(Formulo alguns comentários adicionais, que transcrevo ao final. PRA)
Durval
Lourenço Pereira Jr. é Tenente-Coronel R/1 do Exército Brasileiro.
Bacharel em Ciências Militares pela Academia Militar das Agulhas Negras,
é Fotointérprete pela Escola de Instrução Especializada e Mestre em
Operações Militares pela Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais.
Para
muitos brasileiros, acostumados às versões oficiais sobre a entrada do
Brasil na Segunda Grande Guerra, este livro pode ser desconcertante.
O ponto central da obra é a narrativa da maior operação militar lançada pelo III Reich contra um país das Américas, batizada pela Kriegsmarine de Operation Brasilien.
No inverno de 1942, a Marinha de Guerra alemã organizou
uma poderosa flotilha de submarinos com a missão de atacar os portos e a
navegação do Brasil. O ataque seguia uma diretriz de Adolf Hitler,
determinando que a investida fosse um "emprendimento sério" e não se limitasse a "alfinetadas".
O potencial destrutivo dos
planos nazistas era capaz de levar o país a uma encruzilhada perigosa,
frente a várias escolhas possíveis — a maior parte delas de
consequências desastrosas para o futuro do Brasil.
Operação Brasil vai além da reconstituição desse episódio histórico. Três
anos de pesquisas em fontes primárias nos arquivos oficiais da
Alemanha, Brasil e Estados Unidos, revelaram fatos desconhecidos; entre
eles, o que contradiz o relato oficial sobre a origem dos eventos que
levaram o Brasil à guerra, repetido há mais de 70 anos pela
historiografia nacional e internacional.
A
investigação mergulhou nas águas turvas e conturbadas do Estado Novo,
percorrendo os meandros da política interna e externa do governo Vargas.
Na busca pelo leito rochoso do fato histórico, a exploração afastou o
lodo sedimentado por décadas de estudos e trabalhos baseados em
conceitos e modelos equivocados.
O
mergulho foi proveitoso, trazendo à luz passagens obscuras de um
período crucial da história brasileira no século XX. Foi possível
resgatar tesouros inesperados, fazendo emergir conclusões que divergem
daquelas consagradas pelos livros de História.
Fruto de uma investigação minuciosa, trazendo novos materiais e surpreendentes insights, Operação Brasil entrelaça
a História do Brasil com a da II Guerra Mundial utilizando uma
abordagem extremamente rara: a narrativa do conflito segundo o
cruzamento dos relatos alemães, brasileiros e norte-americanos.
A
obra une a descrição da verdadeira origem da participação brasileira no
conflito a um episódio desconhecido da História Militar, que permitiu a
mudança do curso da guerra a favor dos Aliados.
De forma surpreendente, Operação Brasil mostra como o rumo da monumental batalha pelo futuro da civilização passou pelas mãos de um único homem.
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Comentários Paulo Roberto de Almeida:
Este livro promete mudar a percepção que temos atualmente sobre as razões da entrada do Brasil na guerra, ao lado dos aliados. Ainda estou aguardando a chegada do livro para constatar quais seriam essas novas informações. Tenho por mim que a ideia já estava sedimentada desde o início na cabeça de Oswaldo Aranha, que convenceu Goes Monteiro, contra as simpatias filo-fascistas, e nazistas, de Dutra e Felinto Muller. Vargas era um oportunista, mas sabia também qual era o lado a escolher. Só que na hora decisiva, quando recebeu Roosevelt em Natal (e quando se acentuaram também ataques de submarinos ao Brasil), ele deixou Oswaldo Aranha no Rio de Janeiro, a despeito deste ter preparado um Memorando precioso sobre o planejamento do Brasil para a guerra e mais além, para a ordem do pós-guerra. Depois, novamente, em abril ou maio de 1994, quando Roosevelt pessoalmente queria falar com Oswaldo Aranha em Washington, para preparar essa ordem do pós-guerra, Vargas não lhe permitiu viajar, para imensa frustração de Oswaldo Aranha e, estou certo disso, EM PREJUIZO do Brasil. Foi pena, pois a história poderia ter sido diferente, se Oswaldo Aranha assumisse a liderança do processo político no Brasil ao final do Estado Novo. Como diria Roberto Campos, o Brasil é um país que nunca perdeu uma oportunidade de perder oportunidades. Agora mesmo: estamos há mais de 12 anos perdendo oportunidades, que talvez nunca mais sejam recuperadas. Azar o nosso, por ter dirigentes tão tacanhos e tão despreparados...
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