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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Ja sequestrou seu diplomata hoje? - o esporte atual na Venezuela

O tema não é novo e vem se apresentando com alguma frequência nos últimos tempos. Os partidários do regime acham que tudo é um complô para afastar Chávez, como se os bandidos tivessem coloração política ou ideológica.
Suponho também, como em qualquer mercado, que as vítimas tenham o seu preço de resgate segundo sua importância política. Sendo assim, um diplomata amigo do regime, como os brasileiros, por exemplo, devem valer muito mais do que de um outro país indiferente ao vibrante socialismo do século XXI.
Paulo Roberto de Almeida

Kidnapped Costa Rican diplomat freed: Venezuela

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CARACAS | Tue Apr 10, 2012 7:43am EDT
(Reuters) - A Costa Rican kidnapped during the weekend in the latest attack on foreign diplomats inVenezuela has been freed and is in good health, the government said on Tuesday.
"Thanks to police investigation and pressure, we achieved the liberation of the Costa Rican diplomat," Venezuelan Interior Minister Tareck El Aissami said on Twitter. He promised full details of the operation later in the day.
Guillermo Cholele, a trade attache at the Costa Rican Embassy in Caracas, was seized on Sunday night as he returned to his home in La Urbina, a middle-class neighborhood in the eastern part of the capital.
"He is in good physical state, under police protection en route to meet up with his family," El Aissami said.
Various diplomats stationed in Venezuela have been victims of robberies and "express" kidnappings - usually short abductions motivated by money - in recent months. One consul's daughter was shot dead at a police roadblock.
Local media said Cholele was 55 and had lived in Venezuela with his wife and two children for the past six years. His abductors had demanded a ransom, according to Costa Rica, but it was unclear if anything was paid.
Murders, armed robberies and abductions are rife in Venezuela, which has huge oil wealth alongside deep poverty.
Mexico's ambassador and his wife were briefly kidnapped in January and last year a consul from Chile was shot and beaten in Caracas during an abduction that lasted several hours.
POLITICIZED CRIME
A diplomat from Belarus also was kidnapped last year. Last month, the teenage daughter of a Chilean diplomat was shot dead by police after the car she was in failed to stop at a roadblock in the western city of Maracaibo.
Venezuelan's favorite sport has also been hit. U.S. Major League Baseball player Wilson Ramos of the Washington Nationals was kidnapped while visiting his parents last November. He was held in the mountains for two days before being rescued by security forces.
The country's opposition, which hopes to topple President Hugo Chavez in the October 7 election and end his 13 years in power, says his government only shows any urgency in its fight against crime when foreign or high-profile victims are involved.
Seeking to counter that impression, Chavez's socialist administration launched two new organizations to combat criminality just last week.
While voters appear not to hold the president personally responsible for one of the world's highest crime rates, his government is under growing pressure - and the latest incident quickly became politicized.
Some Chavez supporters suggest the violence against diplomats may be an opposition plot to discredit the government and tarnish the achievements of his self-styled revolution.
Diosdado Cabello, the National Assembly boss and a staunch ally of the president, said he hoped the recent attacks were just a coincidence and nothing more sinister, while pro-Chavez talk show host Mario Silva said the opposition was following the violent playbook of a brief coup against Chavez a decade ago.
"What better way to show the international community that Venezuela doesn't even have the capacity to protect diplomats?" Silva said on Monday night.
"They're following the exact same script."
(Additional reporting by Daniel Wallis and Andrew Cawthorne; Editing by W Simon and Bill Trott)

terça-feira, 10 de abril de 2012

Estado brasileiro reconhece que trabalha mal, e custa caro...

O que vai abaixo, mais do que simples consolidação da legislação a respeito de dívidas tributárias, é, indiretamente (ou diretamente, segundo se interprete), uma confissão de que o Estado brasileiro é totalmente ineficiente, ou seja, trabalha mais, e que, além do mais, ele custa caro, custa tão caro que julga melhor dispensar dívidas de menor valor.
Se se consideram os palácios de justiça que existem pelo país afora, sobretudo em Brasília, se compreende, realmente, como não vale a pena levar adiante esses casos.


Posted: 09 Apr 2012 01:56 PM PDT


NOVAS REGRAS DA EXECUÇÃO FISCAL FEDERAL E SEUS REFLEXOS DA ESFERA PENAL

O Ministério da Fazenda, através da portaria 75 MF/2012, publicada no diário oficial do dia 26/03/2012 estabeleceu novos limites para inscrição de débitos fiscais na dívida atina da União.

De acordo com este Ato, serão cancelados os débitos inscritos na Dívida Ativa da União quando o valor consolidado remanescente for igual ou inferior a R$ 100,00, assim como os saldos de parcelamentos concedidos no âmbito da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional ou da Receita Federal, cujos montantes não sejam superiores aos valores mínimos estipulados para recolhimento por meio de documentação de arrecadação.

Valor consolidado do débito é aquele resultante da atualização do respectivo débito originário, somado aos encargos e acréscimos legais ou contratuais, vencidos até a data da apuração.

A Portaria também determina a não inscrição na Dívida Ativa de débito de um mesmo devedor de valor consolidado igual ou inferior a R$ 1.000,00 e o não ajuizamento de execuções fiscais de débitos com a Fazenda Nacional, cujo valor consolidado seja igual ou inferior a R$ 20.000,00.

Cumpre ressaltar que até então o limite pata ajuizamento de execução fiscal era R$ 10.000,00 ( Dez Mil Reais) e ainda que os Tribunais Superiores pacificaram que no âmbito penal, aplica-se o principio da insignificância nos débitos que este valor não seja atingido.

A partir da publicação dos novos valores, entendo que os reflexos na esfera penal são imediatos e podem ser aplicados  inclusive nos processos em curso pois no processo penal vigora a retroatividade benéfica, ou seja, a lei retroage para beneficiar o réu.

Cumpre destacar que os débitos abaixo de R$ 20.000,00 ( Vinte Mil Reais) que não serão até então ajuizados , até que passe o prazo prescricional, esses débitos ficarão em aberto, impedindo a certidão negativa de débitos, por exemplo, permitem a inscrição no CADIN.

 Para as execuções fiscais em curso dentro desse limite, a conseqüência é a sua suspensão, devendo os contribuintes que estão sendo processados em execuções fiscais com valores até R$ 20.000,00 pleitearem  a imediata suspensão. Por fim, reitero que esse limite também interfere no campo penal (crimes contra a ordem tributária), mediante a aplicação do princípio da insignificância (crime de bagatela), quando os valores ficarem dentro do teto de R$ 20.000,00 podendo as ações serem trancadas através de ordem de habeas Corpus.

Besteirol governamental: sobre o genero nos diplomas e a designacao de genero na "profissao"

Parece que os companheiros, e todo o Congresso, desconhecem, ignoram, desprezam até mesmo a legislação em vigor no País, e por excesso de zelo de contentar quem está no poder supremo do país (tudo em minúsculas, claro), confundem totalmente diploma e profissão, se esquecem da simples "economia política" da elaboração e registro de diplomas, e fazem um carnaval em torno do gênero, numa demonstração atroz de que o ridículo subiu à cabeça dos patéticos ministros e congressistas.
Segue abaixo texto de uma ONG que se ocupa de ensino superior (CONSAE - Consultoria em Assuntos Educacionais):



DIPLOMA. FLEXÃO DO GÊNERO. EMPREGO OBRIGATÓRIO. LEI Nº 12.605, DE 03 DE ABRIL DE 2012.

Diplomas e certificados são um problema para as IES. E não pela obrigatoriedade de flexionar o gênero – algumas IES já o fazem! Isso é o de menos!
O problema está no desconhecimento da legislação em vigor. O problema está no descaso do MEC com relação ao assunto. O problema está na desatualização das normas. O problema está na demora do registro. O problema está no custo desses registros.
Vamos começar do começo, conhecendo a legislação:
Portaria DAU/MEC nº 33, de 02/08/1978
Aprova recomendações com a finalidade de dinamizar o registro dos diplomas de curso superior.
Lei nº 7.088, de 23/03/1983
Estabelece normas para a expedição de certificados e diplomas por instituições de ensino de todos os níveis.
Lei nº 9.394, de 20/12/1996 – LDB
“Art. 48 Os diplomas de cursos superiores reconhecidos, quando registrados, terão validade nacional como prova da formação recebida por seu titular.”
Portaria Normativa nº 40, de 12/12/2007, art. 32, § 4º
“§ 4º A expedição do diploma considera-se incluída nos serviços educacionais prestados pela instituição, não ensejando a cobrança de qualquer valor, ressalvada a hipótese de apresentação decorativa, com a utilização de papel ou tratamento gráfico especiais, por opção do aluno
Resolução CNE/CES nº 12, de 13/12/2007
Dispõe sobre o registro de diplomas (de graduação e sequenciais) expedidos por instituições não universitárias (não detentoras de prerrogativas de autonomia universitária).
Resolução CNE/CES nº 1, de 22/04/2008
Dispõe sobre o registro de diplomas de cursos de pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) expedidos por instituições não universitárias (não detentoras de prerrogativas de autonomia universitária).
O descaso do MEC é tão grande, que ele acha que as IES expedem diploma para que os diplomados os pendurem na parede. Pior: permite que universidades federais cobrem o que queiram para registrar diplomas.
Desde 1978 o MEC nunca mais se preocupou com a elaboração, expedição e registro de diplomas, a não ser para dizer que é proibido cobrar por eles. Universidades federais demoram até um ano para registrar diplomas.
A nova Lei traz um equívoco, quando pressupõe que certificados e/ou diplomas possam “nomear” ou “designar” profissão. Só quem pode fazê-lo são os órgãos de representação profissional. A LDB determina que os diplomas apenas atestem a formação recebida por seu titular, como vimos no art. 48.
A nova Lei institui a figura da “reemissão” do diploma, gratuita. A questão é que a reemissão tem que ser registrada, e para as IES não universitárias (não detentoras de prerrogativas de autonomia universitária) esse registro é cobrado pelas universidades registradoras (públicas e privadas).
Até a edição desta nova Lei, a previsão era apenas de emissão de 2ª via, conforme a Portaria DAU/MEC nº 33/1978 e no termos da Portaria nº 1, de 9 de março de 1982, do Ministro de Estado Extraordinário para a Desburocratização. Emissão essa que demanda registro e permite cobrança.
Apesar de indicar que os sistemas de ensino possam regulamentar o assunto, a Lei está em vigor, e se as IES receberem pedido de reemissão, terão que fazê-lo.
Na verdade, a questão de registros de diplomas encontra-se muito mal resolvida em todo o País. Já há algum tempo!
Em abril de 2002 realizou-se, nas dependências da Universidade Federal Fluminense, sob o apoio do FORGRAD, o I Encontro de Dirigentes de Departamentos de Administração Escolar – ENDAE, para tratar do assunto. Decorridos 10 anos, nada se fez, apesar das sugestões recomendações apresentadas pela plenária do Encontro, cujo Relatório Final reproduzimos neste SIC.
Desde então, CONSAE realizou 14 versões do Seminário/Curso sobre Processo e Registro de Certificados e Diplomas das Instituições de Ensino Superior. Em todos eles muitas dúvidas e questionamentos: sobre a legislação, as dificuldades, as diferenças nos procedimentos - entre as públicas e as privadas. O XV Curso sobre Processo e Registro de Certificados e Diplomas das Instituições de Ensino Superior será realizado em São Paulo, nos dias 21 e 22 de junho de 2012.
Muitas universidades, centros universitários e instituições isoladas, não universitárias nos apresentam questionamentos os mais variados e, principalmente o relativo a não aceitação, por órgãos de representação profissional e secretarias de educação, que questionam registros promovidos por universidade federal, estadual e privada, discutindo as portarias ministeriais que prorrogaram os prazos de reconhecimento e renovação de reconhecimento de cursos, e até mesmo a não expedição desse “ato autorizativo” pelo Ministério da Educação.
Órgãos de representação profissional têm recusado registro profissional a titulares de diplomas cujos atos formais, obrigatoriamente inscritos no verso desses diplomas, apresentam datas legalmente já vencidas.
Esta seria uma boa oportunidade para o MEC editar novas normas e procedimentos nacionais, atuais, sobre expedição e registro de documentos finais de conclusão de cursos superiores.

LEI nº 12.605, DE 3 DE ABRIL DE 2012
Determina o emprego obrigatório da flexão de gênero para nomear profissão ou grau em diplomas.
A  P R E S I D E N T A  D A  R E P Ú B L I C A
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º As instituições de ensino públicas e privadas expedirão diplomas e certificados com a flexão de gênero correspondente ao sexo da pessoa diplomada, ao designar a profissão e o grau obtido.
Art. 2º As pessoas já diplomadas poderão requerer das instituições referidas no art. 1º a reemissão gratuita dos diplomas, com a devida correção, segundo regulamento do respectivo sistema de ensino.
Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 3 de abril de 2012; 191º da Independência e 124º da República.
DILMA ROUSSEFF
Aloizio Mercadante
Eleonora Menicucci de Oliveira
DOU de 04/04/2012, Seção I, p.1

Relacoes Brasil-EUA: resultados moderados da visita presidencial

Um relato objetivo, ainda que insuficiente para a multiplicidade de assuntos.
Paulo Roberto de Almeida

The New York Times, April 9, 2012

Brazil and U.S. Accentuate the Positive

RIO DE JANEIRO — Dilma Rousseff’s first visit to Washington as Brazil’s president was certainly cordial enough.
She had lunch at the White House on Monday with President Obama. The United States said it was opening two new consulates in Brazil in an effort to lure more free-spending Brazilian tourists. And the two countries even forged an agreement to bolster the trade of cachaça, Brazil’s signature sugarcane tipple, and Tennessee whiskey.
But the friendliness belied a sense that the United States, whose once-dominant sway in Latin America is ebbing, and Brazil, the hemisphere’s rising power, still do not see eye to eye on a range of important issues, from Middle East diplomacy to trade with Cuba and Brazil’s ambitions of obtaining a permanent seat on the United Nations Security Council.
“Brazil sees itself as having arrived or close to arriving,” said Peter Hakim, president emeritus of the Inter-American Dialogue, a research and policy organization in Washington. “The United States sees Brazil as big, the most important country in Latin America, but not anything like a global power.”
This disconnect was revealed in one account after another in the news media here about the visit, in which commentators lamented the fact that Ms. Rousseff was not received with the pomp of a White House state dinner, recognition granted by the Obama administration to the leaders of South Korea, India and Britain.
“The bilateral reality is far from being a disgrace, despite the points in dispute, but there’s a considerable lack of mutual respect,” Caio Blinder, a columnist for the magazine Veja, said in an essay describing the “downgrade” of Ms. Rousseff’s visit.
Still, both governments emphasized the positive aspects of Ms. Rousseff’s visit, which came a year after Mr. Obama visited Brazil. The level of diplomatic exchanges, sharing of classified military and defense information and overall trade is far more expansive than in some other parts of Latin America, like Venezuela and Ecuador, where relations remain at a low point.
The United States does not have a trade agreement with Brazil, despite reaching such deals with 11 other countries in Latin America, but trade with Brazil, which recently surpassed Britain as the world’s sixth-largest economy, is nevertheless thriving.
At one point this year, the United States surpassed China as Brazil’s top export market, because of rising purchases of Brazilian oil and manufactured goods. By the end of the first quarter of this year, China regained the top spot, but the relationship is not without problems, with tensions emerging over cheap Chinese imports and land acquisition by Chinese investors.
Meanwhile, the United States had a trade surplus of over $8 billion with Brazil in 2011, reflecting a surge of American exports into Latin America’s largest country. Faced with rising land and labor costs, Brazil, abiofuels powerhouse, even imported a record 1.1 billion liters, about 264 million gallons, of ethanol from the United States last year.
But these trade patterns disguise tension. The strength of Brazil’s currency, the real, has been a blessing for Brazilians snapping up properties in Miami and New York. At the same, the real’s vigor has limited the competitiveness of Brazilian exporters by making their products costlier in foreign markets.
Mr. Obama and Ms. Rousseff met privately for two hours at the White House, and afterward sat in the Oval Office to speak briefly with reporters. Mr. Obama effused about “the extraordinary progress that Brazil has made under President Rousseff.” Ms. Rousseff echoed his calls for continued economic cooperation between the countries.
Ms. Rousseff also cited oil and gas production as “a tremendous opportunity for further cooperation,” with the United States both supplying equipment and know-how to extract the energy sources, and then buying some of the product. She welcomed the recent American reductions in tariffs on Brazil’s ethanol.
Yet the leaders’ eyes rarely met, and Ms. Rousseff rarely looked at Mr. Obama as he spoke. He looked intently at her during her remarks, nodding in agreement at times. But he seemed to bristle when she expressed concern that America’s “monetary expansion policy” could impair growth in emerging economies like Brazil’s. Monetary policy is the responsibility of the Federal Reserve; the White House and Congress deal with fiscal policy.
No breakthroughs were revealed regarding Brazil’s policies in the Middle East, which seem to have undergone some fine-tuning under Ms. Rousseff from those of her predecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, who in 2010 tried to forge an ambitious uranium exchange deal with Iran.
While Iran’s president, Mahmoud Ahmadinejad, notably bypassed Brazil on a recent tour of Latin America, and Brazil voted recently in the United Nations to censure President Bashar al-Assad of Syria, qualms persist in Brasília about intervening in Middle East conflicts.
Meanwhile, Washington has been reluctant to explicitly support Brazil’s bid for a permanent seat on the Security Council, even after the United States backed India’s bid two years ago.
Brazil also supports India’s bid and argues that the Security Council should be expanded to include various new members. But Susan E. Rice, the United States ambassador to the United Nations, criticized Brazil, as well as India and South Africa, during their temporary tenures on the Council after they blocked efforts last year to pressure Mr. Assad’s government.
Other issues weigh on relations, like a new Florida law targeting companies that do business with Cuba by preventing local governments from hiring them. The law could complicate matters for Odebrecht, one of Brazil’s largest construction companies, which is upgrading the Port of Miami at the same time it is building Cuba’s Port of Mariel.
Ms. Rousseff will focus on higher education, one of the brightest areas of cooperation between Brazil and the United States, in a visit on Tuesday to Harvard and M.I.T., where she will discuss Science Without Borders, a program that aims to send about 100,000 Brazilians to study at foreign universities. As many as half are expected to study in the United States.
“Science Without Borders will do more to advance relations between the two countries,” said Maurício Santoro, a professor of international relations at Fundação Getúlio Vargas, an elite university here, “than every other diplomatic agreement under discussion.”
Simon Romero reported from Rio de Janeiro, and Jackie Calmes from Washington.

Ainda vamos ter uma nova crise do petroleo (made in Brazil)

Um post, certamente maldoso, sobre nossa soberania econômica, autonomia energética, independência nacional, políticas ativas (e altivas), enfim, sobre todos esses conceitos grandiloquentes que costumam saltar facilmente da boca dos companheiros.
Existem muito mais erros de política econômica no caso da matrix energética, dos biocombustíveis e próprio petróleo, mas não sou especialista no assunto (tampouco o são os que formularam políticas com base no voluntarismo e nos preconceitos de quem nunca estudou economia de verdade, ou de quem se recusa a ver a realidade).
Da coluna de Augusto Nunes.
Paulo Roberto de Almeida


05/04/2012
 às 22:42 \ Direto ao Ponto

O país que Lula promoveu a potência petroleira virou importador de gasolina

Com o título Lembranças da OPEP, o jornalista Carlos Brickmann, sempre brilhante, publicou em sua coluna a seguinte nota:
Lembra quando o Brasil se tornou autossuficiente em petróleo, ia mudar a matriz energética do mundo com o álcool, teria todos os problemas resolvidos com o pré-sal? Bom, o álcool está aí, mas o Brasil o importa dos EUA (aquele álcool que era antieconômico, lembra?)
Quanto à autossuficiência em petróleo, o diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, informa que vamos importar 80 mil barris diários de gasolina. Traduzindo os números: de 1969 a 2009 não precisamos importar gasolina. Em 2009 voltamos a importar, nove mil barris por dia. Em três anos, a importação se multiplicou quase por dez.
Volto para a constatação: conjugados, o excesso de idiotia e a falta de memória garantem a mansidão bovina de milhões de brasileiros. A manada se contenta com pouco, acredita em tudo e não cobra nada.

Mercosul: de volta para o futuro (texto de 2007)

Em algum momento de 2007, como explicitado no documento abaixo, recebi uma demanda de opinião sobre o futuro do Mercosul, em 2011 e em 2021. Por acaso, passei hoje (10/04/2012) sobre minhas respostas, e creio que elas podem apresentar algum interesse para o público atual.
Não é preciso dizer que a situação do Mercosul em 2012 se apresenta muito menos favorável do que cinco ou seis anos atrás, e que, "graças" às salvaguardas e protecionismo extensivo de seus dois principais sócios, a deterioração institucional é bem visível.
Não sei se o Mercosul terá alguma relevância em 2021. Continuará existindo, por certo, pois ainda não nasceu o político que vai "matar" o Mercosul, mas será uma sombra do que foi, como reza, aliás, um velho tango...


Uma pesquisa sobre o Mercosul:

sua possível evolução até 2011 e 2021

Paulo Roberto de Almeida 
Espaço Acadêmico (dezembro de 2007)

Recebi, de uma universidade federal da qual me permito suprimir o nome (por simples razões de ordem prática e também porque não pretendo expor a iniciativa sem o expresso consentimento dos organizadores da pesquisa), um convite para participar de uma pesquisa a propósito da evolução futura do Mercosul. Para melhor familiarizar os leitores com os termos dessa pesquisa, creio mais apropriado transcrever o convite, como abaixo:
“Convidamos o senhor a participar de uma pesquisa acadêmica que busca prospectar cenários futuros do Mercado Comum do Sul (Mercosul) para os anos de 2011 e 2021, respectivamente 20 e 30 anos da assinatura do Tratado de Assunção.
“Para a realização desta pesquisa será utilizado o método Delphi, que consulta um grupo de especialistas a respeito de eventos futuros através de um questionário, que é repassado continuadas vezes, até que seja obtida uma convergência das respostas, um consenso, que representa uma consolidação do julgamento intuitivo do grupo.
‘”De todas as maneiras, fica bem claro que em toda e qualquer decisão, não será dado a conhecer o nome de nenhum respondente. Todos terão conhecimento da lista de participantes, mas os dados serão tratados de maneira coletiva.
“Essa pesquisa subsidiará a elaboração de um artigo acadêmico da disciplina de Negócios Internacionais do Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade (XXX). Após o término da pesquisa, compartilharemos primordialmente os resultados com todos participantes.”
Essa pesquisa, tanto em sua versão online, como no documento de apoio encaminhado aos participantes, tinha a seguinte introdução:
“O Mercosul, resultado de décadas de negociações e de disputas entre seus países integrantes, foi considerado, no seu início, como uma possibilidade muito efetiva de desenvolvimento econômico e social da região via integração. Surge, além disso, em uma década em que cada vez mais países em desenvolvimento adotam políticas neoliberais, a globalização ganha impulso e diversas crises cambiais ocorrem pelo mundo. Ao final da década de 90, mesmo com aumento do comércio intra-bloco e dos níveis de investimento produtivo, ainda restam diversas barreiras comerciais entre os integrantes assim como questões não resolvidas quanto à Zona de Livre Comércio e à União Aduaneira. No início do século XXI, ocorrem crises econômicas nos integrantes mais poderosos, Brasil e principalmente Argentina e o comércio intra-bloco perde força: aumenta-se o descrédito em relação ao Mercosul. Em seguida, a mudança nos perfis políticos dos principais governos da região para centro-esquerda, a definição da Venezuela como membro pleno, a melhoria da economia argentina, o crescimento econômico mundial, a recuperação do comércio intra-bloco, mas a insatisfação de membros menores como Uruguai e Paraguai emitem novas incertezas ao Mercosul, incluindo a sua continuidade. O Mercosul ainda não é, efetivamente, Zona de Livre Comércio ou União Aduaneira. Está longe de seu propósito principal, ser um mercado comum. Sendo assim, para onde vai o Mercosul?”
Ainda que eu tivesse algumas objeções de forma e de fundo aos argumentos acima reproduzidos e mesmo quanto ao enunciado das questões – que apresentam diversas defasagens temporais e mesmo de ordem factual – preferi responder ao questionário segundo os padrões estabelecidos. Ademais das perguntas, que, como em todo sistema Delphi, se baseavam na sua probabilidade de realização efetiva num determinado prazo – neste caso, os anos de 2011 e 2021 –, havia sempre uma explicação ou justificativa para cada um delas, do tipo: “Por quê; Quais entraves? Quais os riscos?”, etc. Consolidei minhas respostas num arquivo à parte, reproduzido abaixo. Prefiro suprimir minhas escolhas preferenciais, do tipo de média, baixa ou alta, em cada uma das linhas (ou seja, para 2011 e 2021), por não considerá-las muito relevantes (em vista dos imponderáveis que sempre surgem no futuro), e apresentar apenas os comentários explicativos, que seguem abaixo, tal como coletados em sistema online e através de documento próprio.
Minha decisão em compartilhar estas respostas com um número maior de leitores se deve fato de que, possuindo algum conhecimento e experiência nessas questões de integração e de Mercosul, estimo ser interessante iniciar um debate mais amplo sobre a evolução futura do bloco, justamente, como aliás pretendido pelos organizadores da pesquisa.
Pesquisa sobre a evolução futura do Mercosul
1. Qual a probabilidade de ocorrência de acordos comerciais do Mercosul com a Comunidade Andina? Por quê? Quais entraves? Quais as oportunidades? Quais os benefícios? Quais os riscos?
PRA: A probabilidade é alta, porque de fato já existem diversos acordos entre os países do Mercosul e os da CAN, e ambos blocos estabeleceram um acordo quadro em 2004 e vem, supostamente, aprofundando esses acordos paulatinamente.
2. Qual a probabilidade de ocorrência de acordos comerciais do Mercosul com o NAFTA? Por quê? Quais entraves? Quais as oportunidades? Quais os benefícios? Quais os riscos?
PRA: Probabilidade de média a alta, pois a despeito de existirem amplos laços comerciais e de investimentos entre ambos os blocos, os países do Mercosul hesitam em se abrir a mais acordos de natureza substantiva com o NAFTA, que aliás, não negocia conjuntamente. O NAFTA é um acordo exclusivo da América do Norte e para fins de estratégias comerciais, cada um dos seus membros atua de modo independente e exclusivo. O que se cogitaria, portanto, seria, na verdade, acordos entre os países do Mercosul – que sim negociam conjuntamente – e países do Nafta, tomadas isoladamente, isto é, EUA, México e Canadá, cada um a seu modo.
3. Qual a probabilidade de efetivação de acordos comerciais do Mercosul com União Européia? Por quê? Quais entraves? Quais as oportunidades? Quais os benefícios? Quais os riscos?
PRA: Os principais entraves se deve à baixa disposição, de ambas as partes, a liberalizar amplamente as trocas, sobretudo em setores considerados sensíveis ou incapazes de sustentar a competição externa. A despeito de todos os economistas recomendarem maior liberalização, abertura ao comércio e aos investimentos, consolidação do jogo econômico pela via dos mercados, em lugar do regulacionismo estatal exagerado, como ocorre atualmente, os líderes políticos hesitam, continuamente, em engajar seus países na vida da abertura e da liberalização, com o temor de que perdas setoriais – fechamento de uma ou outra indústria não competitiva, com perda localizada e temporária de empregos – possam provocar protestos sociais (mais bem sindicais) e redundar e perda de apoio eleitoral.
4. Qual a probabilidade de ocorrência de acordos comerciais do Mercosul com o SADC? Por quê? Quais entraves? Quais as oportunidades? Quais os benefícios? Quais os riscos?
PRA: Existem muitas possibilidades de intensificação do comércio recíproco, mas o desconhecimento dos mercados e a propensão à cautela impedem uma verdadeira liberalização comercial. Ou seja, os acordos negociados sempre se caracterizam por baixos patamares de abertura recíproca.
5. Qual é a probabilidade de efetivação da ALCA? Por quê? Quais entraves? Quais as oportunidades? Quais os benefícios? Quais os riscos?
PRA: Os responsáveis políticos continuam a insistir na tese das assimetrias, neste caso entre os EUA, de um lado, como a economia mais poderosa do hemisfério, e todas as demais economias de outro, muito embora México, Canadá e alguns outros países já tenham aderido, com todos os benefícios e problemas, ao projeto americano de liberalização comercial. Na prática, a Alca – concebida com um único acordo, abrangente e uniforme, dotada de regras comuns aplicáveis a todos os participantes – pode revelar-se desnecessária, na medida em que a oposição de alguns países da América do Sul ao projeto original – notadamente Argentina, Brasil e Venezuela – já determinou uma mudança na estratégia negocial dos EUA, fazendo-os enveredar pela via mais fácil dos acordos bilaterais, em lugar de um único acordo hemisférico. O que se tem, de fato, é uma rede de acordos unindo quase todas as economias do hemisfério à economia dos EUA, deixando de fora apenas os mais recalcitrantes, entre eles o próprio Brasil.
6. Qual a probabilidade de ocorrência de acordo comercial com algum outro bloco econômico? Por quê? Quais entraves? Quais as oportunidades? Quais os benefícios? Quais os riscos?
PRA: Países da Ásia (possivelmente Asean) e do Oriente Médio (Emirados, ou Conselho de Cooperação do Golfo), com a possibilidade adicional de negociações com países da comunidade econômica do Mar Negro e outros países da Ásia Central. Existem possibilidades ainda não exploradas no comércio com outros blocos de integração, em virtude do desconhecimento, ausência de ligações físicas diretas e outros elementos negociais. Na prática, os empresários, que são aqueles que sempre saem na frente dos governos, irão criar os vínculos comerciais que depois serão ratificados ou formalizados pelos governos, uma vez que as burocracias governamentais são sempre lentas a se moverem. Governos são geralmente assaltados por lobbies setoriais que defendem interesses protecionistas, opostos a qualquer abertura ou liberalização.
7. Qual a probabilidade da Venezuela participar ativamente do Mercosul? Por quê? Quais entraves? Quais as oportunidades? Quais os benefícios? Quais os riscos?
PRA: A Venezuela teria todas as condições de participar plenamente do Mercosul, mas apresenta dificuldades conjunturais derivadas de seu regime político, dominado por uma ditadura personalista, engajada supostamente na construção de um "monstro metafísico" chamado "socialismo do século XXI", que representa simplesmente uma deformação completa das regras do jogo econômico. As distorções acumuladas por um estilo caudilhesco de poder político diminuem o espaço da economia de mercado na Venezuela – em total contradição com o que ocorre no resto do mundo, e hipoteticamente no Mercosul –, dificultam o surgimento de indústrias competitivas e portanto reduzem o espaço para a liberalização e a integração completa da Venezuela no jogo do livre comércio, que é, simples assim, o princípio básico do Mercosul. As práticas "econômicas" do ditador venezuelano afastam a Venezuela das regras e normas do Mercosul, tornando difícil, portanto, sua incorporação plena ao Mercosul. A "alta probabilidade" da Venezuela participar do Mercosul depende assim de que essas orientações bizarras no plano econômico sejam afastadas. As opções indicadas são totalmente condicionadas a que essa mudança de orientação ocorra, caso contrário a Venezuela vai retardar a integração plena do Mercosul e sua evolução para um mercado comum, como seria o projeto original.
8. Qual a probabilidade de haver a incorporação de algum(ns) outro(s) país(es) como membro(s) do Mercosul? Quais? Por quê?
PRA: Tanto a Bolívia, como o Equador poderiam aderir mais plenamente ao Mercosul, pois não assumiram outros compromissos liberalizantes com outros esquemas – ambos são teoricamente membros da CAN, que deveria ser uma união aduaneira, mas que não funcional como tal – ou com os EUA. O que os impediria, talvez, é o mesmo tipo de orientação estatizante e protecionista que caracterizam os regimes politicamente fechados, de que são exemplos, na região, Venezuela e Cuba (e possivelmente Nicarágua, se predomina esse tipo de orientação). Os demais países, como Chile ou Colômbia, já perseguem estratégias liberalizantes mais afirmadas, tendo concluído acordos com os EUA e dispostos a avançar em novos acordos de livre comércio com outros países.
9. Qual a probabilidade de haver a efetiva circulação de mão-de-obra no Mercosul? Por quê? Quais entraves? Quais as oportunidades? Quais os benefícios? Quais os riscos?
PRA: As diferenças de tamanho, sobretudo em relação ao Brasil, e os desníveis sócio-econômicos, são um poderoso indutor à não liberalização dos fluxos de pessoas, o que não significa que não possa haver maior liberalização de trabalhadores. Ou seja, a mão-de-obra poderia circular de forma mais ampla no Mercosul, mas sempre de forma regulada, ou seja, mais de acordo com princípios mercantilistas do que livre-cambistas.
10. Qual a probabilidade de haver livre circulação de capitais no Mercosul? Por quê? Quais entraves? Quais as oportunidades? Quais os benefícios? Quais os riscos?
PRA: Já existe relativa mobilidade capitais no Mercosul, o que tende a aumentar com a abertura gradual das economias. Uma liberalização completa, porém, dependeria da plena estabilização econômica em cada um dos países, o que está condicionado a que os graves problemas fiscais em quase todos eles – com reflexos orçamentários e na dívida pública – sejam equacionados de forma satisfatória no médio prazo.
11. Qual a probabilidade que se possa efetivar um Parlamento para o Mercosul? Por quê? Quais entraves? Quais as oportunidades? Quais os benefícios? Quais os riscos?
PRA: Já existe Parlamento do Mercosul, mas atualmente ele se dedica mais a "turismo parlamentar" do que a discussão e resolução de questões reais da união aduaneira deficiente que é a situação atual do Mercosul. Por outro lado, não estão resolvidas as questões da proporcionalidade da representação assim como a do processo decisório, elementos cruciais não apenas do Parlamento, mas do próprio bloco.
12. Qual a probabilidade da Zona de Livre Comércio existir plenamente, sem exceções? Por quê? Quais entraves? Quais as oportunidades? Quais os benefícios? Quais os riscos?
PRA: A ZLC já um fato predominante, e as exceções remanescentes – setor automotivo e açúcar – deveriam, em princípio, ser equacionadas em médio prazo.
13. Qual a probabilidade do Mercosul alcançar plenamente o estágio de União Aduaneira? Por quê? Quais entraves? Quais as oportunidades? Quais os benefícios? Quais os riscos?
PRA: Os países relutam em ceder soberania, mas os fatores mais limitantes são as diferentes estruturas tributárias, os regimes diferenciados de fiscalização e os próprios regimes aduaneiros, que não estão verdadeiramente integrados como deveria ser. Quinze anos depois do seu início, e doze anos depois de sua suposta conversão em UZ, o Mercosul simplesmente não possui um Código Aduaneiro e uma autoridade aduaneira unificada. Será um processo difícil de ser concretizado.
14. Qual a probabilidade do Mercosul alcançar plenamente o estágio de Mercado Comum? Por quê? Quais entraves? Quais as oportunidades? Quais os benefícios? Quais os riscos?
PRA: Os países membros, por deficiências de suas lideranças políticas e protecionismo exacerbado em vários setores produtivos, simplesmente não caminham para atingir a liberalização plena das trocas de bens e serviços na região. Os riscos, como sempre, derivam das ameaças de desemprego setorial por motivo de concorrência – sendo o Brasil, ao mesmo tempo o país mais forte economicamente e aquele politicamente mais protecionista – e das incertezas fiscais derivadas de uma reformulação nas normas tributárias que deveriam ser implementadas parda que o mercado comum fosse efetivo. Outras dificuldades se explicam pela baixa propensão das lideranças políticas – do executivo e do legislativo – em se engajar pela via das reformas legais que precisariam ser feitas para viabilizar o mercado comum.
15. Qual a probabilidade dos países membros do Mercosul utilizarem uma moeda única? Por quê? Quais entraves? Quais as oportunidades? Quais os benefícios? Quais os riscos?
PRA: Não há nenhum, repito, nenhum, espírito de convergência macroeconômica entre os países do Mercosul atualmente. A despeito de todos serem moderadamente capitalistas – a exceção sendo a Venezuela, caso seja admitida, provavelmente submetida à macroeconômica surrealista de um ditador personalista –, todos eles perseguem objetivos econômicos estreitamente nacionais, com escassa, ou nenhuma, coordenação conjunta com vistas a atingir, ainda que no médio ou longo prazo, condições macroeconômicas convergentes de maneira a dar início a um processo de uniformidade nas políticas monetárias e cambiais, o que poderia abrir caminho para uma "banda cambial" conjunta e, mais adiante, se falar em "moeda comum". De toda forma isso só se aplica se, e quando, os países caminharem efetivamente para um mercado comum, que sendo verdadeiramente unificado "chama" naturalmente uma moeda comum, ou única. Não havendo mercado comum, é absolutamente irrealista falar de moeda única, e os promotores idealistas dessa quimera podem ser colocados na "ala dos Napoleões de hospício".
16. Qual a probabilidade dos países membros do Mercosul adotarem uma União Monetária? Por quê? Quais entraves? Quais as oportunidades? Quais os benefícios? Quais os riscos?
PRA: Os mesmos motivos explicitados acima, ainda que neste âmbito possa se pensar em "sistema monetário" do Mercosul, ou seja, uma variação correlacionada das moedas nacionais segundo alguma banda de referência, com intervenção ativa dos bancos centrais. Mas, para que isso se faça, seria necessário que os países renunciassem à soberania em matéria de política monetária e cambial, o que parece longe de se realizar. Isso exigiria, antes de mais nada, que todos eles fossem animados dos mesmos princípios em termos de políticas fiscais, que se caminhasse para a harmonização tributária, que os intercâmbios de todos os tipos – inclusive de mão-de-obra – fossem totalmente livres e que a racionalidade implícita num processo de unificação de mercados fosse manifestamente superior à situação atual de independência monetária e comercial. No fundo, se trata de saber se a densidade de comércio, de intercâmbio de tecnologia, de trocas financeiras e de todos os tipos se justifica economicamente. Só vale renunciar à soberania em matéria econômica se os ganhos esperados superam os inconvenientes da nova situação. Nas condições do Mercosul e da América do Sul não existe certeza de que esses ganhos justifiquem os custos.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

A alba da nova economia: resta ver se nao seria o anoitecer...


Los ministros de Economía de la Alba se reúnen en Ecuador

presidente del Banco Central de Ecuador
El secretario económico de la Alba, Diego Borja.
Infolatam/Efe
Quito, 9 de abril de 2012
Las claves
  • El encuentro fue convocado por el actual secretario económico de la Alba, Diego Borja, y contará con participación del ministro ecuatoriano de Exteriores, Ricardo Patiño, precisó la Cancillería en un comunicado.
El Consejo Económico de la Alianza Bolivariana para las Américas (Alba), conformado por los ministros de Economía de los países de esta organización, se reunirá este martes en Quito, según informó la Cancillería de ese país.
El encuentro, que contará con representantes de Venezuela, Cuba, Bolivia, Nicaragua, Dominica, Ecuador, San Vicente y las Granadinas, y Antigua y Barbuda, fue convocado por el actual secretario económico de la Alba, Diego Borja, y contará con participación del ministro ecuatoriano de Exteriores, Ricardo Patiño, precisó la Cancillería en un comunicado.
Borja convocó el encuentro en cumplimiento de los mandatos de la XI Cumbre Presidencial, celebrada en febrero de este año en Venezuela, y para abordar temas como la capitalización del Banco de la Alba y la transferencia del 1 % de las reservas de los países para este fin.
Además, se tratarán otros compromisos acordados en la última reunión del Consejo Económico de la Alba, realizado del 8 al 9 de febrero en Caracas, entre los que se destacan la instrumentalización del Sistema Unitario de Compensación Regional (Sucre), la elaboración de un mapa de mercancías regional y la operativización del área de proyectos del Banco de la Alba.
También se abordará la creación de un Centro de Resolución de Controversias, pues hasta ahora las diferencias entre países se resolvían en el Centro Internacional de Arreglo de Diferencias Relativas a Inversiones (Ciadi), un órgano del Banco Mundial (BM) con sede en Washington, pero algunos países, como Ecuador, proponen que sea un ente latinoamericano quien se encargue de resolver estas diferencias.
Se espera que la cita se inicie a las 10.00 hora local (15.00 GMT), indicó una fuente de la Cancillería a Efe, y durará toda la mañana.
La Alba nació en 2004 en La Habana (Cuba) para buscar un integración con los países de América Latina y el Caribe, basada en la solidaridad y en la complementariedad de las economías nacionales.
Además de Cuba y Ecuador, también componen la Alba Venezuela, Bolivia, Nicaragua, Dominica, San Vicente y las Granadinas, y Antigua y Barbuda, mientras que desde octubre de 2010 Siria se convirtió en “miembro aliado”.

Os "iguais" e os "mais iguais": ainda bem que Orwell nao entra...

Essa conversa de iguais é isso mesmo, uma conversa...
O resto é... realidade...
Paulo Roberto de Almeida

Em reunião com empresários nos EUA, Dilma propõe 'diálogo entre iguais'

Discurso animou empresários prejudicados pelo discurso antagonista aos EUA do governo Lula

08 de abril de 2012 | 22h 29
Denise Chrispim Marin e Vera Rosa, de O Estado de S. Paulo
WASHINGTON - Em reunião com 23 empresários brasileiros, na noite deste domingo, 8, a presidente Dilma Rousseff afirmou que seu governo pretende construir um "diálogo entre iguais" e uma relação mais ampla com os Estados Unidos. Em mais de uma hora de conversa, com um longo beija-mão ao final, Dilma salientou a oportunidade aberta pela recuperação gradual do mercado americano e por seu elevado potencial no campo da inovação tecnológica. Alertou os empresários, porém, sobre a necessidade de o Brasil recuperar os níveis históricos de exportação de manufaturas aos EUA, conforme relato de um participante da reunião.
Dilma recebeu empresários brasileiros no hotel onde está hospedada - Dida Sampaio/AE
Dida Sampaio/AE
Dilma recebeu empresários brasileiros no hotel onde está hospedada
Para a presidente, será imprescindível para o setor privado brasileiro aprofundar sua parceria com o americano. Sua mensagem animou especialmente os empresários mais prejudicados pelo discurso antagonista aos EUA do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. "O tom político mudou. Voltamos aos tempos anteriores ao Lula", festejou um empresário ao Estado. "O mundo está se dividindo em blocos regionais. Há o asiático e o europeu, e não nos resta alternativa senão integrar as Américas. A resistência do governo em se aliar aos EUA é ridícula", afirmou outro líder empresarial.
Dilma elogiou ainda a capacidade de os EUA enfrentar a crise econômica mundial e sair de turbulências e disse que, nesse capítulo, todos têm muito a aprender com os norte-americanos. Do lado dos empresários, Dilma ouviu queixas pelo menos cinco temas específicos. Em especial, um pedido para insistir, na conversa de segunda-feira, 9, com o presidente dos EUA, Barack Obama, na necessidade de conclusão do acordo para eliminar a bitributação das empresas.
O presidente da Coteminas, Josué Gomes da Silva, insistiu na demora no processo de emissão de patentes de novos produtos no Brasil e na inexistência de um acordo para evitar a bitributação entre os dois países. O primeiro depende da reforma dos procedimentos adotados pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), e o segundo diz respeito a uma negociação iniciada no final dos anos 90 e sem chances de ser concluída por impasse entre as posições da Receita Federal e do americano IRS.
Marco Stefanini, presidente da Stefanini IT, insistiu na necessidade de investimento em inovação no campo da tecnologia de informação. Mas, no debate, foi acentuada a via da maior presença das empresas nas pesquisas das universidades brasileiras e da mudança dos critérios para medir a produtividade dos cientistas. Dilma concordou e afirmou ser preciso o aumento do "apetite" das empresas por inovação . O presidente da Braskem, Fernando Musa, acentuou os benefícios do investimento, neste momento, nos EUA.
Descontraída, Dilma lembrou que participa dos  fóruns de altos executivos (CEOs) dos dois países desde que era ministra-chefe da Casa Civil, no governo Lula. Um empresário observou, então, que o fórum "dá sorte" porque Dilma era chefe da Casa Civil e hoje é presidente. Antônio Patriota, por sua vez, era embaixador do Brasil nos Estados Unidos na época e, agora, é o ministro das Relações Exteriores.
"Quando Lula esteve aqui, havia problema com o suco de laranja, que hoje não tem mais, e também da carne, que hoje está diminuindo", comentou o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade. "Hoje, o Brasil é a sexta economia do mundo e queremos que seja considerado como um país de primeira classe mundial."
 Para Andrade, a mensagem de Dilma foi a de que é preciso unir esforços com os Estados Unidos para enfrentar a crise econômica. "A América tem de liderar a recuperação mundial", argumentou Andrade.