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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Mini-resenhas de livros de diplomatas: Prefacio e Sumario de Polindo a Prata da Casa

Eis aqui a ficha completa, tal como disponibilizado pessoalmente e publicado em formato Kindle, de meu livro mais recente.
Não consegui, e alguém me explique se é possível, oferecê-lo a US$ 0,00; tive de colocar o preço mínimo da Amazon, 0,99. Já na plataforma Academia.edu ele é livre de direitos ou de pagamento, mas suponho que as pessoas tenham de se inscrever na plataforma.
Em todo caso, muitos outros livros meus estão disponíveis nesse mesmo espaço, assim como vários outros serão preparados para Kindle edition, inclusive dois outros com as resenhas que "sobraram" do "esquartejamento" (mas não degola) do grandão Prata da Casa.
Paulo Roberto de Almeida


Polindo a Prata da Casa: mini-resenhas de livros de diplomatas 
(Amazon Digital Services: Kindle edition, 2014, 151 p. 484 KB; ASIN: B00OL05KYG;
disponível na Amazon; link: http://www.amazon.com/dp/B00OL05KYG
Relação de Originais n. 2693. Relação de Publicados n. 1145.


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Prefácio

Quando, dez anos atrás, na condição de recém empossado diretor “cultural” da Associação dos Diplomatas Brasileiros, assumi voluntariamente o encargo de preparar, para o seu Boletim trimestral, pequenas notas sobre os livros de, ou publicados por, diplomatas, não imaginava que a missão se prolongaria por toda uma década, e continuaria a ser feita mesmo enquanto ex-vice-presidente da ADB, e já fora do país, como é o caso neste momento. Na verdade, eu já tinha colaborado com notas ou resenhas sobre livros de diplomatas algum tempo antes disso, praticamente desde a fase inicial da ADB; mas se tratava de colaboração ocasional ou irregular, apenas quando algum grande livro justificasse tal registro. Como eu sou um homem de livros, provavelmente recebia a sugestão de alguém da diretoria para fazer tal inserção, ou me oferecia voluntariamente para a tarefa, unicamente motivado pela minha própria paixão doentia pelos livros. Ainda tenho de recuperar essas primeiras e fugidias resenhas, que não figuram neste pequeno volume de mini-resenhas.
Não sei quem, em qual momento da vida do Boletim, um de seus diretores, ou dos vários presidentes que se sucederam no cargo, começou a chamar essa seção de resenhas de “Prata da Casa”, o que parece um título apropriado ao que se costuma identificar com certo estilo diplomático. Mas ela tinha uma existência precária, quase bissexta, se ouso dizer. Em todo caso, quando me convidaram – intimaram talvez seja um melhor termo – para assumir aquele cargo em 2004, eu tinha um magnífico programa cultural a desenvolver. No entanto, como ocorre muito frequentemente, as obrigações de trabalho acabam sufocando os projetos mais bem intencionados, e minha especialização produtiva ficou mesmo restrita ao Prata da Casa. É bem verdade que essa corveia voluntariamente assumida se situa no coração de minhas vantagens comparativas, para empregar uma expressão do universo ricardiano.
Eu sempre me desempenhei da tarefa sem qualquer problema, e sem qualquer remorso por tê-la assumido solitariamente, uma vez que a minha terceira jornada de trabalho, já em casa, nas noites sem compromissos, é mesmo constituída pela leitura de livros e pela redação de textos. Assumi, portanto, a responsabilidade do Prata da Casa com satisfação e constância, inclusive porque era uma maneira – altamente egoísta, devo confessar – de aumentar minha biblioteca, já de ordinário enorme. Não creio que nos últimos dez anos tenha faltado um só número do Boletim da ADB sem as habituais mini-resenhas dessa seção, cuja intensidade, aliás, eu aumentei sorrateiramente, de quatro mini-resenhas (em duas páginas), para seis obras registradas a cada número (algumas vezes sobram para o trimestre seguinte).
Dito assim, parece simples de fazer, uma vez que eu preparo resenhas de livros desde quando me conheço por gente, leitor de História do Mundo para as Crianças, na versão de Monteiro Lobato. Tenho muitos cadernos com anotações críticas de livros, desde antes dos tempos de faculdade. Fazer mini-resenhas, no entanto, acreditem, é uma coisa difícil, bem mais difícil do que as habituais resenhas-artigos que eu sempre elaborei, bem ao estilo da New York Review of Books, uma assinatura habitual durante muitos anos, e que recentemente voltei a retomar, morando novamente nos Estados Unidos. Resumir o conteúdo de um livro inteiro em dez linhas, que é de rigor no Prata da Casa, é uma coisa difícil, sendo mais difícil ainda acrescentar algum julgamento sumário sobre a obra, o que também nunca deixei de fazer, mesmo sob risco de descontentar algum colega de carreira, até mais alto na hierarquia.
Devo dizer, de imediato, que aqui não figuram, nem seria possível, todos os livros publicados pelos diplomatas, mas apenas aqueles que eu escolhi resenhar, ainda que, de vez em quando, eu receba, sem solicitar, obras publicadas por colegas. Uns poucos não figuram por uma razão muito simples: seu interesse e seu valor intrínseco justificavam, em lugar de uma simples nota, uma grande resenha, en bonne et due forme. As obras assim distinguidas foram publicadas em outro formato, em outros veículos, uma ou outra até no Boletim da ADB, mas não na seção Prata da Casa.
Ao assumir o encargo, eu me impus, deliberadamente, esse formato camisa-de-força: dez linhas, ponto, sem apelação. Assim, ninguém poderia reclamar de alguma preferência suspeita do resenhista por algumas obras em detrimento de outras, caso eu me entusiasmasse verdadeiramente por algumas delas. Como diria Henry Ford, ao por à venda o seu famoso modelo T: “você tem o direito de escolher qualquer cor, desde que seja preta!” No Prata da Casa, autores famosos ou ilustres desconhecidos têm direito às dez linhas regulamentares e nada mais além disso; bem, eles também têm direito a algum elogio final, ou até a alguma reclamação por um ou outro aspecto que eu julgue apropriado.
Muitos outros livros não entraram no Prata da Casa e não figuram aqui por não terem sido julgados merecedores de um registro formal, mas as razões são várias e eu não preciso me estender sobre elas. Por deformação própria, derivada de meu background acadêmico e cultural, não sou muito propenso a resenhar, porque também leio pouco, literatura de modo geral; poesia menos ainda, embora sempre me digam que é uma pena (o que eu concordo em parte). As poucas peças existentes nesta compilação que se enquadram na categoria “letras” mal ultrapassam 10% do total, ou seja, 17 obras sobre 168 livros selecionados. Na verdade, um a menos – e é o único que mereceu duas mini-resenhas – já que entrou primeiro como edição de autor, mais adiante como publicação comercial. Mas devo dizer que gostei de vários livros de contos e de alguns romances, dentre os muitos disponíveis para leitura e anotação. Desculpo-me com meus colegas poetas e prosadores, alguns até romancistas de sucesso, se eles não entraram no fatídico Boletim, mas eu sou um viciado incurável – o que certamente deve ser doentio – em literatura acadêmica, aquela coisa que dá voltas em torno da questão, sem matar logo de cara algum personagem, sem resolver de imediato algum grande problema social, ocupando-se apenas de alguma tema diplomático, supostamente relevante.
A quase totalidade das mini-resenhas aqui presentes figurou em encarnação anterior desta obra, chamada justamente de Prata da Casa: mas era um livro enorme, de mais de 600 páginas, compilando também as resenhas-artigos sobre livros de diplomatas, bem como de livros de não diplomatas, mas tratando dos temas da agenda de política externa brasileira e de relações internacionais de modo geral. Aqui, para tornar a obra mais manejável, eu me limitei unicamente às mini-resenhas preparadas para a seção Prata da Casa do Boletim ADB, inclusive acrescentando outras, feitas mais recentemente, que não constavam do livrão anterior (que continua disponível na plataforma Academia.edu ou no meu site ou blog). Existem duas ou três exceções, que foram objeto, digamos assim, de censura política – uma vez que eu nunca escondi o que penso – mas eu não preciso identificá-las. Talvez o mesmo tipo de censura que impediu que este livro fosse publicado, como tinha sido inicialmente planejado, pela Funag, quando a grande maioria dos livros aqui coletados foi por ela publicada. Mas, eu não preciso me estender sobre isso, não é leitores?
De fato, os colegas diplomatas são preferencialmente publicados – e supostamente lidos – pelos próprios diplomatas, no caso pela Fundação Alexandre de Gusmão, entidade que divulga, institucionalmente, boa parte da produção feita na própria Casa de Rio Branco. Com exceção da literatura – embora existam ensaios culturais – são geralmente teses do Curso de Altos Estudos selecionadas para divulgação, em alguns casos de maneira muito rápida, o que até dificulta alguma edição mais bem cuidada, conforme os padrões habitualmente encontrados, por exemplo, nas “University press” dos EUA. Nesse período de dez anos em que estive à frente do Prata da Casa – mais exatamente atrás, pois ela não leva assinatura –, a Funag publicou centenas de livros, entre teses do CAE, trabalhos do Instituto Rio Branco, transcrições de seminários por ela organizados, obras diversas realizadas pelos diplomatas num ambiente acadêmico ou profissional, bem como muitos outros trabalhos de acadêmicos voltados para o estudo de temas que pertencem ao universo intelectual das relações internacionais e da política externa do Brasil. A Funag também publicou algumas poucas obras no gênero literário, que resultaram de concursos patrocinados por ela e pelo Itamaraty, dentro e fora do Brasil. Mas esse acervo está bem menos representado aqui, em virtude das afinidades eletivas do resenhista com a produção na área de humanidades. Quem sabe algum outro diplomata, dotado de veia literária, não se apresenta para começar a resenhar poesia, contos, romances, novelas de espionagem e até de terror diplomático? Certos ambientes se prestam muito bem a distopias e divagações orwellianas...
Continuando: à pletora de papel impresso pela própria Casa, eu acrescentei edições comerciais e até livros de autor, mas que também apresentavam “afinidades eletivas” com o universo dos diplomatas e da diplomacia, em especial a brasileira. Ou seja, a amostra aqui reunida é representativa do que melhor se publicou dentro e fora do Itamaraty, nas últimas décadas, podendo, assim, servir como uma espécie de diretório da produção especializada nessa área. Os professores e estudantes de relações internacionais, bem como pesquisadores de temas da diplomacia brasileira e os próprios diplomatas, encontrarão aqui mini-resenhas de tudo o que de mais importante foi publicado nesses campos pelos diplomatas brasileiros nos últimos dez anos. Ficaram de foram, como já expliquei, as resenhas mais longas, de livros de diplomatas, bem como de livros de não diplomatas sobre os temas internacionalistas, vários deles escritos por colaboradores habituais de atividades acadêmicas do Ministério das Relações Exteriores. As 500 páginas que “sobraram” da edição anterior do Prata da Casa serão objeto de reorganização e publicação posterior, provavelmente em dois novos volumes.
Uma diferença possui este pequeno livro em relação à primeira parte daquela edição: em lugar de apenas compilar as mini-resenhas linearmente, eu as dividi em quatro partes distintas (embora possa haver sobreposição no caso de alguns títulos que cabem num universo mais abrangente), ainda que as mini-resenhas figurem sempre cronologicamente, segundo sua data de publicação. São as seguintes: 1) política externa e diplomacia brasileira; 2) história do Brasil e história diplomática brasileira; 3) relações internacionais, política e economia mundiais; e 4) literatura, sociologia e cultura. Embora eu tenha suprimido um índice final de obras e autores, acredito que esta divisão pode ajudar os leitores a encontrar mais facilmente as áreas de pesquisa ou de interesse intelectual que os motivem mais.
Este livro é, portanto, uma pequena amostra da produção intra muros que se encontra em grande medida disponível no site da Funag. Ele tem a vantagem, talvez o incômodo, de relembrar aos pesquisadores e aos jovens estudantes da área quanto coisa ainda precisa ser lida para se obter, ao menos pela súmula do que se publicou de mais relevante, uma espécie de curso ex-cátedra de diplomacia prática, como também de memória histórica, além de oferecer alguns poucos exemplos da boa literatura produzida pelos diplomatas. Nesse sentido, ele é uma obra de referência sobre a produção acumulada nas últimas décadas que deve interessar a todos nós, profissionais, pesquisadores acadêmicos ou aspirantes à carreira.
Ao longo da última década – e suponho que venha a continuar enquanto o vício persistir – eu tive um grande prazer em compulsar todos esses livros – que se encontram, quase todos, incorporados à minha biblioteca – e em preparar essas mini-resenhas para simples informação dos colegas de carreira, e de alguns outros que por acaso tenham acesso ao Boletim da ADB (como deve ser o caso das representações estrangeiras instaladas em Brasília). Espero que os eventuais leitores desta edição livre também encontrem algum prazer a percorrer estas páginas, que muitos já conheciam do boletim. Os leitores “externos” terão aqui “pílulas” que eventualmente os incitarão a recorrer às fontes originais, algumas aliás já fora do mercado.
Minha vocação de resenhista só estará completa quando eu puder satisfazer um projeto antigo, para o qual seria preciso encontrar ainda veículo apropriado. Fazer resenhas de livros “desaparecidos” – não como num romance à la Borges, ou de Umberto Eco, ou até, numa vertente mais leve, de Carlos Ruiz Zafón –, de obras de grandes autores, ou clássicos, que tenham sido publicados mais de 150 anos atrás. Se encaixaria relativamente bem num outro projeto que desenvolvo, de “clássicos revisitados”, através dos quais já pude reescrever o Manifesto de Marx, o Príncipe, de Maquiavel, um pouco de Tocqueville, outro tanto de Sun Tzu, e mais algumas ideias em torno do Animal Farm de Orwell. Nunca é tarde para ler livros antigos. Aliás, porque 150 anos para trás? Não existe um cálculo muito preciso, mas é que eu estimei que, com todos os livros que ainda me esperam, em minha biblioteca e fora dela, eu ainda vou precisar de mais ou menos 150 anos suplementares para terminar sua leitura.
Como aquele personagem mitológico bifacial, eu também olho para a frente e para trás. Tenham todos bom proveito com estes livros mais modernos, aguardando alguns mais antigos graças ao empenho e ao amor pelos livros deste resenhista incurável.

Paulo Roberto de Almeida
Um bibliomaníaco...
Hartford, 16 de outubro de 2014


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Índice Geral
  
Primeira Parte
Política Externa e Diplomacia Brasileira

Flávio Saraiva e Amado Cervo (orgs.): O crescimento das relações internacionais no Brasil
Samuel Pinheiro Guimarães: Desafios Brasileiros na Era dos Gigantes
João Clemente Baena Soares: Sem medo da diplomacia: depoimento ao Cpdoc
Fernando de Mello Barreto: Os Sucessores do Barão, 2: relações exteriores, 1964-1985
Paulo Roberto de Almeida: O estudo das relações internacionais do Brasil
Paulo Nogueira Batista Jr. (org.): Paulo Nogueira Batista: Pensando o Brasil
Denis Rolland; Antonio Carlos Lessa (coords.): Relations Internationales du Brésil
Celso Amorim: Conversas com Jovens Diplomatas
L. F. Lampreia, M. Azambuja, R. Abdenur, R. Ricupero: A Política Externa Brasileira
Edgard Telles Ribeiro: Diplomacia Cultural: seu papel na diplomacia brasileira
Rubens Barbosa: O Dissenso de Washington
Paulo Roberto de Almeida: Relações internacionais e política externa do Brasil
Renato L. R. Marques: Duas Décadas de Mercosul
Gelson Fonseca: Diplomacia e Academia
Luís C. Villafañe G. Santos: O evangelho do Barão: Rio Branco e a identidade brasileira
Antonio A. Cançado Trindade: Repertório da Prática Brasileira do Direito Internacional
Rubens Antonio Barbosa: Interesse Nacional & Visão de Futuro
Clóvis Brigagão e Fernanda Fernandes (orgs.): Diplomacia brasileira para a paz
André Amado: Por Dentro do Itamaraty: impressões de um diplomata
Celso Amorim: Breves Narrativas Diplomáticas
Fernando Guimarães Reis: Por uma academia renovada: formação do diplomata brasileiro
Paulo Roberto de Almeida: Nunca Antes na Diplomacia...: a política externa brasileira em tempos não convencionais

Segunda Parte
História do Brasil e História Diplomática Brasileira

Paulo Roberto de Almeida: Formação da Diplomacia Econômica no Brasil
CHDD: A Missão Varnhagen nas Repúblicas do Pacífico: 1863 a 1867
Milton Torres: O Maranhão e o Piauí no Espaço Colonial
Vasco Mariz (org.): Brasil-França: relações históricas no período colonial
Marcelo Raffaelli: A Monarquia e a República: relações Brasil-Estados Unidos no Império
Luís C. Villafañe G. Santos: El Imperio del Brasil y las Repúblicas del Pacífico, 1822-1889
Teresa Dias Carneiro: Otávio Augusto Dias Carneiro, um pioneiro da diplomacia econômica
Secretaria dos Estrangeiros: O Conselho de Estado e a política externa do Império, 1863-1867
Luiz Felipe de Seixas Corrêa (org.): O Brasil nas Nações Unidas, 1946-2006
Carlos Alberto Leite Barbosa: Desafio Inacabado: a política externa de Jânio Quadros
Carlos Henrique Cardim: A Raiz das Coisas: Rui Barbosa, o Brasil no Mundo
Luís Valente de Oliveira e Rubens Ricupero (orgs.): A Abertura dos Portos
Evaldo Cabral de Mello: Nassau: governador do Brasil holandês
Carlos Kessel: Tesouros do Morro do Castelo: Mistério nos subterrâneos do Rio de Janeiro
Roberto Campos: A Lanterna na Popa: Memórias
Oswaldo Munteal Filho et alii (orgs.): Estado e Sociedade no Brasil do AI-5
Eugênio Garcia (org.): Diplomacia Brasileira: Documentos Históricos, 1493-2008
João Alfredo dos Anjos: José Bonifácio, o primeiro Chanceler do Brasil
Vasco Mariz: Temas da política internacional: ensaios, palestras e recordações diplomáticas
Sérgio Corrêa da Costa: Le nazisme en Amérique du Sud: Chronique d’une guerre secrete
Paulo Roberto Palm: A Abertura do Amazonas à Navegação e o Parlamento Brasileiro
Luiz Felipe de Seixas Corrêa: O Barão do Rio Branco: Missão em Berlim – 1901/1902
Flavio Mendes de Oliveira Castro: Dois séculos de história da organização do Itamaraty
Gonçalo de Barros Carvalho e Mello Mourão: A Revolução de 1817 e a História do Brasil
Ovídio de Andrade Melo: Recordações de um Removedor de mofo no Itamaraty
Luís Gurgel do Amaral: O Meu Velho Itamarati
Fernando Cacciatore de Garcia: Fronteira Iluminada
Oscar S. Lorenzo Fernandez: Três Séculos e uma Geração
Paulo R. de Almeida, Rubens Barbosa (orgs.): Guia dos Arquivos Americanos sobre o Brasil
Sidnei J. Munhoz e F. C. T. Silva (orgs.), Relações Brasil-Estados Unidos: séculos XX e XXI
Alberto da Costa e Silva (coord.): História do Brasil Nação: 1808-1830
Eugenio Vargas Garcia: O Sexto Membro Permanente: o Brasil e a criação da ONU
Maria Theresa Diniz Forster: Oliveira Lima e as Relações Exteriores do Brasil
Miguel Gustavo de Paiva Torres: O Visconde do Uruguai e sua atuação diplomática
Luiz Fernando Ligiéro: A Política Externa Independente e o Pragmatismo Responsável
San Tiago Dantas: Política Externa Independente
Fernando de Mello Barreto: A Politica Externa Após a Redemocratização
Renato L. R. Marques: Duas Décadas de Mercosul
Adolpho Justo Bezerra de Menezes: O Brasil e o mundo ásio-africano
Vasco Mariz: Depois da Glória: ensaios históricos sobre história do Brasil e de Portugal
Gustavo Henrique M. Bezerra: A Política Externa Brasileira e a Questão Cubana, 1959-1986
Luiz Felipe de Seixas Corrêa (org.): O Brasil nas Nações Unidas, 1946-2011
Francisco Doratioto: Relações Brasil - Paraguai: afastamento, reaproximação, 1889-1954
Luís Cláudio Villafañe G. Santos: Duarte da Ponte Ribeiro: pionero de amistad Brasil-Perú
Joaquim Nabuco: My Formative Years
Manoel Gomes Pereira (org.): Barão do Rio Branco: 100 anos de memória
Synesio Sampaio Goes Filho: As Fronteiras do Brasil
José Vicente Pimentel (org.), Pensamento Diplomático Brasileiro, 1750-1964
Denis Rolland, avec Marie-José Ferreira dos Santos e Simele Rodrigues (org.): Le Brésil, territoire d’histoire: Historiographie du Brésil contemporain
Renato Mendonça: História da Política Exterior do Brasil: do período colonial ao reconhecimento do Império (1500-1825)
Guilherme Frazão Conduru: O Museu Histórico e Diplomático do Itamaraty: história e revitalização
Fernando Cacciatore de Garcia: Como Escrever a História do Brasil: Miséria e Grandeza
Rafael Souza Campos de Moraes Leme: Absurdos e milagres : um estudo sobre a política externa do Lusotropicalismo (1930-1960
João Augusto Costa Vargas: Um mundo que também é nosso : o pensamento e a trajetória diplomática de Araujo Castro
Rogério de Souza Farias: A palavra do Brasil no sistema multilateral de comércio (1946-1994
Francisco Doratioto: O Brasil no Rio da Prata (1822-1994)
Vasco Mariz: Nos bastidores da diplomacia: memórias diplomáticas
  
Terceira Parte
Relações Internacionais, Política e Economia Mundiais

José Augusto Lindgren Alves: Os direitos humanos na pós-modernidade
Paulo Antonio Pereira Pinto: Taiwan – um futuro formoso para a ilha?
Paulo Antonio Pereira Pinto: Iruan nas reinações asiáticas 
Luís Fernando Corrêa da Silva Machado: Brasil e investimentos internacionais
Otávio Augusto Drummond Cançado Trindade: O Mercosul no Direito Brasileiro
Alfredo José Cavalcanti Jordão de Camargo: Bolívia: a criação de um novo país
Antonio Cachapuz de Medeiros (org.): Desafios do Direito Internacional Contemporâneo
Marcelo Böhlke: Integração Regional e Autonomia do seu Ordenamento Jurídico
Maria Nazareth Farani de Azevedo: A OMC e a Reforma Agrícola
Alexandre Guido Lopes Parola: A Ordem Injusta
Sérgio Eduardo Moreira Lima: A Time for Change
Omar L. de Barros e Sylvia Bojunga (eds.), Potência Brasil: Gás natural, energia limpa
Vera Cíntia Alvarez: Diversidade cultural e livre-comércio: antagonismo ou oportunidade?
Tarcísio Costa: As duas Espanhas e o Brasil
Antonio de Aguiar Patriota: O Conselho de Segurança após a Guerra do Golfo
Ciro Leal M. da Cunha: Terrorismo e Política Externa Brasileira Após o 11 de Setembro
Rômulo Figueira Neves: Cultura Política e Elementos de Análise da Política Venezuelana
Nelson A. Jobim, Sergio W. Etchegoyen, João Paulo Alsina (orgs.): Segurança Internacional
José Augusto Lindgren Alves: Viagens no Multiculturalismo
Michel Arslanian Neto: A Liberalização do Comércio de Serviços no Mercosul
Daniel Costa Fernandes: A Política Externa da Inglaterra
Fernando Pimentel: Fim da era do petróleo e a mudança do paradigma energético mundial
Sarquis José Buainain Sarquis: Comércio Internacional e Crescimento Econômico no Brasil
Ademar Seabra da Cruz: Diplomacia, sistemas nacionais de inovação: estudo comparado
José Estanislau do Amaral: A diplomacia contemporânea dos Estados Bálticos
Letícia Frazão Alexandre: O Tratamento Especial e Diferenciado: do GATT à OMC
Felipe Hees e Marília Castañon Penha Valle (orgs.): Dumping, Subsídios e Salvaguardas
André Heráclio do Rêgo: Os Sertões e os Desertos: o combate à desertificação
Maria Feliciana N. Ortigão: O Tratado de Proibição Completa dos Testes Nucleares (CTBT)
Emerson Coraiola Kloss: Transformação do Etanol em Commodity
Paulo Roberto de Almeida: Integração Regional: uma introdução
Augusto César B. de Castro: Os bancos de desenvolvimento e a integração da América do Sul
Ricardo Luís Pires: A Nova Rota da Seda: caminhos para a presença brasileira na Ásia
Luiza Lopes da Silva: A questão das drogas nas relações internacionais
Elias Luna A. Santos: Investidores soberanos, política internacional e interesses brasileiros
Douglas Wanderley de Vasconcellos: Esporte, poder e relações internacionais
José Vicente Sá Pimentel (org.): O Brasil, os BRICS e a agenda internacional
Silvio José Albuquerque e Silva: As Nações Unidas e a luta internacional contra o racismo
Elisa de Sousa Ribeiro (coord.), Direito do Mercosul
Antônio Augusto Cançado Trindade: Os tribunais internacionais contemporâneos
Ronaldo Mota Sardenberg: O Brasil e as Nações Unidas
André Aranha Corrêa do Lago: Conferências de desenvolvimento sustentável
Ana Patrícia Neves Tanaka Abdul-Hak: O Conselho de Defesa Sul-Americano (CDS): objetivos e interesses do Brasil
Eugênio V. Garcia: Conselho de Segurança das Nações Unidas
Carlos Márcio B. Cozendey: Instituições de Bretton Woods
Luiz Maria Pio Corrêa: O Grupo de Ação Financeira Internacional (GAFI): organizações internacionais e crime transnacional
Marcelo P. S. Câmara: A política externa alemã na República de Berlim: de Gerhard Schröder a Angela Merkel
José Ricardo da Costa Aguiar Alves: O Conselho Econômico e Social das Nações Unidas e suas propostas de reforma
José A. Lindgren Alves: Os novos Bálcãs
Paulo Estivallet de Mesquita: A Organização Mundial do Comércio
Sergio Florencio: Os Mexicanos
Ted Goertzel and Paulo Roberto de Almeida (eds.): The Drama of Brazilian Politics: From Dom João to Marina Silva
 
Quarta Parte
Literatura, Sociologia e Cultura

Felipe Fortuna: Em Seu Lugar: poemas reunidos
José Vicente Lessa: O autoengano coletivo: uma crítica do ideário nacional brasileiro
Alberto da Costa e Silva: Das mãos do oleiro: aproximações
André Heráclio do Rêgo: Famille et Pouvoir Regional au Brésil
Murilo Vieira Komniski: Buritizal
Raul de Taunay: Rosas da infância ou da estrela
Agenor Soares dos Santos: Dicionário de anglicismos e de palavras inglesas em português
Alexandre Vidal Porto: Matias na cidade
Armindo Branco Mendes Cadaxa: No Jardim de Inverno
Rubem Mendes de Oliveira: A Questão da Técnica em Spengler e Heidegger 
Jorge Sá Earp: O olmo e a palmeira
Milton Torres: No Fim das Terras e Andaimes
Fernando Reis: Falta um cão na vida de Kant
Flávio de Oliveira Castro: Caleidoscópio: cenas da vida de um diplomata
Geraldo Holanda Cavalcanti: Encontro em Ouro Preto: contos fantásticos
Everton Vargas: O Legado do Discurso: Brasilidade e Hispanidade no Pensamento Social
Fernando Cacciatore de Garcia: O Príncipe Irreal e o Poeta Errante
André Heráclio do Rêgo: Família e Coronelismo no Brasil: uma história de poder
José Roberto de Almeida Pinto: O Conceito de Poder nas Relações Sociais
Adriano Silva Pucci: O Avesso dos Sonhos
João Almino: Escrita em contraponto: ensaios literários
Jorge Sá Earp: O Legado
Alberto da Costa e Silva: Castro Alves: um poeta sempre jovem
Jorge Sá Earp: O novelo
Geraldo Holanda Cavalcanti: As desventuras da graça
Marcelo Cid: Os Unicórnios
Paulo Roberto de Almeida: O Moderno Príncipe: Maquiavel Revisitado
Carlos Augusto de Proença Rosa: História da Ciência
Fernando Cacciatore de Garcia: Memórias de um homossexual na infância
Marcelo Cid (org.): Priapeia: Poesia erótica latina
Fernando Guimarães Reis: Caçadores de Nuvens: Em busca da Diplomacia
Renato Mendonça: A Influência Africana no Português do Brasil
Geraldo Holanda Cavalcanti: A herança de Apolo: Poesia, Poeta, Poema
José Guilherme Merquior: Liberalism, Old and New
Renato L. R. Marques: Memorábilia
João Almino: Free City
Lauro Escorel: Introdução ao Pensamento Político de Maquiavel

Livros de Paulo Roberto de Almeida

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Vem mais coisas por aí, aguardem...
Paulo Roberto de Almeida

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Polindo a Prata da Casa: mini-resenhas de livros de diplomatas - Paulo Roberto de Almeida (disponível)


Acabo de preparar uma edição Kindle das mini-resenhas de livros de diplomatas que escrevi nos últimos dez anos. 
Até aqui, todas essas mini-resenhas estavam juntas com as resenhas-artigos de livros de diplomatas e de livros de não-diplomatas que tocam nos mesmos temas nas mesmas áreas. Mas acabou ficando um livro de mais de 600 páginas (aliás teria ficado com mais de 1.000 páginas se eu colocasse todas as resenhas sobre temas internacionais em geral).
Quem ainda estiver interessado na edição completa, pode acessar a plataforma Academia.edu (link: http://www.academia.edu/5763121/22_Prata_da_Casa_os_livros_dos_diplomatas_Edicao_de_Autor_2014_), que aliás tem sido campeão de acessos nesse site.

Mas quem quiser ler um livro mais leve, com resenhas limitadas a 10 linhas de 168 livros (na verdade 167, pois um livro recebeu duas resenhas, ao ser publicado primeiro em edição de autor, depois em edição comercial, com uma nova introdução), pode acessar os dados abaixo:

 Polindo a Prata da Casa: mini-resenhas de livros de diplomatas
Nova edição resumida do Prata da Casa, restruturada em partes e contando apenas as mini-resenhas preparadas para o Boletim ADB (124 p.)
Serviu de base para publicação em formato Kindle (disponível dentro em breve). 
Disponível na plataforma Academia.edu:

O sumário desse livro é o seguinte: 

Prefácio
Índice Geral

Primeira Parte: Política Externa e Diplomacia Brasileira

Segunda Parte: História do Brasil e História Diplomática Brasileira

Terceira Parte: Relações Internacionais, Política e Economia Mundiais

Quarta Parte: Literatura, Sociologia e Cultura

Estou agora preparando dois novos livros, reformatando as duas outras partes do Prata da Casa, para apresentar aos possíveis leitores volumes mais "leves", ambora ainda densos, com todas essas resenhas, divididos por áreas de interesse como é esse, e talvez com mais algumas resenhas que podem ter ficado de fora.

Em outra postagem, vou disponibilizar o Prefácio desse novo livro eletrônico.
Paulo Roberto de Almeida 

Tempo de eleicao, tempo de reflexao - Paulo Roberto de Almeida


Tempo de eleição, tempo de reflexão

 Paulo Roberto de Almeida 

Disputas eleitorais são momentos de paixão, e sempre vêm permeadas por muita emoção, ademais, para os mais engajados, de um comprometimento com alguma causa que se considera relevante, para a sua própria vida, para o futuro dos familiares, do país, ou para a sua atividade profissional.
Eleições deveriam dar lugar a um debate saudável sobre programas de governo, para a prestação de contas dos que terminam um mandato, e pedem para ficar mais um, ou competem para outro cargo. Nem sempre é o que acontece, em todos os lugares. Em lugar de disputas civilizadas, o que se tem, muitas vezes é troca de acusações, denúncias contra adversários, alegações pouco substanciadas sendo lançadas contra os opositores, que muitas vezes são identificados a inimigos políticos.
Brasil e Estados Unidos passam ambos por campanhas eleitorais, gerais no nosso caso, parciais no caso americano. Em cada um dos países, as regras para o financiamento dos candidatos e dos partidos são diferentes, assim como são as normas que presidem à publicidade pré-eleitoral. Não cabe fazer comparações muito estritas, uma vez que cada sistema político é o resultado de um longo processo histórico de construção gradativa de instituições democráticas, que não dispensam desvios, deformações e até graves lacunas nas regras que presidem à escolha dos candidatos, na forma como os eleitores são convocados a exercer os seus direitos democráticos – voto livre e opcional, por exemplo, ou compulsório, no nosso caso – ou no modo através do qual os partidos são financiados e pelo qual eles sustentam suas campanhas (recurso a financiamento público, por exemplo, ou contribuições privadas, mas aqui entra o sempre difícil problema das contribuições das grandes empresas e a questão do abuso do poder econômico).
A própria legislação eleitoral e a arquitetura geográfica da representação política é outra importante questão para a qual não existem respostas fáceis. Nosso sistema é baseado na proporcionalidade federativa, mas sabemos que existem limites – no teto e no piso do número de mandatos por estados, que são grandes circunscrições eleitorais – que dificultam a escolha dos candidatos. Outros sistemas se baseiam num sistema distrital, o que torna a própria representação uma escolha majoritária numa região bem menor pela sua dimensão geográfica, e portanto aproximaria, pelo menos teoricamente, o candidato do eleitor. Estas também são o resultado de uma lenta evolução das sociedades, em direção de sistemas mais legítimos, e mais transparentes.
Em qualquer hipótese, e independentemente das características próprias a cada disputa eleitoral, tais momentos também deveriam nos oferecer uma oportunidade para uma reflexão do que representa o nosso voto na construção de instituições democráticas mais fortes, mais propensas a criar prosperidade para todos, independentemente das correntes políticas a que se filiam os eleitores. Alguns valores básicos sempre veem à mente quando temos de fazer uma escolha entre dois, ou mais, competidores políticos: quem é aquele que exala mais sinceridade, mais comprometimento com uma boa gestão pública, aquele que mais presta conta de suas atividades, ou o que mais zela pela boa aplicação dos impostos arrecadados. Tenha isso em mente, quando for votar.

Paulo Roberto de Almeida
Hartford, 16 de outubro de 2014

Protecionismo comercial companheiro: ate os aliados chineses reclamam

Pô! Assim não dá!
Até os "aliados estratégicos" dos companheiros andam reclamando das c...... que eles andam fazendo em matéria de protecionismo comercial.
Onde vai parar a fabulosa política externa anti-hegemônica?
Paulo Roberto de Almeida 

Comércio exterior

China critica medidas protecionistas brasileiras

Vice-ministro de Comércio da China, Showen Wang, disse que elevados impostos brasileiros comprometem produção de montadoras chinesas no país

Exportações do Brasil para a China permaneceram praticamente estagnadas em US$ 31 bilhões
Exportações do Brasil para a China permaneceram praticamente estagnadas em US$ 31 bilhões (ChinaFotoPress/Getty Images/VEJA)
A China afirmou que pretende transformar o Brasil em uma plataforma de exportação para seus carros, mas ponderou que as elevadas tarifas de importação, além dos impostos domésticos, comprometem as relações comerciais com o país. “Nosso plano é levar empresas do setor automotivo para abrir fábricas no Brasil e, partindo do território brasileiro, exportar esses veículos para o mundo", afirmou o vice-ministro de Comércio da China, Showen Wang, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo. “Mas as tarifas que o Brasil aplica são muito elevadas e precisam cair." 
Montadoras chinesas como Changan e JAC Motors foram prejudicadas pelo aumento de 30 pontos porcentuais do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros importados em setembro de 2011. A medida atrasou a instalação de uma fábrica da JAC Motors no Brasil. A ideia era importar veículos ao longo de três anos para depois começar a produzi-los em território nacional. “As medidas dificultaram a entrada de novas montadoras. O governo quis que o empresário se casasse com o Brasil antes de namorá-lo. E ninguém mais quer correr esse risco”, disse o presidente da JAC Motors no Brasil, Sergio Habib, em entrevista em julho. 
As criticas ocorrem em um momento em que a China questiona as barreiras antidumping brasileiras, enquanto o Brasil registra queda nas exportações, principalmente de commodities, devido à desaceleração da economia chinesa. As vendas da China para o Brasil totalizaram 24,6 bilhões de dólares no acumulado dos oito primeiros meses do ano, alta de 1,22%. O avanço, entretanto, veio bastante abaixo do crescimento de 28% em 2011, de 60% em 2010 ou mesmo de 72% em 2004. Já as vendas do Brasil para a China permaneceram praticamente estagnadas em 31 bilhões de dólares.
Showen afirmou que a China, maior parceiro comercial do Brasil, está disposta a levar adiante a ideia de um acordo de livre comércio com o Mercosul, eliminando as tarifas entre os países. “Um acordo de livre comércio seria muito bom para a China e para o Brasil”, disse o vice-ministro de Comércio. “Mas, claro, precisa que haja vontade recíproca", afirmou.

Tu Quoque, Itamaraty? Tambem vai ser assaltado pelos novos barbaros?

ASSALTO FINAL
O PT ambiciona cargos DAS no Itamaraty desde o início da era Lula, em 2003, quando uma comissão do partido descobriu, desolada, que a Lei do Serviço Exterior os tornou privativos de servidores concursados. Mas a revogação da regra já está pronta na Casa Civil da Presidência.

Coluna Claudio Humberto, 16/10/2014
http://www.diariodopoder.com.br/coluna/

Eleicoes 2014: Consultora do "Fim do Brasil" reafirma incompetencia e mentiras do continuismo

Parece que a deslavada mania de mentir, caluniar, ofender, que caracteriza a campanha oficial, oficiosa, e mercenária, dos companheiros acabou irritando o pessoal que já tinha produzido o livro "O Fim do Brasil", cujas peças principais foram objeto de censura por parte do pessoal do poder.
Irritados, eles respondem a verdade para cada mentira afirmada pelos marketeiros do poder.
Transcrevo abaixo.
Paulo Roberto de Almeida

Por que Dilma mente?
Consultoria Empiricus, 16/10/2014

Numa época de mentiras universais, dizer a verdade é um ato revolucionário. Se George Orwell estivesse por ai, seria prontamente acusado de terrorismo eleitoral.

Enquanto insistirem em falar mentiras sobre os “neoliberais”, cumprirei o compromisso de falar verdades sobre o governo.

Há dois elementos constrangedores envolvendo o governo Dilma: a incompetência e a desonestidade intelectual - essa última conhecida popularmente como hábito da mentira.

Inventam o que querem para evitarem a mudança de endereço. Abaixo listo as dez mentiras que mais me incomodam, cujas implicações ao seu patrimônio podem ser substanciais.

Restrinjo-me a questões de economia e finanças. Não imagino que a mitomania limite-se a essa área, mas prefiro manter-me no escopo, por uma questão de pertinência desta newsletter.

Ao não reconhecer os erros, mantém-se a rota errada da política econômica. Bateremos de frente com uma crise financeira em 2015.

1. “A crise vem de fora.”

Esse é o discurso oficial para justificar a recessão técnica em curso no Brasil. O que os dados podem nos dizer sobre isso? Comecemos do mais simples: o crescimento econômico do Governo Dilma será, na média, dois pontos percentuais menor àquele apresentado pela América Latina. Nos governos Lula e FHC, avançamos na mesma velocidade dos vizinhos.

Indo além, há de se lembrar que a economia mundial cresceu 3,9% em 2011, 3% ao ano entre 2012 e 2013, e deve emplacar mais 3,6% em 2014. Nada mal.

Comparando com o pessoal mais aqui ao lado especificamente, Chile, Colômbia e Peru, exatamente aqueles que adotaram políticas econômicas ortodoxas e perseguiram uma agenda de reformas na América Latina, cresceram 4,1%, 4,0% e 5,6% ao ano, entre 2008 e 2013.

Enquanto isso, a evolução média do PIB brasileiro na administração Dilma deve ser de 1,7% ao ano.

A retórica oficial, desprovida de qualquer embasamento empírico, continua ser de que a crise vem de fora. Aquela marolinha identificada pelo presidente Lula, lá em 2008, seis anos atrás, ainda deixando suas mazelas.

2. “A política neoliberal vai aumentar o desemprego.”

Não há como desafiar o óbvio de que o produto agregado (PIB) depende dos fatores de produção, capital e trabalho. Ora, com o PIB desabando por conta da política econômica heterodoxa, cedo ou tarde bateremos no emprego.

Podemos não conseguir precisar qual a exata função de produção, ou seja, de como o PIB se relaciona com o nível de emprego, mas não há como contestar a existência de relação entre as variáveis.

O crescimento econômico da era Dilma é o menor desde Floriano Peixoto, governo terminado em 1894, subsequente à crise do encilhamento. Há uma transmissão óbvia desse comportamento para o emprego.

Os dados do Caged de maio apontaram a menor geração de postos de trabalho desde 1992. Em sequência, junho foi o pior desde 1998. E julho, o pior desde 1999. O dado de setembro, recém divulgado, foi o pior desde 2001.

Quem vai gerar desemprego é a nova matriz econômica - não o fez ainda simplesmente porque essa é a última variável a reagir (e a única que ainda não foi destruída).

3. “A oposição quer acabar com o reajuste do salário mínimo.”

Essa é uma mentira escabrosa por vários motivos. O primeiro é trivial: o candidato da oposição (embora pareça haver dois, há apenas um) já se comprometeu, em dezenas de oportunidades, em manter a política de reajuste de salário mínimo.

Ademais, quando Dilma se coloca como a protetora do salário mínimo, está simplesmente contrariando as estatísticas. O aumento real do salário mínimo foi de 4,7% ao ano entre 1994 e 2002, de 5,5% ao ano entre 2003 e 2010, e de 3,5% ao ano entre 2011 e 2013.

Ou seja, o reajuste do mínimo na era Dilma é inferior àquele implementado por Lula e também ao observado no período FHC. Ainda assim, Dilma se coloca como o bastião em favor do salário mínimo.

4. “A política neoliberal proposta pela oposição vai promover arrocho salarial.”

Esse ponto, obviamente, guarda relação com o anterior. Destaquei-o mesmo assim porque denota a doença de ilusão monetária ou uma tentativa descarada de enganar a população.

Arrocho salarial já vem sendo promovido pela atual política econômica, por meio da disparada da inflação. O salário nominal, o quanto o sujeito recebe em reais no final do mês, não interessa per se. O relevante é como e quanto esse numerário pode ser transformado em poder de compra - isso, evidentemente, tem sido maltratado pela leniência no combate à inflação.

Precisamos dar profundidade mínima ao debate. Se você consegue aumentos sistemáticos de salário acima da produtividade do trabalhador, a contrapartida óbvia no longo prazo é a inflação, que acaba reduzindo o próprio salário real.

O que os “neoliberais” querem é perseguir aumentos de produtividade maiores e duradouros. Isso permitiria dar incrementos de salário substanciais, sem impactar a inflação.

Caso contrário, aumentos do salário nominal serão corroídos pela inflação.

5. “O Brasil quebrou três vezes.”

O Brasil quebrou uma única vez, em fevereiro de 1987, no governo Sarney, quando foi decretada a suspensão do pagamento dos juros da dívida externa.

Quebrar é uma definição explícita e até mesmo técnica, ligada à moratória, o que é bem diferente de recorrer ao FMI, grosso modo um acesso a um dinheiro barato, sem mito ou fábula.

Durante o governo FHC, houve três empréstimos do FMI: i) durante a transição do câmbio fixo para flutuante entre 1998 e 1999; ii) durante a crise de 2001, ano especialmente difícil por conta da quebra (verdadeira) da Argentina; e iii) em 2002, por conta da chegada ao poder de Lula, que impusera aos mercados grande incerteza e, por conseguinte, enorme fuga de capitais.

Bom, mas como verdades não são o forte da campanha, logo ouviremos de novo sobre as três vezes que o Brasil (não) quebrou.

6. “A política monetária foi exitosa.”

A frase foi proferida por Alexandre Tombini, presidente do Banco Central, em seminário nos EUA sobre política monetária. A inflação brasileira já estourou o teto da meta, de 6,50% em 12 meses, ignorando o princípio básico de um sistema de metas, em que o centro do intervalo deve ser perseguido. A banda de tolerância de dois pontos existe apenas para abarcar choques exógenos.

O IPCA de setembro aponta variação de 6,75% em 12 meses, estourando o limite superior do intervalo.

Transformamos o teto no nosso objetivo e represamos cerca de dois pontos de inflação através do controle de preços de combustíveis, energia e câmbio.

Esse é o tipo de êxito que esperamos da política econômica?

7. “Precisamos de um pouco mais de inflação para não perder empregos.”

Para ser justo, a frase, ao menos que seja de meu conhecimento, não foi dita ipsis verbis por nenhum membro do Governo. Entretanto, a julgar pelas decisões e diretrizes de política monetária, parece permanecer o racional da administração petista.

O velho trade-off entre inflação e crescimento, em pleno século XXI?

Bom, antes de entrar no debate acadêmico, pondero que poderia até ser verdade se houvesse, de fato, crescimento. Conforme supracitado, não é o caso.

Ignorando esse fato e fingindo que vivemos crescimento econômico pujante, a questão sobre o trade-off entre inflação e crescimento parece apoiar-se numa discussão tacanha sobre a Curva de Phillips.

O debate até faria sentido se estivéssemos nos idos de 1970. Dai em diante, Friedman, Phelps e outros destruíram o argumento de mais inflação, mais emprego.

A partir da síntese de 1976, naquilo que ficou batizado de crítica de Lucas, com trabalhos posteriores sobretudo de Kydland e Prescott, a fronteira do conhecimento passou a incorporar a ideia de que o trade-off entre inflação e desemprego existe apenas a curtíssimo prazo.

Ao trabalhar com uma inflação sistematicamente mais alta, rapidamente voltamos a um novo equilíbrio, com nível de preços maior e o mesmo nível de emprego original.

E, sim, o espaço aqui está aberto para o pessoal da Unicamp rebater o argumento de Lucas (professor Belluzzo incluindo, sem nenhum tipo de enfrentamento aqui; convite educada e genuinamente a um derbi das ideias). Criticam-nos por ouvir apenas a oposição e ignoram que eles declinam nosso convites - só pode haver vozes governistas e/ou heterodoxas em nossos eventos se elas aceitarem participar, certo? Lembre-se: fizemos o convite ao competente Nelson Barbosa, que, infelizmente, não pode comparecer por incompatibilidade de agenda.

8. “As contas públicas estão absolutamente organizadas. O superávit primário, embora menor do que em 2008, é um dos maiores do mundo. Dizer que há uma desorganização fiscal é um absurdo.”

A preciosidade foi dita pelo ministro Guido Mantega em entrevista ao jornal Valor. O superávit primário do setor público não é somente menor àquele de 2008. No primeiro semestre, foi o menor da história, em R$ 29,4 bilhões.

Agosto marcou o quarto mês consecutivo de déficit primário, de modo que o acumulado está em R$ 10,2 bilhões.

O superávit acumulado no ano até agosto é de 0,3% do PIB, enquanto a promessa do governo (para segurar o rating) é entregar 1,9% do PIB.

Essa é a herança que a “absoluta organização das contas públicas está nos deixando.”

9. “Nunca foi feito tanto pelo pobre neste país.”

Intuitivamente, você já poderia desconfiar da afirmação quando pensa na inflação, que é um fenômeno essencialmente ruim para as classes mais baixas. Os abastados têm um estoque de riqueza aplicada em ativos que remuneram acima da inflação. Logo, estão em grande parte protegidos. A inflação é um instrumento clássico de concentração de riqueza.

Mas há de ser além da simples intuição, evidentemente. Estudos mais recentes indicam que, depois de 10 anos consecutivos em queda, a desigualdade de renda no Brasil parou de cair de forma estatisticamente significativa em 2012. Documento IPEA n 159 é categórico em dizer que a concentração de renda no Brasil cai sistematicamente até 2012; a partir daí, há dúvidas.

O índice de Gini apresenta queda marginal entre 2011 e 2012, enquanto as curvas de Lorenz dos dois anos estão sobrepostas, indicando, grosso modo, estagnação na melhora.

Ainda mais problemático, estudo encomendado pelo IPEA a partir de dados do Imposto de Renda mostra concentração de renda entre 2006 e 2012 - em 2012, os 5% mais ricos do País detinham 44% da renda; em 2006, o percentual era de 40%.

A política econômica heterodoxa não cresce o bolo e também não o distribui de forma mais equitativa.

10. “A oposição faz terrorismo eleitoral.”

Se você compactua com um dos nove pontos anteriores, você é um terrorista eleitoral, egoísta e interessado apenas em si mesmo. Provavelmente, é financiado por um dos candidatos de oposição.

Enquanto isso, a situação acusa a candidata oposicionista de homofóbica e de semelhanças com Fernando Collor. Sim, ele mesmo, parte da base de apoio da....situação.

Seríamos nós, analistas e economistas, os terroristas?