O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Revista Brasileira de Politica Internacional - artigos Paulo Roberto de Almeida

Pesquisando nos diversos número da RBPI, para fins de um levantamento sobre artigos temáticos em algumas áreas, acabei caindo na janela de pesquisa, e apenas para atualizar minhas próprias listas de artigos publicados, obtive o resultado sob o meu nome. Deu isto: 28 artigos (mas estes foram apenas os que entraram no sistema Scielo de indexação, pois existem diversos outros anteriores, não computados na base do Scielo.
Acrecentei ao final as referências de minha própria lista de publicados no que aparece como sendo RBPI, mas não tenho certeza de estar completo. Provavelmente ficaram de fora muitas resenhas e notas preparadas para a revista, em sua primeira fase de Brasília.
Paulo Roberto de Almeida

Base de dados :article
Pesquisa :ALMEIDA, PAULO ROBERTO DE [Autor]
Referências encontradas :28 [refinar]
Mostrando:1 .. 10   no formato [ISO 690]
Curriculum:Lattes

página 1 de 3ir para página          


   1 / 28
seleciona
para imprimir
 Lessa, Antônio Carlos and Almeida, Paulo Roberto de Os sessenta anos do Instituto Brasileiro de Relações Internacionais. Rev. bras. polít. int., Dez 2014, vol.57, no.2, p.05-08. ISSN 0034-7329
    · texto em português


   2 / 28
seleciona
para imprimir
 Lessa, Antônio Carlos and Almeida, Paulo Roberto de O ano que ainda não terminou nas relações internacionais: 1962 nas páginas da RBPI. Rev. bras. polít. int., Dez 2012, vol.55, no.2, p.5-9. ISSN 0034-7329
    · texto em português


   3 / 28
seleciona
para imprimir
 Almeida, Paulo Roberto de. Katia de Queiroz Mattoso:obituário de um membro do Conselho da RBPI. Rev. bras. polít. int., 2011, vol.54, no.1, p.196-198. ISSN 0034-7329
    · texto em português


   4 / 28
seleciona
para imprimir
 Almeida, Paulo Roberto de. John Russell-Wood:obituário de um membro do Conselho da RBPI. Rev. bras. polít. int., 2010, vol.53, no.2, p.217-218. ISSN 0034-7329
    · texto em português


   5 / 28
seleciona
para imprimir
 Almeida, Paulo Roberto de. Never before seen in Brazil: Luis Inácio Lula da Silva's grand diplomacy.Rev. bras. polít. int., 2010, vol.53, no.2, p.160-177. ISSN 0034-7329
    · resumo em inglês | português    · texto em inglês


   6 / 28
seleciona
para imprimir
 Almeida, Paulo Roberto de. A marcha da integração no Mercosul: vivace ma non troppo. Rev. bras. polít. int., Jun 1997, vol.40, no.1, p.222-231. ISSN 0034-7329
    · texto em português


   7 / 28
seleciona
para imprimir
 Almeida, Paulo Roberto de. Propriedade intelectual e política externa: o Brasil no contexto internacional.Rev. bras. polít. int., Jun 1997, vol.40, no.1, p.208-214. ISSN 0034-7329
    · texto em português


   8 / 28
seleciona
para imprimir
 Almeida, Paulo Roberto de. Manual das organizações internacionais. Rev. bras. polít. int., Dez 1997, vol.40, no.2, p.183-185. ISSN 0034-7329
    · texto em português


   9 / 28
seleciona
para imprimir
 Almeida, Paulo Roberto de. Major Problems in American Foreign Relations. Rev. bras. polít. int., Dez 1997, vol.40, no.2, p.181-183. ISSN 0034-7329
    · texto em português


   10 / 28
seleciona
para imprimir
 Almeida, Paulo Roberto de. A democratização da sociedade internacional e o Brasil: ensaio sobre uma mutação histórica de longo prazo (1815-1997). Rev. bras. polít. int., Dez 1997, vol.40, no.2, p.76-105. ISSN 0034-7329

página 2 de 3ir para página          


   11 / 28
seleciona
para imprimir
 Almeida, Paulo Roberto de. Nota liminar do organizador - Revista Brasileira de Política Internacional: a continuidade de um empreendimento exemplar. Rev. bras. polít. int., 1998, vol.41, no.spe, p.5-7. ISSN 0034-7329
    · texto em português


   12 / 28
seleciona
para imprimir
 Almeida, Paulo Roberto de. Economia internacional e desenvolvimento econômico: a RBPI na vanguarda do pensamento brasileiro. Rev. bras. polít. int., 1998, vol.41, no.spe, p.85-98. ISSN 0034-7329
    · texto em português


   13 / 28
seleciona
para imprimir
 Almeida, Paulo Roberto de. Revista Brasileira de Política Internacional: quatro décadas ao serviço da inserção internacional do Brasil. Rev. bras. polít. int., 1998, vol.41, no.spe, p.42-65. ISSN 0034-7329
    · texto em português


   14 / 28
seleciona
para imprimir
 Almeida, Paulo Roberto de. Sob a sombra de Mussolini: os italianos de São Paulo e a luta contra o fascismo, 1919-1945. Rev. bras. polít. int., Jun 2000, vol.43, no.1, p.199-201. ISSN 0034-7329
    · texto em português


   15 / 28
seleciona
para imprimir
 Almeida, Paulo Roberto de. Comércio, Desarmamento, Direitos Humanos: reflexões sobre uma experiência diplomática. Rev. bras. polít. int., Dez 1999, vol.42, no.2, p.178-180. ISSN 0034-7329
    · texto em português


   16 / 28
seleciona
para imprimir
 Almeida, Paulo Roberto de. A Hispanic Division da Library of Congress comemora sessenta anos. Rev. bras. polít. int., Dez 1999, vol.42, no.2, p.161-163. ISSN 0034-7329
    · texto em português


   17 / 28
seleciona
para imprimir
 Almeida, Paulo Roberto de and Chaloult, Yves Avanços da regionalização nas Américas: cronologia analítica. Rev. bras. polít. int., Dez 1999, vol.42, no.2, p.145-160. ISSN 0034-7329
    · texto em português


   18 / 28
seleciona
para imprimir
 Almeida, Paulo Roberto de. Os sucessores do Barão: relações exteriores do Brasil. Rev. bras. polít. int., Dez 2001, vol.44, no.2, p.198-200. ISSN 0034-7329
    · texto em português


   19 / 28
seleciona
para imprimir
 Almeida, Paulo Roberto de. Brazil's Second Chance:En Route toward the First World. Rev. bras. polít. int., Jun 2001, vol.44, no.1, p.179-181. ISSN 0034-7329
    · texto em português


   20 / 28
seleciona
para imprimir
 Almeida, Paulo Roberto de and Fins, Francisco Rogido A pesquisa histórica sobre o Brasil nos arquivos dos Estados Unidos: identificação preliminar e projeto de compilação. Rev. bras. polít. int., Jun 2001, vol.44, no.1, p.151-154. ISSN 0034-7329
    · texto em português


   21 / 28
seleciona
para imprimir
 Almeida, Paulo Roberto de. A economia internacional no século XX: um ensaio de síntese. Rev. bras. polít. int., Jun 2001, vol.44, no.1, p.112-136. ISSN 0034-7329


   22 / 28
seleciona
para imprimir
 Almeida, Paulo Roberto de. Uma política externa engajada: a diplomacia do governo Lula. Rev. bras. polít. int., Jun 2004, vol.47, no.1, p.162-184. ISSN 0034-7329


   23 / 28
seleciona
para imprimir
 Lessa, Antônio Carlos and Almeida, Paulo Roberto deEditorial -   O Ibri e a Revista Brasileira de Política Internacional: tradição, continuidade e renovação.Rev. bras. polít. int., Jun 2004, vol.47, no.1, p.7-30. ISSN 0034-7329
    · texto em português


   24 / 28
seleciona
para imprimir
 Almeida, Paulo Roberto de. A Política Externa do novo Governo do Presidente Luís Inácio Lula da Silva:retrospecto histórico e avaliação programática.Rev. bras. polít. int., Dez 2002, vol.45, no.2, p.229-239. ISSN 0034-7329
    · texto em português


   25 / 28
seleciona
para imprimir
 Almeida, Paulo Roberto de. Instituto Brasileiro de Relações Internacionais: 50 anos de um grande empreendimento intelectual. Rev. bras. polít. int., Dez 2004, vol.47, no.2, p.223-226. ISSN 0034-7329
    · texto em português


   26 / 28
seleciona
para imprimir
 Almeida, Paulo Roberto de. Entre a América e a Europa: a política externa do Brasil nos anos 1920.Rev. bras. polít. int., Jun 2006, vol.49, no.1, p.222-224. ISSN 0034-7329
    · texto em português


   27 / 28
seleciona
para imprimir
 Almeida, Paulo Roberto de. Uma nova 'arquitetura' diplomática? - Interpretações divergentes sobre a política externa do governo Lula (2003-2006). Rev. bras. polít. int., Jun 2006, vol.49, no.1, p.95-116. ISSN 0034-7329


   28 / 28
seleciona
para imprimir
 Almeida, Paulo Roberto de. As relações econômicas internacionais do Brasil dos anos 1950 aos 80. Rev. bras. polít. int., Dez 2007, vol.50, no.2, p.60-79. ISSN 0034-7329



158. A Economia da Política Externa: a ordem internacional e o progresso da Nação. Revista Brasileira de Política Internacional, v.39, 1, p.110 - 119, 1996
161. A Parábola do Comunismo no Século XX. Revista Brasileira de Política Internacional, v.38, 1, p.125 - 145, 1995
162. Brasil y el Mercosur de Cara al TLC. Cuadernos de Marcha (Montevideo), 100, 
172. O Fim de Bretton-Woods?: a longa marcha da Organização Mundial do Comércio. Revista Brasileira de Política Internacional, v.16, 2, p.249 - 282, 1994
174. A Propriedade Intelectual na Política Exterior e nos Processos de Integração Econômica. Revista Brasileira de Política Internacional, v.36, 2, p.80 - 92, 1993 
176. Estudos de Relações Internacionais do Brasil: Etapas da produção historiográfica brasileira, 1927-1992. Revista Brasileira de Política Internacional, v.36, 1, p.11 - 36, 1993
179. Revista Brasileira de Política Internacional: A Retomada de um Empreendimento Exemplar. Revista Brasileira de Política Internacional, v.36, 1, p.5 - 7, 1993 
189. De Bretton Woods a Bretton Woods: a longa marcha da URSS de volta ao FMI. Revista Brasileira de Política Internacional, v.34, 135-136, p.99 - 109, 1991
195. 1492 e o nascimento da moderna diplomacia. Revista Brasileira de Política Internacional, v.34, 135-136, p.35 - 55, 1991 
198. Retorno ao Futuro, Parte II. Revista Brasileira de Política Internacional, v.33, 131-132, p.57 - 60, 1990
210. Geopolítica do Atlântico Sul. Revista Brasileira de Política Internacional, v.29, 115-116, p.127 - 130, 1986

domingo, 15 de fevereiro de 2015

Corrupcao nos Correios: mais um, entre "n" (coloque o numero que quiser) casos, e nao vai parar

Não é difícil apostar as cegas: escolha qualquer agência pública, qualquer estatal, qualquer ente que trabalhe para o governo ou que tenha sindicatos em sua direção. Faça um pente fino nas contas.
Aposto como vai se encontrar casos como este. Curioso que as coisas aconteceram, ou pioraram, nos últimos doze anos.
Coincidência?
Paulo Roberto de Almeida

Em fraude milionária, gestora do Postalis altera preço de títulos com tinta corretora
Fundo de pensão dos Correios perde R$ 68 milhões com esquema
POR GABRIELA VALENTE
O Globo, 15/02/2015

Rombo. Com 196 mil associados, fundo dos funcionários dos Correios é o maior do país em número de participantes

BRASÍLIA — Uma das maiores fraudes de fundos de pensão no país foi montada até com a falsificação de documentos de forma grosseira. Relatórios da Securities and Exchange Comission (SEC, a xerife do mercado financeiro americano) obtidos pelo GLOBO mostram que ao menos seis papéis de instituições financeiras na carteira do Postalis (fundo de pensão dos Correios) tiveram o valor adulterado com tinta corretora ou com um simples “corta e cola” nos processos digitalizados. A fraude, feita entre 2006 e 2009, detalhada nos relatórios da SEC, chega a US$ 24 milhões (R$ 68 milhões). Os responsáveis são sócios da Atlântica Asset Managment, gestora contratada pelo Postalis para investir o dinheiro dos carteiros em títulos da dívida brasileira no exterior.

As fraudes geraram prejuízos milionários ao fundo de pensão e começaram a ser desvendadas no ano passado. O caso ganha contorno ainda mais complexo, já que o Postalis havia contratado o Bank of New York Mellon para exercer a função de administrador e fiscalizar o trabalho de gestores, entre eles, a Atlântica. Agora, cobra o banco americano na Justiça pelas perdas.

O Postalis é o maior fundo de pensão em número de participantes do país — 196 mil. E contrata gestores para decidir como investir os recursos dos contribuintes. Um deles foi a Atlântica Asset Managment, que passou a aplicar recursos em notas estruturadas, um papel bem mais arriscado do que os títulos soberanos. Além disso, a gestora fraudou as notas de forma primária, para elevar os valores e desviar recursos do Postalis.

LIQUIDAÇÃO DE GRANDES OPERAÇÕES POR FAX

O uso do líquido corretor escolar só foi possível porque o sistema financeiro americano não é tão eficiente quanto o brasileiro: até grandes operações são fechadas e liquidadas por fax. À Justiça da Flórida, a SEC explicou o artifício criado pela Atlântica e detalhou as ações do responsável pela empresa, Fabrízio Neves, e de seu parceiro José Luna. Os papéis eram vendidos para a LatAm, outra empresa controlada pelos dois, remarcados (às vezes em mais de 60%) e revendidos a empresas em paraísos fiscais. Entre elas, a offshore Spectra, que tinha como beneficiário Alexej Predtechensky (conhecido como Russo), então presidente do Postalis. A fraude ocorria no trajeto dos papéis.

“Em pelo menos seis casos, Neves e Luna esconderam o esquema (...) alterando os term sheets (documento-base com os principais termos e condições para efetivar uma transação) entregues para a LatAm por emitentes das notas, seja inflando o preço original, ou removendo informação do preço. Neves dizia a Luna quais preços usar, verificava o preço do term sheet alterado, e aprovava as alterações antes de Luna enviá-las aos representantes dos fundos brasileiros. Luna usou líquido corretor escolar ou o eletrônico ‘corta e cola’ para mudar ou omitir as informações sobre o preço original dos term sheet”, diz o texto da SEC. O GLOBO não conseguiu entrar em contato com Neves e Luna.

Após as fraudes virem à tona, o Postalis interpelou o BNY Mellon na Justiça para rever os valores, com o argumento que o banco é o responsável pela fiscalização dos investimentos. O GLOBO teve acesso ao contrato fechado entre o banco e o fundo de pensão. No documento, o BNY Mellon diz ter métodos eficientes de controle das transações feitas com recursos de clientes. Com base nessa premissa, o fundo dos carteiros conseguiu na Justiça o bloqueio de R$ 250 milhões do patrimônio do banco americano. O BNY Mellon é acusado pelo Postalis de gerir de forma “ruinosa” o dinheiro dos aposentados da estatal. Ao todo, o fundo teve perdas de nada menos que R$ 2 bilhões nos últimos dois anos.

FUNDO PASSA POR AUDITORIA

Para a Justiça brasileira, o banco argumentou que não teria como evitar a fraude, porque ela foi promovida pela ex-diretoria do Postalis, que conhecia mecanismos para burlar o sistema e evitar o controle da administradora. Ao GLOBO, o BNY Mellon disse que detectar ações fraudulentas desta natureza vai além do escopo de suas responsabilidades, especialmente quando foram propositalmente escondidas. “O fato de o gestor do fundo em questão ter saído do mercado local desta maneira e usar uma terceira parte para esconder suas ações indica que nós não fomos cúmplices ou responsáveis de forma alguma pela alegada fraude”, disse, em nota.

O BNY se refere à Atlântica. O escritório foi fechado, segundo fontes a par das investigações, e Fabrízio Neves vive, hoje, fora do país. O banco lembra que o ex-presidente do Postalis Alexej Predtechensky é apontado por autoridades americanas como um dos responsáveis pelos crimes. Ele presidiu o fundo por seis anos e deixou o cargo em 2012. Procurado pelo GLOBO, não retornou as ligações.

Para o Postalis, o BNY Mellon foi omisso. O fundo insiste que o banco tinha condições de detectar a fraude. E alega que não participou diretamente das operações, “cuja legalidade, autenticidade e confiabilidade estavam a cargo da BNY Mellon”.

Mesmo com os ânimos acirrados na Justiça, o banco americano detém o poder sobre os investimentos do Postalis. Na segunda cláusula do contrato com o fundo, o texto diz que a instituição tem exclusividade no serviços de negociação dos ativos do Postalis. A cláusula é considerada usual por integrantes do mercado, mas foi a primeira vez que o Postalis assinou esse tipo de contrato. O banco deveria avisar o Postalis em 48 horas em caso de risco excessivo. Se os gestores não atendessem às notificações, o banco tinha de liquidar as operações que não estavam de acordo com as regras. Pelos serviços, o banco recebeu R$ 11,9 milhões desde 2011.

Acionado pelo Postalis, o Banco Central não concluiu a fiscalização sobre a responsabilidade do BNY Mellon nas fraudes. Procurada pelo GLOBO, a SEC não se manifestou. A Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) promove uma auditoria no Postalis e cogitou intervir no fundo, mas, segundo fontes, desistiu por ver sinais de que a nova diretoria está empenhada em recuperar as perdas. Em nota ao GLOBO, a Previc ressaltou que a responsabilidade pela gestão dos planos é dos dirigentes das entidades e a contratação de serviços especializados não os exime de suas responsabilidades.

Vacinacao: a irresponsabilidade de pais que nao imunizam seus filhos- NY Review of Books

Eu me pergunto se pais irresponsáveis que não vacinam seus filhos perguntam a eles se preferem ficar doentes ou ser vacinados.
Paulo Roberto de Almeida

There’s No Way Out of It!

The New York Review of Books
groopman_1-030515.jpg
Collection of the John and Mable Ringling Museum of Art, State Art Museum of Florida, Florida State University Peter Paul Rubens: Achilles Dipped into the River Styx, circa 1630–1635
Even many years later, when my mother told the story, fear still showed on her face. One morning in 1954, at the age of two, I awoke and told her that my head hurt. I had a fever, and she put me to bed. Over the next days, my temperature rose, and my headache worsened. My parents called our pediatrician, who came to our small apartment in Astoria, Queens. He found that my neck was stiff and my legs were weak. Polio, he said, was a possible diagnosis. There were tens of thousands of cases of the paralytic illness each year in the United States. The doctor insisted that I be hospitalized in an isolation unit in upper Manhattan. My parents readily complied.
After a week in the hospital, my temperature fell and my legs became stronger. Tests showed that it was not polio; the infection was never identified.1
My mother and father feared debility and death due to pathogens. They were raised in immigrant New York neighborhoods at a time when diphtheria, typhoid, and tuberculosis were rife. My parents also knew that microbes were not restricted to the newly arrived and poor. Polio had struck the patrician FDR in his prime.
The world of my parents, and that of their children, dramatically improved in the latter half of the twentieth century as modern medicine introduced an array of effective vaccines and antibiotics. When the Salk vaccine against the polio virus became available a few years after my mysterious illness, I was inoculated, along with my siblings. The idea of preventing or curing dreaded infectious diseases “naturally,” relying on the body alone, hardly entered our minds.
But two generations later, such ideas have considerable traction in our society. Eula Biss, a writer who teaches at Northwestern University, seeks to understand their appeal, and whether they should be given credence. On Immunity is an effort to reconcile her divided feelings, fearing both infection and the imagined risks of vaccination. Her book weaves metaphor and myth, science and sociology, philosophy and politics into a tapestry rich with insight and intelligence.
In 2009, Eula Biss gave birth to her first child and became fixated on the many ways he might be harmed—poisoned by chemicals in his plastic bottles or suffocated in his crib by lying incorrectly. Her intense concern about such dangers coincided with the appearance of a new strain of H1N1 influenza in the United States. Much of the country was in a panic: some churches were serving wafers at Mass on toothpicks, and airlines removed pillows and blankets from their flights. “What surprises me now is how unremarkable this seemed to me at the time,” Biss writes.
It all became part of the landscape of new motherhood, where ordinary objects like pillows and blankets have the power to kill a newborn…. It was as if the nation had joined me in the paranoia of infant care.
The strain of the virus was potent for children and teenagers, not only those who typically suffer severe cases of influenza, like the elderly and diabetics. Public health officials recommended widespread vaccination. But among her group of new mothers, “every exchange about the new flu vaccine was an extension of the already existing discussion about immunization, in which all that is known of disease is weighed against all that is unknown about vaccines.”
Biss reflects on the myth of Achilles, and the profound maternal desire to make a child impervious to harm. Achilles’ mother dipped him into the river Styx, but holding him by his heel, which left him vulnerable:
Immunity is a myth, these stories suggest, and no mortal can ever be made invulnerable. The truth of this was much easier for me to grasp before I became a mother. My son’s birth brought with it an exaggerated sense of both my own power and my own powerlessness. I found myself bargaining with fate so frequently that my husband and I made a game of it, asking each other what disease we would give our child for prevention against another—a parody of the impossible decisions of parenthood.
For Biss, decisions about which, if any, vaccines should be given to her son were made “impossible” by allegations on the Internet and anecdotes from other mothers about their long-term risks:
We fear that vaccination will invite autism or any one of the diseases of immune dysfunction that now plague industrialized countries—diabetes, asthma, and allergies. We fear that the hepatitis B vaccine will cause multiple sclerosis, or that the diphtheria-tetanus-pertussis vaccine will cause sudden infant death. We fear that the combination of several vaccines at once will tax the immune system, and that the total number of vaccines will overwhelm it. We fear that the formaldehyde in some vaccines will cause cancer, or that the aluminum in others will poison our brains.
Her anxiety is amplified by a larger culture of suspicion. In contrast to my parents, who put complete trust in the integrity and authority of their doctor, Biss and her fellow mothers distrust government, pharmaceutical companies, and journalists who seek to inform and reassure the public:
The fact that the press is an unreliable source of information was one of the refrains of my conversations with other mothers, along with the fact that the government is inept, and that big pharmaceutical companies are corrupting medicine. I agreed with all these concerns, but I was disturbed by the worldview they suggested: nobody can be trusted.
One of her efforts at calm is to understand how emotions color perception of risk. Scientists typically present the risks of a vaccine by citing the numbers of people suffering side effects against the total numbers given the treatment. Reviewing the work of the scholars Paul Slovic at the University of Oregon and Cass Sunstein at Harvard Law School, Biss notes:
Risk perception may not be about quantifiable risk so much as it is about immeasurable fear. Our fears are informed by history and economics, by social power and stigma, by myth and nightmares. And as with other strongly held beliefs, our fears are dear to us. When we encounter information that contradicts our beliefs,…we tend to doubt the information, not ourselves.
How should she keep herself informed? Should she give weight to the anecdotes told by fellow mothers? Listen to mainstream doctors, among them her father, a blunt-speaking man dismissive of her crowd? Or should she trust the antiestablishment clinicians on the Internet? And might there be ethical tenets to help her make a sound choice to vaccinate, or not?
As a writer and teacher, Biss is primarily concerned with language, specifically how metaphor sculpts thought and feelings:
“Our bodies prime our metaphors,” writes James Geary in I Is an Other, his treatise on metaphor, “and our metaphors prime how we think and act.” If we source our understanding of the world from our own bodies, it seems inevitable that vaccination would become emblematic: a needle breaks the skin, a sight so profound that it causes some people to faint, and a foreign substance is injected directly into the flesh. The metaphors we find in this gesture are overwhelmingly fearful, and almost always suggest violation, corruption, and pollution.
Biss moves from the power of language to the demographics of sociology. She cites a 2004 analysis of data from the Centers for Disease Control and writes: “Unvaccinated children…are more likely to be white, to have an older married mother with a college education, and to live in a household with an income of $75,000 or more—like my child.” Such unvaccinated children generally live near one another, which means that if they contract a disease, it can be readily passed on to others. Then there are so-called undervaccinated children, those who have received some but not all of their recommended immunizations. They “are more likely to be black, to have a younger unmarried mother, to have moved across state lines, and to live in poverty.”
These demographic distinctions inform Biss’s understanding of the scientific concept of “herd immunity”:
If we imagine the action of a vaccine not just in terms of how it affects a single body, but also in terms of how it affects the collective body of a community, it is fair to think of vaccination as a kind of banking of immunity. Contributions to this bank are donations to those who cannot or will not be protected by their own immunity. This is the principle of herd immunity, and it is through herd immunity that mass vaccination becomes far more effective than individual vaccination.
Her physician father articulates the value of herd immunity in public health, and Biss extends his analysis to a political principle she holds dear:
“Vaccination works,” my father explains, “by enlisting a majority in the protection of a minority.” He means the minority of the population that is particularly vulnerable to a given disease. The elderly, in the case of influenza. Newborns, in the case of pertussis. Pregnant women, in the case of rubella. But when relatively wealthy white women vaccinate our children, we may also be participating in the protection of some poor black children whose single mothers have recently moved and have not, as a product of circumstance rather than choice, fully vaccinated them….
Immunity…is a common trust as much as it is a private account. Those of us who draw on collective immunity owe our health to our neighbors.
But do we owe so much to the collective that we should sacrifice our autonomy? I learned in On Immunity that the term “conscientious objector” came out of resistance to a British law passed in 1853 requiring the vaccination of all infants. Forty-five years later, the government added a “conscience clause,” allowing parents to apply for an exemption. The exemption clause was rather vague, requiring only that the objector satisfy a magistrate that it was “a matter of conscience.”
Biss turns to her sister, a philosophy professor at a Jesuit college who studies Kant. She explains Kant’s contention that we have a duty to ourselves to examine our conscience, the “inner judge” that unites thoughts and feelings. An individual might resist flaws in the dominant moral code and thus create the possibility for reform, or conscience can be what keeps your actions in line with publicly defendable moral standards.
Biss, while aware that a conscientious objector to vaccination may contribute to an epidemic, affirms that “our laws allow for some people to exempt themselves from vaccination, for reasons medical or religious or philosophical. But deciding for ourselves whether we ought to be among that number is indeed a matter of conscience.” Yet this seems too facile a conclusion, since the freedom to exempt oneself negates a responsibility not only to society, but to one’s own children who do not have the agency to decide for themselves.

Paul Offit, a professor of pediatrics at the University of Pennsylvania and the head of the Division of Infectious Diseases at the Children’s Hospital of Philadelphia, is one of the most courageous and sober voices arguing to protect children from exemptions made by their parents.2 Biss draws from one of Offit’s books, Autism’s False Prophets, in her examination of the ideas of the British gastroenterologist Andrew Wakefield.
In 1998, Wakefield published a study in The Lancet of twelve children indicating that vaccines caused autism. The publication was accompanied by a promotional video of a press conference in which Wakefield supported the suspicions of parents who already believed what the study suggested. Although there were caveats in the Lancet paper, it resulted in a sharp drop in vaccination against measles. Later, when the study was discredited and shown to be sloppy, Wakefield portrayed himself as the victim of establishment persecution.
Another vaccine opponent is Dr. Joseph Mercola, who heads the Mercola Natural Health Center in the Chicago suburbs. Mercola offers information on a website about the dangers of water fluoridation and metal amalgam in dental fillings, as well as speculation that AIDS is not caused by HIV. Biss notes that the site is visited by nearly two million individuals a month, and “products available for purchase range from tanning beds to air purifiers to vitamins and supplements. The website and Mercola LLC generated an estimated $7 million in 2010, and in 2011 Mercola donated $1 million to a number of organizations” that oppose vaccination.
Offit’s book debunks the claims of such antiestablishment clinicians. But his criticism extends to the morality of parental “conscience” when imposed on the health of children. Offit recounts painful tales of children dying from diseases that could be easily prevented or cured if parents had accepted the advice of doctors. In his most recent book, Bad Faith, he argues that we fail minors by giving permission to parents who seek exemptions from vaccination on religious grounds. Sacrificing the lives of vulnerable minors, he contends, negates God, since all human beings are created in His image. But, to date, legislatures and the courts have been loath to override religious beliefs that reject life-saving treatments for children.
On Immunity follows the ebb and flow of Biss’s mind, sometimes taking up a point, like herd immunity, first from a scientific perspective, then a political one, then a philosophical. Interspersed are her stories as a new mother. When she searches for a pediatrician, she is referred by her midwife to one who appears to share her “left of center” mindset:
When I asked the pediatrician what the purpose of the hep B vaccine was, he answered, “That’s a very good question,” in a tone that I understood to mean this was a question he relished answering. Hep B was a vaccine for the inner city, he told me, designed to protect the babies of drug addicts and prostitutes. It was not something, he assured me, that people like me needed to worry about.
Biss’s pediatrician may be left of center, but she discovers that he is not reliable in his reply. Biss won the 2009 National Book Critics Circle Award for Notes From No Man’s Land, a collection of essays on race, and she is alert to suggestions of stigma. She cites epidemiological data indicating that there is a decline in the incidence of hepatitis B only when all children are vaccinated against the infection:
One of the mysteries of hep B immunization is that vaccinating only “high risk” groups, which was the original public health strategy, did not bring down rates of infection. When the vaccine was introduced in 1981, it was recommended for prisoners, health care workers, gay men, and IV drug users. But rates of hep B infection remained unchanged until the vaccine was recommended for all newborns a decade later. Only mass vaccination brought down the rates of infection, and it has now virtually eliminated the disease in children….
This is a radical inversion of the historical application of vaccination, which was once just another form of bodily servitude extracted from the poor for the benefit of the privileged. There is some truth, now, to the idea that public health is not strictly for people like me, but it is through us, literally through our bodies, that certain public health measures are enacted.
Still, Biss wonders if there may be reasonable alternatives to vaccination that effectively protect children:
Some parents feel that the immunity produced by the chicken pox vaccine is inferior to immunity by natural infection because it does not last as long. To carry immunity through adulthood, when chicken pox can be quite serious, one must get a booster in adolescence. “So what?” my father says. I am trying to explain the phenomenon of chicken pox parties to him. I say, “Some people want their children to get chicken pox because,” and pause to think of the best reason to give a doctor. “They’re idiots,” my father supplies.
But Biss understands what appeals to these mothers: “I do not think they are idiots. But I do think they may be indulging in a variety of preindustrial nostalgia that I too find seductive.”
Then there is “Dr. Bob” Sears, who hews to a supposed middle ground. In The Vaccine Book, he claims to offer a compromise between vaccinating and not vaccinating. Sears endorses changes in the schedule of childhood vaccination for parents worried about overtaxing the immune system. He proposes a selective vaccine schedule, so a parent can provide only the vaccines that Dr. Bob believes most important. But Biss notes his omission of vaccines against hepatitis B, polio, measles, mumps, and rubella. Another strategy of Dr. Bob is to spread out over eight years all the vaccines a child typically receives in two years.
Biss rightly takes him to task, disputing his claims that tetanus is not a disease that affects infants and that measles is not that bad: “He does not mention that tetanus kills hundreds of thousands of babies in the developing world every year,…and that measles has killed more children than any other disease in history.”
After much indecision, the altruistic principle of herd immunity and its benefits for children of all socioeconomic and racial groups ultimately moves Biss to embrace vaccination.
We no longer see children stricken with polio in wheelchairs or hear of those suffocating from diphtheria, of babies born to mothers with rubella whose eyes are clouded by cataracts and hearts deformed. The success of protecting against such pathogens has removed a sense of their immediacy and caused many to forget their horror. But that may change, as we receive reports of outbreaks of infections due to unvaccinated children and mothers. In January, California health officials reported an infant death from pertussis and a measles outbreak among children who visited Disneyland. Currently, some 8 percent of children in California kindergartens are not adequately vaccinated.
The infection has now spread beyond California to Utah, Washington, Oregon, Colorado, and Mexico. Last year, California made the “personal belief” exemption law more stringent, requiring parents to submit a form signed by a health professional. But Governor Jerry Brown, at the last minute, added a religious exemption, so that parents who object to vaccination as a matter of faith do not need a physician’s signature.3
Countering such actions by state officials, the father of a six-year-old boy who had leukemia and still suffers from reduced immunity has asked the superintendent of his Marin County school district to keep unvaccinated children out of the classroom, since they pose a significant threat to his own son. The county health officer expressed sympathy for the father’s concern, but would not enforce such a ban on unvaccinated pupils.4
Measles in particular is one of the most contagious viruses, causing illness in more than 90 percent of those who are exposed to it. There is legitimate concern that the outbreak, which originated in California, will spread throughout the nation, particularly in locales where parents have sought exemption from vaccinating their children. Those at greatest risk for debility and death from measles have impaired immunity, like the child in remission from leukemia, or newborns whose immune systems are not yet strong enough to resist the virus. The outbreak, which is said to affect more than a hundred people in some fourteen states as of the beginning of February and is getting increasing public attention, will force the issue around parental choice and social responsibility. Governor Chris Christie of New Jersey waffled when asked whether vaccination should be mandated, asserting that there should be room for parents to choose. President Obama strongly supports the science behind vaccination, but it will take more than statements from a bully pulpit to safeguard the nation from epidemics that would be prevented through vaccination. Ultimately, either lawsuits or legislation will be needed to protect the health and welfare of children in schools and other public institutions.
My wife and I are physicians. We are acutely aware that every clinical intervention carries a potential downside. We also question clinical data from research studies and challenge the idea of a single authority that always wisely weighs risk and benefit. But we also know firsthand what infectious diseases can do. When our children were born, we vaccinated them. The natural world of unopposed pathogens is full of danger; it should not be presented as idyllic.
  1. Last autumn, there were more than a hundred reports of unexplained paralysis following viral infections in the US. See Catherine Saint Louis, “After Enterovirus 68 Outbreak, a Paralysis Mystery,” The New York Times, January 12, 2015. 
  2. See my “Libertarian Medicine: And Why It Doesn’t Work,” a review of Paul Offit’s Do You Believe in Magic? The Sense and Nonsense of Alternative Medicine, The New Republic, October 21, 2013. 
  3. Adam Nagourney and Abby Goodnough, “Measles Cases Linked to Disneyland Rise, and Debate Over Vaccinations Intensifies,” The New York Times, January 22, 2015. 
  4. Tamar Lewin, “Sick Child’s Father Seeks Vaccination Requirement in California,” The New York Times, January 29, 2015. 

Indulging with myself: estatisticas de trabalhos produzidos e publicados, 1964-2014


Indulging with myself: estatísticas de trabalhos produzidos e publicados entre 1964 e 2014

Paulo Roberto de Almeida

Uma pequena digressão em torno das estatísticas de produção e de publicação de trabalhos, entre 1964 (o primeiro recuperado, embora não o primeiro elaborado) e 2014: são exatamente 50 anos dedicados a ler, anotar, refletir, escrever e publicar o que escrevo. A tabela, com os números consolidados ano a ano, e algumas médias calculadas ao final, pode ser vista neste link do Academia.edu: https://www.academia.edu/10801844/Estatisticas_de_Trabalhos_PRA_originais_e_publicados_1964-2014_. Devo ter começado a registrar meus trabalhos escritos, guardados e publicados, apenas depois de realizado o doutoramento, em 1984, quando tentei colocar em ordem (pela primeira vez, depois acho que desisti, mais ou menos) os papeis acumulados para a elaboração dos dois grossos volumes apresentados na Universidade de Bruxelas. Já prometi várias vezes que iria limpar a tralha, mas ainda não cumpri o prometido. Um dia, quem sabe...
Mudanças são ótimas oportunidades para se desfazer de papeis, mas na dúvida, ou seja, na hipótese de pretendermos usar aquele artigo copiado e não processado na devida forma para algum futuro trabalho, acabamos guardando e embalando de volta. Manias de leitor compulsivo e de escrevinhador inquieto com as devidas citações, sem dúvida. Mas o fato é que acabei consolidando uma primeira lista, feita em máquina de datilografia, e depois fui tentando manter ordem nessa bagunça, do contrário não me encontraria. Data dessa época a mania de colocar um número nos trabalhos finalizados, e apenas nos realmente finalizados, e, consequentemente, nos publicados. Segundo as pastas de papeis que ainda guardo, e as inúmeras pastas de working files que guardo no computador, desde que comecei a gravar e guardar arquivos eletrônicos, os papers disponíveis para reprocessamento são em número infinitamente maior do que os que foram registrados numericamente nestas duas listas; um dia prometo colocar ordem nessa outra bagunça, mas não sei quando esse dia vai chegar exatamente, pois as pastas continuam a aumentar de tamanho, e minha capacidade de processamento, et pour cause, não aumenta proporcionalmente.
Os interessados em saber quais são, exatamente, os trabalhos produzidos e publicados, podem se referir às dezenas de listas disponíveis em meu site pessoal, sob as rubricas de “Livros”, “Publicações” e “Trabalhos Originais”, listas que prometo melhorar a apresentação e corrigir eventuais links indisponíveis ou certas informações lacunares (ver em www.pralmeida.org).
O que figura na tabela estatística acima indicada são apenas alguns números consolidados, cuja informação relevante, como totalizações e média, já figura no final dessa tabela, mas que eu reproduzo aqui, com alguns comentários.
Entre 1964 (data simbólica, a mais de um título, quando de certa forma me dei conta, adolescente, de que o mundo e o Brasil eram um pouco mais complicados) e o final de 2014, são 50 anos de produção identificada, mas vários trabalhos originais (e um ou outro publicado) foram perdidos, no descuido da juventude, na saída (um pouco apressada) do Brasil, no final de 1970, no nomadismo europeu, com muitas mudanças de residência e poucas possibilidades de manter uma biblioteca organizada. Outros trabalhos, anteriores a 1964, e muitos outros intermediários até 1984, também se dispersaram na natureza, e entre esses figuram vários trabalhos tipicamente acadêmicos, que não deveriam, a rigor, contar para fins dos trabalhos escritos voluntariamente.
Considerando, portanto, unicamente aqueles que elaborei de forma sistemática ou metódica, registrei nessas listas 2.740 trabalhos originais, o que poderia fazer uma média de 54,8 trabalhos por ano, se ela não fosse relativamente enganosa pela escassez de produção registrada numa fase em que sequer de máquina de escrever eu dispunha. Nesses primeiros anos de vida estudantil, as ferramentas de trabalho eram aquelas disponíveis nos locais de trabalho, nas bibliotecas públicas, ou empréstimos de amigos. Em algum momento devo ter adquirido uma máquina de escrever pessoal, mas não consigo me lembrar absolutamente de quando ou onde, e o mais provável é que não tivesse meios de fazê-lo. A primeira máquina portátil de que me lembro foi uma de presente, que ganhei de um economista francês, socialista, trabalhando nas Comissões Europeias em torno de 1976, antes portanto de terminar o mestrado. Serviu-me para isso e depois levei ao Brasil de volta, em 1977. O teclado francês é aquele do azerty...
Para o doutoramento, já burguês quase convertido, adquiri uma IBM elétrica, de esferas, uma fortuna na Suíça, no início dos anos 1980, mas que me serviu durante anos, até praticamente o segundo ou terceiro computador, no final dessa década. Foi na volta do doutorado, em 1984, que comecei, portanto, a registrar linearmente (embora com várias lacunas no meio) todos os trabalhos produzidos, e os publicados, duas listas paralelas que se vinculam reciprocamente. Quais são os números, portanto?
São, então, 2.740 trabalhos originais, num total de 47.483 páginas escritas, o que representa 949 páginas por ano, e cerca de 70 trabalhos por mês. Na média são 17,3 páginas por trabalho, o que faz, digamos, um típico trabalho acadêmico. Se formos dividir essa maçaroca no inteiro período, seriam 2,6 páginas escritas por dia, todos os dias, mas não creio que seja uma média fiável para a produção verdadeiramente relevante. Se considerarmos o ano do doutoramento (incluído, portanto), a partir de 1984, o número de páginas produzidas representaria um volume de 46.247, ou 1.541 páginas por ano, ou 128,4 por mês, ou perto de 4,2 páginas por dia, o que aumenta, nesses 30 anos, a média anterior. O número de páginas por trabalho, que no total chegam a 2.657, permanece, no entanto, relativamente similar, de 17,4 páginas cada.
No que se refere aos trabalhos publicados, eles são em número de 1.160 para todo o período, ou cerca de 23,2 trabalhos por ano, ou quase dois trabalhos por mês publicados, com um total de 35.869 páginas publicadas; isso dá uma média de 717,4 páginas por ano, e de 30,9 páginas por trabalho publicado.
Mas, neste caso também existem grandes decalagens ao início, quando o número de trabalhos publicados é extremamente diminuto: apenas 17 (e deixo de lado algumas pequenas diversões estudantis, entre elas resenhas de livros, publicadas em pasquins de escolas e colégios). Portanto, se adotarmos o ano de 1984 (término do doutoramento) como ponto de partida, isso também aumenta significativamente a média da produção de trabalhos publicados a cada ano. Seriam 38 trabalhos publicados cada ano, ou mais de 3 por mês, nos mais diversos meios. Essas estatísticas são enganosas, pois há muita duplicação, voluntária e involuntária, permitida pelas ferramentas de comunicação que foram surgindo no período recente, e até publicações indesejadas, ou seja, reproduzidas em boletins e apenas detectadas a posteriori (é possível até que outros trabalhos tenham sido publicados sem que eu saiba, como uma pesquisa na internet poderia revelar).
Vou separar, quando tiver tempo, as publicações “científicas” – ou seja, as que passaram por algum processo de avaliação – daquelas meramente de ocasião, o que está parcialmente realizado na minha página do Academia.edu, à qual remeto para fins de verificação dessas listas: https://uniceub.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida. A maior parte dos trabalhos também está aí disponível, ou então em minha página. Não tenho nada a esconder em termos de produção intelectual, nem nada a apagar...
Feito em Hartford, em 15 de fevereiro de 2015.