O que fazer agora? Minhas constatações
Paulo Roberto de Almeida
Como é normal nas
democracias, não existe um consenso sobre os motivos que levaram tantas pessoas
às ruas neste domingo 15 de março de 2015, dia da dignidade nacional. Cada um
dos manifestantes deve ter motivos específicos para sair de casa neste domingo
e manifestar –se contra a situação. Mas, alguns motivos que me parecem comuns à
maioria deles emergem das faixas de protestos e das diretivas que circulam nas
redes sociais. Por isso, vou tentar alinhar os poucos pontos que me parecem
comuns à maior parte dos manifestantes:
1) O governo é inepto;
2) O governo é corrupto;
3) O governo é conivente
com os seus corruptos e tenta blindá-los;
4) O Ministério Público
eximiu-se de pedir todas as investigações necessárias;
5) A Justiça é lenta e já
demonstrou leniência com criminosos políticos;
6) A classe política não
está à altura dos desafios do momento;
7) A oposição é inepta, e
totalmente desnorteada quanto ao que fazer;
8) A base congressual do
governo é oportunista: havendo dinheiro será a favor;
9) Ninguém, salvo poucos
malucos, pretende intervenção militar;
10) O consenso é pela
mudança de governo;
11) Qualquer mudança de
governo implica o afastamento do chefe de governo;
12) Todas as mudanças
precisam ser constitucionais;
13) A cidadania deve
pressionar políticos e ministério público para que as investigações sejam
feitas e para que mudanças ocorram.
Parece-me que estamos no
início de um processo. Até aqui, só podemos ficar orgulhosos pelo grau de conscientização
e pelo sentido de responsabilidade de que fizeram mostra todos aqueles que
participaram das manifestações deste domingo, acima de quaisquer expectativas. Meus
parabéns a todos. Estou orgulhoso novamente do meu país. Ele está a caminho de
se tornar uma verdadeira nação.
Paulo Roberto de Almeida
Hartford, 2790: 15 de março de 2015, 1 p.
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