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segunda-feira, 16 de março de 2015

Reflexões sobre as manifestacoes e sobre as tarefas 'a frente - Paulo Roberto de Almeida


Reflexões sobre as manifestações cidadãs de 15 de março de 2015 e sobre as tarefas à frente

Paulo Roberto de Almeida

Os órgãos de imprensa, repercutindo cálculos das PMs estaduais, falam de “2 milhões de pessoas nas ruas”. Talvez tenha sido o caso, estritamente falando, mas examinando a questão um pouco mais detidamente, afirmo que foi muito mais do que isso, e dou as razões.
Estas manifestações foram maiores do que as das Diretas Já: em primeiro lugar, quantitativamente, pois elas mobilizaram muitos milhões mais, pelas redes sociais, coisas que não existiam naquela época, ainda que as pessoas não tenham se deslocado fisicamente, inclusive porque não havia organização para isso em determinados lugares (e se houvesse, teríamos tido virtualmente metade do país nas ruas).
Em segundo lugar, qualitativamente, ou seja, do ponto de vista dos temas que mobilizaram a cidadania. Vejamos primeiro a comparação elementar com as manifestações pelas Diretas Já, em 1984.
Quem é que pode ser contra a eleição direta dos seus mandatários? Uma causa fácil, compreensível, que dispunha, portanto, do apoio de partida de 99,99% dos brasileiros. Não querendo depreciar as Diretas Já, não há muita glória em aderir a uma causa elementar como essa: voto direto para a presidência.
Desta vez, se tratava de aferir uma situação mais complexa: inépcia dos governantes, e sua conivência com os crimes que vem sendo praticados contra o país. Portanto, se necessita de muito mais consciência, conhecimento do que anda pelo mundo da política, e sentido de cidadania e responsabilidade em relação a coisa pública.
Por isso digo e reafirmo: estas manifestações foram as maiores já ocorridas na história do Brasil.
Pelo menos essa “coisa” devemos agradecer aos mafiosos petralhas: o fato de terem despertado o sentido de cidadania nos brasileiros.
Eles estão transformando um mero país numa nação.

Mas quero igualmente tratar de aspectos mais relevantes, que devem estar conosco em previsão das manifestações que devem previsivelmente ocorrer em 12 de abril, convocadas pelas mesmas organizações apartidárias que se empenharam no sucesso destas manifestações de 15 de março. Quero falar do Fundo Partidário e da campanha em prol da extinção do financiamento empresarial e pelo financiamento público das campanhas políticas, ainda que concorrentemente ao financiamento privado, individual, regulado.
A cidadania pode até estar legitimamente indignada com a roubalheira dos petralhas, e mobilizada contra a conivência dos políticos em geral, e a dos políticos petistas em particular, contra a excepcional inépcia do governo e dos seus principais mandatários, contra a corrupção em geral, e a dilapidação da Petrobras em particular, mas ela precisa ficar atenta também ao que ocorre nos bastidores, que não atrai os holofotes da “mídia”, mas que é potencialmente muito mais prejudicial ao futuro do país do que os casos tópicos de roubalheira e incompetências.
Roubos e inépcia podem ser “corrigidos” em prazos relativamente curtos, digamos de seis meses a um ano, desde que as corretas políticas econômicas sejam aplicadas, e que a Justiça faça o seu trabalho (mas ela se empenha em alongar os seus prazos), mas regulação legal sobre funcionamento do sistema político pode ficar conosco durante anos e anos, senão décadas, como essa vergonha do Fundo Partidário.
Os cidadãos precisam estar conscientes desse tipo de assalto ao seu bolso perpetrado pela classe -- no sentido estrito e lato do termo -- política, e também se empenhar em que isso mude.
Simples: partidos políticos são entes de direito privado, ainda que regulados por lei de caráter geral, nacional, e como tal devem ser financiados pelos seus aderentes, membros, simpatizantes, não pelo Estado --- ou seja, por todos nós -- que não tem nada a ver com a livre organização dos cidadãos.
Campanhas políticas são feitas para políticos se perpetuarem no poder. Se é de interesse privado, devem ser financiadas privadamente. Não ao financiamento público de campanhas.
Proibição de financiamento empresarial é uma violência constitucional e uma hipocrisia. As empresas devem poder fazer o que desejarem do seu dinheiro, e elas geralmente apoiam todos os partidos, sem qualquer distinção ideológica. Estão fazendo investimento? É possível, mas o dinheiro é delas e não temos nada a ver com isso. Façam o que quiserem do seu dinheiro, mas que isso não entre nas receitas e despesas públicas.
Fragmentação partidária é um dado da realidade e condiz com a liberdade de se constituir um partido, o que está ao alcance de qualquer um. O que não se pode é ter representação no Congresso sem um mínimo de votos em escala nacional, e sobretudo não poderia, e NÃO DEVERIA, ter direito a qualquer Fundo Partidário, que deve simplesmente ser extinto.

Paulo Roberto de Almeida
Hartford, 2792: 16 de março de 2015, 3 p.

Temas para a Manifestacao de 12 de Abril: Contra o Fundo Partidario, contra o Financiamento Publico de Partidos e de Campanhas

A cidadania pode até estar legitimamente indignada contra a roubalheira dos petralhas, contra a conivência dos políticos em geral, e a dos políticos petistas em particular, contra a excepcional inépcia do governo e dos seus principais mandatários, contra a corrupção em geral, e a dilapidação da Petrobras em particular, mas ela precisa ficar atenta também ao que ocorre nos bastidores, que não atrai os holofotes da "mídia", mas que é potencialmente muito mais prejudicial ao futuro do país do que os casos tópicos de roubalheira e incompetências.
Roubos e inépcia podem ser "corrigidos" em prazos relativamente curtos, digamos de seis meses a um ano, desde que as corretas políticas econômicas sejam aplicadas, e que a Justiça faça o seu trabalho (mas ela se empenha em alongar os seus prazos), mas regulação legal sobre funcionamento do sistema político pode ficar conosco durante anos e anos, senão décadas, como essa vergonha do Fundo Partidário.
Os cidadãos precisam estar conscientes desse tipo de assalto ao seu bolso perpetrado pela classe -- no sentido estrito e lato do termo -- política, e também se empenhar em que isso mude.
Simples: partidos políticos são entes de direito privado, ainda que regulados por lei de caráter geral, nacional, e como tal devem ser financiados pelos seus aderentes, membros, simpatizantes, não pelo Estado --- ou seja, por todos nós -- que não tem nada a ver com a livre organização dos cidadãos.
Campanhas políticas são feitas para políticos se perpetuarem no poder. Se é de interesse privado, devem ser financiadas privadamente. Não ao financiamento público de campanhas.
Proibição de financiamento empresarial é uma violência constitucional e uma hipocrisia. As empresas devem poder fazer o que desejarem do seu dinheiro, e elas geralmente apoiam todos os partidos, sem qualquer distinção ideológica. Estão fazendo investimento? É possível, mas o dinheiro é delas e não temos nada a ver com isso. Façam o que quiserem do seu dinheiro, mas que isso não entre nas receitas e despesas públicas.
Fragmentação partidária é um dado da realidade e condiz com a liberdade de se constituir um partido, o que está ao alcance de qualquer um. O que não se pode é ter representação no Congresso sem um mínimo de votos em escala nacional, e sobretudo não poderia, e NÃO DEVERIA, ter direito a qualquer Fundo Partidário, que deve simplesmente ser extinto.
Agora leiam a matéria abaixo, que revela vários absurdos do nosso sistema político.
Paulo Roberto de Almeida

Parlamentares vão dobrar verba para custear partidos

Ricardo Della Coletta - O Estado de S. Paulo
14 Março 2015 | 05h 00

Emenda para elevar fundo para R$ 570 milhões tenta compensar perdas provocadas por maior número de siglas e queda em doações

Brasília - A pulverização dos partidos políticos com representação na atual legislatura da Câmara e a diminuição de doações de empresas às legendas em consequência da Operação Lava Jato levaram o Congresso a querer dobrar os recursos do Fundo Partidário neste ano em relação à proposta original do governo.
Atendendo a pedidos dos parlamentares, o relator do Orçamento, senador Romero Jucá (PMDB-RR), vai alocar em 2015 cerca de R$ 570 milhões para o fundo, destinado a financiar as estruturas partidárias. Trata-se de um aumento de 45,2% sobre o que foi destinado no Orçamento de 2014 (R$ 392,4 milhões) e praticamente o dobro dos R$ 289,5 milhões que o valor proposto originalmente pelo governo.
A emenda de plenário que prevê o novo valor já está pronta e será apresentada na sessão do Congresso agendada para terça-feira. Será a maior “turbinada” no Fundo Partidário desde o Orçamento de 2011, quando os parlamentares passaram a complementar os montantes sugeridos pelo Executivo. O Estado procurou Jucá, mas sua assessoria informou que ele estava no interior de Roraima e não poderia comentar o assunto.
Para Romero Azevedo, tesoureiro do DEM, o reforço orçamentário se justifica pela perda de receita de partidos tradicionais provocada pela fragmentação da Câmara – hoje há 28 legendas com pelo menos um deputado eleito. Pelas regras do fundo, 5% são divididos igualmente entre todas as legendas e 95% de acordo com o total de votos obtidos nas últimas eleições gerais pelas siglas.
Por esse critério, o DEM – que perdeu 21 deputados em relação à bancada eleita em 2010 – recebeu nos dois primeiros meses de 2015 cerca de um terço a menos do valor que era repassado mensalmente até dezembro. “Fora do período eleitoral, nossa receita vem praticamente toda do Fundo Partidário”, argumenta Azevedo. “Existe uma substancial diminuição de outras fontes e os partidos vão contar cada vez mais com os recursos do fundo”, acrescenta Flávio Chuery, tesoureiro do PSD.
Além do resultado das eleições gerais, os parlamentares apontam outra motivação para reforçar o caixa do fundo. Eles alegam que o escândalo de corrupção na Petrobrás, na qual políticos são acusados de receber propina, amedrontou os doadores.
Emendas. Encorpar o Fundo Partidário não é a única demanda dos parlamentares para liberar a votação do Orçamento. O governo aceitou um acordo pelo qual foram incluídos R$ 10 milhões em emendas para cada novo parlamentar, uma promessa de campanha dos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
Jucá promoveu uma engenharia financeira para acomodar o benefício. Ele remanejou cerca de R$ 2,7 bilhões destinados à Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), usada nos últimos anos para custear o desconto na conta de luz. Mas o reajuste na tarifa de energia fez com que esse dinheiro – que o governo pretendia usar para ajudar na recuperação das contas púbicas – ficasse disponível.
O Planalto tentou articular a aprovação do Orçamento na quarta-feira, mas a oposição impediu que a proposta fosse analisada, pois Jucá ainda não havia detalhado as modificações no projeto. O Orçamento de 2015, que deveria ter sido analisado no fim do ano passado, ainda não foi aprovado. Isso impede que a equipe econômica edite um decreto congelando formalmente as despesas dos ministérios, uma das principais sinalizações do ajuste fiscal aguardada pelo mercado financeiro.

Venezuela governada por decretos-lei, sem Congresso: isso parece ruptura democratica

Unasul e Mercosul estão convidados a se manifestar sobre a nova situação na Venezuela: o fato de que o Congresso se tenha autocastrado, a pedido de um proto-ditador, não quer dizer a a democracia tenha sido preservada. Ao contrário: já ocorreu ruptura democrática no país.
A ver o que farão os garantidores de cláusulas democráticas, que prometem plena vigência das instituições. Seria isso a plena vigência?
Paulo Roberto de Almeida

Ditadura na Venezuela: Maduro aperta o cerco

Nicolas_Maduro_13_03_2015_DeutschNicolás Maduro governará a Venezuela com poderes especiais por 6 meses para legislar sem controle do Parlamento em matéria de paz e segurança. Ele espera a aprovação do Congresso neste domingo para pôr em prática sua nova escala de ação ditatorial.
Alvaro Vargas Llosa* resume o que este senhor tem feito por seu país nos últimos meses. Sob a conivente omissão da América Latina.
Ditadura na Venezuela: Nicolás Maduro aperta o controle
O tirano da Venezuela, Nicolás Maduro, tem o costume de se superar em suas proezas repressivas de vez em quando. A última onda de repressão dá uma ideia chocante de até que ponto ele irá para permanecer no poder diante de uma rejeição maciça.
No final de janeiro, o governo de Maduro deu permissão à força militar para atirar nos manifestantes. Alguns dias depois, mandou para a prisão os proprietários de redes de supermercados e farmácias acusando-os de criarem uma escassez artificial por motivos conspiratórios. Depois, deu ordem a seus matadores para espancarem Leopoldo López, o ícone da oposição encarcerado na prisão militar de Ramo Verde, antes de colocá-lo em confinamento solitário. Em 19 de fevereiro, enviou agentes do serviço de informações para sequestrarem o prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, um dos maiores críticos ao governo, tirando-o de seu gabinete.
Alguns dias depois, foi divulgado que Ledezma estava com López em Ramo Verde sob a acusação de sedição. Poucos dias depois, a Assembleia Nacional entrou em ação para expulsar do Parlamento Julio Borges, uma figura da oposição do partido Primero Justicia, colaborador próximo de López, com a clara intenção de privá-lo de sua imunidade legal de modo que ele pudesse ser acusado de sedição também. Em 24 de fevereiro, Kluivert Roa, um jovem de catorze anos que fazia parte de uma demonstração espontânea na cidade de San Cristóbal, foi morto pelas forças de segurança que agiam com a permissão de usar força letal.
Maduro respondeu à reação de revolta do povo da Venezuela com uma leve demonstração de consciência: manterei a repressão, mesmo que me chamem de tirano, declarou.
Os aliados da Venezuela – Cuba, Equador, Bolívia, Argentina, Nicarágua – manifestaram seu apoio e denunciaram uma conspiração contra a democracia de Maduro. O resto da América Latina, com exceção de Juan Manuel Santos, da Colômbia, que fez um tímido pedido para que Caracas considerasse a libertação de Lopez e desse a Ledezma um julgamento justo, fez um apelo ao “diálogo”. Esta é a palavra código que usam habitualmente para pressionar a oposição para parar de mexer com problemas sempre que uma eleição é manipulada, que alguém da oposição é levado para a cadeia, que um manifestante é morto, um jornal ou uma estação de TV é fechada ou um empresário é acusado de tentar derrubar as autoridades. Não disseram se acham que este diálogo deverá ocorrer em Ramo Verde – que em breve será o único lugar onde se poderá pegar uma figura da oposição -, nem se o tópico da discussão deverá ser nanotecnologia ou o mistério da existência.
Maduro violou todos os tratados internacionais, até os mais remotamente relacionados com um governo democrático, direitos humanos e o Estado de direito – da Carta da Organização dos Estados Americanos (preâmbulo e artigo 1º) à Convenção Americana de Direitos Humanos (artigos 1, 3, 8, 18 e 19), da Carta Democrática Interamericana (todo o documento) à Declaração de Santiago emitida pela Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos. Todos eles contêm disposições que preveem consequências específicas quando um país membro desafia as regras e viola seus artigos. Mas as organizações regionais encarregadas de defender esses vários instrumentos de direito internacional têm dado ao bandido venezuelano um passe livre. Todo o corpo do direito internacional que compromete a América Latina a seguir certos padrões de civilização foi reduzido a cinzas pela ditadura venezuelana e pela cumplicidade covarde da região.
Não me lembro de a diplomacia da América Latina ter chegado a um grau tão baixo, desde o retorno da democracia na década de 1980.
Senior fellow do Independent Institute. Artigo publicado em 02/03/2015 no blog The Beacon, do Independent Institute.

domingo, 15 de março de 2015

Não ao financiamento público dos partidos e das campanhas eleitorais - Paulo Roberto de Almeida


Não ao financiamento público dos partidos políticos e das campanhas eleitorais

Paulo Roberto de Almeida

O governo insiste no seu modelo viciado de reforma politica: a sociedade não pode aceitar uma nova fraude pela qual ela vai pagar. Não ao financiamento público de campanhas!
Os ministros da descoordenação política acabam de fazer pronunciamentos para, supostamente, retirar as lições das manifestações do dia 13 e do dia 15 (sendo que o ministro Miguel Rossetto prefere a primeira do que a segunda), e acaba de confirmar que pretende avançar em sua reforma política, cujo ponto central é o financiamento público de campanhas.
A sociedade brasileira não pode aceitar pagar mais uma vez por um sistema político completamente disfuncional, e notoriamente promíscuo em relação ao mundo dos negócios. É preciso ficar claro que a raiz do problema não está no financiamento empresarial das campanhas, que existe nas maiores democracias do mundo, devidamente regulamentada.
Partidos políticos são associações de interesse de direito privado, e não podem ser financiados pelo Estado, ou seja, por todos nós. Partidos só podem ser financiados por quem concorda com suas plataformas e objetivos. Partidos devem ser financiados por entes privados, indivíduos ou empresas, assim como as suas respectivas campanhas eleitorais.
Hipocrisia achar que o fim do financiamento empresarial vai acabar com a promiscuidade nas relações entre partidos (ou seus caciques) e as empresas. Melhor tornar isso tão transparente quanto possível.
NÃO AO FINANCIAMENTO PÚBLICO DE CAMPANHAS.
FIM DO FINANCIAMENTO ESTATAL DOS PARTIDOS.
A sociedade precisa aprender a se defender de um governo extorsivo e de um partido notoriamente corrupto e autoritário.

Hartford, 2787: 15 de março de 2015, 1 p.

O que fazer agora? Minhas constatacoes - Paulo Roberto de Almeida


O que fazer agora? Minhas constatações

Paulo Roberto de Almeida

Como é normal nas democracias, não existe um consenso sobre os motivos que levaram tantas pessoas às ruas neste domingo 15 de março de 2015, dia da dignidade nacional. Cada um dos manifestantes deve ter motivos específicos para sair de casa neste domingo e manifestar –se contra a situação. Mas, alguns motivos que me parecem comuns à maioria deles emergem das faixas de protestos e das diretivas que circulam nas redes sociais. Por isso, vou tentar alinhar os poucos pontos que me parecem comuns à maior parte dos manifestantes:
1) O governo é inepto;
2) O governo é corrupto;
3) O governo é conivente com os seus corruptos e tenta blindá-los;
4) O Ministério Público eximiu-se de pedir todas as investigações necessárias;
5) A Justiça é lenta e já demonstrou leniência com criminosos políticos;
6) A classe política não está à altura dos desafios do momento;
7) A oposição é inepta, e totalmente desnorteada quanto ao que fazer;
8) A base congressual do governo é oportunista: havendo dinheiro será a favor;
9) Ninguém, salvo poucos malucos, pretende intervenção militar;
10) O consenso é pela mudança de governo;
11) Qualquer mudança de governo implica o afastamento do chefe de governo;
12) Todas as mudanças precisam ser constitucionais;
13) A cidadania deve pressionar políticos e ministério público para que as investigações sejam feitas e para que mudanças ocorram.

Parece-me que estamos no início de um processo. Até aqui, só podemos ficar orgulhosos pelo grau de conscientização e pelo sentido de responsabilidade de que fizeram mostra todos aqueles que participaram das manifestações deste domingo, acima de quaisquer expectativas. Meus parabéns a todos. Estou orgulhoso novamente do meu país. Ele está a caminho de se tornar uma verdadeira nação.

Paulo Roberto de Almeida
Hartford, 2790: 15 de março de 2015, 1 p.

Dia 15 de marco: dia da dignidade nacional; cidades, locais e horarios de manifestacoes

DIA DA DIGNIDADE NACIONAL: cidades e locais de manifestacao

Vejam o local e a hora das manifestações país afora e no exterior .
 Ajude a divulgar nas redes sociais e entre seus amigos.

CIDADES EM QUE HÁ REPRESENTANTES DO VEM PRA RUA
Aracaju/SE – 9h30 – Arcos da Orla
Araraquara/SP – 15h00 – Parque Infantil
Description: ead More

Belém/PA – 9h30 – Praça da República
Belo Horizonte/MG – 9h30 – Praça da Liberdade
Botucatu/SP – 15h00 – Largo da Catedral Metropolitana de Botucatu
Bragança Paulista/SP – 16h00 – Praça Raul Leme (Praça da Igreja Matriz) – Centro
Brasília/DF – 9h30 – Museu da República
Caratinga/MG – 09h00 – Praça Getúlio Vargas (em frente ao fórum)
Curitiba/PR – 14h00 – Praça Santos Andrade
Curvelo/MG – 10h00 – Praça Central do Brasil
Florestal/MG – 09h30 – comboio de Florestal e região vira para BH – Praça da Liberdade
Florianópolis/SC – 16h00 – TICEN (Av. Paulo Fontes, 701)
Fortaleza/CE – 10h00 – Praça Portugal
Goiânia/GO – 14h00 – Praça Tamandaré
Ipatinga/MG – 09h00 – em frente da prefeitura de Ipatinga
João Pessoa/PB – 15h00 – Busto de Tamandaré
Joinville/SC – 16h00 – Praça da Bandeira
Juiz de Fora/MG – 10h00 – Parque Halfeld
Jundiaí/SP – 9h30 – Av. 9 de Julho
Natal/RN – 15h00 – Avenida Roberto Freire
Porto Alegre/RS – 14h00 – Parcão
Presidente Prudente/SP – 09h00 – Parque do Povo (Próximo ao colégio Poliedro)
Recife/PE – 9h30 – Av. Boa Viagem (em frente da Padaria Boa Viagem)
Ribeirão Preto/SP – 10h – Praça Carlos Gomes (Teatro Pedro II)
Salvador/BA – 16h00 – Farol da Barra
São Carlos/SP – 10h00 – Praça do Mercado (R. Comendador Alfredo Maffei, 2522)
São Luís/MA – 15h00 – Av. Litorânea
São Paulo/SP – 14h00 – Metrô Trianon MASP (Av. Paulista, 1.370)
Sete Lagoas/MG – 16h00 – Lagoa Paulino
Teresina/PI – 16h00 – Av. Marechal Castelo Branco (em frente à Alepi)
Uberaba/MG – 16h00 – Calçadão de Uberaba
Uberlândia/MG – 9h30 – Praça Tubal Vilela
Viçosa/MG – 10h00 – 4 Pilastras
Vitória/ES – 16h00 – Praça do Papa
CIDADES EM QUE NÃO HÁ REPRESENTANTES DO VEM PRA RUA
(Estas cidades não possuem representantes do Vem Pra Rua, mas fomos informados por e-mail de que vão se manifestar nestes locais e horários)
Água Boa/MT – 15h – Bairro Universitário, próx. Caixa de Água
Águas de Lindoia/SP – 14h – Centro
Alegrete/RS – 17h – Centro Cultural com ato de abertura, caminhada e ato de encerramento na Praça dos Patinhos.
Americana/SP – 16h – Praça do Trabalhador
Anápolis/GO – 14h – Praça Dom Emanuel
Apucarana/PR – 15h – Catedral N. Sra. de Lourdes
Araçatuba/SP – 9h30 – Rotatória da Av. Brasília x Av. Pompeu de Toledo
Araguaína/TO – 9h – Praça do Galo
Arapiraca/AL – 16h – Praça Luiz Pereira Lima
Arapiraca/AL – 9h30 – Praça Marques
Arapongas/PR – 15h – Praça Mauá
Araras/SP – 15h – Defronte da Basílica N. S. do Patrocínio, Praça Central
Ariquemes/RO – 15h – Praça da Vitória (Av. Jamari)
Artur Nogueira/SP – 16h – Praça do Coreto – Av. Fernando Arena, esquina com a Rua Duque de Caxias
Arujá/SP – 14h – Praça do Correto
Assai/PR – 16h – Av. Rio de Janeiro, em frente à Igreja Matriz São José – Centro
Assis/SP – 17h – São Francisco de Assis
Atibaia/SP – 9h30 – Igreja da Matriz
Avaré/SP – 14h – Concha Acústica
Bagé/RS – 15h – Praça da Estação
Balneário Camboriú/SC – 16h – Praça Almirante, Tamandaré
Barbacena/MG – 9h30 – Praça das Andradas, em frente à Câmara dos Vereadores
Barra dos Garças/MT – 17h – Praça dos Garimpeiros
Barreirinhas/MA – 15h – Praça do Trabalhador
Batatais/SP – 16h – Praça da Matriz
Bauru/SP – 9h30 – Praça da Copaíba (Av. Getúlio Vargas)
Bento Gonçalves/RS – 16h – Em frente à Prefeitura
Bertioga/SP – 9h30 – Av. 19 de Maio
Betim/MG – 15h – Praça Tiradentes
Betim/MG – 9h30 – Praça Milton Campos – Centro
Birigui/SP – 9h – Praça Central Doutor Gama
Blumenau/SC – 16h – Prefeitura Municipal
Boa Vista/RR – 17h – Praça do Centro Cívico
Cáceres/MT – 15h – Serraria Cáceres até a Praça Barão do Rio Branco
Cachoeira do Sul/RS – 16h – Praça da Matriz
Caldas Novas/GO – 14h – Praça Central
Camaçari/BA – 9h30 – Praça Desembargador Monte Negro
Campina Grande/PB – 14h – Praça da Bandeira
Campinas/SP – 13h – Igreja Matriz
Campinas/SP – 9h30 – Largo do Rosário
Campo Grande/MS – 14h – Praça do Rádio
Campos de Goytacazes/RJ – 10h – Praça São Salvador
Canoinhas/SC – 9h30 – Praça do Centenário
Capão Bonito/SP – 14h – Av. Plácido Batista da Silveira
Capão da Canoa/RS – 14h – Antigo Largo do Baronda
Capinópolis/MG – 9h30 – João Moreira de Souza
Capivari/SP – 16h – Praça Central
Cascavel/PR – 15h – Em frente à Igreja Matriz
Castelo/ES – 16h – Praça Três Irmãos
Castro/PR – 15h – Praça Nossa Sra. do Rosário
Catanduva/SP – 9h30 – Praça Matriz
Caxias do Sul/RS – 16h – Praça Dante Alighieri
Caxias/MA – 9h – Praça da Matriz
Cianorte/PR – 15h – Prefeitura de Cianorte
Cidade de Goiás/GO – 14h – Praça dos Eventos
Concórdia/SC – 15h – Posto Lamonato, em direção à Praça
Correntina/BA – 10h – Praça Raimundo Salles
Criciúma/SC – 15h – Parque das Nações
Cruzeiro/SP – 16h – Na Praça em frente à Prefeitura Municipal
Cubatão/SP – 10h – Praça da Independência, Jd. Casqueiro
Cubatão/SP – 16h – Praça da Bíblia, em frente ao Senai
Cuiabá/MT – 13h – Praça da República, Centro
Cuiabá/MT – 16h – Praça da Rádio
Curitiba/PR – 14h – Praça Santos Andrade
Curitiba/PR – 9h30 – Centro Cívico
Divinópolis/MG – 9h – Praça do Santuário
Dois Vizinhos/PR – 14h – Praça da Igreja Santo Antônio
Dourados/MS – 14h – Praça Antônio João
Embu-Guaçu/SP – 14h – Praça do Coreto
Entre Rios do Oeste/PR – 14h – Praça João Natalio Stein
Espírito Santo do Pinhal/SP – 15h – Em frente ao Coreto (agência do Banco do Brasil)
Farroupilha/RS – 16h – Praça da Bandeira Farroupilha
Fernandópolis/SP – 9h – Praça da Matriz
Foz do Iguaçu/PR – 9h30 – Praça do Mitre
Franca/SP – 9h30 – Praça Nossa Sra. da Conceição (Concha Acústica)
Francisco Beltrão/PR – 15h – Calçadão Central
Garibaldi/RS – 9h30 – Av. Independência
Governador Valadares/MG – 16h – Praça dos Pioneiros
Gravataí/RS – 15h – Parcão
Guarapari/ES – 16h – Radium Hotel
Guarapuava/PR – 14h – Praça Cleve
Guaratinguetá/SP – 16h – Av. Presidente Getúlio Vargas, próximo à Ponte Nova
Guarulhos/SP – 11h – Bosque Maia, Avenida Paulo Faccini
Imperatriz/MA – 9h30 – Praça de Fátima
Indaiatuba/SP – 10h – Parque Ecológico, próx. Pastel de Feira
Itabuna/BA – 15h – Jardim do Ó
Itajaí/SC – 15h – Av. Beira Rio
Itajobi/SP – 15h – Praça 9 de Julho
Itatiba/SP – 14h – Praça das Bandeiras
Itu/SP – 9h30 – Praça da Matriz
Jales/SP – 9h30 – Praça João Mariano de Freitas
Jaraguá do Sul/SC – 15h – Praça Angelo Plazera
Jataí/GO – 14h – Câmara dos Vereadores
Ji-Paraná/RO – 9h – BR364 – Ponte sobre o Rio Machado
Jundiaí/SP – 16h – Em frente à Prefeitura Municipal
Lages/SC – 10h – Estátua Correia Pinto
Lagoa Vermelha/RS – 15h – Igreja Matriz São Paulo
Lajeado/RS – 15h – Parque Prof. Theobaldo Dick
Limeira/SP – 9h30 – Praça Toledo Barros (Rua Doutor Trajano Barros de Camargo, 13480)
Linhares/ES – 16h – Atrás da TV Norte
Lins/SP – 9h30 – Praça Dom Bosco
Londrina/PR – 13h – Zerão
Londrina/PR – 15h – Em frente ao colégio Vicente Rijo (Av. JK com Av. Higienópolis)
Macaé/RJ – 16h – Paróquia Nossa Senhora da Glória, Cavaleiros
Macapá/AP – 16h – Praça da Bandeira
Maceió/AL – 9h30 – Corredor Vera Arruda
Manaus/AM – 14h – Posto 300 (Av. Djalma Batista)
Manaus/AM – 9h30 – Av. Eduardo Ribeiro, em Frente à Feirinha
Marabá/PA – 16h – Praça Duque de Caxias
Maringá/PR – 14h – Catedral
Mogi das Cruzes/SP – 9h30 – Praça Oswaldo Cruz
Mogi Guaçu/SP – 15h – Campo da Brahma
Monitividiu/GO – 14h – Praça das Mães
Montes Claros/MG – 14h – Em frente ao Shopping Center Popular
Mossoró/RN – 15h – Colégio Diocesano
Niterói/RJ – 9h30 – Praia de Icaraí, em frente à UFF
Novo Hamburgo/RS – 14h – Praça Punta del Este, em frente ao Shopping Bourbon
Novo Hamburgo/RS – 16h – Vale dos Sinos
Ouro Fino/MG – 9h – Em frente à prefeitura municipal
Palmas/TO – 16h – Palácio Araguaia, Praça dos Girassóis
Paragominas/PA – 16h – Praça Célio Miranda
Paraíba do Sul/RJ – 14h – Praça Garcia
Paraisópolis/MG – 14h – Praça do Centro
Paranaguá/PR – 10h – Em frente à Ferroviária
Paraopeba/MG – 14h – Praça da Matriz
Passo Fundo/RS – 14h – Praça da Mãe, Av. Brasil
Pato Branco/PR – 9h30 – Posto Tigrão em direção a Praça Pres. Getúlio Vargas
Patos de Minas/MG – 14h – Praça do Fórum, Centro
Pelotas/RS – 15h – Praça Cel. Pedro Osório
Peruíbe/SP – 14h – Praça da Matriz
Peruíbe/SP – 16h – Calçadão do Centro, em frente ao prédio Redondo
Petrolina/PE – 9h – Praça Maria Auxiliadora (Prefeitura)
Petrópolis/RJ – 16h – Praça D. Pedro II , Centro
Piracanjuba/GO – 14h – Praça do Relógio
Piracicaba/SP – 9h30 – Praça José Bonifácio
Piraju/SP – 14h – Praça Ataliba Leonel
Pitanga/PR – 9h – Praça da Pitanguinha
Poços de Caldas/MG – 10h – Praça Pedro Sanches
Poços de Caldas/MG – 15h – Praça Doutor Pedro Sanches
Ponta Grossa/PR – 9h – Praça entre as Rua Balduíno Taques e Av. Vicente Machado
Porto Alegre/RS – 9h30 – Redenção
Porto Seguro/BA – 9h30 – Trevo do Cabral
Porto Velho/RO – 14h – Praça das 3 Caixas D'Água, Centro
Pouso Alegre/MG – 9h – Em frente à Catedral Metropolitana
Resende/RJ – 16h – Av. Albino de Almenida, em frente Caixa Eco. Federal
Ribeirão Preto/SP – 10h – Praça Carlos Gomes
Rio Branco/AC – 14h – Palácio do Governo
Rio de Janeiro/RJ – 14h – Candelária
Rio do Sul/SC – 16h – Em frente ao antigo Ceola
Rio Grande/RS – 15h – Largo Dr. Pio
Rio Verde/GO – 11h – Praça Matriz
Rio Verde/GO – 14h – Praça Matriz
Rondonópolis/MT – 16h – Em frente ao Rondon Plaza Shopping
Salto/SP – 16h – Praça XV
Santa Cruz do Sul/RS – 16h – Praça da Bandeira
Santa Fé do Sul/RS – 9h30 – Praça da Matriz
Santa Fé do Sul/SP – 15h – Praça da Matriz
Santa Maria/RS – 14h – Praça Saldanha Marinho
Santarém/PA – 16h30 – Praça São Sebastião
Santo André/SP – 10h – Paço Municipal
Santo Antônio de Jesus/BA – 9h30 – Praça Dr. Renato Machado, Centro
Santos/SP – 14h – Trajeto: Praça do Surfista / Posto 2 14h, Avenida da Praia sentido Ana Costa (15h), Ana Costa sentido Praça da Independência (16h), Praça da Independência (18h)
São Bernardo do Campo/SP – 14h – Paço Municipal
São Borja/RS – 14h – Parcão (Parque General Vargas)
São Caetano do Sul/SP – 15h – Câmara dos Vereadores
São João da Boa Vista/SP – 9h – Praça Coronel Joaquim José, Centro
São José do Rio Pardo/SP – 14h – Praça da Matriz
São José do Rio Preto/SP – 9h30 – Mercado Municipal
São José dos Campos/SP – 15h – Praça Afonso Pena
São José dos Pinhais/SP – 14h – Em frente à Catedral
São Leopoldo/RS – 15h – Em frente à Prefeitura
São Lourenço do Sul/RS – 14h – Prefeitura Municipal
São Sebastião/SP – 15h – Praça do Correto
Sertãozinho/SP – 9h – Praça 21 de Abril
Sorocaba/SP – 16h – Praça do Canhão
Taubaté/SP – 15h – Praça do Batalhão da PM (Av. Independência)
Teixeira de Freitas/BA – 9h – Supermercado Praia Grande
Teófilo Otoni/MG – 9h – Praça da Rádio Imigrantes
Timbó/SC – 9h30 – Parque Central de Timbó
Torres/RS – 9h30 – Praça XV de Novembro, Centro
Tubarão/SC – 16h – Prefeitura Municipal
Tupã/SP – 9h30 – Praça da Bandeira
Ubá/MG – 14h – Praça São Januário
União da Vitória/PR – 14h – Praça Cel. Amazonas
Umuarama/PR – 16h – Praça Miguel Rossafa
Uruguaiana/RS – 14h – Praça do Barão do Rio Branco
Viçosa/MG – 10h – 4 Pilastras
Vinhedo/SP – 15h – Portal
Vitória da Conquista/BA – 9h30 – Praça da Guadalajara (IEED)
Vitória/ES – 15h – Em frente à Ufes
Vitória/ES – 16h – Sede da Petrobras
Volta Redonda/RJ – 9h – Praça Brasil
Votuporanga/SP – 9h30 – Praça da Matriz, em frente à Concha Acústica
LISTA DE CIDADES NO EXTERIOR (horário local)
Bruxelas/Bélgica – 9h – Rue du Trône n 108 Bruxelles 1050
Lisboa/Portugal – 15h – Praça Luís de Camões
Londres/Inglaterra – 12h – Trafalgar Square
Miami/Flórida, Estados Unidos – 12h – TorchofFriendship – Bayside, Downtown Miami
New York/EUA – 11AM – Union Square – SW corner
Orlando/Flórida, Estados Unidos – 13h – 5403 Internacional Dr – Banco do Brasil
Santa Cruz de la Sierra/Santa Cruz, Bolívia – 15h – Plaza del Estudiante
São Francisco/Califórnia, Estados Unidos – 11h – 1 Market St, Just Herman Plaza
Sydney/Nova Gales do Sul, Austrália – 16h – Martin Place

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Na rua, por dever de consciencia: ainda tem tempo: participe voce tambem: Contra a Imoralidade

NAS RUAS – No dia 13, o Partido dos Trabalhadores fez sua minguada manifestação. Hoje será o dia dos Trabalhadores sem Partido. Ou: Despetização do Brasil será longa e está apenas no começo. Será um trabalho de décadasReinaldo Azevedo, 15/03/2015

15.03 eu vou

Caros leitores,

Neste domingo, tudo indica, parcela expressiva da população brasileira vai às ruas em paz, em ordem, mas com muita convicção, reivindicar o combate à corrupção, o fim da roubalheira, o respeito às instituições. Têm razão todos aqueles que dizem que a questão é muito maior do que Dilma Rousseff. Ocorre que Dilma Rousseff é termo de uma equação que hoje é igual a recessão, juros pornográficos (e ainda vão crescer) e inflação alta. Poderíamos estar nessa pindaíba em razão de erros cometidos por uma elite dirigente atrapalhada, mas de boa-fé… Sim, não é algo que devamos reivindicar… O negócio é rimar sempre decência com competência. Mas insisto: não fosse um escândalo de proporções inéditas no mundo, o petrolão, é certo que a indignação seria menor. Hoje, a esmagadora maioria dos brasileiros sabe quem quebrou a Petrobras e por quê. A mulher eleita há quatro meses e meio — há apenas dois e meio de posse do segundo mandato — não é a mesma que governa. Ou melhor: é! Não existe é o país vendido pela candidata.

Inflação e recessão empobrecem as pessoas. No país da contabilidade política fantasiosa, em que bastam alguns minguados reais para um indivíduo se tornar “classe média”, é preciso refazer as contas. Pressão inflacionária e dólar a R$ 3,26 devolvem milhões para a pobreza num estalar de dedos. Dilma foi vaiada por operários no Anhembi, não pelos empresários. Como sabe que vêm dias e anos difíceis pela frente, poderia ter feito um mea-culpa, mas se deixou engravidar pelo ouvido por assessores equivocados, que lustram a sua teimosia: foi à TV no dia 8 falar de uma país que não existe. Armou o gatilho contra si mesma. O panelaço surpreendeu até quem bateu panelas.

Corrupção também empobrece o povo, como é sabido. E o petrolão, com seu desastroso efeito na Petrobras, com desdobramentos já dramáticos no (des)emprego, superou os largos limites de uma sociedade mais ou menos acostumada à bandalheira. Os ladrões perderam a modéstia. Os “donos do poder” perderam o senso de proporção. Dilma é hoje uma presidente sitiada em seu palácio, cercada de áulicos incapazes de dizer o que ela tem de ouvir.

Os donos do povo
Quando teve início o bochicho de uma grande manifestação, o Palácio deu de ombros, como sempre, certo de que o povo tem um dono: o PT. Líderes de ditos movimentos sociais, como este inefável João Pedro Stédile, saíram a falar como se o Brasil fosse um feudo dominado por senhores da guerra. Afinal, Lula o instigou a botar o seu “exército na rua”. Em vez de buscar baixar a temperatura da crise, ministros resolveram pôr lenha na fogueira, classificando de “golpe” a simples manifestação de descontentamento. Não há nada de ilegal, de ilegítimo, de antidemocrático ou de golpista em reivindicar o impeachment de Dilma. Se e quando acontecer, será por caminhos institucionalmente definidos.

Nas últimas horas, a própria presidente teve de mudar o discurso. “Manifestação sim, violência não”, diz ela. Ora, claro que não! A violência, hoje, só interessaria ao statu quo. Logo, se houver baderneiros na rua, terão de ser contidos pelas pessoas de bem e imediatamente entregues à polícia, que estará presente para proteger manifestantes pacíficos.

A guerra
Mas não pensem que eles se conformam. Os ratos dos blogs sujos, financiados por dinheiro estatal, estão assanhados. A ordem é atacar aqueles que são identificados como “inimigos” do governo. Chegaram ao cúmulo de requentar, cinco anos depois, como se fosse coisa nova, uma vagabundagem que tentaram armar contra mim em 2010, sobre a qual escrevi neste blog. Título do post: “NÃO TENTEM ME INTIMIDAR. NÃO FUNCIONOU ANTES; NÃO VAI FUNCIONAR AGORA! OU: OS TERRORISTAS ESCONDEM; EU MOSTRO!”.

Como sempre, a orientação que vem de cima é tentar intimidar a imprensa independente. No ano passado, a tática foi outra: o PT resolveu criar uma lista de jornalistas e comunicadores que, segundo os companheiros, fazem mal ao Brasil. É claro que estou lá (leiam post aqui). Deram-se mal comigo: conseguiram, na prática, fechar a minha revista em 2006. Como desdobramento daquele fato, ajudaram a multiplicar a minha voz. Hoje, chego a muito mais gente porque trabalho 18 horas por dia. Os financiados pelo poder têm tempo de se dedicar à mentira, à safadeza e à desqualificação. Afinal, este é um país em que membros de um Partido dos Trabalhadores fazem passeata numa sexta à tarde, e trabalhadores sem partido, no domingo… Entenderam a ironia da coisa?

Trabalho longo
Não pensem que o trabalho de despetização do Brasil será fácil. Está apenas no começo. Para que o país entre no eixo do desenvolvimento, da produtividade, da justiça social sustentável, da eficiência, da educação de qualidade, da saúde menos miserável… Isso tudo, meus caros, custará um trabalho de décadas, de gerações. Esse resultado desastroso da economia não foi fabricado em um dia. Não é fruto dos quatro anos passados de Dilma. Ou dos oito anteriores de Lula. É o conjunto da obra companheira que nos trouxe até aqui, com o agravante de que a corrupção assumiu proporções realmente inéditas.

Se a investigação se estender a todos os setores de infraestrutura, onde operam as mesmas empresas, com homens públicos do outro lado do balcão com igual moralidade, então ficará evidente que o Brasil institucional já não está no governo faz tempo. Somos comandados por uma máquina que tem seus próprios critérios, suas próprias necessidades, seus próprios valores. E não são os da democracia. E não há nada de teoria conspiratória aqui. O caso da Petrobras é um exemplo escancarado do que digo. Era no país que pensava a quadrilha que lá operava? E a quem ela prestava satisfação?

Os que, no subjornalismo de esgoto, estão a serviço desse poder recorrem a todos os expedientes para tentar transformar criminosos em virtuosos e virtuosos em criminosos. FAZ SENTIDO. ELES SE CONSTROEM NA INVERSÃO MORAL. Uma lista de pessoas que supostamente mantiveram ou mantêm contas no exterior — e que inclui comandantes de empresa de comunicação e jornalistas — é logo usada como a evidência de que existiria mesmo uma grande conspiração na “mídia” contra o PT. Ora, o que tem uma coisa a ver com outra? Digamos que fossem operações criminosas, o que não está evidenciado, e que todos confessassem as suas falhas: O GOVERNO DO PT SERIA MELHOR POR ISSO? A ROUBALHEIRA NA PETROBRAS NÃO TERIA OCORRIDO? OS SUPERFATURAMENTOS DOS QUAIS GOVERNISTAS SE APROVEITAVAM DESAPARECERIAM?

Aliás, o temor dessa escória é o PT perder um dia a eleição, e o capilé oficial ir para o ralo. Se bem que alguns “patriotas” ali não se acanhariam de eventualmente mudar de lado. Muitos não estão nessa por ideologia, mas por vocação para servir, desde que bem remunerados. E há outra coisa encantadora nesses bucéfalos. Eles se lambuzam acusando os adversários de “falsos moralistas”. Na base dessa acusação há um mecanismo curioso: não é que sejam contra a suposta falsidade do “moralista”. Essa, eles até compreenderiam. Eles rejeitam é a moral mesmo. Não adianta! É inútil! Se não conseguiram me intimidar quando eu só tinha um blog, que mal dava os primeiros passos, agora tampouco. Aliás, se Dilma se livrasse dessa gente abjeta, em vez de alimentá-la, estaria certamente em situação um pouco mais confortável. Presidente, seus homens de comunicação ainda não perceberam que esses paus mandados só servem para ampliar o campo dos seus adversários?

Chegou o dia
Chegou o 15 de março. O dia vai raiando tímido. O céu ainda está cinza, com um frio muito discreto. Talvez chova um pouco. Ninguém é de açúcar. Levem para as ruas o Artigo 5º da Constituição, seu direito de reivindicar, de protestar, de peticionar ao estado. Levem para as ruas a alegria, os votos de um país melhor, o desejo de mudança. Levem para as ruas a crença na competência, no trabalho, no esforço, na honestidade. Levem para as ruas a satisfação de saber que a democracia é a única garantia que temos contra larápios e tiranos.

As oposições estão apoiando o ato? Que bom! Mas são apenas isto: apoiadoras. E é bom que assim seja. Não estamos num confronto entre partidos, entre corporações, entre senhores da guerra. Isso é o que o PT queria. Isso é o que o PT quer. Mas não terá. Na sexta, 13, o que se diz “Partido dos Trabalhadores” tingiu algumas poucas ruas de vermelho. Neste domingo, 15, que elas sejam tingidas pelos trabalhadores sem partido, de verde e amarelo.

O que se quer é decência. Não é pedir muito. É pedir o mínimo. Quem sabe ainda ocupemos, um dia, as ruas para cobrar de governantes decentes a competência. Demora? A gente chega lá.

Tenham um domingo feliz, de muitos abraços!


Revista Dimensoes: chamada de artigos para dossie especial sobre America Latina

Dossier: América Latina independiente: historia, política, cultura y territorios, 
Hasta 30/4/2015
​Tom Gil (UFES) e Regina Crespo (UNAM)​

 CONVOCATORIA – Envío de artículos - Dimensões 35 (2015/2) -
http://periodicos.ufes.br/dimensoes
Dimensões - Revista de História de la Universidad Federal de Espírito Santo (UFES), Brasil, es una publicación semestral dedicada a la difusión de artículos inéditos y reseñas.

Plazo para recepción de artículos: 30 de abril de 2015.

Este dossier, fruto del convenio institucional firmado entre la UNAM y la UFES, será coordinado por los profesores Regina Crespo (CIALC-UNAM) y Antonio Gil (LEHPI-PPGHIS-UFES). Pretende abrir espacio para la publicación de trabajos acerca de las sociedades latinoamericanas a partir del período inaugurado por sus procesos de independencia. Para leer más, haga clic en el título de esta noticia.

Los coordinadores consideran importante analizar las dinámicas de transformación de estas sociedades, sus actores y los procesos de cambio social que se generaron tanto en el ámbito de los conflictos como en el de las mediaciones y negociaciones, además de su repercusión en la producción intelectual y en el debate político contemporáneo. El dossier abarcará temas como contactos interculturales y políticos; movimientos sociales; conflictos y representaciones; procesos de producción de la memoria; migraciones y movilidad poblacional; identidad nacional, identidades étnicas y relaciones interétnicas.
El dossier está abierto a investigadores de las ciencias sociales y humanidades, tanto brasileños como extranjeros. Acepta artículos en portugués, español, inglés y francés.

Autores extranjeros deben enviar sus artículos a los e-mails antonio.gil@ufes.br y rcrespo@unam.mx

Autores brasileños deben enviar sus artículos de preferencia a través de la página de la revista, pero pueden enviarlos también al e-mail antonio.gil@ufes.br

Las normas editoriales de la revista están disponibles en:
http://periodicos.ufes.br/dimensoes/about/submissions#authorGuidelines

sábado, 14 de março de 2015

Dia 15 de Marco: dia da dignidade nacional

Neste domingo uma onda de passeatas e manifestações vai tomar as ruas do Brasil, mostrando indignação com o caos instalado no país pelo lulopetismo, que engendrou os maiores escândalos de corrupção da história brasileira e mundial. Amanhã é fora, PT, fora, Dilma! Renúncia ou impeachment:


Mais de 200 cidades brasileiras serão palco neste domingo de protestos contra o governo federal e a presidente Dilma Rousseff. Os organizadores esperam reunir cerca de 100.000 pessoas nas principais passeatas, em São Paulo e no Rio de Janeiro. Não existe, porém, uma estimativa oficial das secretarias de Segurança Pública. Também haverá manifestações contra Dilma no exterior, em frente a embaixadas brasileiras e em pontos turísticos na América do Sul, Europa e Estados Unidos.

A organização dos protestos se divide sobretudo entre três grupos: Vem Pra Rua, Movimento Brasil Livre e Revoltados Online. Os organizadores convocam os manifestantes pela internet e pelo aplicativo de celular Whatsapp. O MBL e o Revoltados Online defendem o impeachment imediato da presidente - o segundo, apoia ainda a intervenção militar. Integrantes de partidos da oposição, como DEM, Solidariedade, PPS e PSDB também prometem aderir ao protesto.

A manifestação em âmbito nacional ganhou força e peso político depois do panelaço durante o pronunciamento de Dilma na TV no último domingo e das vaias a ela numa feira da construção civil em São Paulo. A repercussão e a dimensão das marchas, ainda pouco previsíveis, preocupam o Palácio do Planalto, mas setores da oposição também hesitam em apoiá-las porque temem acarem associados aos articuladores do impeachment - o que o PSDB, por exemplo, é declaradamente contrário neste momento. Na quinta-feira, a presidente disse que encara as manifestações "com tranquilidade". Sindicatos e movimentos sociais ligados ao PT promoveram uma manifestação na sexta para tentar blindá-la e arrefecer a mobilização pela saída da presidente.

rotina da capital paulista neste domingo foi alterada por causa das manifestações: houve mudanças nos horários de eventos políticos, culturais e até esportivos. Algumas passeatas ocorrerão pela manhã, a partir das 9 horas. Mas as principais marchas nas capitais foram agendadas para a tarde e devem começar simultaneamente, a partir das 14 horas. O policiamento será reforçado para garantir que as manifestações transcorram sem confrontos. Haverá grupamentos das tropas de choque em alerta.

Confira na Veja as principais cidades do protesto contra Dilma.

O lugar dos partidos nas manifestações - Lucas Berlanza


O lugar dos partidos nas manifestações
Lucas  Berlanza
Instituto Liberal (via Blog Libertatum, em 14/03/2015)

À medida que as aguardadas manifestações do dia 15 de março vão ficando mais próximas, os diferentes grupos de interesse prestam maior atenção aos movimentos que as organizam e compreendem a dimensão que elas podem atingir. A preocupação prévia do Planalto com a articulação dos protestos e a queda retumbante de popularidade da presidente apenas jogam tempero nesse cenário. Diante desse desenho, e do fato de a palavra “impeachment” estar presente como nunca antes, desde Collor, no dia-a-dia nacional, os partidos começam a acordar para a realidade.
Um tanto tarde. Quem mobiliza e desperta consciências para a necessidade de uma oposição legítima – não limitada a uma disputa rasteira por cargos, mas disposta a um verdadeiro confronto de princípios e projetos de país, o que não é para covardes hesitantes – são movimentos sociais, como o Movimento Brasil Livre, que recentemente entrevistamos para este blog, e que demonstram a origem espontânea de sua articulação, sem o incentivo direto ou o investimento de legendas ou de “medalhões” da política brasileira. As manifestações de 15 de março são obra desses movimentos, convidando abertamente a todos os cidadãos. Têm bandeira: a do Brasil. Isso quer dizer que são apartidárias, e assim deveriam permanecer, para que sejam capazes de passar o melhor recado à sociedade, bem como por uma questão de justiça com aqueles que de fato tiveram a iniciativa e as organizaram.
Nesta quarta-feira, o maior partido de oposição, o PSDB, divulgou nota oficial em que declara apoio aos eventos que prometem levar multidões pelas ruas de vários estados, apontando-os como “manifestações de indignação dos brasileiros diante da flagrante degradação moral e do desastre econômico-social promovidos pelo governo Dilma Rousseff”. Os tucanos sustentaram o princípio da liberdade de expressão, alfinetando os arroubos autoritários do petismo, e anunciaram que participarão dos aglomerados “através de seu militantes, simpatizantes e várias de suas lideranças”. Essa declaração acontece pouco depois de Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente do país e grande símbolo “humano” do partido, ter dito que “não adianta nada tirar Dilma”, e Aloysio Nunes, que até então vinha demonstrando um espírito combativo incomum para os companheiros de tucanismo, dizer que não quer impeachment, pois prefere “ver a Dilma sangrar” – o que enxergamos como uma afirmação lamentável, afinal a sangria prolongada da presidente representa a continuidade do sofrimento atroz do povo brasileiro, diante da crise instalada. Ora, exigir o impeachment – ou a renúncia – de Dilma é o principal clamor dos manifestantes, conquanto não seja o único, já que a indignação é bastante mais geral e abrangente. Posicionamento similar foi adotado em 2005, diante do falso “herói popular dos trabalhadores” Lula da Silva – que na verdade se orgulha de não gostar de ler e nunca foi lá muito chegado a trabalho -, quando o PSDB preferiu vê-lo “sangrar”. Quem sangra hoje, depois do maior escândalo de corrupção da história das Repúblicas, é o Brasil. O apoio tímido e tardio do PSDB, que não pode ser meramente reprovado pelos amantes da democracia, também não pode ser aproveitado de maneira oportunista pelas lideranças tucanas. Escrevemos na intenção de fazer um apelo, defendendo um ponto de vista que acreditamos prudente: bandeiras, símbolos e slogans, apenas aqueles que são genericamente de interesse nacional.  Nada de propaganda partidária.
Não somos contra manifestações de partidos, de maneira nenhuma; apenas não é o propósito. Sabemos que o MBL não é tucano, o povo que vai às ruas não é necessariamente tucano, esta não é uma manifestação do PSDB. Isto é o que deve ficar claro – e, felizmente, a julgar pelas declarações dos políticos do partido, eles também compreendem essa realidade.
Por outro lado, caso ações efetivas contra o governo possam se concretizar, no âmbito de processos políticos, em especial o impeachment, podemos prever que a anuência de partidos e representantes políticos formais se fará necessária. Não será o caso, então, de encarar os fatos com ingenuidade; não precisamos louvar ou apreciar as lideranças que possivelmente estiverem então fazendo acontecer, mas devemos entender que os limites pragmáticos nos impõem a aceitação dos trâmites institucionais democráticos, tal como funcionam. Os diferentes podem agir conjuntamente, se tiverem um propósito em comum.
A surpresa da semana é que quem toma iniciativas concretas, no momento, não é o PSDB; o Partido Solidariedade, presidido por Paulinho da Força, foi o primeiro a formalizar uma campanha oficial pelo impeachment. O partido alega estar há alguns meses buscando pareceres jurídicos que embasem a ousada decisão, como o do renomado Ives Gandra Martins, e pretende promover uma coleta de assinaturas favoráveis. Além disso, o que é mais importante, a coluna de Reinaldo Azevedo na Veja informa que o Solidariedade está em diálogo a respeito dessa possibilidade com o bloco de partidos que se uniram a ele para a eleição da Câmara, especialmente os nada desprezíveis PSB, PPS e PV. AFolha de São Paulo acrescenta que Paulinho já teria conversado sobre essa intenção com Eduardo Cunha, presidente da Câmara, visivelmente descontente com o relacionamento com o Planalto. Para tomar medidas concretas, precisamos de agentes concretos. Para os fatos que podem estar por vir, os partidos e representantes terão seu lugar. No domingo, porém, que esse lugar seja dimensionado, restrito aos seus méritos e à sua conveniência. Que os que assim desejam, não marchem como militantes de alguma sigla; marchem tão somente  – o que já é muito – como patriotas.
Sobre o autor
Acadêmico de Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, na UFRJ, e colunista do Instituto Liberal. Estagiou por dois anos na assessoria de imprensa da AGETRANSP-RJ. Sambista, escreveu sobre o Carnaval carioca para uma revista de cultura e entretenimento. Participante convidado ocasional de programas na Rádio Rio de Janeiro.
Matéria extraída do website do Instituto Liberal

A divisao da nacao: um missao dos companheiros - Guilherme Macalossi (IL)

Apenas transcrevendo, mas corresponde inteiramente ao que eu vinha escrevendo desde as manifestações de 2013 e novamente em 2014. Não terminei, mas bate em grande medida com o que está sintetizado aqui.
Paulo Roberto de Almeida

O Sintoma Kfouri
Por Guilherme Macalossi
Instituto Liberal, 12/03/2015

O PT, herdeiro tupiniquim do bolchevismo, tem apostado, desde muito tempo, numa divisão da sociedade brasileira. Quer impor arestas ideológicas por todos os lados. Apostou na guerra entre letrados e analfabetos, entre negros e brancos, entre a elite e os descamisados, e também até mesmo entre regiões inteiras.

Segundo a narrativa dessa gente, o petismo conquistou algo de concreto para alguns. Algo que só seria obtido enfrentando os outros. Outros que historicamente seriam responsáveis pelos privilégios, pelas prebendas, entre outras desgraças históricas que teriam nos levado a conjuntura de 2003, quando Lula chegou ao governo e o mundo se iluminou.

O modo como o PT revê a história do Brasil, passando a borracha no precedente, é um meio de cultivar o que eles precisam para predominar: a desunião geral. E quando falo de desunião, não me refiro a discordâncias naturais de uma sociedade livre, mas sim no fracionamento de sua unidade basilar por meio de disputas políticas estimuladas por grupelhos dirigidos. Como se fossemos amontoados de pessoas, cada qual tendo interesses diversos que só poderiam ser alcançados em coletivos pelo combate completo e contínuo daqueles que, de algum modo, representariam a negação dessas bandeiras. Ao longo do tempo, da mesma forma que semeou esses grupos, o partido soube se infiltrar em cada um deles. E da mídia e das universidades, onde sempre controlou penas e mentes, tratou de redigir, por meio de seus simpatizantes, uma narrativa que justificasse e desse a descrição dos fatos de acordo com as suas instruções.

Deu-se que o petismo perdeu sua capacidade de desenhar o cenário reivindicatório. Seus esbirros nos sindicatos, nos bandos de desordeiros sociais, nos diretórios de universidades, perderam força na exata medida em que a população notou que esses que se arvoravam representantes de demandas não passavam de cães amestrados, devidamente alimentados com ossos no formato de polpudas verbas estatais. Quem controla as massas não são mais os megafones treinados em diretórios de partido.

A raiva e a confusão consomem aqueles que até ondem se achavam donos das ruas. Dilma só pode aparecer protegida em distantes estúdios de TV ou em mercados uruguaios. Há um clima de revolta perene. Mesmo no Nordeste, onde o PT atacou com força, substituindo e controlando as oligarquias de outrora, a debandada de apoios é evidente.

É nesse contexto que o partido se vale se seus velhos instrumentos para recobrar a ofensiva. O sinal claro foi a declaração belicista e truculenta de Lula, que convocou seus pelegos e o “exército de Stédile” para a defesa do governo. A pancadaria rolou solta nas ruas do RJ. A milícia foi para cima dos indivíduos indignados e desorganizados que protestavam contra o ato hipócrita de “defesa da Petrobras”. É a pauleira subsidiada pelos tributos.

“Porrada para os fascistas”, diria o presidente do PT do RJ, que por esse declaração merecia uma medalha do Duce. Mas não só porradas no sentido físico. É preciso também dar pauladas na forma de injurias, de difamações, de demonizações, na tentativa de enquadrar setores inteiros da sociedade. E ai entram os soldados devidamente posicionados nos órgãos de imprensa. Muitos deles pagos, outros tantos voluntários.

Juca Kfouri sempre pareceu voluntário. Carrega consigo aquela aura de burguês envergonhado, com a qual redige textos eivados de autocrítica. Tanto é assim que em sua última coluna, aquela em que destila ódio contra os que considera odientos, não nega sua condição social. Ele é da escola de Marta Suplicy, aquela do burguês com consciência social que aponta e delata seus pares odientos. Muito mais que um esquerdista caviar, ele é o fidalgo que pensa compreender os desejos e vontades dos proletários.

O colega de Instituto Liberal, João Luiz Mauad, até escreveu uma portentosa “Carta Aberta” ao referido jornalista. Pretendeu, na melhor das intenções e com educação exagerada, refutar o seu, por assim dizer, pensamento. Perdeu tempo. Não há nada a ser refutado ali. Não há uma única ideia. Não há uma única teoria social com estofo. O que há é um conjunto de sintomas. Sintomas de anos de intoxicação mental que podem ser observados não apenas naquelas linhas. Kfouri não é um pensador do Brasil, muito menos um teórico social. Trata-se apenas de um replicador de preconceitos e mistificações devidamente fabricadas nos laboratórios de teorias do PT. A única diferença entre ele e os milicianos que desceram o cacete no RJ é o método de ação.