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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

quarta-feira, 12 de março de 2014

Temas de Política Externa: 1. O Brasil, a América do Sul e a integração regional - Paulo Roberto de Almeida

Temas de Política Externa

Paulo Roberto de Almeida
Reflexões para desenvolvimento futuro

1. O Brasil, a América do Sul e a integração regional
A América do Sul encontra-se hoje mais fragmentada do que em qualquer época anterior, quando os poucos esquemas existentes de integração eram ou reduzidos aos esquemas superficiais do tipo da Aladi, ou mais profundos, como o Grupo Andino e o próprio Mercosul, mas que sempre foram, também, referidos à Aladi e sua cobertura legal para os esquemas de livre comércio em compatibilidade com o sistema multilateral de comércio regido pelo Gatt, atualmente pela OMC. Qualquer diagnóstico que indique que a integração avançou apenas porque se criou a Unasul, ou qualquer outro organismo de coordenação regional, pretende enganar a si próprio, uma vez que não se tem registro de qualquer avanço real da integração no período recente.
Não se pode, assim, dizer que a integração sul-americana tenha avançado; ao contrário, ela recuou, na prática, ainda que a retórica da integração tenha se disseminado em todos os países, mas com escassos resultados efetivos. Onde estão, por exemplo, os processos reais de desmantelamento de barreiras alfandegárias e de abertura econômica recíproca? Com exceção da Aliança do Pacífico, que é integrado por um país da América do Norte, o México, e que conformou mecanismos automáticos de abertura recíproca, todos os demais países recuaram nos processos de abertura econômica e de liberalização comercial, inclusive o Brasil, que por sinal denunciou um acordo de livre comércio de automóveis pois os saldos bilaterais se tinham tornado negativos, num sinal preocupante de que acordos de liberalização comercial só podem ser justificados se eles se conformam ao velho padrão mercantilista.
O Brasil, como maior economia da região, e a mais avançada industrialmente, poderia ser o livre-cambista universal, ou seja, o país que se abre unilateralmente aos demais, sem exigir contrapartida imediata. Com isso, ele estaria conformando um amplo espaço econômico integrado na região, oferecendo seu grande mercado aos vizinhos, e amarrando investimentos estrangeiros, da região e fora dela, à sua própria economia. Por que ele não o faz? Não é por temer a concorrência das indústrias dos países vizinhos, se supõe, todas elas menos avançadas e menos competitivas, por disporem de menores economias de escala, do que as brasileiras. Ou talvez sim, talvez o Brasil tema a competição dos vizinhos por ter se tornado um país caro demais para os seus próprios consumidores. Se esta hipótese for a correta, os problemas estão aqui dentro, e os países vizinhos não podem ser considerados responsáveis por essa situação.
A integração é feita, justamente, para estimular a competição e os ganhos de bem-estar. Se os países decidem retornar ao mercantilismo, se está recuando no caminho da integração. Toda abertura é difícil, por colocar produtos e serviços em competição uns com os outros? É verdade, mas a integração, para responder ao seu verdadeiro nome, é feita desses gestos simples, corajosos, decididos e irrecorríveis. Qualquer ação contrária a isso significa que se está recuando da integração. Se o Brasil desejar ser a base da construção de um espaço econômico integrado na América do Sul, ele deveria começar dando o exemplo, abrindo-se unilateralmente aos demais.

11/03/2014

terça-feira, 11 de março de 2014

Cuba: um estado criminoso? Mas e' uma redundancia...

Informe de la ONU señala que Cuba violó embargo de armas a Corea del Norte

AMERICA ECONOMIA
Expertos del organismo internacional aseguran que la mayor parte de las armas estaba en buen estado, con documentos que aseguraban su funcionamiento de acuerdo a especificaciones incluidas.
El carguero incluía, según el informe, seis vehículos asociados con sistemas de misiles tierra-aire y 25 contenedores cargados con las piezas de dos cazas MiG-21. (Foto:EFE)
  • Mar, 03/11/2014 - 19:47
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Nueva York. Cuba violó el embargo de armas que pesa sobre Corea del Norte con el envío del cargamento que estaba oculto en un carguero que fue retenido en 2013 en Panamá, según un informe de expertos de la ONU hecho público este martes.
"Tanto el propio envío como la transacción entre Cuba y la República Popular de Corea fueron una violación de las sanciones", señala el informe anual sobre el cumplimiento del embargo al país asiático.
Los expertos del organismo internacional ponen en duda, además, que se tratase de un armamento "obsoleto" que se enviaba a Corea del Norte para ser reparado y posteriormente devuelto a la isla, como señaló el gobierno cubano.
Según aseguran, la mayor parte de las armas estaba en buen estado y los documentos encontrados junto a ellas indicaban que los equipos funcionaban "de acuerdo a las especificaciones o habían sido calibrados justo antes del empaquetado".
Para los expertos, las pruebas "apuntan a una intención clara y consciente de eludir las resoluciones" de la ONU que prohíben la venta de armas al régimen de Pyongyang.
Además, parte del armamento estaba "sin uso o aún en sus envoltorios originales", como por ejemplo ciertos componentes de misiles aún en los embalajes originales facilitados por la Unión Soviética.
Para los expertos, las pruebas "apuntan a una intención clara y consciente de eludir las resoluciones" de la ONU que prohíben la venta de armas al régimen de Pyongyang.
Entre ellas destacan los "extraordinarios y amplios esfuerzos para ocultar el cargamento de armas" y las instrucciones encontradas a bordo para falsear una declaración de entrada al canal de Panamá en caso de necesidad.
El carguero "Chong Chon Gang" fue retenido en julio pasado por Panamá y el armamento, que iba escondido bajo un cargamento de azúcar, incluía, según el informe, seis vehículos asociados con sistemas de misiles tierra-aire y 25 contenedores cargados con las piezas de dos cazas MiG-21.
También había quince motores para ese tipo de aviones, componentes de sistemas de misiles, munición y otros equipos militares.
Según el informe de la ONU, se trata de la mayor cantidad de armas prohibidas por las sanciones internacionales con destino a Corea del Norte o procedentes de ese país desde que se impuso el embargo.
Además, los expertos señalan que hay pruebas de la participación de la embajada norcoreana en La Habana en la gestión del envío y señalan que Cuba se ha negado a desvelar la identidad de las entidades involucradas en la operación.
Las conclusiones forma parte del informe anual sobre el cumplimiento de las sanciones a Corea del Norte, mientras que el texto detallado de la investigación figura en un documento confidencial que no será publicado, según indicaron fuentes diplomáticas.

Sindicatos brasileiros: voltando ao corporativismo, talvez ao fascismo... - Fernando Oliveira

Recebo, do Sr. Fernando Alves de Oliveira, Consultor Sindical Patronal, baseado no estado de São Paulo, um artigo sobre as realidades do viciado e extremamente deformado sistema sindical brasileiro.
Paulo Roberto de Almeida

Sindicalismo, Governo e Sistema S. A (falta de) moralização tarda.
A VERDADE (SEM REBUÇOS) SOBRE O INDECOROSO ATRASO SINDICAL BRASILEIRO

Conheça as reais razões da decadência sindical brasileira. Suas origens e a funesta incorporação de  vícios, mazelas, sinecuras e de rentável balcão de negócios, que os poderes Executivo e Legislativo (e contando com o velado silêncio das entidades maiores do segmento patronal) infelizmente e de forma comprovada não querem e jamais demonstraram interessse político de corrigir.

Lastimavelmente, só quem ainda tem a coragem de vir a público por não  admitir a continuidade dessa intolerável e descarada conspurcação,  é que prossegue na ingrata e penosa luta contra o atraso sindical de um País que, vergonhonsamente, respalda claro desejo de perpetuidade desse jurássico sistema sindical, lesivo aos interesses da sociedade brasileira, por ser produto de uma legislação de mais de 70 anos, parida na era do Estado Novo do ditador Vargas. Como tal, Inteira e diametralmente oposta  ao hodierno das relações do Trabalho do Brasil do século 21!

Afinal, a quem interessa isto? Conheça, em detalhes, o embuste do Governo lulo-petista, provado documentalmente no cotejamento de suas PEC-252/2000 (antes de assumir o Poder) e o da empulhação governamental do PT (PEC-369/2005). Igualmente conheça os motivos pelos quais o patronato resigna-se docilmente aos governantes de turno (saídos justamente do meio sindical e dele catapultados à esfera política), temeroso de ainda maiores e mais devastadores abocanhamentos no seu “Sistema S”. Aliás, este é outro capítulo profundamente nebuloso que nem o setor patronal ou o Governo demonstram interesse em detalhá-lo à sociedade. Do governo, compreende-se (e como!) esse desinteresse... Mas não da parte do setor patronal, de vez que suas diversas entidades (Sebrae, Senai, Sesi, Sesc, Senac e outras) contribuem decisivamente para o aprimoramento profissional do trabalhador brasileiro. Mas o governo do PT quer ardentemente a estatização de um sistema (que funciona) para, !
apoderar-se da verba recolhida pelas empresas (por meio de uma contribuição paga pelas empresas e incidente na folha salarial) e que é revertida em serviços destinados à  educação profissional e atividades sociais dos trabalhadores. 

Enfim, quer vincular o Sistema S ao esquálido sistema educacional público (cujo nível e qualidade todos nós conhecemos...). Claramente, o interesse governamental petista não é por seu aperfeiçoamento, mas pelos valores envolvidos. Trata-se de manobra que, ao invés de ser mantida sob reserva  pelos órgãos patronais, deveria ser do amplo domínio público, especialmente da camada populacional servida pelo conceituado sistema. 

É derivada dessa inércia, que as entidades dirigentes do Sistema S, representadas pelas federações patronais estaduais e respectivas confederações nacionais, preferem se omitir a bater de frente com o governo do PT, contribuindo para a debilidade ainda maior do  sistema sindical brasileiro. Como tal, contrariando o real interesse público. Afinal, são os agentes da sociedade (pessoas físicas e empresas) que recolhem a contribuição sindical obrigatória e aos quais não lhes é dado o direito de exigir não só a revitalização e modernidade do sistema sindical brasileiro, mas –e o que é muito pior- a sua moralização e remissão ética de um sindicalismo viciado..

Isto tudo (e muito mais) está contado em meus dois livros (O sindicalismo brasileiro clama por socorro e S.O.S.SindicalPT, ambos editados pela LTr, a mais tradicional e reputada editora nacional especializada em temas versando sobre Trabalho e Sindicalismo.

Fernando Oliveira, Consultor Sindical Patronal  - Instrutor-Palestrante
Acervo de artigos: “Blog do Falvesoli” http://falvesoliveira.zip.net
Imagens de capas e sumários dos livros www.ltr.com.br

Venezuela: as manifestacoes legitimam o endurecimento do regime? - Rafael Osio Cabrices

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CARACAS, Venezuela — THE violent demonstrations that have rocked Venezuela for weeks are threatening to wipe out what little democracy is left here after 15 years of systematic erosion by the state. The government of Nicolás Maduro has responded with massive military force, raiding offices and houses without judicial orders, imprisoning civilians in military compounds and applauding the killing of protesters by paramilitary groups.
Yet the riots do not portend a Venezuelan Spring. For the government they are a welcome deflection of public attention from a faltering economy and rising crime. They may even invigorate this flaccid dictatorship.
The turmoil started on Feb. 4, after the sexual assault of a student ignited a protest on a university campus near the Colombian border. The National Guard responded with disproportionate force, and demonstrations multiplied throughout the country. A lot of rage was waiting to explode. In Mr. Maduro’s first year in office, Venezuela has experienced urban violence and shortages of basic goods usually associated with wartime. The annual rate of inflation, which exceeds 56 percent, is one of the highest in the world.
By March 5, when Mr. Maduro’s more-military-than-civilian government commemorated the first anniversary of the death of its revered comandante, Hugo Chávez, close to 20 people had died and more than 1,000 had been detained. Most of the prisoners were released within days, but some alleged being raped and tortured. Today, large rallies continue in the middle-class neighborhoods of all the main cities. The protesters, in a gesture mixing anarchic defiance and self-defense, block the streets with makeshift barricades, or guarimbas, and set them on fire. That only invites more violence from the National Guard and the colectivos, the Chavistas’ civilian militias.
By creating traffic jams and keeping bread and other basic groceries out of shops, the guarimbas also increase tensions between protesters and ordinary citizens. As I was writing this article, smoke filled the streets outside my family’s apartment; barricades were smoldering after another battle between protesters and the public forces. But we were lucky. In other neighborhoods, the National Guard and colectivos barged into buildings to come after protesters, arresting not just the hooded teenagers but infuriated housewives who insulted them for charging after demonstrators.
At this point, nobody — no political party, no social movement, no one leader — is in charge of the protests. The demonstrations have created a political crisis all right, but it is a crisis less for the government than for its opponents. After years of struggling to forge a coalition, the opposition seems divided again.
Beyond the students who started the protests, there are two main strands within the opposition. One is a group of hard-liners led by María Corina Machado, a congresswoman from an opposition stronghold in Caracas, and Leopoldo López, a former mayor of the anti-Chavista neighborhood of Chacao. They want the government to fall; their crowd is active in the streets and spews insults on Twitter at Chavistas and moderate anti-Chavistas alike. (Mr. López has been in military custody since Feb. 18 on charges of inciting violence.) Another opposition force is trying to keep alive the Mesa de la Unidad Democrática (Democratic Unity Roundtable), an umbrella group of anti-Chávez parties that believes in institutional politics.
At this point the radicals seem to be the most popular among protesters; they certainly are the loudest. And among protesters; they certainly are the loudest. And the more they scream, the more the security forces beat up demonstrators, and the more barricades the 
demonstrators set on fire. The situation is wildest in Táchira, where the uprising began and where violence and the scarcity of household goods have been more widespread for longer than in the rest of the country. There, the protests have spread from middle-class neighborhoods to the slums. Occasionally, a fighter jet crosses the sky.
Still, the revolt in Venezuela isn’t some Latin American version of the Arab Spring. Just one National Guard soldier has been killed so far; the demonstrators are not going after state forces. Instead, they build barricades and burn them, and cry out that they won’t accept a Cuban-style dictatorship. There is no group backing Venezuela’s protesters like the Muslim Brotherhood, with a platform, a network and the logistics to overthrow the current government. Despite what the Chavistas in power claim, repeating the tired leftist line about American meddling, these rallies and riots are not a conspiracy to topple an elected government. The hard-liners in the opposition who want regime change cannot drive Mr. Maduro from office, much less replace the sprawling Chavista establishment. The military remains firmly aligned with Mr. Chávez’s heirs.
The government shows no sign of buckling; nothing, its officials insist, can stop Mr. Chávez’s socialist revolution. If anything, the protests may inject new energy into a weak and inefficient dictatorship. The government seems to be biding its time until the silent majority gets impatient with the protesters. It is trying to borrow more money from China, its newest key ally, to restart the economy. It also appears to be reaching out to local business captains in the hopes of reviving agricultural production and industrial activity.
The violence will continue, meanwhile, even if this wave of protests is crushed under soldiers’ boots. I can see that in the rage of drivers who encounter blockades on their way home; in the curses that even neighbors exchange; in the decaying control of municipal authorities; in the myriad reports on social media about assaults, arson, break-ins, vandalism. Crime and out-of-control inflation will make life harder for almost everyone.
Venezuela has long been a country with no space for independent media, the rule of law or competitive politics. Now, it is also a country where thousands of protesters, absurdly, are taking orders via Twitter from a self-proclaimed prophet in Miami, Reinaldo dos Santos, who has announced Mr. Maduro’s fall. And it is a country where thousands of Chavistas are calling for jailing, exiling or disappearing the opponents of their repressive government. Venezuela isn’t undergoing a revolution. It is going mad.

Venezuela: acabou a liberdade de expressao, de imprensa, de comunicacao (Foreign Policy)

How the Venezuelan Government Made the Media into Its Most Powerful Ally
When former Venezuelan President Hugo Chávez was briefly deposed in a 2002 coup, the country's press reacted with unbridled enthusiasm. The daily newspaper El Nacional welcomed the day's events with the headline "One step forward." But that wasn't particularly surprising: Never in the history of Latin America had the media played quite so prominent a rolein facilitating the overthrow of a democratically elected government.Gustavo Cisneros, Venezuela's answer to Rupert Murdoch, played a direct role in planning and funding the coup. At the time of the putsch, he owned Venevisión, a private TV channel that ran biased, even manipulated, coverage to incite support for the coup.
12 years later, Venezuela's media landscape looks very different. For the past three weeks, thousands of anti-government protesters have battled the police in the streets of Venezuela. Fed up with chronic shortages and runaway inflation, they have launched a protest movement that represents the most serious challenge yet to President Nicolás Maduro, Chavez's handpicked heir to his so-called Bolivarian revolution. At least 20 peoplehave been killed.
But you wouldn't know any of that from watching Venezuelan television. Rather than broadcasting coverage of the protests that have spread throughout the country, the Venezuelan media has maintained a studious silence.
"Most of the time, people [in Venezuela] don't see the protests live," Gustavo Hernandez, a writer for the Venezuelan blog Caracas Chronicles, said. "They only get small snippets on the newscast ... which air late at night. They cover the news in a very reduced way."
While the recent protests have exposed the vulnerable state of Venezuela's supposedly independent media, the government has spent the past decade expanding its control over the country's newspapers, websites, radio outlets and TV stations. With the 2004 passage of the Law on Social Responsibility in Radio and Television, the government won wide latitude to censor mediain order to "promote social justice and further the development of the citizenry, democracy, peace, human rights, education, culture, public health, and the nation's social and economic development." The law wasexpanded to include the Internet and social media in 2011.
"It's one of the most unreal pieces of legislation I've ever seen," Hernandez said. According to the Committee to Protect Journalists, the law mandates media groups to "establish mechanisms to restrict, without delay, the dissemination of messages." Violators can be fined up to 3,000 USD or 10 percent of the annual year's income, or face a service suspension.  Journalists, especially critical ones, can be arrested on a variety of vaguely worded charges (criticism of the government can be equated with"conspiracy against the state"). In 2010, Guillermo Zuloaga, the owner of Globovisión, a channel critical of the government, was arrested after criticizing official restrictions on freedom of expression. Zuloaga was brieflyarrested, then released pending investigation, on accusations of "inciting panic."
The current bout of demonstrations broke out when students at the University of the Andes in San Cristóbal gathered to protest an attempted rape on campus. The incident highlighted concerns about growing insecurity and crime under Maduro, but the protest movement has since grown to include grievances ranging from rising inflation to chronic food shortages.
Throughout the unrest, critics have been sounding the alarm about a  government-coordinated "media blackout" designed to minimize coverage of the protests. Press freedom advocates say the government's harsh treatment of private media organizations has led many newspapers, TV stations and radio broadcasters to effectively censor their own coverage and largely ignore the protests. Maduro took a news channel off the air after it broadcast coverage of the violence in mid-February. When Henrique Capriles Radonski, the country's most prominent opposition leader and the runner up in last year's presidential election, delivered a major speech two weeks ago, no network covered it.
It's a far cry from the political muscle the private media flexed in 2002. At the time, the private media were seen as the unofficial leaders of the uprising -- in particular, the four leading television networks that Chávez famously called the "Four Horsemen of the Apocalypse." "This coup d'etat would not have been possible without the help of the news media, especially television," Chávez said at the time. The compilation of ads below, which were aired on private TV stations and called on viewers to hit the streets and protest, gives a feel for the networks' willingness to take anti-government positions:

But the media didn't stop at calling for protests; they went so far as to suppress and manipulate news coverage. In one instance, Isaías Rodríguez, the attorney general at the time, tricked a network into hosting him by promising to announce his resignation, only to be cut off when he mentioned the word "coup." In one of the most controversial episodes of the 2002 coup, private television stations aired footage that purported to show pro-government chavistas firing on opposition demonstrators. While several anti-government protesters were indeed killed during the march and many more injured, it remains unclear who was responsible for their deaths. But private television stations seized on the footage and aired it non-stop as part of their campaign against Chávez. Video evidence that emerged later indicated that the chavistas may have been firing on police in self-defense, but the question of who was responsible for the protesters' deaths has never been definitively settled.
Such tactics were crucial to the coup's strength, however short-lived it proved to be, and raised serious concerns about media bias in the country. Most of the criticism, after all, wasn't coming from a commitment to public-interest journalism; it was no secret that the majority of private outlets in Venezuela were owned by wealthy families with an interest in ousting Chávez. The events of 2002 showed they had no interest in separating those interests from their role as ostensibly neutral sources of information. After a 36-hour detention, Chávez returned to the presidential palace after having secured the military's backing and his supporters flocked to the streets. The private stations abandoned the story, reportedly airing Tom & Jerry cartoons instead.
After the failure of the coup, Chávez embarked on an aggressive campaign to establish "media hegemony." He shuttered independent outlets and expanded state media. In 2007, Chávez revoked the license of RCTV, a leading anti-government broadcaster. Others dialed back the dissent in their coverage to avoid having their licenses revoked for "technical and administrative reasons," the amorphous reasoning behind the closing of 34 radio stations in 2009. Two of the most popular TV channels, privately-owned Venevisión and Televen, have toned down their criticism of the government over the past several years, and the popular Globovisión fell into line after a businessman with close ties to the government purchased the station last year. (But not enough, apparently: Maduro complained in October that an investigative report on food shortages that aired on the channel amounted to "war propaganda.")
Given Venezuela's history of having feisty and irreverent media outlets, understand the rationale behind such a crackdown. George Ciccariello-Maher, author of We Created Chávez: A People's History of the Venezuelan Revolution, told al-Jazeera, "This is a government that has seen a coup d'etat led by the private media."
As the BBC and Reuters have noted, opposition-minded newspapers have continued to stand against the government, but those outlets are beset by their own sets of problems. As with newspapers in other parts of the world, declining circulation numbers plague the industry. The Maduro government has asserted further control over the medium by withholding foreign currency needed to buy newsprint, which must be imported to Venezuela.
On Feb. 10, El Impulso, a Venezuelan newspaper, announced that it was reducing its output from four sections to one, citing difficulties in acquiring newsprint during a paper shortage. The process for securing newsprint, the paper said, often takes more than three months as a result of tight currency controls. El Nacional, a leading daily and one of Maduro's fiercest critics,announced in February that it expected to end print circulation imminently, given that it was unable to import newsprint. According to Hernandez at Caracas Chronicles, there have been murmurs that the government plans to sell newsprint to smaller newspapers in the countryside to bypass the larger newspapers and limit their ability to print their pages.
At least ostensibly, a thriving independent media scene still exists in Venezuela: In 2012, the BBC noted that 70 percent of radio and TV stations were privately owned, and despite its growth over the last decade, state TV still attracted only a paltry 5.4 percent of viewers. The real victory of the crackdown is the ubiquity of state influence on private TV and radio stations, down to the free ten minutes of ad time that private networks are obligated to give the government.
But, as the dictatorial former heads of state in so many Arab countries could attest, social media has upended traditional means of media regulation. Various reports have put Venezuela's Twitter penetration at the  fourth- or fifth-highest in the world. (The metrics for determining that are up for debate; a lower estimate ranks Venezuela's number of Twitter users as thirteenth-highest in the world.) Meanwhile, Internet and smartphone use is on the rise. The Venezuelan government may be able to silence newspapers by limiting their physical circulation, but most of those struggling outlets still have vibrant Twitter feeds and websites. On Tuesday, El Impulso announced a new app, called SOSVenezuela, that allows activists to stay up-to-date on protesters' plans in different cities around the country.
As the protests progress, it will be interesting to keep an eye on whether new media like Twitter can be as potent in 2014 as its more traditional counterparts were in 2002 -- and maybe do a better job of actually presenting the truth.

O Brasil nos think-tanks americanos (pouca presenca) - Apex-Brasil

 BRASIL NOS THINK TANKS: CSIS
APEX-BRASIL (11/03/2014)

BRASIL PATROCINARÁ PROGRAMA DE ESTUDOS EM WASHINGTON. 
A Apex, a agência de promoção comercial e investimentos do governo brasileiro, vai patrocinar um programa de estudos e debates sobre o Brasil em um dos maiores centros de estudos ("think tanks") de Washington. O CSIS (Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, na sigla em inglês) promoverá, a partir de abril e até o final de 2015, uma série de 16 debates públicos dentro de um programa chamado Iniciativa Brasil. O lançamento será em 1º de abril, com um evento sobre inovação e tecnologia brasileira. Outros temas debatidos serão energia, ambiente, comércio e a política internacional do país. Os concorrentes dos Brics fazem muito isso nos EUA. É promoção comercial, mas fugindo das ações tradicionais. A Agência aponta a criar um ambiente favorável para o Brasil entre formadores de opinião nos EUA. Há muita rotatividade entre esses centros de estudo em Washington e o governo americano. Hoje eles pesquisam, amanhã eles estão à frente das decisões. Já em 2013 a presença brasileira era modesta na capital americana. Outros países emergentes, como Índia, China, Turquia e México, patrocinam vários centros de estudos e pesquisas em universidades. O Brasil só tinha um programa similar no Wilson Center. De acordo com o ranking dos "think tanks" feito pela Universidade da Pensilvânia, o CSIS é o terceiro mais influente do país (depois de Brookings e Carnegie) e é considerado o mais importante em temas de segurança e defesa. Acaba de se mudar para uma nova sede, que custou US$ 100 milhões. O CSIS prepara constantemente pesquisas encomendadas pelos departamentos [ministérios] de Energia, de Defesa e de Estado. Washington possui 395 centros de estudos –o Brasil inteiro tem 81, de acordo com o ranking da Universidade da Pensilvânia. Há uma falta de atenção com o Brasil, então é necessário construir conhecimento sobre o país. Carl Meacham, diretor de América Latina do CSIS, será o responsável pela programação da Iniciativa Brasil. O foco dos eventos não se restringem a latino-americanistas ou brasilianistas. Serão abordadas áreas que interessem aos americanos, nas quais o Brasil possa acrescentar valor ao debate, de mobilidade social e energias renováveis. Americano de origem chilena, Meacham foi por 12 anos assessor na Comissão de Relações Exteriores do Congresso dos EUA e trabalhou com o senador Dick Lugar. O programa custará à Apex US$ 300 mil em 2014 e 2015. A agência avaliará uma possível renovação em 2016

Venezuela: uma ditadura eleita (fraudulentamente) - Denis Lerrer Rosenfield

E provavelmente não eleita, ou seja, não pelos bons métodos, e sim pela manipulação dos eleitores, pela mentira, e por roubar, claramente as eleições.
Concordo com meu amigo Orlando Tambosi, que se trata, não de uma democracia totalitária, mas de uma ditadura, simplesmente, apenas que recorrendo a eleições, sempre manipuladas, a partir de certo momento.
Paulo Roberto de Almeida

Democracia e ditadura

10 de março de 2014 | 2h 07
Denis Lerrer Rosenfield* - O Estado de S.Paulo

O discurso da diplomacia brasileira acerca da Venezuela e dos demais países bolivarianos segue a doutrina do PT, segundo a qual estaríamos diante de uma democracia pelo simples fato de lá haver eleições. Eleições seriam, então, o único critério de definição de Estados democráticos, com evidente desprezo pelas instituições da sociedade civil. Mais concretamente, há total desconsideração pelo equilíbrio entre Poderes e pela independência dos Poderes Judiciário e Legislativo. A liberdade de imprensa e dos meios de comunicação em geral é sistematicamente pisoteada, se não aniquilada.

Nesse sentido, a "democracia" poderia prescindir das liberdades civis e políticas, devendo contentar-se com eleições e referendos, cada vez mais restritos, pois as condições de competitividade são progressivamente reduzidas. De fato, a democracia representativa nesses países "socialistas" é substituída, para retomar um conceito de J. L. Talmon, pela democracia totalitária.
A democracia representativa caracteriza-se por ser constitucional, obedecendo a princípios que fogem a qualquer deliberação popular. Consequentemente, não pode ser objeto de deliberação a igualdade de gêneros ou de raças. Uma maioria popular machista ou racista não se poderia impor numa democracia representativa, graças aos limites constitucionais, de princípios e valores, por ela assegurados.
Segundo a democracia totalitária, o poder reside na vontade popular encarnada pelo líder carismático. Não tem este, em razão da delegação popular recebida, nenhuma limitação, como se eleições o autorizassem, virtualmente, a fazer qualquer coisa. Basta um referendo para que isso ocorra. Foi o que aconteceu com o "socialismo do século 21", nas figuras de Hugo Chávez e de sua caricatura, Nicolás Maduro, que aboliram a separação de Poderes, emascularam o Judiciário e o Legislativo, fazendo do Executivo o único Poder que conta.
A economia de mercado, por sua vez, foi cerceada, quando não aniquilada, tendo como consequência o domínio do Estado, cujos efeitos mais nítidos são a inflação galopante e a falta de produtos básicos - o papel higiênico é o mais emblemático deles. Já a liberdade de imprensa e dos meios de comunicação em geral foi sendo suprimida, só sobrando, hoje, o resquício de uma sociedade livre. Milícias no melhor estilo das SA nazistas aterrorizam a população, fazendo uso da violência e do assassinato sempre e quando o líder máximo o exigir. Tudo, evidentemente, em nome da "revolução" e do "socialismo".
Não obstante, o Itamaraty e setores do PT continuam a justificar a "democracia venezuelana", como se os protestos do que ainda resta de oposição fossem o real perigo. Ora, as posições estão totalmente invertidas. A dita "cláusula democrática", bem entendida, significaria, apenas, a "cláusula democrática totalitária".
Do ponto de vista diplomático, por uma questão de pudor, não se pode acatar o argumento de que o Brasil não se ingere em assuntos de outros países, uma vez que foi bem isso que fez no Paraguai. O então presidente Fernando Lugo foi afastado do poder por um impeachment, segundo a legislação paraguaia. O governo brasileiro não reconheceu o impeachment e aproveitou a ocasião para suspender esse país do Mercosul, tornando viável, dessa maneira, a entrada da Venezuela. É evidente o uso de dois pesos e duas medidas.
Nessa perspectiva, poderíamos aplicar os mesmos critérios para o que se denomina ditadura militar brasileira, com o intuito de melhor apreciarmos a "verdade" do período, contrastada com o juízo "democrático" do atual governo a propósito do "socialismo do século 21".
Considera-se a ditadura militar como se estendendo desde o governo Castelo Branco até o final do governo Figueiredo, quando há diferenças significativas nesse longo período. O governo Castelo Branco, por exemplo, tinha inclinação liberal, enquanto o governo Geisel foi fortemente estatizante. Segundo esse critério, o governo Dilma Rousseff se encaixaria na concepção geiselista, com forte intervenção do Estado na economia, a escolha de empresas e setores privilegiados a serem apoiados e o uso da política fiscal e de subsídios para o apoio a esses grupos. Seria Geisel de esquerda, conforme essa concepção? Mais ou menos democrático? E Lula, em seu primeiro mandato, seria castelista?
Durante o período do governo Castelo Branco (1964-1967) até o Ato Institucional n.º 5, promulgado por Costa e Silva em setembro de 1968, o País desfrutava ampla liberdade. Foi esse ato extinto em 1978 por Geisel e o habeas corpus, restaurado. Penso não ser atrevido dizer que as liberdades civis eram muito mais respeitadas do que o são nos países que, atualmente, encarnam o "socialismo do século 21".
A gozação, para não dizer a sátira e a ironia, do Pasquim começou em 1969, quando o regime militar havia endurecido e a ditadura propriamente dita se estabeleceu. Isto é, a ditadura tolerou o Pasquim, enquanto os governos bolivarianos não toleram nenhuma crítica, muito menos a que se faz pela sátira que atinge os seus líderes.
A greve do ABC sob liderança de Lula, então presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema, foi um marco no Brasil, abrindo efetivamente caminho para a liberdade de participação sindical. Ocorreu em 1974, sob o governo Geisel. A partir dela novas greves se estenderam de 1978 a 1980, já no governo Figueiredo. Imaginem algo semelhante nos países bolivarianos. Por muito menos os "socialistas" enviam as suas milícias e fazem uso de perseguições, prisões, tortura e assassinato.
A Lei da Anistia, negociada entre militares democratas, políticos do establishment e a oposição do MDB, com amplo apoio da sociedade civil, foi assinada por Figueiredo em agosto de 1979, abrindo realmente caminho para a redemocratização do País. Foram os próprios militares que tomaram a iniciativa de abandonar o poder.
Sem dúvida a "democracia" bolivariana consegue ser mais dura do que a ditadura brasileira nesses períodos!

*Denis Lerrer Rosenfield é professor de Filosofia na UFRGS. E-mail: denisrosenfield@terra.com.br.