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domingo, 15 de fevereiro de 2015

Indulging with myself: estatisticas de trabalhos produzidos e publicados, 1964-2014


Indulging with myself: estatísticas de trabalhos produzidos e publicados entre 1964 e 2014

Paulo Roberto de Almeida

Uma pequena digressão em torno das estatísticas de produção e de publicação de trabalhos, entre 1964 (o primeiro recuperado, embora não o primeiro elaborado) e 2014: são exatamente 50 anos dedicados a ler, anotar, refletir, escrever e publicar o que escrevo. A tabela, com os números consolidados ano a ano, e algumas médias calculadas ao final, pode ser vista neste link do Academia.edu: https://www.academia.edu/10801844/Estatisticas_de_Trabalhos_PRA_originais_e_publicados_1964-2014_. Devo ter começado a registrar meus trabalhos escritos, guardados e publicados, apenas depois de realizado o doutoramento, em 1984, quando tentei colocar em ordem (pela primeira vez, depois acho que desisti, mais ou menos) os papeis acumulados para a elaboração dos dois grossos volumes apresentados na Universidade de Bruxelas. Já prometi várias vezes que iria limpar a tralha, mas ainda não cumpri o prometido. Um dia, quem sabe...
Mudanças são ótimas oportunidades para se desfazer de papeis, mas na dúvida, ou seja, na hipótese de pretendermos usar aquele artigo copiado e não processado na devida forma para algum futuro trabalho, acabamos guardando e embalando de volta. Manias de leitor compulsivo e de escrevinhador inquieto com as devidas citações, sem dúvida. Mas o fato é que acabei consolidando uma primeira lista, feita em máquina de datilografia, e depois fui tentando manter ordem nessa bagunça, do contrário não me encontraria. Data dessa época a mania de colocar um número nos trabalhos finalizados, e apenas nos realmente finalizados, e, consequentemente, nos publicados. Segundo as pastas de papeis que ainda guardo, e as inúmeras pastas de working files que guardo no computador, desde que comecei a gravar e guardar arquivos eletrônicos, os papers disponíveis para reprocessamento são em número infinitamente maior do que os que foram registrados numericamente nestas duas listas; um dia prometo colocar ordem nessa outra bagunça, mas não sei quando esse dia vai chegar exatamente, pois as pastas continuam a aumentar de tamanho, e minha capacidade de processamento, et pour cause, não aumenta proporcionalmente.
Os interessados em saber quais são, exatamente, os trabalhos produzidos e publicados, podem se referir às dezenas de listas disponíveis em meu site pessoal, sob as rubricas de “Livros”, “Publicações” e “Trabalhos Originais”, listas que prometo melhorar a apresentação e corrigir eventuais links indisponíveis ou certas informações lacunares (ver em www.pralmeida.org).
O que figura na tabela estatística acima indicada são apenas alguns números consolidados, cuja informação relevante, como totalizações e média, já figura no final dessa tabela, mas que eu reproduzo aqui, com alguns comentários.
Entre 1964 (data simbólica, a mais de um título, quando de certa forma me dei conta, adolescente, de que o mundo e o Brasil eram um pouco mais complicados) e o final de 2014, são 50 anos de produção identificada, mas vários trabalhos originais (e um ou outro publicado) foram perdidos, no descuido da juventude, na saída (um pouco apressada) do Brasil, no final de 1970, no nomadismo europeu, com muitas mudanças de residência e poucas possibilidades de manter uma biblioteca organizada. Outros trabalhos, anteriores a 1964, e muitos outros intermediários até 1984, também se dispersaram na natureza, e entre esses figuram vários trabalhos tipicamente acadêmicos, que não deveriam, a rigor, contar para fins dos trabalhos escritos voluntariamente.
Considerando, portanto, unicamente aqueles que elaborei de forma sistemática ou metódica, registrei nessas listas 2.740 trabalhos originais, o que poderia fazer uma média de 54,8 trabalhos por ano, se ela não fosse relativamente enganosa pela escassez de produção registrada numa fase em que sequer de máquina de escrever eu dispunha. Nesses primeiros anos de vida estudantil, as ferramentas de trabalho eram aquelas disponíveis nos locais de trabalho, nas bibliotecas públicas, ou empréstimos de amigos. Em algum momento devo ter adquirido uma máquina de escrever pessoal, mas não consigo me lembrar absolutamente de quando ou onde, e o mais provável é que não tivesse meios de fazê-lo. A primeira máquina portátil de que me lembro foi uma de presente, que ganhei de um economista francês, socialista, trabalhando nas Comissões Europeias em torno de 1976, antes portanto de terminar o mestrado. Serviu-me para isso e depois levei ao Brasil de volta, em 1977. O teclado francês é aquele do azerty...
Para o doutoramento, já burguês quase convertido, adquiri uma IBM elétrica, de esferas, uma fortuna na Suíça, no início dos anos 1980, mas que me serviu durante anos, até praticamente o segundo ou terceiro computador, no final dessa década. Foi na volta do doutorado, em 1984, que comecei, portanto, a registrar linearmente (embora com várias lacunas no meio) todos os trabalhos produzidos, e os publicados, duas listas paralelas que se vinculam reciprocamente. Quais são os números, portanto?
São, então, 2.740 trabalhos originais, num total de 47.483 páginas escritas, o que representa 949 páginas por ano, e cerca de 70 trabalhos por mês. Na média são 17,3 páginas por trabalho, o que faz, digamos, um típico trabalho acadêmico. Se formos dividir essa maçaroca no inteiro período, seriam 2,6 páginas escritas por dia, todos os dias, mas não creio que seja uma média fiável para a produção verdadeiramente relevante. Se considerarmos o ano do doutoramento (incluído, portanto), a partir de 1984, o número de páginas produzidas representaria um volume de 46.247, ou 1.541 páginas por ano, ou 128,4 por mês, ou perto de 4,2 páginas por dia, o que aumenta, nesses 30 anos, a média anterior. O número de páginas por trabalho, que no total chegam a 2.657, permanece, no entanto, relativamente similar, de 17,4 páginas cada.
No que se refere aos trabalhos publicados, eles são em número de 1.160 para todo o período, ou cerca de 23,2 trabalhos por ano, ou quase dois trabalhos por mês publicados, com um total de 35.869 páginas publicadas; isso dá uma média de 717,4 páginas por ano, e de 30,9 páginas por trabalho publicado.
Mas, neste caso também existem grandes decalagens ao início, quando o número de trabalhos publicados é extremamente diminuto: apenas 17 (e deixo de lado algumas pequenas diversões estudantis, entre elas resenhas de livros, publicadas em pasquins de escolas e colégios). Portanto, se adotarmos o ano de 1984 (término do doutoramento) como ponto de partida, isso também aumenta significativamente a média da produção de trabalhos publicados a cada ano. Seriam 38 trabalhos publicados cada ano, ou mais de 3 por mês, nos mais diversos meios. Essas estatísticas são enganosas, pois há muita duplicação, voluntária e involuntária, permitida pelas ferramentas de comunicação que foram surgindo no período recente, e até publicações indesejadas, ou seja, reproduzidas em boletins e apenas detectadas a posteriori (é possível até que outros trabalhos tenham sido publicados sem que eu saiba, como uma pesquisa na internet poderia revelar).
Vou separar, quando tiver tempo, as publicações “científicas” – ou seja, as que passaram por algum processo de avaliação – daquelas meramente de ocasião, o que está parcialmente realizado na minha página do Academia.edu, à qual remeto para fins de verificação dessas listas: https://uniceub.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida. A maior parte dos trabalhos também está aí disponível, ou então em minha página. Não tenho nada a esconder em termos de produção intelectual, nem nada a apagar...
Feito em Hartford, em 15 de fevereiro de 2015.

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