty_em_tempos_de_AI-5_2008_.
 Relação de Trabalhos nº 1847.

Itamaraty vigiava exilados antes da queda de Allende
Wilson Tosta
O Estado de S. Paulo, 8/09/2015

Passos dos brasileiros eram monitorados por agentes da ditadura, revelam documentos do extinto Centro de Informações do Exterior
Depois de 42 anos da deposição do governo de Salvador Allende (1908-1973) no Chile, documentos secretos do extinto Centro de Informações do Exterior (CIEx) detalham como agentes da ditadura militar do Brasil vigiavam exilados brasileiros antes do golpe.
Na papelada do Arquivo Nacional, há dados sobre viagens e reuniões dos ativistas. Misturam-se a análises da política local, bastidores da crise e listas de presos – essas, já depois que a ditadura chilena se instalara.
Um dos focos da vigilância do CIEx era a Associação Chileno-Brasileira de Solidariedade (ACBS). Entre os exilados espionados estavam o ex-ministro do Trabalho Almino Affonso, o ex-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) e hoje senador José Serra (PSDB-SP) e o poeta Thiago de Mello.
Há ainda detalhes de reuniões sociais, políticas ou de caráter cultural, da comunidade de exilados brasileiros e dados sobre o suposto sustento financeiro das organizações formadas por brasileiros no exílio chileno à época.
O CIEx era um braço da comunidade de informações. Funcionava no Ministério das Relações Exteriores do Brasil. Foi criado em 1966 e operou até os anos 80. Oficialmente, não existia. O CIEx escondeu-se sob outros nomes, insuspeitos. Chamou-se Assessoria de Documentação de Política Exterior (Adoc) e Secretaria de Documentação de Política Exterior (Sedoc). Manteve ligações com o Serviço Nacional de Informações (SNI).
“Em 26 de julho de 1973, às 19h30, no Teatro La Reforma de Santiago do Chile, o refugiado brasileiro Alexandre Manuel Thiago de Mello (“Manduka”) deu um recital de música brasileira de protesto em homenagem à festividade cubana da ‘tomada do Quartel Moncada’, sob o patrocínio de estudantes universitários esquerdistas da Universidade do Chile e da Associação Chileno-Brasileira de Solidariedade (ACBS)”, afirma o Informe 420/73, de 11 de setembro de 1973.
“O recital contou com cerca de 500 assistentes, entre os quais se encontravam o pai do marginado, Amadeu Thiago de Mello, e os asilados brasileiros Almino Affonso, Armando Ziller, José Ferreira cardoso, José Chirico Serra, Theotonio dos Santos, Gerson Gomes, Francisco Whitaker Ferreira, Estevam Strauss, Alaor da Silva Passos, José Maria Rabelo, Arutana Terena Coberio e outros não identificados”, diz.
Outro Informe do CIEx da mesma data, o número 427/73, mostra mais indícios da ação de espiões contra a entidade. “O refugiado brasileiro Antonio Bezerra Baltar, funcionário da Cepal/ONU, deverá regressar a Santiago do Chile, proveniente dos Estados Unidos, através da América Central, trazendo a soma de US$ 25 mil, em dinheiro, para a Associação Chileno-Brasileiro de Solidariedade (ACBS)’ e para o ‘Instituto de Estudos Sociais e Econômicos (IESE)’”, afirma.
Ainda no 11 de setembro, o Informe CIEx número 250/73 focava a ACBS. “Em anexo, fotocópia de documento enviado pelo asilado brasileiro José Ferreira Cardoso, presidente da ACBS, aos representantes do Partido Comunista Brasileiro, Partido Comunista Brasileiro Revolucionário, Ação Libertadora Nacional, Partido Operário Comunista, ‘PP-1’ e mais dez grupos de asilados e refugiados brasileiros no Chile, no qual propõe uma reunião do ‘conselho’ da ACBS com as respectivas organizações subversivas, com a finalidade de aclarar alguns problemas pendentes entre a ACBS e os referidos grupos”, afirma o texto.
“Esta iniciativa (...) prende-se a pressões oriundas do Comitê de Denúncia à Repressão no Brasil (CDR) através de seu coordenador-geral, Francisco Whitaker Ferreira, no sentido de que dinheiro doado por organizações internacionais à ACBS passe a ser utilizado, exclusivamente, pelo CDR e pela Frente Brasileira de Informações.”
Outro exilado brasileiro cujos passos foram seguidos pelo CIEx foi Gerson Gomes. Identificado como funcionário da ONU, ele teve cópia de seu cartão de identidade distribuído à comunidade de informações em informe, segundo o qual, ele teria viajado à Europa e trazido “uma indeterminada quantia em dólares para atender às atividades subversivas”.