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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Prata da Casa: os livros dos diplomatas (ultimo trimestre de 2014) - Paulo Roberto de Almeida

Já havia colocado aqui as mini-resenhas do último trimestre de 2014 que fiz na seção Prata da Casa do Boletim ADB. Mas agora acabo de receber este boletim, cuja capa vai abaixo, e posso reproduzir novamente o material, na ordem correta.


Prata da Casa - Boletim ADB: 4ro. trimestre 2014
[Notas sobre os seguintes livros: 
(1) Mesquita, Paulo Estivallet de: A Organização Mundial do Comércio (Brasília: Funag, 2013, 105 p.; ISBN 978-85-7631-472-1; Coleção Em Poucas Palavras)
(2) Goertzel, Ted; Almeida, Paulo Roberto de (eds.): The Drama of Brazilian Politics: From Dom João to Marina Silva (Amazon; Kindle Book, 2014, 278 p.; ISBN: 978-1-4951-2981-0); 
 (3) Florencio, Sergio: Os Mexicanos (São Paulo: Contexto, 2014, 240 p.; ISBN 978-85-7244-827-7); 
(4) Mariz, Vasco: Nos bastidores da diplomacia: memórias diplomáticas (Brasília: Funag, 2013, 296 p.; ISBN 978-85-7631-471-4; Coleção Memória Diplomática);  
(5) Almino, João: Free City (Londres: Dalkey Archive Press, 2013, 206 p.; ISBN 978-1-56478-900-6; trad. De Rhett McNeil, de Cidade Livre; Rio de Janeiro: Record, 2010); (6) Escorel, Lauro: Introdução ao Pensamento Político de Maquiavel (3a. ed.; Rio de Janeiro: Ouro Sobre Azul, FGV, 2014, 344 p.; ISBN: 978-85-88777-59-0)] 
Boletim da Associação dos Diplomatas Brasileiros – ADB (ano 21, n. 87, outubro-novembro-dezembro 2014, p. 30-32; ISSN: 0104-8503). Relação de Originais n. 2682; Publicados n. 1157.


Prata da Casa - Boletim ADB: 4ro. trimestre 2014

Paulo Roberto de Almeida
Boletim da Associação dos Diplomatas Brasileiros
(ano 21, n. 87, outubro-novembro-dezembro 2014, p. 30-32; ISSN: 0104-8503)

(1) Mesquita, Paulo Estivallet de:
A Organização Mundial do Comércio
(Brasília: Funag, 2013, 105 p.; ISBN 978-85-7631-472-1; Coleção Em Poucas Palavras)


            Parece difícil resumir em menos de 100 pequenas páginas a teoria do comércio internacional, a evolução prática do próprio, o estabelecimento do sistema multilateral de comércio, desde o Gatt e seus caminhos tortuosos, até chegar na OMC e todos os seus acordos e funcionamento. Uma proeza realizada por este engenheiro agrônomo que se fez diplomata, e que aplica o rigor da sua ciência de origem à análise dos problemas das relações econômicas internacionais, com ênfase no comércio e nos seus conflitos. O sistema parece uma bicicleta: é preciso avançar, pois qualquer parada pode significar retrocesso, não estabilidade. A interrupção da Rodada Doha, o recuo no protecionismo em alguns grandes países (alguns até próximos) são desafios graves, mas os acordos de livre comércio não são a resposta ideal. Só faltou a bibliografia para uma obra perfeita.

(2) Goertzel, Ted; Almeida, Paulo Roberto de (eds.):
The Drama of Brazilian Politics: From Dom João to Marina Silva
(Amazon; Kindle Book, 2014, 278 p.; ISBN: 978-1-4951-2981-0)


         O ebook, editado por um brasilianista, já autor de biografias dos presidentes FHC e Lula, e por um diplomata conhecido por seus muitos outros livros, parece aproveitar a conjuntura para reunir artigos sobre a política brasileira. Não é bem assim; a despeito da maioria dos capítulos tratar da situação presente, desde as manifestações de 2013, o capítulo inaugural por Goertzel cobre o que o subtítulo promete: o drama político brasileiro desde o Império até as eleições atuais. O segundo capítulo, pelo diplomata Almeida, segue as mudanças de regime econômico em função das políticas econômicas adotadas desde a abertura dos portos até o atual baixo crescimento. De certa forma, constitui uma continuidade de seus outros trabalhos de pesquisa histórica sobre as relações econômicas internacionais do Brasil, aliás, um país muito introvertido.


(3) Mariz, Vasco:
Nos bastidores da diplomacia: memórias diplomáticas
(Brasília: Funag, 2013, 296 p.; ISBN 978-85-7631-471-4; Coleção Memória Diplomática)

           Livro saborosíssimo, sem ser memórias, estrito senso, mas causos de uma vida rica em episódios, encontros e desencontros com grandes e pequenos atores da cena internacional e da vida diplomática brasileira: nada menos do que oito páginas de índice onomástico, com referências à crème de la crème da política mundial e à “feijoada” brasileira de quem já esteve nas colunas sociais. Ele também assinou ou organizou 66 livros, certamente o diplomata mais prolífico de todos os tempos e, provavelmente, o mais longevo: 93 anos e ainda ativo. Serviu na segunda metade do século 20, mas também estaria bem na belle époque, no Renascimento, ou em qualquer época, pela sua cultura universal e pelos dotes de musicólogo e historiador. Deve ter histórias ainda mais picantes e sensíveis do que as reveladas aqui: oxalá deixe escritos pós-publicáveis.


(4) Florencio, Sergio:
Os Mexicanos
(São Paulo: Contexto, 2014, 240 p.; ISBN 978-85-7244-827-7)
  

            Você sabia que os mexicanos têm uma lista dos mais amados (Benito Juarez e Pancho Villa, entre eles), mas também dos mais odiados (Cortez, obviamente, e também Porfírio Díaz) personagens da sua história? Sabia que somos parecidos com eles? Este livro, por quem foi embaixador no México, apresenta uma história diferente do país que é apresentado como competidor do Brasil; de fato é, mas não como esperado: buscam os dois a prosperidade, a partir de bases sociais e comportamentos econômicos similares. Uma análise exemplar, feita do ponto de vista de um brasileiro que é fino observador das qualidades e idiossincrasias de um povo dotado de uma rica história de realizações, mas também de frustrações. Os desafios parecem semelhantes; serão também as soluções? Descubra um México diferente num livro em que o Brasil está presente.

(5) Almino, João:
Free City
(Londres: Dalkey Archive Press, 2013, 206 p.; ISBN 978-1-56478-900-6; trad. De Rhett McNeil, de Cidade Livre; Rio de Janeiro: Record, 2010)


            Depois de ter iniciado uma carreira de “escritor” de ciência política, João Almino enveredou pela arte da novela (As Cinco Estações do Amor) e pelo ensaísmo literário – Escrita em contraponto: ensaios literários, por exemplo – mas é nos romances semi-biográficos que ele se expressa melhor, como nesta tradução de seu aclamado relato em torno da construção de Brasília. Trata-se, na verdade, de uma ampla obra, enfeixada sob o rótulo comum de Quarteto de Brasília, talvez para aproximá-lo do autor do Quarteto de Alexandria. Free City é o terceiro do ciclo, um romance vibrante, no qual coexistem tanto os modestos construtores da cidade quanto personagens da política mundial ou do universo literário (vinculadas de alguma forma a Brasília), em idas e vindas entre o passado e o presente. Um dos melhores novelistas diplomatas...

(6) Escorel, Lauro:
Introdução ao Pensamento Político de Maquiavel
(3a. ed.; Rio de Janeiro: Ouro Sobre Azul, FGV, 2014, 344 p.; ISBN: 978-85-88777-59-0)


            Escrito em 1956, publicado pela primeira vez em 1958, novamente em 1979, este clássico da maquiavelística brasileira é agora apresentado por um acadêmico e complementado por uma conferência de 1980 do autor, que se tornou “maquiavélico” ao servir na capital italiana em meados dos anos 1950. Para Escorel, “as observações de Maquiavel sobre a política externa dos Estados continuam a apresentar... uma extraordinária atualidade” (329-30). O florentino foi o primeiro grande teórico da política do poder.  Mas no plano interno também, Escorel segue Maquiavel em que a política é um “regime de precário equilíbrio entre as forças do bem e as forças do mal, em que estas muitas vezes superam aquelas...” (34). Os dois colocam o “problema cruciante das relações da política com a moral”, que está no centro da obra do italiano.

Paulo Roberto de Almeida
Hartford, 1 Outubro 2014

Petrobras: retirando o sofa da sala - The Economist

Não precisava uma revista estrangeira nos dizer, ou seja, dizer ao governo, e aos próprios jornalistas brasileiros, o óbvio. E qual é o óbvio?
Bem, o simples fato de qualquer pau mandado à frente da Petrobras não significa nada se os chefes maiores, que não são sempre os que aparecem, não são responsabilizados pelo roubo declarado, organizado, deliberado, que montaram contra a vaca petrolífera, with purpose, ou seja, com intenção de fazer aquilo mesmo.
Desde o inicio, desde o primeiro dia que os companheiros colocaram as quatro patas e a sua grande boca faminta sobre a vaca petrolífera, eles se prepararam para ordenhá-la sistematicamente. Não só para distribuir pequenas e grandes benesses entre companheiros e aliados, como sindicatos e amigos do poder, inclusive os políticos comprados. Não, isso não bastava. A Petrobrás era uma espécie de caverna de Ali-Babá, que precisava -- e ainda precisa -- ser explorada sistematicamente, para compor não apenas a caixa do partido totalitário, mas as contas dos mafiosos igualmente. E assim foi feito, independentemente de quem estivesse na direção e no Conselho de Administração, mas com a contribuição servil, domesticada desses mesmos, sem os quais seria impossível montar o processo de extorsão (que tinha vários condutos e canais, mas que era cuidadosamente controlado pelos chefes, chefetes e tesoureiros dos totalitários).
Ou seja, se não fosse ativo no processo de extorsão, precisava pelo menos ser complacente e conivente. Daí eu ter dito, desde o começo, que certos "maus negócios" tinham sido extremamente bem sucedidos, pois tinham sido montados exatamente com aquele objetivo.
Bem, tudo isso é lógico, tudo isso é evidente. Não precisava uma revista estrangeira lembrar certas verdades elementares.
Paulo Roberto de Almeida

Petrobras

Trouble at the top

Sacking the boss will not fix the problems at Brazil’s oil giant


PETROBRAS used to wow the oil world with its expertise at tapping the black stuff thousands of metres beneath the ocean floor. Now Brazil’s oil behemoth is better known for plumbing an altogether different kind of depth: mired in a multi-billion-dollar bribery scandal, indebted to the hilt and worth a third of the 405 billion reais ($244 billion at the time) it was valued at shortly after its inital public offering in 2010. On February 3rd, Brazil’s president, Dilma Rousseff, whose government holds a controlling stake in the company, at last succumbed to pressure and decided to replace its beleaguered boss, Maria das Graças Foster.
Investors rejoiced: Petrobras’s shares, which sank by 20% last week, rebounded by 10% almost striaght away. Yet most of Petrobras’s woes are not Ms Foster’s fault. The government makes most of the strategic decisions at the firm. These included requiring the company to hire and buy parts from the inefficient local oil-services sector, which has led to delays and mammoth cost overruns; building expensive refineries in the poor north-east in the name of regional development; and being the only principal operator in vast, ultra-deep pré-sal (beneath the salt) fields discovered in 2006 off Brazil’s coast.
Worst of all, since 2006 the government has capped petrol prices to curb inflation. Unable to meet rising domestic demand with what it produces, Petrobras has had to import petrol and diesel, selling it at a loss. In 2011-13 this cost it an estimated 48 billion reais ($21 billion). Ms Rousseff’s finance minister is reportedly busy seeking a replacement for Ms Foster. Her succesor will face a sea of challenges. With oil prices now around $50 a barrel, much of the pré-sal oil barely makes money. Despite debt-fuelled investment of $40 billion a year, production has flatlined at around 2m barrels a day (b/d) for the past four years and is set to nudge up by just 4.5% in 2015. Last year’s stated goal of doubling production to 4.2m b/d by 2020 looks fanciful, especially with the otherwise sensible decison to cut investment by between $7 billion and $9 billion, announced last week.
Then there is the kraken of corruption. It first reared its head last March, when the federal police arrested Paulo Roberto Costa, who ran the company’s refining arm from 2004 to 2012, on charges of money-laundering. In plea-bargain testimony Mr Costa confessed to funnelling 3% of the value of contracts signed with his division to slush funds for politicians. The public prosecutor’s office has identified at least 2.1 billion reais in suspicious payments. Aggrieved foreign investors have filed several lawsuits against the company in New York, where some of its shares are traded.
Petrobras too has been trying to work out the cost of inflated contracts. It was expected to take a bribery-related write-down in its third-quarter earnings—originally due in November but postponed twice to give it time to come up with a figure. Instead, it came up with two, neither of which Ms Foster was happy with. Applying Mr Costa’s 3% cut to the dodgy deals gives 4 billion reais. Marking the iffy assets to market suggests they are now worth a whopping 89 billion reais less than their book value. Some others look undervalued by 26 billion reais but Brazilian law only allows assets to be written down, and not marked up.
The lower estimate probably understates the problem, which may extend beyond Mr Costa’s former fief; the higher sum, equivalent to 15% of Petrobras’s assets, almost certainly exaggerates it, since valuing each facility independently of others fails to account for economies of scale. And part of the impairment will have been down to mismanagement, not graft.
Without a credible write-down, the company’s auditor, PwC, refused to sign off on the report (how it missed the overvalued assets in previous years is a puzzle). Last week Petrobras published it anyway, as it had to do before March to avoid triggering a technical default. Should it fail to release an audited full-year statement by July, however, creditors may demand immediate repayment of up to $54 billion. Given how tricky pinning the number down has proved, this cannot be ruled out. With just $25 billion in the kitty, $16 billion-18 billion in debt and divident payments due this year and limited access to new financing for lack of audited books, meeting those obligations might require a government bail-out.
Tackling these troubles will require extreme talent. Yet the most important task for Petrobras’s new boss is to resist interference from the state. Government interference has made it the least profitable big oil firm in the world, according to a report published last year by Credit Suisse. But the bank also found that where meddling is minimal, such as in finding oil and getting it out of the ground, Petrobras is almost the best. Hopefully, Ms Rousseff has finally cottoned on to this, too.

Costumes: o carater (ou falta de) dos mandatarios - Guilherme Macalossi (IL)

Sem comentários.
Ou melhor: sem palavras.
Paulo Roberto de Almeida

A falta de postura da impostura

Libertatum, 30/01/2015
Dilma participa de cerimônia no Porto de Suape
Não faz muito tempo que cheguei aqui no Instituto Liberal, mas já mostrei serviço. Semana passada, quando comparei Dilma ao personagem Wally, afirmei que ela estava sumida, provavelmente escondida em algum porão de algum palácio do governo. Repito-me. Repito-me demoradamente:
”Dilma virou o nosso Wally. Aécio Neves quer saber onde ela está. Eu também quero. Os pagadores de impostos idem. Certamente se escondeu em algum lugar do Palácio do Planalto, cercada de assessores em quem ela pode descarregar aquela sua educação costumeira sem ser contestada.”
Acertei na mosca. O ressurgimento de Dilma se deu no Palácio do Planalto, dando uma descompostura em um assessor qualquer em meio a Reunião Ministerial. Foi o que captou o meu amigo Leandro Ferreira, editor do excelente blog Teleguiado. Na ocasião, Dilma dizia uma patacoada nacionalista qualquer quando, talvez apressada pela vontade inescapável de sumir novamente, se adiantou à velocidade do Teleprompter. Culpou o técnico responsável pelo funcionamento do aparelho, instando-o a fazer a coisa funcionar com uma velocidade compatível a capacidade dela de mentir.
O trogloditismo de Dilma é notório. Tão notório quanto o trogloditismo de seu ventríloquo. A grossura de Lula já foi narrada em livro, pelas penas dos jornalistas Leonêncio Nossa e Eduardo Scolese, no revelador “Viagens com o Presidente”. As de Dilma são contadas nas colunas que tratam dos bastidores da política. Em um de seus arroubos, ela fez até José Sergio Gabrielli chorar. Segundo matéria do jornal O Globo, publicada em 2009, “Dilma não poupa adjetivos quando o trabalho realizado não lhe satisfaz. Imbecil é uma das palavras mais usadas por ela ao ver ordens não cumpridas”. Duvido que o técnico do teleprompter presidencial seja mais imbecil do que muitos dos ministros presentes na reunião.
A severidade com que Dilma trata os pequenos serviçais é inversamente proporcional à complacência que ela dispensa aos grandes oligarcas que se servem do governo. É mais fácil exigir rapidez no texto que aparece no telempropter do que nas obras do PAC que aparecem atrasadas no calendário. O técnico, afinal, é um mero proletário que pode ser chutado de modo a não envergonhar a mandatária da administração popular.  Já os oligarcas e os grandes barões do capitalismo de Estado, esses são por demais importantes para que lhes seja dirigida uma cara feia, uma carranca, um olhar intolerante de poucos amigos, ainda que quando flagrados com a boca na cumbuca pública.
Ser chefe de governo é serviço para quem se talhou não só com preparo administrativo e político, mas também com postura no trato. A postura de Dilma foi ornada enquanto se embrenhava nos matagais companheiros dos idos de VAR-Palmares. A postura de Lula, por sua vez, o foi nos grotões, às custas de cabritas e outros prováveis quadrúpedes. Um país não pode ir para frente com quem tem tanto desapreço e faz tão pouco da faixa que recebeu dos eleitores. Dilma trata mal os seus subalternos, mas ainda pior a instituição da Presidência.
Adendos Importantes:
Confiram o vídeo em que Dilma faz carrancas para o técnico do Teleprompter: https://www.youtube.com/watch?v=Rka3OUTXQk4
Confiram o vídeo em que Dilma destrata a jornalista que a socorreu depois de uma alegada “queda de pressão” ao fim de um debate com Aécio Neves: https://www.youtube.com/watch?v=hbzTE8Pu284
Confiram o vídeo em Lula, na companhia do indefectível Sérgio Cabral, é grosseiro com um favelado carioca: https://www.youtube.com/watch?v=L-7_J_Oh8sY
Trecho da página 249 do livro “Viagens com Presidente”, onde é narrada uma ocasião onde Lula se recusa a ler um discurso. Leiam o trecho do livro tentando imitar Lula em sua fala:
Na suíte do hotel, recebe das mãos de assessores discurso sobre combate mundial à fome. Diante do ministro Celso Amorim e dos auxiliares do Planalto e do Itamaraty, folheia rapidamente a papelada e arremessa a metros de distância:
— Enfiem no cu esse discurso, caralho. Não é isso que eu quero, porra. Eu não vou ler essa merda. Vai todo mundo tomar no cu. Mudem isso, rápido.
 Matéria extraída no website do Instituto Liberal

O lado dark de Winston Churchill, um velhaco imperialista, que salvou a Europa do nazismo...

O lado dark do grande (talvez cinzento) imperialista Wiston Churchill, que não apenas refletia os preconceitos de sua época, mas tinha um zelo especial pelas glórias do império britânico. O fato dele ter sido decisivo na resistência a Hitler, quando vários líderes britânicos queriam entrar em algum tipo de compromisso ou entendimento com o mostro nazista, oferece uma espécie de contraponto a todos os seus erros, seu racismo e seu imperialismo teimoso. Não compensa, talvez, mas no que nos concerne, foi um nobre gesto, tremendamente custoso para o seu povo. A resistência contra tiranos é, em si, um dever moral.
Paulo Roberto de Almeida 

The dark side of Winston Churchill’s legacy no one should forget

The Washington Post, February 3, 2015, at 3:30 AM
There's no Western statesmen — at least in the English-speaking world — more routinely lionized than Winston Churchill. Last Friday marked a half century since his funeral, an occasion that itself led to numerous commemorations and paeans to the British Bulldog, whose moral courage and patriotism helped steer his nation through World War II.
Churchill, after all, has been posthumously voted by his countrymen as the greatest Briton. The presence (and absence) of his bust in the White House was enough to create political scandal on both sides of the pond. The allure of his name is so strong that it launches a thousand quotations, many of which are apocryphal. At its core, Churchill's myth serves as a ready-made metaphor for boldness and leadership, no matter how vacuous the context in which said metaphor is deployed.
For example, former British Prime Minister Tony Blair earned comparisons to Churchill after dragging his country into the much-maligned 2003 Iraq war. So too Israeli Prime Minister Benjamin Netanyahu, whose tough stance on Iran's nuclear ambitions has been cast by some in Churchill's heroic mold — the Israeli premier's uncompromising resolve a foil to the supposed "appeasement" tendencies of President Obama.
In the West, Churchill is a freedom fighter, the man who grimly withstood Nazism and helped save Western liberal democracy. It's a civilizational legacy that has been polished and placed on a mantle for decades. Churchill "launched the lifeboats," declared Time magazine, on the cover of its Jan. 2, 1950 issue that hailed the British leader as the "man of the half century."
But there's another side to Churchill's politics and career that should not be forgotten amid the endless parade of eulogies.  To many outside the West, he remains a grotesque racist and a stubborn imperialist, forever on the wrong side of history.
Churchill's detractors point to his well-documented bigotry, articulated often with shocking callousness and contempt. "I hate Indians," he once trumpeted. "They are a beastly people with a beastly religion."
He referred to Palestinians as "barbaric hordes who ate little but camel dung." When quashing insurgents in Sudan in the earlier days of his imperial career, Churchill boasted of killing three "savages." Contemplating restive populations in northwest Asia, he infamously lamented the "squeamishness" of his colleagues, who were not in "favor of using poisoned gas against uncivilized tribes."
Remembering British wartime PM Winston Churchill(1:45)
Britain marked 50 years since Prime Minister’s Winston Churchill's funeral was held in 1965. His funeral was the world's largest at the time, attended by leaders from more than 100 countries. (Reuters)
At this point, you may say, so what? Churchill's attitudes were hardly unique for the age in which he expounded them. All great men have flaws and contradictions — some of America's founding fathers, those paragons of liberty, were slave owners. One of Churchill's biographers, cited by my colleague Karla Adam, insists that his failings were ultimately "unimportant, all of them, compared to the centrality of the point of Winston Churchill, which is that he saved [Britain] from being invaded by the Nazis."
But that should not obscure the dangers of his worldview. Churchill's racism was wrapped up in his Tory zeal for empire, one which irked his wartime ally, U.S. President Franklin D. Roosevelt. As a junior member of parliament, Churchill had cheered on Britain's plan for more conquests, insisting that its "Aryan stock is bound to triumph." It's strange to celebrate his bravado in the face of Hitler's war machine and not consider his wider thinking on other parts of the world. After all, these are places that, just like Europe and the West, still live with the legacy of Churchill's and Britain's actions at the time.
India, Britain's most important colonial possession, most animated Churchill. He despised the Indian independence movement and its spiritual leader, Mahatma Gandhi, whom he described as "half-naked" and labeled a "seditious fakir," or holy man. Most notoriously, Churchill presided over the hideous 1943 famine in Bengal, where some 3 million Indians perished, largely as a result of British imperial mismanagement. Churchill was both indifferent to the Indian plight and even mocked the millions suffering, chuckling over the culling of a population that bred "like rabbits."
Leopold Amery, Churchill's own Secretary of State for India, likened his boss's understanding of India's problems to King George III's apathy for the Americas. Amery vented in his private diaries, writing "on the subject of India, Winston is not quite sane" and that he didn't "see much difference between [Churchill's] outlook and Hitler's."
When Churchill did apply his attention to the subcontinent, it had other dire effects. As the Indian writer Pankaj Mishra explains in the New Yorker, Churchill was one of a coterie of imperial rulers who worked to create sectarian fissures within India's independence movement between Indian Hindus and Muslims, which led to the brutal partition of India when the former colony finally did win its freedom in 1947. Millions died or were displaced in an orgy of bloodshed that still echoes in the region's tense politics to this day. (India, it should be noted, was far from the only corner of the British empire victim to such divide-and-rule tactics.)
"The rival nationalisms and politicized religions the British Empire brought into being now clash in an enlarged geopolitical arena," writes Mishra, gesturing to the spread and growth of political Islam in parts of South Asia and the Middle East. "And the human costs of imperial overreaching seem unlikely to attain a final tally for many more decades."
When measuring up Churchill's legacy, that tally must be taken into account.
Ishaan Tharoor writes about foreign affairs for The Washington Post. He previously was a senior editor at TIME, based first in Hong Kong and later in New York.

Atenssao com a minha dicertacao, ainda estou aprendendo a faser...

Por acaso, revirando o meu provedor de site, entrei no painel das estatísticas.
Não me interessa tanto o número, ou a quantidade, tanto porque quase 40% são instrumentos de busca, mas me interessa a substância da matéria, como diria o Hegel (ou qualquer outro por aí...).
Pois bem, o que foi que descobri?
Fui nas palavras de busca e constatei quais eram os assuntos mais visados, ou mais atacados, se vocês quiserem.
Eram estes aqui:

Search Keyphrases (Top 10)
Full list
 
45 different keyphrasesSearchPercent
historia da sociologia35.5 %
manual de economia politicas23.7 %
brasil e relações internacionais23.7 %
em 1992 qual era a moeda do brasil23.7 %
dissertação de mestrado experiencia sem eletronoica23.7 %
dicertacao sobretudo23.7 %
sobre problemas e exercicios praticos diga definicoes e procedimentos23.7 %
não devemos usar a palavra analisar em uma monografia23.7 %
geopolitica mundial11.8 %
a desigual distribuição dos recursos da globalização11.8 %
Other phrases3564.8 %

Pois bem: vamos deixar o dicertação de lado, pois todo mundo tem direito a tropeçar nas palavras de vez em quando. Até eu tropeço em certas palavras, depois de ter trocado de línguas algumas vezes na vida. Lembro-me de que cairam com três tacapes na minha cabeça, uma vez, porque escrevi "dansar", em lugar de dançar, e isto porque o s é comum em várias outras línguas... Mais, passons...

Como vocês podem constatar, tem jovenzinhos que não sabem que moeda se usava no Brasil pouco mais de vinte anos atrás.
OK, vou colocar todas as moedas que já foram usadas, ou ainda são usadas, no Brasil,  e algumas de suas partes, subdivisões ou aglomerações, mas totalmente fora de ordem e vocês, que são sábios, podem me escrever não só colocando na ordem certa, mas também indicando o ano em que foi introduzida cada uma das nossas malfadadas moedas:
cruzeiro real, cruzado novo, mil-réis, cruzeiro novo, patacão, URV, cruzado, cruzeiro real, vintém, conto de réis, escudo, shilling, cruzeiro, real, sovereign...

Outra coisa: pela busca em torno da tal de globalização assimétrica, vocês podem perceber que ainda tem professores lutando contra a globalização, os novos dom pixotes da contemporaneidade, investindo contra esse monstro insensível que concentra riquezas, produz desemprego e aumenta a pobreza...

Nada mais tendo a descobrir (a não ser as outras frases, que indico abaixo), encerro por aqui este exercício de exame tradicional de costumes acadêmicos...
Paulo Roberto de Almeida
Hartford, 3/02/2015

por que no inicio do seculo xx o capital financeiro mundial começou a investir nos paises atrasados11.8 %
tudosobrepoliticasbrasileira11.8 %
indicacao de livro ds revista veja a respeito de livro que trata das relacoes internacionais do brasil11.8 %
durante o governo de juscelino kubitschek 1956-1961 a experiencia do planejamento economico o planos de meta11.8 %
evento do sec xx cooperação intergovernamental11.8 %
o lugar da américa do sul na nova ordem mundial cortez editora11.8 %
até qual época as moedas brasileiras eram feitas de prata11.8 %
400 reis qual é o valor do dinheiro11.8 %
a su madre borges11.8 %
economia politica no contexto das ciencias sociais11.8 %
economia america latina pdf11.8 %
artigos sobre economia mundial atual11.8 %
guerra fria pdf11.8 %
criterios de desenvolvimento da tese de mestrado11.8 %
vantagens e desvantagens de economia e politica11.8 %
o futuro da economia global pdf11.8 %
mercosul pdf11.8 %
importancia de brics na economia mundial11.8 %
carreira diplomática11.8 %
como sugerir um livro p editora p uma resenha11.8 %
indicacao de um bom livro sobre relacoes internacionais11.8 %
principais fatos históricos que marcaram o contexto social do surgimento da sociologia11.8 %
deque matérias e feito as moedas de 194611.8 %
o que conduziu a sociologia sobre sociedade capitalista11.8 %
os annales no brasil11.8 %
autocracias pdf11.8 %
comoo fazer uma monografia11.8 %
sou como icaro sendo atraido pelo sol11.8 %
politica externa brasil de 1808 a 182211.8 %
blocos economicos sul americanos11.8 %
moeda cruzeiro é de qual ano do brasil11.8 %
como analisar conclusao da monografia11.8 %
sociologia industrial pdf11.8 %
conteúdo da situação do mundo de 1913 a 2004 e as relações internacionais neste período com destaque sobre as duas guerras11.8 %
revista de relações internacionais

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Impeachment: o assunto entra na pauta da "midia golpista" (mas FSP??!!) - Ives Gandra Martins

Decisão política
Há elementos jurídicos para admissão de impeachment de Dilma, diz Ives Gandra
Folha de S.Paulo, 03/02/2015 - pág 3

O jurista Ives Grandra Martins elaborou um parecer afirmando que há elementos jurídicos para que seja proposto e admitido o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Para ele, os crimes culposos de imperícia, omissão e negligência estão caracterizados na conduta de Dilma, tanto quando foi presidente do Conselho da Petrobras, quanto agora como presidente da República.
Ives Gandra ressalta que, apesar dos aspectos jurídicos, a decisão do impeachment é sempre política, pois cabe somente aos parlamentares analisar a admissão e o mérito. Ele lembra do caso de Fernando Collor de Mello, que sofreu o impeachment por decisão dos parlamentares, mas que depois foi absolvido pelo Supremo Tribunal Federal. A corte não encontrou nexo causal para justificar sua condenação, entre os fatos alegados e eventuais benefícios auferidos no governo.

No documento, produzido a pedido do advogado José de Oliveira Costa, o jurista analisa se a improbidade administrativa prevista no inciso V, do artigo 85, da Constituição Federal, decorreria exclusivamente de dolo, fraude ou má-fé na gestão da coisa pública ou se também poderia ser caracterizada na hipótese de culpa, ou seja, imperícia, omissão ou negligência administrativa.

Para Ives Gandra, o dolo nesse caso não é necessário. Segundo ele, o texto constitucional não discute se a pessoa é honesta ou se houve má-fé. Ele afirmaque a Constituição não fala propriamente de atos de improbidade, mas atos contra a probidade de administração. Para ele, culposos ou dolosos, atos que são contra a probidade da administração podem gerar o processo político de impeachment.

“Quando, na administração pública, o agente público permite que toda a espécie de falcatruas sejam realizadas sob sua supervisão ou falta de supervisão, caracteriza-se a atuação negligente e a improbidade administrativa por culpa. Quem é pago pelo cidadão para bem gerir a coisa pública e permite seja dilapidada por atos criminosos, é claramente negligente e deve responder por esses atos”, afirma.

Ives Gandra afirma ainda que, de acordo com a legislação, comete o crime de improbidade por omissão quem se omite em conhecer o que está ocorrendo com seus subordinados, permitindo que haja desvios de recursos da sociedade para fins ilícitos.

Caso concreto
Ao analisar o caso da Petrobras, o jurista entende que os atos fraudulentos e os desvios já são fatos, restando apenas descobrir o comprometimento de cada um dos acusados. No caso da presidente Dilma Rousseff, Ives Gandra diz que à época que começaram as fraudes investigadas ela era presidente do Conselho de Administração que, por força da lei das sociedades anônimas, tem responsabilidade direta pelos prejuízos gerados à estatal durante sua gestão.

"Parece-me, pois, que, em tese, o crime de responsabilidade culposa contra a probidade está caracterizado, pois quem tem a responsabilidade legal e estatutária de administrar, deixou de fazê-lo”, afirma. Para o jurista, a presidente também cometeu crime ao manter a gestão da Petrobras, mesmo sabendo dos casos de corrupção.

“Há, na verdade, um crime continuado da mesma gestora da coisa pública, quer como presidente do conselho da Petrobras, representando a União, principal acionista da maior sociedade de economia mista do Brasil, quer como presidente da República, ao quedar-se inerte e manter os mesmos administradores da empresa”.

“Concluo, pois, considerando que o assalto aos recursos da Petrobras, perpetrado durante oito anos, de bilhões de reais, sem que a presidente do Conselho e depois presidente da República o detectasse, constitui omissão, negligência e imperícia, conformando a figura da improbidade administrativa, a ensejar a abertura de um processo de impeachment”.

Clique aqui para ler o parecer: http://s.conjur.com.br/dl/parecer-ives-gandra-impeachment.pdf

Republica Mafiosa do Brasil: FriBoi parece ter companhia da vaca petrolifera

Tanto a vaca petrolifera quanto esse frigorífico são vacas de ordenha para o partido no poder (e outros partidos associados), com a diferença que no caso do petróleo se está retirando um ativo supostamente não renovável e usando-o como ativo financeiro. No caso do frigorífico, os ativos são os nossos impostos, que vão para o Tesouro, são repassado ao BNDES, que os "investe" na Friboi, e de lá seguem para os políticos mafiosos.
Enfim, nada de muito diferente do que se espera de uma máfia...
Um amigo meu escreve a esse propósito: "Como já dizia o padre Antonio Vieira no Brasil Colônia : "Nada lhes basta !""
Paulo Roberto de Almeida

Entenda como Meirelles acoberta a sonegação do Friboi
Meirelles alega que lucro do Friboi e inferior a 1% da receita líquida
Tribuna da Internet, fevereiro 2, 2015

Na semana, passada mostramos aqui na Tribuna da Internet a ponta do iceberg do chamado caso Friboi (do grupo JBS), que há mais de um ano vem mantendo uma bilionária campanha publicitária, com divulgação diária na mídia impressa e televisionada, inserindo anúncios em espaços e horários nobres e pagando cachês altíssimos a artistas consagrados como Tony Ramos, Fátima Bernardes e Roberto Carlos, que depois suspendeu as aparições porque há décadas é vegetariano.

Causa enorme estranheza a divulgação massiva de uma marca que jamais fez publicidade e cresceu nos bastidores do poder, movida pelo apoio direto do BNDES. A empresa foi criada pelo fazendeiro goiano José Batista, que em 1953 abriu em Anápolis um pequeno açougue, a Casa de Carnes Mineira, especializada em vender carne de sol.

Com a morte do fazendeiro, seus três filhos assumiram os negócios, que tiveram crescimento espantoso a partir do governo Lula e já conseguiu se tornar o maior exportador de proteína animal do mundo, com abate de carne bovina, ovina, suína, caprina e avícola, passando a atuar também em outras áreas do setor alimentício, ostentando hoje as marcas Swift, Doriana, MassaLeve, Lebon, Pilgrim’s, Seara, Vigor, Rigamonti, Fiesta, Flora, Rezende, Excelsior, Texas Burger, Pena Branca, Wilson, Frangosul e Agrovêneto.

Evidentemente, o objetivo dessa megapublicidade não tem cunho comercial. Se o grupo familiar Friboi, sem fazer propaganda de espécie alguma, em poucos anos conseguiu operar na casa das dezenas de bilhões de reais e já ultrapassou o patamar dos 100 bilhões de faturamento/ano, o que justificaria esse esbanjamento de recursos numa massiva campanha publicitária diária e verdadeiramente espantosa?

COMPRANDO A MÍDIA
No artigo anterior, já explicamos aqui na Tribuna da Internet que desde o início de 2012 o grupo dos irmãos Batista (José Júnior, Joesley e Wesley) vem sendo comandado por Henrique Meirelles, ex-presidente do BankBoston e do Banco Central e que já se tornou acionista do Itaú. Esse “investimento” em propaganda foi autorizado diretamente por Meirelles e o objetivo é amansar a grande mídia, para desestimular reportagens investigativas que possam revelar a verdadeira estória desse surpreendente sucesso empresarial.

Coincidentemente, a espalhafatosa campanha publicitária foi iniciada quando começaram a surgir as primeiras notas e reportagens denunciando a generosidade do BNDES, que não somente financiou o grupo Friboi, mas também fez questão de se acionar diretamente a ele, por meio de compra de ações em massa. Na gestão petista, o BNDES já emprestou à JBS R$ 2,5 bilhões (diretamente ou com intermediação de outros bancos) e comprou R$ 6,17 bilhões em ações do grupo, que equivalem a 28,69% do capital.

COMPRANDO POLÍTICOS
Outra coincidência: Além de atuar no controle da mídia, Meirelles também transformou a holding J&F na maior patrocinadora da política nacional, doando R$ 366,8 milhões aos candidatos em 2014, seguida da empreiteira Odebrecht , que doou R$ 111 milhões, e do Bradesco, com cerca de R$ 100 milhões.

Segundo reportagem de Leandro Prazeres, no site UOL, o generoso grupo já doou a candidatos e partidos cerca de 18,5% de tudo o que recebeu do BNDES em financiamentos e venda de ações entre 2005 e 2014, com PT, PMDB e PSDB aparecendo como os mais beneficiados.

O repórter Leandro Prazeres mostrou que o comprometimento com doações a políticos é tão grande que, somente para a eleição de 2014, a empresa doou 39,56% de todo o seu lucro líquido registrado em 2013, que foi de R$ 926,9 milhões. É como se, a cada R$ 100 de lucro, a JBS doasse R$ 39,56 para os caixas de campanhas de partidos e candidatos.

Já mostramos aqui na Tribuna da Internet que é generosidade demais, motivando justificadas suspeitas de sonegações e graves irregularidades contábeis, porque o Bradesco, terceiro colocado, doou apenas 0,83% de seu lucro líquido em 2013, que foi de R$ 12 bilhões.  Como se sabe, o lucro líquido é a diferença entre o que a empresa faturou e os seus custos operacionais (salários, tributos, impostos, juros, amortizações etc.).

SONEGANDO À VONTADE
Referentes a 2013, são surpreendentes os números do último balanço do grupo Friboi, que se orgulha de ter subsidiárias na Argentina, nos Estados Unidos e na Austrália. A receita líquida consolidada atingiu R$ 92,902 bilhões, já suprimidos devoluções de vendas, descontos comerciais e impostos incidentes sobre vendas, conforme as regras da Receita Federal. Mas o lucro líquido declarado foi de apenas R$ 926,9 milhões, ou seja, lucrou menos 1% da receita líquida, índice bastante inferior ao faturamento bruto (que o site do Friboi estrategicamente não revela, ao exibir os números do último balanço anual).

Esse lucro bem inferior a 1% significa que ou o grupo Friboi está em má situação financeira ou sonega impostos à vontade. Não é admissível e aceitável que o maior exportador mundial de proteína animal, que já ultrapassou faturamento de R$ 100 bilhões nos últimos 12 meses, esteja obtendo apenas essa ridícula margem de lucro, mas se dê ao desplante de subtrair dividendos dos acionistas (em especial, o BNDES), para generosamente doar à classe política cerca de 40% desse lucro ínfimo. E, ainda não satisfeito, o grupo gasta outra expressiva parcela do lucro numa campanha publicitária inútil, pois destinada ao consumidor final, que nem sabe onde comprar carne do Friboi.

Detalhe: em Goiás, o JBS responde a 49 autos de infração aplicados pela Secretaria da Fazenda nos últimos 9 anos, no total de R$ 1,3 bilhão, a maioria por sonegação de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) na exportação de carne bovina.

Ao comandar esta grotesca fraude, o cidadão Henrique Meirelles demonstra que jamais poderia ter exercido cargo público no Brasil. Decididamente, não tem o menor interesse pelo país e por seu povo, pois é movido exclusivamente pela ganância. Mas é certo que logo, logo ele estará desmascarado e a mídia então vai descobrir o verdadeiro motivo do engavetamento (ou arquivamento) dos processos contra ele movidos pelo Tribunal de Contas da União, antes de ser presidente do Banco Central.

Precisando de companhia? Quer encontrar o parceiro ideal? Olhe no mapa e escolha o seu pais...

Map: If the size of countries reflected their populations

The Washington Post Blogs, February 2
This map, compiled by Reddit user TeaDranks, shows what the world would look like if a country's size was proportional to its population. As you can see, our sense of geographic space gets rather radically rearranged as a result.
Vast countries such as Russia, Canada and Australia turn into small rump states and slivers of territory. The United States is home to only 5 percent of the world's population and its size suitably reflects that diminished reality. Europe, and not South Asia, appears to be the real Asian subcontinent.
What the map emphasizes is the primacy of Asia. The continent's immensity is understood in the West, but not truly appreciated. Another map that has trended on social media illustrates it even more starkly:
That, of course, is not echoed in the Western media, where crises in Europe and conflicts in the Middle East still hold far more attention. The lack of coverage of India's elections last year — the world's greatest exercise in democracy — was lampooned by comedians. And many Americans probably weren't even aware of a similar landmark vote in Indonesia, home to the world's largest population of Muslims.
Some Asian cities, as delineated on the map, are larger than most European countries.
Of course, many of these Asian countries are still struggling to cope with the demands posed by their massive populations. But as the continent boasts some of the world's most dynamic developing economies, this map is a useful illustration for why some believe the 21st century will be the Asian Century.
Ishaan Tharoor writes about foreign affairs for The Washington Post. He previously was a senior editor at TIME, based first in Hong Kong and later in New York.