Recebo, do Sr. Fernando Alves de Oliveira, Consultor Sindical Patronal, baseado no estado de São Paulo, um artigo sobre as realidades do viciado e extremamente deformado sistema sindical brasileiro.
Paulo Roberto de Almeida
Sindicalismo, Governo e Sistema S. A (falta de) moralização tarda.
A VERDADE (SEM REBUÇOS) SOBRE O INDECOROSO ATRASO SINDICAL BRASILEIRO
Conheça as reais razões da decadência sindical brasileira. Suas origens e a funesta incorporação de vícios, mazelas, sinecuras e de rentável balcão de negócios, que os poderes Executivo e Legislativo (e contando com o velado silêncio das entidades maiores do segmento patronal) infelizmente e de forma comprovada não querem e jamais demonstraram interessse político de corrigir.
Lastimavelmente, só quem ainda tem a coragem de vir a público por não admitir a continuidade dessa intolerável e descarada conspurcação, é que prossegue na ingrata e penosa luta contra o atraso sindical de um País que, vergonhonsamente, respalda claro desejo de perpetuidade desse jurássico sistema sindical, lesivo aos interesses da sociedade brasileira, por ser produto de uma legislação de mais de 70 anos, parida na era do Estado Novo do ditador Vargas. Como tal, Inteira e diametralmente oposta ao hodierno das relações do Trabalho do Brasil do século 21!
Afinal, a quem interessa isto? Conheça, em detalhes, o embuste do Governo lulo-petista, provado documentalmente no cotejamento de suas PEC-252/2000 (antes de assumir o Poder) e o da empulhação governamental do PT (PEC-369/2005). Igualmente conheça os motivos pelos quais o patronato resigna-se docilmente aos governantes de turno (saídos justamente do meio sindical e dele catapultados à esfera política), temeroso de ainda maiores e mais devastadores abocanhamentos no seu “Sistema S”. Aliás, este é outro capítulo profundamente nebuloso que nem o setor patronal ou o Governo demonstram interesse em detalhá-lo à sociedade. Do governo, compreende-se (e como!) esse desinteresse... Mas não da parte do setor patronal, de vez que suas diversas entidades (Sebrae, Senai, Sesi, Sesc, Senac e outras) contribuem decisivamente para o aprimoramento profissional do trabalhador brasileiro. Mas o governo do PT quer ardentemente a estatização de um sistema (que funciona) para, !
apoderar-se da verba recolhida pelas empresas (por meio de uma contribuição paga pelas empresas e incidente na folha salarial) e que é revertida em serviços destinados à educação profissional e atividades sociais dos trabalhadores.
Enfim, quer vincular o Sistema S ao esquálido sistema educacional público (cujo nível e qualidade todos nós conhecemos...). Claramente, o interesse governamental petista não é por seu aperfeiçoamento, mas pelos valores envolvidos. Trata-se de manobra que, ao invés de ser mantida sob reserva pelos órgãos patronais, deveria ser do amplo domínio público, especialmente da camada populacional servida pelo conceituado sistema.
É derivada dessa inércia, que as entidades dirigentes do Sistema S, representadas pelas federações patronais estaduais e respectivas confederações nacionais, preferem se omitir a bater de frente com o governo do PT, contribuindo para a debilidade ainda maior do sistema sindical brasileiro. Como tal, contrariando o real interesse público. Afinal, são os agentes da sociedade (pessoas físicas e empresas) que recolhem a contribuição sindical obrigatória e aos quais não lhes é dado o direito de exigir não só a revitalização e modernidade do sistema sindical brasileiro, mas –e o que é muito pior- a sua moralização e remissão ética de um sindicalismo viciado..
Isto tudo (e muito mais) está contado em meus dois livros (O sindicalismo brasileiro clama por socorro e S.O.S.SindicalPT, ambos editados pela LTr, a mais tradicional e reputada editora nacional especializada em temas versando sobre Trabalho e Sindicalismo.
Fernando Oliveira, Consultor Sindical Patronal - Instrutor-Palestrante