Seria o suficiente para não apenas a Justiça e o Congresso iniciarem uma investigação e um processo de impeachment.
Seria...
Mas a nossa Justissa não é, digamos assim, muito atenta: ela só ouve certas coisas, só vê algumas poucas, e não fala nada. Que ela seja cega, muda e surda, a gente já sabe. Que ela seja paraplégica também, isso é novidade...
Quanto ao Congresso, o que dizer?
Não tenho palavras...
Paulo Roberto de Almeida
Estadão, 9/03/2015
Nesta reportagem de Rubens Valente, intitulada "Doleiro diz que
Planalto escolhia diretores quando
partidos divergiam", fica clasro que o doleiro e delator Alberto Youssef
citou nominalmente Dilma Roussef e Lula, ao denunciar que o
ex-presidente e a atual presidente sempre souberam da roubalheira na
Petrobrás, concordavam com ela e dirigiam tudo desde o Palácio do
Planalto, tanto que em casos de conflitos nas escolhas dos diretores por
partes de PT, PP e PMDB, eram eles quem faziam a mediação.
Apesar da clareza das denúncias e da nominação dos líderes, Lula e Dilma
não constaram da Lista de Janot e nem o ministro Teori Zavascki
devolveu a papelada como imprestável, exigindo novas petições.
O doleiro Alberto Youssef afirmou em delação premiada que
o Palácio do Planalto era o responsável final pela escolha dos diretores da
Petrobras quando surgiam divergências entre os partidos políticos em torno da
indicação de nomes para os cargos.
A íntegra do depoimento foi incluída nos autos da
Operação Lava Jato que tramitam no STF (Supremo Tribunal Federal).
"Eram comuns as disputas de poder entre partidos
relacionadas à distribuição de cargos no âmbito da Petrobras e que essas
discussões eram finalmente levadas ao Palácio do Planalto para solução;
[Youssef] reafirma que o alto escalão do governo tinha conhecimento", diz
o depoimento, dado em 3 de outubro.
Youssef disse a chefia da Petrobras e o Planalto sabiam
do esquema. "Tanto a presidência da Petrobras quando [quanto] o Palácio do
Planalto tinham conhecimento da estrutura que envolvia a distribuição e repasse
de comissões no âmbito da estatal".
O doleiro nominou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, a atual presidente, Dilma Rousseff, e os ex-ministros José Dirceu,
Edison Lobão, Ideli Salvatti, Gleisi Hoffmann, Gilberto Carvalho e Antonio
Palocci entre os nomes do Planalto que sabiam do esquema.
No mesmo depoimento, quando indagado diretamente sobre a
participação da ex-presidente da Petrobras Graça Foster, o doleiro Alberto
Youssef não foi assertivo. "O declarante esclarece acreditar que a mesma
soubesse da estrutura de repasses das construtoras para partidos, mas não pode
afirmar".
"Entretanto, a prática da indicação de cargos
político visando pagamentos é rotineira e ocorre em todos os casos."
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Contas de campanha de Dilma, em 2010, serão investigadas
O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou
ontem (6) a investigação, em 1ª instância, as suspeitas de que o
ex-ministro Antonio Palocci, homem forte dos governos Lula e Dilma
Rousseff, se arrecadou propina para a campanha presidencial de 2010.
Em acordo de delação premiada, o ex-diretor de Abastecimento da
Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou que, em 2010, o doleiro Alberto
Youssef intermediou, em nome de Palocci, propina de 2 milhões de reais
para a campanha de Dilma. Os valores deveriam ser retirados da propina
de 2% cobrada pelo Partido Progressista (PP) em contratos com a
Petrobras.
Por não ter direito a foro privilegiado, caberá ao juiz Sergio Moro, que
conduz os processos da Operação Lava Jato na Justiça Federal do Paraná,
analisar as evidências contra Palocci e decidir se investiga o
ex-ministro.
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