O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Deterioracao da politica economica, erosao do crescimento, aumento da inflacao (Veja)

Ainda há tempo

Editorial Veja, 20/07/2013


Quando assumiu a Presidência da República em janeiro de 2003, Lula recebeu do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso a recomendação de não mexer radicalmente em três áreas: o Itamaraty, as Forças Armadas e o tripé econômico baseado na obtenção de superávit fiscal primário, no câmbio flutuante e nas metas de inflação. Mesmo sem admitir publicamente ter seguido a recomendação de FHC, Lula passou oito anos com a faixa presidencial cruzando-lhe o paletó sem bulir fortemente com aquelas instituições. A exceção talvez tenha sido o Itamaraty, que, mesmo mantido intacto na aparência, foi usado como braço externo dos interesses políticos internos do PT e colocado a serviço da idolatria e da vaidade pessoal de Lula. No que diz respeito à economia, Lula resistiu a pressões fortíssimas de seu parado e manteve o que vinha dando certo antes dele. "Inflação baixa é dinheiro no bolso do trabalhador", dizia Lula.

Uma reportagem desta edição de VEJA constata, com consternação, que o governo Dilma fez justamente aquilo que Lula sempre evitou: relaxar no controle da inflação e desmontar os mecanismos complexos e de delicado equilíbrio que regem as relações entre o estado e a economia de mercado. Seja por incapacidade, seja por convencimento ideológico, o fato é que os alicerces da política econômica fincados no fim do governo Itamar Franco, aprofundados por FHC e mantidos por Lula estão agora corroídos e frágeis. A reportagem da revista revela que faliu o modelo que Dilma tentou pôr no lugar do vitorioso tripé econômico.

A conclusão é que o Brasil está tendo um triênio perdido, com as piores taxas de crescimento do PIB desde o governo Collor. Má notícia para a presidente Dilma. Péssima para a candidata à reeleição em 2014. Uma tragédia para o Brasil e os brasileiros, pois, como se sabe, o estado sobrevive, mesmo que dramaticamente modificado, sem uma economia funcional, mas as economias de mercado não sobrevivem muito tempo sem que os governos propiciem e mantenham condições favoráveis à criação de riqueza. Dilma Rousseff tem pouco tempo para retomar a trajetória que atraia investimentos de longo prazo, o principal ingrediente da prosperidade e da paz social. Se fizer isso, ganha a presidente, a candidata, e ganham os brasileiros.

A falência do novo modelo econômico

 Giuliano Guandalini e Marcelo Sakate (Veja)

Aumentam as evidências do fracasso na chamada "nova matriz econômica", que, até agora, levou apenas pouco investimento, inflação elevada e menos crescimento

O economista americano John Taylor, professor de Stanford, lançou no ano passado o livro First Principies (Princípios Primordiais, sem tradução no Brasil), no qual argumenta que a recuperação americana tem decepcionado porque os Estados Unidos se desviaram das políticas que, historicamente, os levaram ao posto de país mais próspero do mundo. Para Taylor, a interferência equivocada do governo no funcionamento dos mercados e o desequilíbrio nas contas públicas, entre outros fatores, minaram a confiança dos empresários e reduziram a atividade. "Minhas pesquisas em política monetária e fiscal, desde os anos 60, mostram que o desempenho econômico pode ser tremendamente aprimorado se certos princípios bem definidos forem perseguidos", diz Taylor. "Afastar-se desses princípios básicos leva a crises."

Difícil não pensar no Brasil, lendo a análise de Taylor. O país havia recobrado a estabilidade, irradiando o otimismo na população e atraindo investimentos produtivos. A base para o novo período de prosperidade era assentada em três pilares: o respeito às metas de inflação, a flutuação da taxa cambial e o controle das contas públicas. Esse tripé, apenas, não basta para trazer o desenvolvimento. Mas graças a ele a economia ganhara previsibilidade e credibilidade. Porém, a pretexto de acelerar o crescimento, o governo Dilma Rousseff decidiu se afastar desses princípios. O maior desvio de rota ocorreu nas finanças públicas. Houve, por exemplo, o uso crescente do BNDES como um orçamento paralelo. O banco estatal recebeu do Tesouro 370 bilhões de reais desde 2007. A capitalização foi feita na forma de títulos, sem o arbítrio do Congresso. Como disse o economista Rogério Wemeck, em um artigo no jornal O Estado de S. Paulo: "De um lado, a dura realidade do orçamento. De outro, a Ilha da Fantasia do BNDES, nutrida por emissões de dívida, em que parecia haver dinheiro para tudo".

O governo viveu sob a ilusão de ter criado um "moto contínuo tropical", na expressão do gestor de recursos Luis Stuhlberger, diretor da Credit Suisse Hedging-Griffo. Imaginou ser possível engendrar uma máquina de crescimento que se movesse indefinidamente, sem custos. Mas a ilusão parece ter chegado ao fim. Estão por toda parte os sinais de falência da política baseada no crédito farto, na ingerência na vida econômica, na negação das leis de mercado e na farra fiscal. Stuhlberger, um dos mais celebrados gestores financeiros do país, listou, em um relatório recente, dezoito sinais do fracasso no amai modelo. A seguir, uma síntese dos principais pontos:

ESTAGNAÇÃO — A expansão do PIB no triênio 2011-2012-2013 parou na faixa de 2% ao ano, sem perspectiva de melhora no curto prazo. O desempenho nos três primeiros anos de Dilma será o mais baixo desde o governo de Fernando Collor. "Devemos ver nos próximos anos a repetição do baixo crescimento, porque, além de focar apenas as políticas de curto prazo, o governo resolveu atrapalhar as de longo prazo", afirma Sérgio Vale. economista-chefe da consultoria MB Associados. "Temos um governo voluntarista. que muda as regras a toda hora. com um uso intensivo de políticas erradas para o crescimento."

ESTÍMULOS — O governo despejou bilhões de reais em incentivos fiscais e creditícios, mas os efeitos no aumento da capacidade produtiva foram tímidos. Além de não acelerar o crescimento, essa política fez aumentar a desconfiança de investidores e teve como resultado a elevação da dívida pública bruta, que subiu de 64% para 69% do PIB entre 2008 e 2012.

INFLAÇÃO — Descontando-se os artifícios como segurar o preço da gasolina e o aumento das tarifas de ônibus, a inflação brasileira tem se mantido ao redor de 7% e 8% ao ano. É muito. Países com grau de desenvolvimento semelhante convivem com reajustes anuais entre 2% e 4%.

OFERTA REPRIMIDA — Estímulos à demanda sem a contrapartida de aumento na oferta levam à inflação endemicamente alta. O país sente o reflexo. Nos últimos dez anos, as vendas do comércio aumentaram mais de 120%. No mesmo período, a produção da indústria cresceu apenas 30%. Esse descompasso expõe a falta de competitividade das empresas.

CUSTO BRASIL — O país está estruturalmente caro em razão da carga fiscal pesada e da infraestrutura deficiente. As reduções tributárias foram tímidas, diante da carga total de 36% do PIB que pesa sobre o setor privado da economia, um valor sem similares nos países em desenvolvimento. Ao mesmo tempo, as obras de infraestrutura custam a sair do papel. A rodada de licitações de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos, anunciada há um ano, ainda não foi executada. Assim, o governo perdeu a oportunidade de atrair investidores quando a conjuntura externa e também a interna eram mais favoráveis. Agora será mais difícil atraí-los.

CONTAS EXTERNAS — O Brasil possui ainda um colchão confortável de reservas internacionais, no valor total de 370 bilhões de dólares. Mas essa blindagem ficará mais delgada se os déficits nas contas externas continuarem em alta. O resultado da conta comercial e de serviços do país com o exterior foi negativo em 40 bilhões de dólares de janeiro a maio. Até o fim do ano, o rombo deve crescer para 75 bilhões, ou 3,2% do PIB. Será o pior resultado desde 2001.

FARRA FISCAL — As despesas públicas permanecem em alta constante, graças ao acúmulo de subsídios e programas de todos os tipos. Houve um acréscimo no primeiro semestre de 7% em termos reais (ou seja, descontada a inflação), superando a barreira de 1 trilhão de reais no período pela primeira vez, segundo cálculo da ONG Contas Abertas. O cálculo inclui o refinanciamento da dívida.

DESINVESTIMENTO — A maior carga fiscal (36% do PIB) e uma das menores taxas de investimento (18% do PIB) entre os emergentes acuam o setor privado, travando o crescimento. Apesar de arrecadar muito, o governo destina menos de 10% de seu orçamento para os investimentos. A maior parte das despesas é consumida com o pagamento de salários, aposentadorias e benefícios de todos os tipos.

Para os economistas Marcos Lisboa, vice-presidente do Insper e Zeina Latif, da Gibraltar Consulting — que acabam de publicar o estudo "Democracia e crescimento no Brasil", em que analisam as políticas de governo que beneficiam grupos específicos —, enquanto a expansão do PIB era robusta, ficava mais fácil acomodar as demandas e sustentar privilégios. "O menor crescimento põe esse modelo em xeque", afirmam. "A população parece decepcionada com o ritmo de melhora e está mais exigente. A impressão deixada pelos protestos é que a sociedade desconfia de que há algo errado na atuação estatal."

Uau! Lula e Dilma tiraram Brasil da submissão mundial, diz Patriota

POLÍTICA EXTERNA

Lula e Dilma tiraram Brasil da submissão mundial, diz Patriota

Ministro das Relações Exteriores destaca que o Brasil é uma das poucas nações do mundo a manter relações diplomáticas com todos os 193 países da ONU
por Karen Marchetti, do ABCD Maior Rede Brasil Atual, 16/07/2013 11:02
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ORGANIZAÇÃO CONFERÊNCIA
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Patriota recebeu uma cobrança por maior transparência na política externa brasileira
São Bernardo – Na abertura da Conferência Nacional “2003-2013: Uma Nova Política Externa”, organizada pela UFABC (Universidade Federal do ABC), o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, afirmou que o Brasil deixou de ser um País submisso internacionalmente nos últimos dez anos. De acordo com Patriota, desde 2002, quando o ex-presidente Lula tomou posse, e também nos três anos de mandato da presidente Dilma, o Brasil conseguiu firmar relações diplomáticas com quase todos os países.
“Desde 2002 expandimos nossas relações e, atualmente, o Brasil é uma das poucas nações do mundo a manter relações diplomáticas com todos os 193 países dignitários da ONU (Organização das Nações Unidas). Inclusive com a Palestina, que ainda não é reconhecida como um país, mas que, esperamos, o seja em breve”, afirmou Patriota.

Participação

O ministro também anunciou que pretende criar um fórum, composto por representantes de diversos segmentos da sociedade, para atuar na formulação de propostas na política externa brasileira. O grupo também teria o papel de acompanhar a implementação e os resultados de programas e iniciativas nessa área.
Após sua fala, Patriota recebeu uma carta, assinada pelo Grupo de Reflexão sobre Relações Internacionais (GR-RI), que reivindica maior transparência e democracia na política externa brasileira. A carta foi lida em público. Ao recebê-la, o ministro afirmou que o documento é mais um motivo para a concretização do projeto. Na verdade, o GR-RI, composto por representantes do mundo acadêmico, movimentos sociais, partidos e governos, que tem se reunido há um ano, tem feito essa reivindicação desde o início de seu trabalho.
“Esse fórum terá uma composição equilibrada”, disse depois Patriota à imprensa, “com pessoas do mundo acadêmico, ONGs, sindicatos, setor privado e de grupos ligados a questões de gênero, racial e outros”. O ministro acredita ser possível apresentar oficialmente o projeto entre setembro e novembro.
Segundo sua assessoria, a minuta do projeto está praticamente concluída. Numa próxima etapa, será enviada à Casa Civil, para análise e ajustes jurídicos, e segue para a presidenta Dilma transformá-la em decreto. A ideia é que Dilma o faça depois da participação dela na Assembleia Geral da ONU, em setembro.
“É uma iniciativa importante, que responde a uma pressão que temos feito”, avalia Artur Henrique, presidente do Instituto de Cooperação da CUT e secretário-adjunto de Relações Internacionais da Central. “Vamos cobrar para que esse grupo tenha a maior efetividade possível”.

Evento

Durante os quatro dias de debates promovidos pela UFABC serão discutidas as políticas públicas e diplomáticas adotadas pelo Brasil nos últimos 10 anos e que colocaram o País como peça importante no cenário mundial.
“O momento é bastante favorável para debater políticas internacionais. O Brasil hoje tem um papel fundamental no mundo e as políticas adotadas na última década foram as responsáveis por isso. Tanto é que o País foi um dos mais espionados pelos Estados Unidos. O apoio do Brasil ao retorno do Paraguai ao Mercosul e o posicionamento contra a espionagem têm um peso importante. Esses e outros temas estarão nas mesas de debate”, explicou o professor Giorgio Romano Schutte, um dos organizadores do evento.
Ainda participam dos debates da conferência os ministros Celso Amorim (Defesa), Gilberto Carvalho (Secretaria Geral da Presidência) e Maria do Rosário (Secretaria de Direitos Humanos), além do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva e o coordenador do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra), João Pedro Stedile.
A Conferência é aberta ao público. Para participar é necessário realizar inscrição no site oficial do evento (http://www.conferenciapoliticaexterna.org.br/). A programação completa, com os temas dos debates, oficinas e convidados dos quatro dias de evento, também está disponível na página.
O encerramento será no dia 18, às 15h, com a presença prevista do ex-presidente Lula.

Alerta, Alerta: vai faltar hostia!

Calma, calma, o pessoal pode repartir, de forma cristã...
Mas, a manchete do Estadão não deixa de ser curiosa:



Funag promove seminario sobre Pensamento Diplomatico Brasileiro

Nota elaborada pela presidência da Funag (com adaptações temporais):

Funag organiza debate sobre principais nomes do pensamento diplomático Brasileiro


WorkshopNos dias 4 e 5 de julho de 2013, a Fundação Alexandre de Gusmão promoveu o workshop “Pensamento Diplomático Brasileiro”, em Brasília. Os participantes - acadêmicos e membros da carreira diplomática - fizeram um breve relato de seus textos, escritos para integrar um livro sobre o tema, e discutiram os aspectos mais importantes de cada apresentação. 
De acordo com o presidente da Funag, embaixador José Vicente Pimentel, o livro, que deve ser publicado ainda este ano, traz ensaios sobre personagens representativos de etapas importantes da história diplomática brasileira. “O livro destina-se ao público universitário, alunos e professores, e deve se tornar uma referencia na área”, acrescentou Pimentel. O livro deverá ser traduzido para o inglês e o espanhol.
No primeiro dia do workshop, durante a manhã, o embaixador Synesio Sampaio Filho fez uma explanação sobre Alexandre de Gusmão; a professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Gabriela Nunes Ferreira, sobre Paulino Soares de Souza (o Visconde do Uruguai), o ministro Luís Claudio Villafañe, sobre Duarte da Ponte Ribeiro; o professor da Universidade de Brasília (UnB) Francisco Doratioto, sobre o Visconde do Rio Branco; e o secretário Kassius Pontes, sobre Euclides da Cunha.
De tarde, falaram o professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) Helder Gordim sobre Manoel Oliveira Lima; a professora da Universidade Federal de Sergipe (UFS) Tereza Cristina França sobre Domício da Gama; o ministro Eugênio Vargas Garcia sobre Cyro de Freitas Valle; o conselheiro Guilherme Conduru sobre José Carlos de Macedo Soares e o ministro Paulo Roberto de Almeida, que fez uma síntese do livro do embaixador João Hermes Pereira de Araújo sobre Oswaldo Aranha.
O segundo dia começou com a explicação do embaixador Carlos Henrique Cardim sobre Ruy Barbosa. Em seguida, dissertaram a professora da Universidade de São Paulo (USP) Angela Alonso sobre Joaquim Nabuco; o professor da UnB Eiiti Sato sobre o Almirante Álvaro Alberto; Rogério de Souza Farias sobre Edmundo Barbosa da Silva; o professor da UnB Antônio Carlos Lessa sobre Hélio Jaguaribe; e o professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS) Paulo Visentini sobre José Honório Rodrigues.
Após o intervalo, resumiram seus textos o embaixador Gelson Fonseca Jr., que escreveu sobre San Tiago Dantas; o professor da UnB Carlos Eduardo Vidigal, sobre Augusto Frederico Schmidt; e o embaixador Ronaldo Sardenberg, sobre Araújo Castro.
Ainda participaram dos debates o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães e o professor da UnB Estevão Martins.
Clique aqui para ver a estrutura do livro programado como resultado do Projeto:


O fracasso previsivel da "nova matriz economica"- Alexandre Schwartsman

Alexandre Schwatsman
Blog Mão Visível, 15/07/2013

“Se minha Teoria da Relatividade estiver correta, a Alemanha dirá que sou alemão e a França me declarará um cidadão do mundo. Mas, se não estiver, a França dirá que sou alemão e os alemães dirão que sou judeu”. Enorme (astronômica mesmo) é a distância que vai de Guido Mantega a Albert Einstein, mas não pude deixar de me lembrar desta frase ao ler a tentativa patética de ilustres representantes do “keynesianismo de quermesse” de renegar modelo econômico adotado recentemente no país, buscando também se distanciar do falante ministro da Fazenda.

Durante os anos que o país adotou o chamado “tripé macroeconômico”, caracterizado pelo câmbio flutuante, o compromisso com as metas de inflação e o cumprimento das metas do superávit primário, autodenominados “desenvolvimentistas” não se vexaram de prometer um desempenho melhor caso sua estratégia fosse adotada. Segundo este pessoal, seria possível crescer muito mais caso a taxa de câmbio fosse administrada, a taxa de juros reduzida, o grau de intervenção do governo na economia aumentasse (via políticas setoriais) e a política fiscal fosse relaxada.

Não é necessário nenhum grande salto de imaginação para notar que estas têm sido as vigas mestras do que se convencionou chamar de “nova matriz econômica”, que entrou paulatinamente em vigor nos anos finais do governo Lula, ganhando força considerável nestes dois anos e meio da administração Dilma. Diga-se, aliás, que a transição foi aplaudida entusiasticamente por todos os que defendiam esta alternativa ao “tripé”.

Os resultados desta política estão nas manchetes de todos os jornais: crescimento pífio, inflação acima do topo da meta, déficits externos crescentes e desarticulação do investimento. Por qualquer ângulo que se olhe, a “nova matriz econômica” tem sido um fiasco retumbante.

Sob condições ideais, nem tudo estaria perdido. Conhecidas as conseqüências da experimentação “desenvolvimentista”, pesquisadores sérios tentariam entender o que estava errado em sua formulação original e, no processo, ganhariam algum conhecimento. Nada que economistas melhor treinados não soubessem, posso assegurar, mas certamente novidades para os que não tiveram este privilégio.

No entanto, como diria um amigo, de onde menos se espera é que não vem nada mesmo. Ao invés de reconhecer os erros e buscar entendê-los, testemunhamos a abjuração deslavada, como se a política governamental fosse mesmo distinta daquela preconizada por este grupo.

O problema do governo, afirmam, foi não ter percebido que a desaceleração corrente seria distinta da observada na crise de 2008/09. O argumento, porém, pena com sua suposta justificativa para a diferente natureza da fraqueza atual, já que – por formação ou ignorância mesmo – deixam de lado o fato mais óbvio: a economia operando próxima ao pleno emprego, em contraste com o período da crise, e insistem na tese do anêmico desempenho nacional resultar do baixo crescimento mundial.

É duro de engolir. À parte a desaceleração global ser uma pálida sombra do enfarte econômico de 2008/09, não se pode ignorar o desempenho dos demais países emergentes, em  particular os latino-americanos, cujo crescimento tem sido bem mais vigoroso que o brasileiro e sem os nossos desequilíbrios, como mostra a inflação muito mais baixa nestes países.

Partindo de um diagnóstico equivocado, tentam se diferenciar das políticas adotadas como se estas tivessem atuado na direção correta, apenas em intensidade insuficiente. Em outras palavras, defendem gastos ainda maiores, sem aparentemente levar em conta que o dispêndio federal está no nível mais alto da história, muito menos perceber as conseqüências deste tipo de política sobre a inflação e as contas externas.


Nada esqueceram e nada aprenderam; exceto talvez que a derrota é uma órfã que precisa ser abandonada no primeiro artigo que se tenha chance.

Paraguai: entre a esquizofrenia argentina e a hipocrisia brasileira - Sergio Abreu (ABC Color)

Brasil hizo golpe de Estado en Mercosur, acusa Abreu


ABC Color (Paraguai), 20/07/2013


El senador uruguayo Sergio Abreu se reunió ayer con el presidente electo, Horacio Cartes, para analizar la situación del Mercosur. El legislador acusó a dirigentes políticos de alto nivel del Brasil de haber puesto al Mercosur “en este corralito de golpe de Estado”. Dijo que países como Paraguay deben lidiar entre la esquizofrenia argentina y la hipocresía brasileña.

Abreu llegó a la residencia de Cartes, a las 11:00. “Tengo una reunión con el futuro mandatario para hablar sobre algunas ideas que tengo sobre la actual situación con el Mercosur”, comentó.

Recordó que su visión jurídica sobre la situación del bloque ya fue expuesta. “ Yo he planteado una fuerte defensa del Paraguay. He venido sosteniendo que se actúe en consecuencia al derecho internacional. Es decir que se respete el derecho internacional. Hemos manifestado además el respaldo a este país desde el Partido Nacional, y sobre todo desde mi condición de precandidato presidencial, para que el Mercosur deje de ser simplemente una mascarada institucional para transformarse en algo que realmente sea útil para los intereses de los países miembros”, dijo el excanciller charrúa.

Agregó que la salida para que Paraguay siga en el bloque es que los demás socios respeten el derecho. “El derecho significa que todos tienen que hacer un aporte y en particular la República Federativa del Brasil y sus dirigentes políticos de alto nivel que han puesto en este corralito de un golpe de estado al Mercosur, acompañado de los otros dos países y en particular el mío”, explicó. Resaltó que expusieron al Paraguay a una situación en que nunca debió haber estado.

Abreu dijo que las negociaciones políticas se deben hacer con firmeza y prudencia, pero sin ninguna genuflexión, porque la dignidad del Paraguay no puede ser avasallada por los países más grandes. “Si los países que llevaron a esta situación no reconocen el camino de la legalidad, es un problema de ellos.

Si lo quieren solucionar, lo van a hacer. Sobre la genuflexión del Paraguay no lo pueden hacer, pero también es cierto que tienen salida porque la voluntad política cuando quiere prevalecer, prevalece.

Cuando la fuerza y la prepotencia quieren prevalecer, también prevalecen”, manifestó.

Aseguró que los países chicos del Mercosur (Paraguay y Uruguay) estamos entre el delirio tropical, la esquizofrenia argentina y la hipocresía brasileña.

Hay que buscar la fórmula adecuada para que legal y jurídicamente se puedan convalidar las cosas en el bloque, respondió al ser consultado sobre el ingreso ilegal de Venezuela al Mercosur.

“Si hay voluntad política, hay solución. Si no hay voluntad política, el Paraguay no puede entrar agachándose después de que se hayan violado todos los tratados internacionales”, agregó.

Brasil-Bolivia: opinioes e desinformacoes sobre o caso dos avioes vistoriados

Curioso que, neste caso, existam poucas informações completas, fiáveis, credíveis, sobretudo corretas...

Evo se disculpa ante Brasil por la revisión de aviones en 2011

Williams Farfán
La Razón (La Paz), 20/07/2013

Cuatro días después de revelarse la revisión de naves de la Fuerza Aérea Brasileña, el presidente Evo Morales ofreció disculpas por los hechos. Aseguró que las acciones serán investigadas y que habrá “medidas drásticas” contra los autores.

“Yo no tuve ninguna información (de dichas revisiones)”, aseguró el Jefe del Estado. De hecho, él se enteró del caso en los últimos días, dijo en una conferencia de prensa ofrecida ayer desde las 07.15 en el Salón de los Espejos del Palacio de Gobierno.

“Yo de verdad estoy muy sorprendido, aunque tarde nos hemos informado por los medios de comunicación (…) hemos investigado pronto. Sí, lamentablemente hubo (incidentes), disculpas al pueblo brasileño y a su Gobierno. Somos sinceros, pero repito que todo no fue por instrucción del Presidente o del Vicepresidente, ni del gabinete”, declaró Morales a los periodistas.

En alusión a lo que ocurrió con el avión presidencial FAB001 en su viaje de regreso desde Europa el 2 de julio, el Mandatario agregó que “no puede ser que con el pretexto de la lucha contra el narcotráfico se violen convenios o tratados internacionales”. “Con los autores (de las revisiones) vamos a tomar medidas drásticas”, remarcó.

Información. “Siento que algunos oficiales exageraron usando el pretexto de lucha contra el narcotráfico y no respetaron los aviones oficiales. Sean de acá o de cualquier otro país, yo también tengo mi propia opinión, pero repito: ahora se está haciendo una investigación interna y sé que está resuelto este tema entre la Cancillería de Bolivia y la Embajada de Brasil”, aseguró el gobernante.

Tras revelaciones iniciales el lunes, el periódico brasileño Folha de Sao Paulo publicó una nota en la que el ministro de Defensa de Brasil, Celso Amorim, dijo que la revisión de su avión fue hecha por agentes antinarcóticos de Bolivia, cuando él no estaba presente, y que buscaron en el maletero pero no en la cabina del aparato. “Yo no sabía y es obvio que no estaba en el avión. Jamás autoricé, ni lo autorizaría”, manifestó.

El diputado de Convergencia Nacional (CN) Andrés Ortega cuestionó las afirmaciones del presidente Evo Morales y consideró que el canciller David Choquehuanca sí sabía del incidente, pero que no lo comunicó, al menos oportunamente, al Mandatario. “Si el Presidente no sabía de los aviones brasileños es porque el Canciller no le informó, aunque recibió una nota de Brasil, porque no fue un hecho menor”, criticó el diputado opositor Ortega.

Menores. En respuesta, la ministra de Comunicación, Amanda Dávila, remarcó que los incidentes no fueron de gravedad y por esto no sabían de los mismos ninguna de las autoridades del alto rango ni del país ni de Brasil.

“El ministro de Defensa de Brasil, Amorim, ha señalado que acaba de conocer el incidente, lo mismo pasó con el Canciller y el Presidente, porque los incidentes que se registraron en 2011 son incidentes que fueron superados por los niveles técnicos y medios de ambos gobiernos”, señaló Dávila.

Para el Jefe del Estado, el incidente con Brasil fue “felizmente superado” y ratificó la confianza con su gobierno. “Hay una confianza única, antes con Lula (da Silva), ahora Dilma (Rousseff), y esta confianza va a continuar, yo tengo mucho respeto a los países vecinos, Argentina y Brasil; los problemas están superados. Es confianza única”.

Morales prevé que bloque  definirá otras acciones

Un bloque de países de la región definirá las futuras acciones contra Italia, Francia, España y Portugal, por negar su espacio aéreo al FAB001 el 2 de julio. También podrían definir una posible demanda contra EEUU, informó el presidente Evo Morales.

“Sobre la expulsión, tenemos que tomar decisiones en permanente consulta; para esto nuestro hermano Canciller está en contacto con algunos cancilleres (de la región); algunos (países) se disculparon, otros todavía creo que no. Eso verán oportunamente las cancillerías, qué posiciones vamos a tomar en el futuro”, adelantó Morales.

El Mandatario explicó que ya hay una posición definida de los miembros de la Unasur (Unión de Naciones Suramericanas) y del Mercosur (Mercado Común del Sur), como es convocar a los embajadores de los cuatro países de Europa; ya se está recibiendo los informes de sus diplomáticos.

Con todo, en la misma conferencia de prensa, Morales afirmó que como país no se forzará a Francia, España, Italia y Portugal a explicar el trasfondo de la decisión de negarle el vuelo sobre sus territorios; en cambio, pidió que “nunca” más se repita similar incidente.  El jueves, el Pacto de Unidad resolvió exigir la expulsión de los embajadores de los países europeos, lo que aún se está analizando.

Hay un repliegue temporal de embajadores

Los embajadores de Bolivia en Francia (Jean Paul Guevara), España (Carmen Almendras) y en Italia (Antolin Ayaviri) se replegaron temporalmente al país (en Portugal no se tiene embajada). Ayer se reunieron con el presidente Evo Morales y con el canciller David Choquehuanca.

El repliegue fue dispuesto en cumplimiento de la resolución de los miembros del Mercado Común del Sur (Mercosur), que el 12 decidieron llamar a consultas (retorno al país) a sus embajadores en los cuatro países europeos que bloquearon el espacio aéreo al presidente Morales.

“Los embajadores suelen retornar, pero la medida del repliegue es por un tiempo, es como una forma de protesta que se adoptó a nivel de Mercosur, a nivel de todos los países”, informó en rueda de prensa la ministra de Comunicación, Amanda Dávila. “(El Mandatario y los embajadores) se reunieron para analizar lo sucedido con el avión del presidente Morales en Europa, lo que el Gobierno considera que es un secuestro”, aseveró Dávila.

El 12 de julio, en Montevideo, Uruguay, los países miembros del Mercado Común del Sur (Mercosur) decidieron llamar a consultas —convocar a sus embajadores en Italia, Francia, España y Portugal—, para coordinar posiciones ante esas naciones con respecto al bloqueo aéreo que sufrió el mandatario de Bolivia, Evo Morales, el 2 de julio en Europa.

También se dispuso que cada país miembro del Mercosur cite a los embajadores de España, Francia, Italia y Portugal, con el objetivo de hacerles conocer el malestar por dicho bloqueo.  Se trató de una decisión tomada por los presidentes de Argentina, Cristina Fernández; BrasilDilma Rousseff; Venezuela, Nicolás Maduro; y Uruguay, José Mujica.

Evo dice que subalternos lo quieren distanciar deDilma Rousseff


El presidente boliviano precisó que eso sucede en ambos países. Algunos senadores de Brasildescartaron que ocurra del lado brasileño. Morales se disculpó por el incidente del avión 

El presidente Evo Morales acusó ayer a funcionarios “subalternos” de Brasil y de Bolivia de buscar los mecanismos para enturbiar las relaciones para que los mandatarios de los dos países se peleen y se distancien. Aseguró que una de esas acciones está referida al hecho de que el Ministerio de Defensa deBrasil hubiera revelado, dos años después, que la fuerza antidrogas boliviana requisó tres aviones, incluyendo en el que viajaba el exministro brasileño Celso Amorim.

El mandatario convocó ayer  una conferencia de prensa, y se disculpó con el vecino país por el incidente ocurrido en octubre de 2011. Las repercusiones no se dejaron esperar. Un senador brasileño dijo a EL DEBER que no cree que funcionarios subalternos hagan eso del lado brasileño, mientras que otro parlamentario aseveró que el hecho de que Morales se haya disculpado es un buen paso para “mejorar las relaciones” entre ambos países, con lo que deslizó que más allá de las declaraciones, evidentemente hay tensión entre los países.

Cuando este medio consultó  ayer al presidente en el Salón de los Espejos del Palacio de Gobierno a qué atribuía el hecho de que el Ministerio de Defensa del vecino país denunció la requisa a la nave de Amorim, dos años después, respondió: “Puedo decirle que así como en Bolivia, desde Brasil nos quieren enfrentar a los presidentes y a Gobiernos. Espero no equivocarme, se debe a eso, y lamento mucho”.

Admitió también que en ‘el último tiempo’ se registraron problemas entre los dos países, aunque no precisó cuáles, “y gracias a nuestro canciller David Choquehuanca en contacto oportuno, de Cancillería a Cancillería, se superaron. Algunos subalternos que tenemos están dedicados a enfrentarnos, y no van a poder, porque hay una confianza única antes con Lula, ahora con Dilma (Rousseff, la presidenta deBrasil)”.

Desde Brasilia

El senador brasileño Pedro Simon, en un breve contacto telefónico, manifestó que “no pasa eso en el lado brasileño” (que subalternos traten de perjudicar la relación con Bolivia). “Es una posición de un presidente (Evo Morales) y la respetamos, pero pedimos más participación, porque es fácil entendernos. Tenemos que superar este incidente, y ambos presidentes deben facilitar un entendimiento”, señaló.

Medios brasileños informaron de que debido a su papel en el caso del asilo a Róger Pinto, el Gobierno de Bolivia, a través del ministro de la Presidencia, Juan Ramón Quintana, solicitó el cambio del embajador deBrasil en La Paz, Marcel Biato. Tiempo después se anunció la partida del diplomático, lo que desató críticas en el Senado de Brasil, que deslizó incluso que está en condiciones de bloquear, aunque nunca lo propuso directamente, la llegada de otro representante diplomático del vecino país a Bolivia.

Disculpas

El presidente Morales se disculpó ayer con Brasil por el incidente. “Hemos investigado pronto, sí, lamentablemente hubo (requisa al avión de Amorim), disculpas al pueblo brasileño, a su Gobierno, somos sinceros. No fue por instrucción del presidente, del vicepresidente ni del gabinete. Siento que algunos oficiales (de la Policía), so pretexto de lucha contra el narcotráfico, no respetaron aviones oficiales, sea de Brasil o de cualquier otro país”, señaló.

Otro senador brasileño, Eduardo Suplicy, en contacto telefónico, declaró que “es importante la disculpa de Evo Morales y demuestra que existe la intención de avanzar en la integración de ambos países”. Pero, como su colega Simon, reiteró que “es necesario hacer todo lo posible para mejorar las relaciones” entre ambos países.  

Morales, tras la disculpa, acotó que pese a que está superado el tema, personeros de la Cancillería y de la embajada de Brasil se reunieron y solucionaron el problema. “No es suficiente, acaba de comenzar una investigación y acá internamente tomaremos cartas en el asunto”, apuntó.

Fuentes diplomáticas revelaron que hubo un intercambio epistolar entre la Cancillería y la embajada deBrasil, que luego derivó en una reunión en la que el Gobierno se comprometió a nunca más requisar un avión oficial brasileño.

La oposición, en Bolivia, a través del diputado Andrés Ortega, de CN, se mostró crítica, tanto a la explicación de Morales, como a la posición brasileña. “No creo que el presidente Evo Morales hubiese desconocido la queja brasileña. No es un tema menor, es muy serio e importante. Me sorprende también que Brasil no haya presentado otro tipo de queja, tal vez pública, o más severa, pero es la decisión de este país que cada vez nos sorprende más con su improvisación en este y otros temas”, apuntó el opositor.

Pinto

La negativa de parte del Gobierno de la otorgación del salvoconducto para la salida a Brasil del senador Róger Pinto, que se encuentra recluido hace más de un año en la oficina de la embajada brasileña en La Paz, es el hecho que más ha distanciado a ambos países.

El Senado brasileño convocó varias veces al canciller Antonio Patriota para pedir que la administración de Rousseff ejecute una política más agresiva con el fin de presionar a Bolivia para que respete la decisión de admitir el asilo y deje salir a Pinto, pero Morales dijo que no es posible. "No soy jurista ni abogado, pero quienes tienen procesos no pueden tener asilo. Además, el señor Pinto tiene arraigo. ¿Cómo podemos dar salvoconducto a alguien que tiene arraigo?", declaró el presidente.

El mandatario aclaró que el caso de Pinto no se puede comparar con el de Edward Snowden, el exagente de la CIA que está en Rusia. "Hay gente valiente de Estados Unidos que va denunciando y (por) esas denuncias, por el bien de la humanidad, por el bien de la soberanía y de los derechos humanos debe ser otorgado el asilo correspondiente", aseveró.

Claves
1  Hecho. La Fuerza Especial de Lucha Contra el Narcotráfico requisó con canes el equipaje del avión oficial de Brasil, en octubre de 2011.

2  Molestia. La Cancillería de Brasil envió una queja a su similar de Bolivia, en la que pidió explicaciones sobre por qué se hizo la requisa.

3  Respuesta. La Cancillería y la FAB contrastaron que la requisa no debió realizarse, pero la entidad militar precisó que no tenía jurisdicción sobre la Felcn, de la Policía.

4  Felcn. La fuerza antidroga informó de que se remitió a su reglamento, pero tomó al avión brasileño como uno privado, no oficial.

5  Acuerdo. En una reunión entre funcionarios de la embajada y la Cancillería se acordó que nunca más se requisaría un avión oficial brasileño.

6  Sanciones. El jueves, el ministro de Gobierno, Carlos Romero, anunció sanciones a tres oficiales por el tema y Morales señaló que la investigación llegará aún más lejos.

Fracassa politica de desgravacao setorial: aumentam as importacoes (Valor Economico)

Era realmente previsível: esperar que uma medida tópica, sem uma avaliação de seu impacto qualitativo devidamente efetuada, e na ausência de outras medidas de melhoria geral do ambiente de negócios no país (como tributação, infraestrutura, regulação e, talvez câmbio) fosse melhorar dramaticamente a competitividade das empresas brasileiras, em face da concorrência estrangeira, era muito otimismo, ou muita ingenuidade.
Começando que competitividade depende basicamente de produtividade, e esta vem declinando no Brasil. Certo, medidas pontuais podem contribuir, episódica ou setorialmente, mas de forma errática e incerta. Com um ambiente de negócios ainda turvado pelo caráter volátil da política econômica, macroeconômica ou setorial, não se poderia esperar outros resultados do que os apontados abaixo.
Paulo Roberto de Almeida

Setores desonerados ainda perdem para importados

Por Thiago Resende e Lucas Marchesini | De Brasília
Valor Econômico, 22 de julho de 2013

Até agora, a desoneração da folha de pagamentos e a alíquota adicional no Imposto de Importação não tiveram o efeito esperado sobre o comércio exterior brasileiro. Mesmo com os estímulos fiscais, que aumentam a competitividade da indústria instalada no país, a importação de mercadorias produzidas pelos setores beneficiados ganhou ainda mais peso na balança comercial do país.
O desembarque de itens favorecidos nos setores de couro e calçados, confecções, têxteis, móveis, plásticos, materiais elétricos, bens de capital e de transporte (autopeças, ônibus e naval) subiu, em média, 6% nos últimos 11 meses - quando a medida já estava em vigor - em relação ao período anterior. Esse aumento foi muito superior ao da média nacional de importações, de 0,2%.
Levantamento feito pelo Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor, mostra que, nos últimos 11 meses, os desembarques de itens beneficiados nos setores citados somaram US$ 60,4 bilhões, 28,4% do total importado pelo país no período (US$ 212,4 bilhões).
Os setores desonerados também não conseguiram avançar no mercado externo. No período analisado, suas exportações caíram 8,4%, mais do que a média das exportações totais do país, de 6%. "As desonerações não atuaram de forma a inverter a trajetória do comércio exterior", confirma Rodrigo Branco, economista da Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior (Funcex).
As desonerações da folha de pagamentos devem levar a uma renúncia fiscal de R$ 16 bilhões em 2013, segundo previsão do Ministério da Fazenda. Para 2014, a estimativa é de R$ 24,7 bilhões. As empresas beneficiadas deixam de pagar os 20% sobre a folha salarial para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e, em compensação, recolhem entre 1% e 2% sobre o faturamento total.
Para analistas e representantes dos setores beneficiados, a medida é importante, mas não suficiente para aumentar a competitividade da indústria brasileira. Outros fatores, principalmente o câmbio, influenciam o resultado do comércio internacional.

Exportações recuam 8,4%, apesar da redução do custo de mão de obra

Setores beneficiados pela desoneração da folha de pagamentos exportaram menos no período com o benefício. Enquanto as vendas de mercadorias ao exterior caíram 6% nos últimos 11 meses em relação a igual período anterior, os embarques dos produtos desonerados recuaram 8,4%, sem considerar plataformas de petróleo.
A comparação envolve os ramos têxtil, móveis, plástico, materiais elétricos, bens de capital e transporte (autopeças, ônibus e naval) - beneficiados pela medida de redução do custo de mão de obra desde agosto do ano passado -, além dos segmentos de couro e calçados e confecções, contemplados desde o início de 2012.
A medida foi "um alento", diz Rodrigo Branco, economista da Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior (Funcex). "Não se vê as desonerações atuando de forma a melhorar o desempenho no sentido de uma inversão de trajetória. Os setores perderam menos, mas é uma coisa pífia", disse. Além disso, a medida é "discriminatória", porque beneficia apenas alguns segmentos, o que "pode gerar desequilíbrio".
As empresas beneficiadas pela medida deixam de pagar os 20% sobre a folha salarial para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Em troca, há uma cobrança que varia de 1% a 2% sobre o faturamento como forma de contribuição previdenciária, o que, pelos cálculos, representa uma diminuição dos valores pagos pelos empresários. Os ganhos com exportação não são incluídos como faturamento nesse caso.
Um dos objetivos do Plano Brasil Maior é reduzir o custo ao exportador. Além da desoneração da folha, o governo criou o Regime Especial de Reintegração de Valores (Reintegra), que devolve às empresas até 3% da receita com as vendas ao exterior.
A desvalorização do real também deixou o ambiente mais favorável para as exportações. O câmbio médio entre agosto de 2011 e junho de 2012 - quando a maioria dos setores não tinha o benefício de desoneração da folha - foi de R$ 1,79, segundo cálculos feitos pelo Valor. De agosto de 2012 a junho deste ano, o dólar valeu, em média, quase R$ 2,04.
Mas os empresários brasileiros enfrentam "um cenário exportador ruim", explicou Branco, lembrando que manufaturados nacionais estão perdendo competitividade há algum tempo, sem se recuperarem da crise. As desonerações, para ele, têm "impacto maior na produção industrial interna do que nas exportações".
Se for considerado o setor naval, a queda de 8,4% nas exportações no período analisado passa a ser uma alta de 1,6%. Esse aumento, no entanto, é praticamente todo puxado pelas maiores vendas de plataforma de petróleo. A exportação desses produtos passou de US$ 405 milhões no período não desonerado para US$ 2,8 bilhões nos 11 primeiros meses da medida, alta de 693%. (TR e LM)

Para empresários, medida é insuficiente para tornar indústria mais competitiva

Os setores de móveis e transporte (autopeças, ônibus e naval) apresentaram o maior aumento das importações de itens beneficiados pela desoneração da folha de pagamentos. Nesses dois segmentos, as medidas do governo adotadas no último ano não foram suficientes para desacelerar a entrada de bens estrangeiros. Os desembarques de mercadorias produzidas no exterior subiram em ritmo mais forte em relação ao período em que ainda não havia o incentivo fiscal.
Houve aumento de 28,7% nas compras internacionais de itens do segmento de móveis entre agosto de 2012 e junho de 2013 e o mesmo período de 2011 e 2012. Já para o setor de transportes a alta foi de 19,4%. Nas duas situações, o movimento, além de apresentar um forte crescimento, se acelerou quando comparado com as importações realizadas entre agosto de 2010 e junho de 2011.
Os outros setores pesquisados - material elétrico, bens de capitais, plástico, têxtil, couro, confecções e calçados - também apresentaram alta nas importações. Elas foram de 8% para o setor de plásticos, 4,7% para os ramos de couro, confecções, calçados e têxtil e 0,8% para a indústria de bens de capitais e materiais elétricos.
Consultadas sobre os efeitos da desoneração, as associações setoriais dessas indústrias apresentaram conclusões semelhantes: a medida é insuficiente para promover uma retomada significativa da competitividade, apesar de contribuir para uma redução do preço final dos produtos.
"É inegável que o benefício produz efeitos, mas não na medida necessária. O impacto não é suficiente para imaginar que, no curto e médio prazo, a gente consiga recuperar performance", disse o presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Heitor Klein.
Já para o presidente da Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimovel), Daniel Lutz, "as medidas do governo são paliativas e de pouca intensidade. Elas não têm um efeito muito significativo", explicou Lutz.
Além disso, o setor de plásticos sofre com um problema específico. Um aumento do imposto de importação de matérias primas acabou neutralizando os efeitos da desoneração da folha salarial. "O possível ganho de competitividade dado pela desoneração do custo de mão de obra foi absorvido pelo aumento na alíquota de importação de resinas", analisou o presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), José Ricardo Carvalho.
As exportações também apresentam problemas. Exceto o setor de transporte naval, que se beneficiou das vendas de plataformas de petróleo, todos os ramos apresentaram queda nas exportações entre agosto de 2011 e junho de 2012 e os mesmos meses de 2012 e 2013. O setor de plásticos apresentou a maior queda: de 18,6%. Em seguida vem o de móveis, transportes (exceto naval), material elétrico e bens de capital e o de confecção, couros, têxtil e calçados. (LM e TR)

Brasil y la Alianza del Pacifico - Carlos Malamud (Infolatam)

Brasil y la Alianza del Pacífico

Infolatam
Madrid, 21 julio 2013
Por CARLOS MALAMUD

Resulta una obviedad decir que al gobierno brasileño no le gusta la Alianza del Pacífico. Y no le gusta por diversos motivos, comenzando por el hecho nada despreciable de que no forma parte de ella. No sólo eso, la misma existencia de la Alianza confronta a sus élites nacionales con algunos de sus máximos desafíos futuros y con una serie de problemas no resueltos, como su inserción en el mundo globalizado y su relación con Estados Unidos y la Unión Europea.
MONTEVIDEO (URUGUAY), 12/07/2013.- EFE/Iván Franco
Dilma Rousseff ha cambiado de táctica, dejando de insistir de forma altisonante en una política hecha bandera durante la administración Lula por otra más silenciosa y de más largo aliento
En este sentido asistimos a una considerable paradoja que sólo esconde una profunda contradicción. Por un lado Brasil aspira a ser un destacado actor global y para ello reivindica su pertenencia a los BRICS y un puesto permanente en el Consejo de Seguridad de Naciones Unidas. En este último sentido, recientemente Dilma Rousseff ha cambiado de táctica, dejando de insistir de forma altisonante en una política hecha bandera durante la administración Lula por otra más silenciosa y de más largo aliento, en mayor consonancia con el lento proceso de reforma de la ONU. Por otro lado, su política regional lo aboca al aislamiento internacional.
Volviendo a la animadversión brasileña con la Alianza, hemos escuchado la semana pasada declaraciones de dos altos cargos del gobierno federal totalmente opuestas al nuevo proyecto de integración regional y favorables al Mercosur. No se trataba de cualquier opinión, ya que fueron emitidas por dos de los mayores responsables de la política exterior de Brasil, Antonio Patriota, el ministro de Relaciones Exteriores y Marco Aurelio García, el principal asesor de la presidente para política internacional.
Marco Aurelio García, en un congreso académico que repasaba la política exterior brasileña de la última década, apuntó de forma concluyente que la Alianza del Pacífico “no tiene relevancia económica y no representa competencia para el Mercosur”. En la misma línea se expresó Antonio Patriota en un encuentro con corresponsales extranjeros cuando dijo que la Alianza era “un esfuerzo que reúne países con características semejantes, pero es una alianza, no una zona de libre comercio, una unión aduanera o mucho menos un proyecto de integración profunda como el Mercosur”.
Desde la perspectiva brasileña la evidencia es demoledora. La Alianza del Pacífico no sólo carece de relevancia económica, sino tampoco tiene un proyecto de integración profunda como sí posee Mercosur. Si bien la reacción brasileña es comprensible, no se entiende el porqué de tanta soberbia. Es verdad que la Alianza le da relevancia estratégica a México, el principal rival de Brasil en América Latina, y que por la vía de los hechos acaba con el dilema de América del Sur versus América Latina, pero esto no basta como factor explicativo.
No es negando la evidencia ni ocultando las amenazas bajo la alfombra como Brasil será un gran país, una potencia regional y un destacado actor internacional. Durante décadas Itamaraty ha sido escuela y escenario de una de las diplomacias mejor formadas y más eficientes del mundo. Los comentarios del ministro Patriota, embajador de carrera, desdicen esa trayectoria. En esta oportunidad abundó en una opinión vertida tras la Cumbre de Cali de la Alianza a la que definió como un excelente producto del marketing y la publicidad, pero con escasa sustancia: “Cuando hablo de que la Alianza del Pacífico es marketing o que se trata de un envoltorio nuevo de un producto existente no quiero disminuir nada, pues se trata de países que son importantes para Brasil. Y Brasil espera que su esfuerzo contribuya para dinamizar esas economías y eleven el nivel de vida”.
García reforzó el argumento: “La Alianza del Pacífico no debe hacernos abandonar nuestro sueño de ninguna manera. Su PIB regional es mucho menor que el del Mercosur [200.000 millones de dólares contra 330.000 millones]. El bloque no parece formado por países con dinamismo económico y surgió de un sistema de reducciones tarifarias existentes hace tiempo. La Alianza del Pacífico tuvo un efecto publicitario muy fuerte, pero tuvo pocos resultados, a no ser para aquellos que ya estaban convencidos antes de su creación”.
No sé si finalmente la Alianza del Pacífico dará los frutos esperados, pero lo que está claro es que apunta en la dirección correcta: apertura internacional e inserción en las cadenas de valor. En Brasil está ocurriendo todo lo contrario. En lugar de plantearse cómo abrirse al mundo prefieren recluirse en el Mercosur, insistiendo en su “profundidad” estratégica. Con Argentina y Venezuela de socios este último extremo es bastante cuestionable y todavía lo será más si el próximo país en incorporarse al bloque es Bolivia, a cuyo gobierno la sola mención de las palabras “libre comercio” le resulta contradictoria con su proyecto político. Sin embargo no todos los brasileños piensan igual. Cada vez son más los que creen en la irrelevancia de Mercosur.
Marco Aurelio García sigue convencido que fue la confluencia de gobiernos “progresistas” lo que permitió avanzar en la construcción de Unasur. En realidad ocurrió todo lo contrario ya que ésta es su mayor debilidad. Unasur, y ahora en Mercosur sucede lo mismo, no se está construyendo en torno a normas e instituciones sino a la voluntad y al protagonismo de los presidentes. Cuando este protagonismo deja de funcionar se observa una desaceleración de sus proyectos de integración, que comienzan a mostrar sus debilidades para luego entrar en crisis. La muerte de Hugo Chávez ha dejado algunas enseñanzas al respecto.