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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

sábado, 14 de março de 2015

Um chefe de quadrilha sartreano: "O inferno sao os outros" (comosempre, escafedeu-se)

O homem é antes de tudo um covarde, mas também patife, mentiroso, sem caráter, e tudo o que mais vcs quiserem...
Paulo Roberto de Almeida

Lula foi Lula ao falar à PF e disse 

não saber de nada em caso de 

dinheiro clandestino

VEJA obteve a íntegra do depoimento prestado pelo 

ex-presidente em 9 de dezembro de 2014. Inquirido 

sobre “empréstimo” de 7 milhões de dólares ao PT, 

ele transferiu a responsabilidade por eventuais irregularidades

 a Delúbio Soares e João Vaccari

 Rodrigo Rangel

DEDO EM RISTE - Na Polícia Federal, Lula desempenhou o papel em que é craque: pôs as eventuais culpas nos companheiros Delúbio e Vaccari
Na sede da Polícia Federal, em Brasília, tudo foi planejado para oferecer ao visitante o conforto a que ele tem direito como ex-presidente da República e, principalmente, a mais absoluta discrição. Lula pediu, e foi atendido, para depor em um local reservado. Os policiais escolheram uma sala contígua ao gabinete do diretor-geral. Foi assim que, na terça-feira 9 de dezembro de 2014, Lula prestou seu depoimento. O ex-presidente, acompanhado de três advogados, entrou pela garagem do prédio e usou o elevador privativo do diretor para levá-lo ao 9º andar. Com a solenidade, o respeito e a deferência que merece um ex-mandatário da República, depois de várias tentativas em vão, a polícia finalmente conseguiu interrogar Lula sobre uma passagem ainda obscura do mais rumoroso caso de corrupção a estourar durante o seu governo, o mensalão.
Desde que deixou o governo, em 2010, pouca coisa se ouviu do ex-presidente sobre o escândalo. Seu principal ministro, seus amigos mais próximos, a cúpula de seu partido e muitos dos parlamentares que apoiavam seu governo foram condenados à prisão. Embora, em última instância, fosse o principal beneficiado pela compra de apoio parlamentar, o ex-presidente nunca foi acusado de nada. Em 2005, Lula se disse traído quando se revelou que o tesoureiro e amigo Delúbio Soares e José Dirceu, seu braço-direito, haviam montado uma rede clandestina de captação de dinheiro para subornar parlamentares e sustentar as campanhas políticas do PT. Preservado por todos os que sabiam de seu envolvimento direto no mensalão, Lula escapou do processo judicial. Ele passou todo o seu governo negando a existência do esquema. Quando desceu a rampa do Palácio do Planalto, porém, prometeu que contaria "a verdadeira história do mensalão". Diante dos policiais federais em Brasília, Lula voltou à versão que, oficialmente, sustentou.
VEJA teve acesso à integra do depoimento, um documento de valor histórico inestimável em que Lula, pela primeira vez, formaliza o que tem de importante a dizer sobre o caso: absolutamente nada. São quatro valiosas páginas que sintetizam a natureza do ex-presidente diante de uma situação embaraçosa - ele, como sempre, jura que não sabia de nada, que nunca se envolveu com os malfeitos de seu governo e, quando confrontado com os fatos, aponta o dedo para terceiros para salvar a própria pele. Durante pouco mais de uma hora, Lula driblou as 28 perguntas elaboradas previamente e lidas por um delegado convocado especialmente para a ocasião.

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