Segundo uma pesquisa de opinião da Datafolha do mês de fevereiro, 44% dos consultados consideram o governo atual "ruim" e "péssimo", e 33% "regular".
Entre os
menos escolarizados, só 31% aprovam o governo.
Nos mais pobres, só 27% a favor. No
Nordeste, aprovação caiu de 51 para 34%.
Esses são os golpistas...
Paulo Roberto de Almeida
Aprovação a governo
Dilma Rousseff cai, e reprovação a petista dispara
OPINIÃO
PÚBLICA - 09/02/201512H17
DE SÃO PAULO
No início do
segundo mandato, a presidente Dilma Rousseff (PT) atingiu seu pior índice de
aprovação desde que tomou posse, em janeiro de 2011. Atualmente, 23% dos
brasileiros adultos avaliam a gestão da petista como ótima ou boa, enquanto 44%
a consideram ruim ou péssima. Há ainda 33% que avaliam o governo Dilma como
regular, e 1% não opinou. Na comparação com dezembro de 2014, houve queda
expressiva na taxa de aprovação da presidente (à época, 42% consideravam seu
governo ótimo ou bom), e alta na reprovação (24% de ruim ou péssimo, 20 pontos
a menos do que atualmente). Na série histórica de avaliações do governo Dilma,
seu pior índice de aprovação, até então, havia sido registrado no final de
julho de 2013 (30%), e o seu melhor índice, em março do mesmo ano (65%).
A aprovação a Dilma
caiu em todos os segmentos da população. Mesmo em estratos em que o apoio a
petista se mantém acima da média, houve queda significativa. Entre os menos
escolarizados, por exemplo, 31% aprovam seu governo atualmente, índice que era
de 54% em dezembro do ano passado. Na parcela dos mais pobres, com renda mensal
familiar de até 2 salário, a aprovação caiu de 50% para 27% no mesmo período.
No Nordeste, foi de 53% para 29%, e no Norte, de 51% para 34%.
De forma geral, os
segmentos em que Dilma enfrente seus piores níveis de aprovação hoje são:
jovens de 16 a 24 anos (19%); brasileiros com ensino médio (19%) e curso
superior (16%); brasileiros com renda mensal familiar de 5 a 10 salários (16%)
e mais de 10 salários (17%); residentes no Sudeste (19%) e em cidades com mais
de 500 mil habitantes (17%).
De 0 a 10, a nota
média atribuída ao desempenho da presidente Dilma Rousseff nos seus quatro anos
e um mês de governo é 4,8, o que também representa sua pior nota desde a posse,
em 2011.
Para a maioria dos
brasileiros, a presidente Dilma Rousseff mentiu durante a campanha à reeleição.
Esse grupo inclui aqueles que acreditam que ela disse mais mentiras do que
verdades durante a campanha (46%), os que avaliam que disse somente mentiras
(14%). A parcela dos que acreditam que a petista disse somente verdades soma
8%, há 25% para quem houve mais verdades do que mentiras, e há 8% que não
opinaram sobre o assunto.
A imagem da
presidente diante dos brasileiros também piorou na comparação com levantamentos
anteriores. Atualmente, 50% a consideram indecisa, 46%, decidida, e 3% não têm
opinião a respeito. Em abril de 2012, um ano e três meses após assumir, na
última pesquisa em que esses atributos foram avaliados, 82% a apontavam como
decidida, e somente 15%, como indecisa. Dois em cada três brasileiros (66%)
avaliam a presidente como muito inteligente, e 31%, como pouco inteligente (4%
não opinaram). Em abril de 2012, a taxa dos que a apontavam como muito
inteligente alcançava 84%, e somente 10% diziam que era pouco inteligente.
No mesmo período, a
taxa dos que a avaliam como sincera caiu pela metade (de 73% para 35%),
enquanto subiu de 13% para 54% a dos que a consideram falsa - 11% não opinaram
na pesquisa atual, e 14% na realizada em 2012. Também foi consultada pela
primeira vez a imagem sobre a honestidade da petista, e 47% a avaliaram como
desonesta. A fatia dos que a apontaram como honesta soma 39%, e 14% não
opinaram.
O desempenho de
Dilma na área econômica, atualmente, é pior do que na área social: 20% avaliam
a gestão econômica da petista ótima ou boa, 43% acham que é ruim ou péssima, e
para 35%, é regular. Na área social, 32% avaliam seu desempenho como ótimo ou
bom, 38%, como regular, e 27%, como ruim ou péssimo. Parcelas iguais, de 2%,
não opinaram sobre esses temas.
Cresce percepção
de corrupção como principal problema do país
A maioria dos
brasileiros (59%) considera o país um lugar ótimo, mas esse índice representa
uma queda de 18 pontos na comparação com dezembro do ano passado (77%). O
índice atual de satisfação com a vida no país é o mais baixo na série histórica
do Datafolha sobre o tema, só comparável aos registrados em março/abril de 2003
(61%) e junho de 2001 (60%). A série histórica da questão tem início em março
de 2000. Atualmente, há 13% que avaliam o Brasil como ruim ou péssimo para
viver (em dezembro do ano passado, 5%), e 28% que o consideram regular (ante
18% no levantamento anterior).
A taxa dos que
indicam que tem mais orgulho do que vergonha de viver no Brasil (74%) também é
a mais baixa desde março de 2000. Na comparação com dezembro de 2014, houve
queda de dez pontos na parcela dos que sentem mais orgulho do que vergonha (era
de 84%), e alta de 14% para 24% na fatia dos que sentem mais vergonha do que
orgulho de ser brasileiro. Há ainda 2% que não responderam ou indicaram outras
respostas.
Os principais
problemas do Brasil, citados espontaneamente pelos brasileiros, estão ligados à
saúde (26%) e corrupção (21%). Em seguida aparecem problemas relacionados à
violência e segurança (14%), educação (9%), desemprego (6%), falta d'água (4%),
inflação (4%), economia (2%) e fome/miséria (2%), entre outros menos citados de
forma espontânea. Esse quadro aponta para mudanças significativas na percepção
do brasileiro sobre os problemas do país quando comparado ao verificado em
dezembro de 2014. Desde então, a taxa dos que indicam saúde caiu 17 pontos (era
de 43%), a dos que citam corrupção cresceu 12 pontos (era de 9%), e a dos que
mencionam a violência/segurança caiu 4 pontos (era de 18%). Cada entrevistado
só pode dar uma resposta à pergunta.
Expectativa de
alta na inflação atinge nível mais alto desde 1994
A queda nas taxas
de aprovação do Governo Federal e satisfação com o país encontram respaldo nas
expectativas pessimistas dos brasileiros com os indicadores econômicos do país.
Sondagens sobre as expectativas em relação à inflação, desemprego e poder de
compra dos salários, além da situação econômica do país e dos entrevistados,
são realizadas pelo Insitutot Datafolha desde meados da década de 1990, e há
resultados que nunca foram tão pessimistas quanto os registrados em fevereiro
de 2015.
Esse é o caso, por
exemplo, da inflação: atualmente, 81% dos brasileiros preveem que daqui para
frente inflação irá aumentar, 5%, que irá diminuir, e 11%, que irá ficar como
está, além de 3% sem opinião sobre o assunto. Em dezembro do ano passado, 54%
esperavam por aumento da inflação. Até agora, a taxa mais alta de expectativa
de alta na inflação havia sido registrada em setembro de 2001 (72%), em
pesquisa realizada uma semana após os atentados terroristas aos Estados Unidos
- à época, 51% dos brasileiros acreditavam que as consequências dos atentados
para a economia brasileira seriam grandes, 29%, que seriam pequenas, e 11%, que
não haveria consequências. As taxas mais baixas de pessimismo foram registradas
em dezembro de 1994, julho de 2003 e outubro de 2003 (30%).
O aumento no
desemprego é esperado por 62%, e os demais se dividem entre aqueles que
acreditam que o desemprego irá diminuir (13%) ou ficar como está (22%). Há
ainda 2% que não opinaram. Em dezembro de 2014, 39% avaliavam que o desemprego
iria aumentar, 27%, que iria aumentar, e 29%, que ficaria como estava. Essa é a
taxa mais alta de expectativa de alta no desemprego desde dezembro 2001 (66%).
Na série histórica sobre o tema, que tem início em março de 1995, a mais alta
expectativa de aumento de desemprego havia sido registrada em junho de 2001
(72%), em pesquisa que refletia o pessimismo dos brasileiros com a crise
energética instalada no país.
Pela primeira vez,
desde 1994, a maioria (57%) da população adulta do país acredita que o poder de
compra dos salários irá diminuir nos próximos meses. A parcela dos que
acreditam que irá aumentar fica em 17%, outros 22% avaliam que irá ficar como
está, e 3% não opinaram. Em dezembro do ano passado, o tema dividia os
brasileiros: 34% avaliavam que o poder de comprar iria diminuir, 31%, que iria
aumentar, e 29%, que ficaria estável. A expectativa mais alta de diminuição de
poder de compra registrada, até então, havia sido registrada em fevereiro de
1999 (48%).
Para 55%, a
situação econômica do país irá piorar nos próximos meses, o dobro do registrado
em dezembro do ano passado (28%). Esse é o índice mais alto de pessimismo em
relação à economia brasileira desde que essa questão começou a ser abordada
pelo Datafolha, em dezembro de 1997. O resultado só é comparável a setembro de
2001, quando 53% esperavam por piora na economia do país. A parcela dos que
esperam que a economia melhore nos próximos meses é de 16%, e para 26% ficará
estável. Há ainda 3% que não responderam.
A expectativa em
relação à própria situação econômica é menos pessimista, mas o cenário também é
de deterioração das expectativas na comparação com o final do ano passado. Para
33%, a situação econômica pessoal irá melhorar (em dezembro, 51%), 26%
acreditam que irá piorar (em dezembro, 12%), e 38% avaliam que irá ficar como
está (ante 35% em dezembro).
Esse pessimismo
econômico traz impactos no consumo dos brasileiros, que cortaram despesas nos
últimos meses e não pretendem aumentar seu consumo nos próximos meses. A
maioria (56%) cortou algum tipo de despesa pessoal nos últimos meses, e quase
metade da população (46%) pretende consumir menos nos próximos meses. Pretendem
consumir mais 19%, e 33% pretendem manter o nível de consumo estável.
Para 52% dos
brasileiros, Dilma sabia de corrupção na Petrobras e permitiu que ocorresse
Para os
brasileiros, a Petrobras tem muita importância para o Brasil, mas parte
significativa da população acredita que o futuro da empresa esteja em risco por
causa dos casos de corrupção envolvendo seus negócios. Consultados sobre a
importância da Petrobras para o país, tendo como parâmetro uma escala de 0 a 10
onde 0 significa nada importante e 10, muito importante, 45% atribuíram máxima
importância, ou seja, nota 10. A fatia dos que atribuíram nota 9 é de 9%, e 16%
indicaram nota 8. Somadas, as notas 8, 9 e 10 foram apontadas por 70% dos
brasileiros, e notas igual ou abaixo de 5 somaram 15%, (uma fatia de 5%
atribuiu nota 0, ou nenhuma importância).
Após serem
consultados sobre a importância da Petrobras, os brasileiros foram questionados
sobre os casos de corrupção envolvendo os negócios da empresa, seu quadro de
funcionários e agentes políticos. As questões foram feitas nessa ordem para que
a atribuição de importância não fosse influenciada pelas informações trazidas
pelas questões referentes à corrupção na estatal.
A maioria dos
brasileiros (86%) tomou conhecimento das prisões, no final do ano passado, de
executivos de empreiteiras acusados de corrupção em negócios com a Petrobras,
índice similar ao registrado em dezembro de 2014 (84%). Dos que tomaram
conhecimento, 30% estão bem informados, 44%, mais ou menos informados, e 12%,
mal informados.
Para 82%, a
corrupção descoberta na Petrobras irá prejudicar a estatal em vários níveis. Os
mais pessimistas (45%) acreditam que irá prejudicar a empresa por muito tempo e
coloca seu futuro em risco. Para 23%, a corrupção descoberta na empresa irá
prejudica-la por muito tempo, mas não coloca seu futuro em risco. Há ainda 15%
que veem prejuízo para a Petrobras, mas por pouco tempo, sem colocar seu futuro
em risco, e 8% que não veem prejuízo.
Apenas 14% dos
brasileiros avaliam que a presidente Dilma Rousseff não sabia da corrupção na
Petrobras, e para 25% ela sabia mas não poderia fazer nada para evita-la. A
maior parte (52%), porém, acredita que a petista sabia da corrupção na
Petrobras e deixou que ela ocorresse, e 8% não tem opinião sobre o assunto.
Entre os que aprovam o governo Dilma, 17% acreditam que ela sabia da corrupção
mas deixou que ocorresse, 31%, que sabia mas não poderia evita-la, e 37%, que
não sabia.
65% apoiam
adotar racionamento de energia imediatamente
A maioria dos brasileiros
(94%) tomou conhecimento de que a falta de chuvas em algumas regiões do país
tem feito baixar o volume de reservatórios de água usados para abastecer a
população e gerar energia elétrica. A fatia dos bem informados sobre o assunto
atinge 57%, e os demais estão ou mais ou menos informados (31%) ou mal
informados (7%)
Um em cada três
brasileiros (32%) acredita que o principal responsável pelo risco de faltar
energia no Brasil seja o Governo Federal, e 18% avaliam que seja a população.
Também foram apontadas as grandes empresas (10%) e os governos estaduais (8%),
assim como todos eles (23%). Há ainda 2% que não consideram nenhum dos citados
culpado, e 8% não opinaram sobre o assunto. Entre os mais jovens, ficam abaixo
da média as indicações ao Governo Federal (27%), e acima da média (25%), a
todos (governos, população e grandes empresas). Na parcela dos mais
escolarizados, 42% dizem que o principal culpado é o Governo Federal, índice
que cai para 27% entre os menos escolarizados.
Dois em cada três
brasileiros (65%) acreditam que o governo deveria adotar imediatamente o
racionamento para enfrentar o problema de falta de chuvas que prejudica o
abastecimento de energia elétrica em algumas regiões do país. Para 27%, o
governo deveria esperar mais alguns meses para observar se as chuvas a partir
de agora irão encher os reservatórios, e 8% não opinaram. No Sul, o índice dos
que apoiam um racionamento imediato fica abaixo da média (58%), assim como
entre os menos escolarizados (56%). Entre os mais escolarizados, 77% avaliam
que o governo deveria adotar o racionamento imediatamente.
A falta de energia
atingiu na residência onde moram atingiu, no último mês, 39% dos brasileiros.
Destes, 15% dizem ter ficado sem energia por 1 dia, 10%, por 2 dias, 6%, por 3
dias, e 8%, por quatro dias ou mais. Em média, os atingidos ficaram sem energia
em 2,9 dias, considerando os 30 dias anteriores à pesquisa. A região menos
atingida por falta de energia foi o Sul (30% relataram ter ficado sem energia
em pelo menos 1 dia dentre os 30 dias anteriores), e as mais atingidas foram
Centro Oeste (45%), Norte (45%) e Nordeste (43%). No Sudeste, 37% disseram ter
faltado energia no período.
36% sofreram com
falta de água no último mês
A maioria (95%)
tomou conhecimento sobre a falta de água que está atingindo algumas regiões do
país devido ao baixo volume de reservatórios de água usados para abastecer a
população. Destes, 58% declaram estar bem informados sobre o assunto, e os
demais estão ou mais ou menos informados (30%) ou mal informados (6%)
Há uma divisão na
atribuição de responsabilidade pela falta de água em algumas regiões do país:
para 24%, a população é o principal responsável, índice igual (24%) ao dos que
indicam todos (governos federal e estaduais, grandes empresas e população) e no
mesmo patamar dos que atribuem a responsabilidade principalmente ao Governo
Federal (22%). Para 14%, o principal responsável são os governos estaduais, 6%
acreditam que sejam as grandes empresas, e 3%, que não seja nenhum desses. Há
ainda 6% que não opinaram sobre o assunto.
Na região Sudeste,
a principal ameaçada pelo problema de abastecimento de água, 26% acreditam que
todos sejam responsáveis pela falta de água, 22%, que seja a população, 21%,
que seja o Governo Federal, e 19%, os governos estaduais. As grandes empresas
foram apontadas por 5%, e uma fatia de 3% não atribui responsabilidade a nenhum
deles.
A falta de água na
residência onde moram atingiu, no último mês, 36% dos brasileiros. Destes, 18%
ficaram sem água em casa por 5 dias ou mais, 7%, de 3 a 4 dias, e 6%, 2 dias ou
menos. No Nordeste, 50% ficaram sem água na residência por pelo menos 1 dia nos
30 dias anteriores ao levantamento. No Sudeste, o índice fica em 37%, e cai
para 29% no Centro-Oeste, 24%, no Norte, e 19%, no Sul.
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