O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

domingo, 7 de abril de 2019

Elites medíocres, políticos corruptos: a mortal combinacao que arrastou o Brasil para o fundo - O Antagonista-Crusoé

Não tenho nenhum problema ou restrição mental em fazer publicidade para O Antagonista e para a revista Crusoé, da qual sou assinante: simplesmente trata-se do melhor jornalismo investigativo, informativo e opinativo disponível na mídia brasileira, sem as limitações da imprensa familiar, ou daquela subvencionada por partidos ou grupos poderosos, de esquerda ou de direita.
Paulo Roberto de Almeida
EXCLUSIVO: OS GRAMPOS DA FARRA DE JOESLEY BATISTA, DA JBS, COM OS PODEROSOS

Caro leitor,
O texto a seguir foi retirado de uma reportagem da revista Crusoé que revela o conteúdo de grampos inéditos com detalhes da farra de Joesley Batista, da JBS, com o poder:
Domingo, 26 de outubro de 2014. A cúpula de uma das maiores companhias do Brasil se reúne em uma exuberante mansão no Jardim Europa, na capital paulista, para acompanhar a contagem dos votos do segundo turno. Havia uma eleição presidencial em aberto. Dilma Rousseff e Aécio Neves protagonizavam uma das mais acirradas disputas eleitorais da história brasileira desde a redemocratização. A casa é de Joesley Batista, o dono da JBS. O empresário, alçado havia alguns anos ao estrelato dos negócios pela política dos campeões nacionais do governo Lula, tinha se tornado também um dos maiores financiadores de campanha do país. A ideia do convescote, para o qual ele reuniu alguns de seus parceiros mais próximos, era conferir o resultado do investimento. O grupo se reuniu à beira da piscina. A festa, regada a muita bebida, com a turma se jogando na água de roupa e tudo, entraria pela madrugada. E acabaria, sem que ninguém ali soubesse, por proporcionar a um grupo restrito de investigadores da Polícia Federal um retrato bem-acabado, e até hoje inédito, do auge da influência de Joesley e da JBS sobre o poder, graças aos milhões que o grupo colocava nas mãos dos políticos.
É isso mesmo.
Enquanto Joesley e sua turma comemoravam na piscina a reeleição de Dilma, a PF monitorava tudo.
As gravações inéditas, obtidas com exclusividade, revelam a promiscuidade entre Joesley e os donos do poder de então.
Os grampos mostram conversas entre Joesley e personagens como Michel Temer, o petista Fernando Pimentel, o emedebista Eduardo Cunha e o tesoureiro de campanha de Aécio Neves.
Além da intimidade com o dono da JBS, os diálogos revelam que, invariavelmente, os políticos eram extremamente gratos ao generoso financiador de campanha:
É o que deixa claro Michel Temer, ao falar com Joesley:
“Obrigadíssimo, amigo, obrigadíssimo. Agora, vem cá. Agora vamos fazer aquele almoço ou aquele jantar no Jaburu?”
Fernando Pimentel:
“Obrigado por tudo, abraço”.
Eduardo Cunha:
“Muito obrigado por tudo, por tudo você foi 100%, tá?”
A reportagem explica a razão de tamanha felicidade com a reeleição. E tamanha simpatia por parte dos políticos:
Joesley tinha motivos de sobra pra comemorar a continuidade da dobradinha PT-MDB no poder. Afinal, foi durante a era petista, e à custa de facilidades obtidas em Brasília, que o seu frigorífico deixou de ser mais uma empresa para se tornar a maior produtora mundial de proteína animal, com um faturamento de 120 bilhões de reais em 2014. Como revelaram mais tarde as investigações, e os próprios executivos do Grupo JBS em suas delações premiadas, grande parte desse crescimento foi consequência da articulada estratégia da empresa de encher o bolso de políticos, seja por meio das gordas doações eleitorais oficiais, seja pelas entregas de dinheiro em espécie por fora, em troca de facilidades.
É uma reportagem suculenta.
Seu conteúdo pode ser indigesto.
Mas, a exemplo dos alimentos ricos em nutrientes, é um prato necessário.
Necessário para quem quer entender o Brasil e, mais do que isso, passar o país a limpo.
E nós sabemos por que oferecemos esse prato a você, caro leitor.
Essa é a tarefa do jornalismo independente: mergulhar nos bastidores do poder e revelar  acontecimentos e articulações que os poderosos querem manter em sigilo.
É isso o que os leitores da Crusoé encontram todos os dias quando abrem o site pela manhã. 
E também às sextas-feiras, quando é publicada a Edição da Semana da Crusoé, com reportagens de fôlego que trazem revelações sobre o poder e os poderosos.
É preciso um jornalismo independente para fiscalizar os poderosos e impedir que eles façam o que bem entendem com o dinheiro do imposto que você paga. 
A Revista Crusoé está pronta para denunciar o que for preciso, sempre em benefício de seus leitores.
Como a reportagem que revelou que uma das linhas de investigação da Polícia Federal sobre o atentado a Jair Bolsonaro apontava para o Primeiro Comando da Capital, a maior facção criminosa do país. Advogados que defenderam Adélio Bispo de Oliveira, o autor da facada em Bolsonaro, ficaram sob a lupa das autoridades.
Crusoé também jogou luz sobre a vida luxuosa dos filhos de Lula. Os negócios da prole do presidente preso por corrupção e lavagem de dinheiro foram tema de uma extensa reportagem logo na edição de estreia da revista.
E mais:
  • Na edição do dia 1º de junho de 2018, revelamos que o então presidente da Petrobras, Pedro Parente, mantinha sociedade com empresas que tinham negócios com a estatal.
  • Já na edição de 18 de maio de 2018, revelamos que a PF reunira indícios de que a petista Gleisi Hoffmann havia recebido R$ 5,3 milhões em recursos ilegais.
  • No início de 2019, revelamos um plano de Cuba para ajudar Dilma a se reeleger em 2014. O plano teve a participação ativa dos profissionais cubanos do programa Mais Médicos, que atuavam como cabos eleitorais da petista.
Fatos não faltam…
E é preciso fiscalizar, porque…
É a segurança, a saúde e a educação da sua família que estão em jogo.
Você quer que esses políticos sejam fiscalizados?
Você quer saber o que é feito às escondidas?
Você quer fiscalizar a reforma da Previdência?
Você quer que os governantes trabalhem pelo bem de sua família?
A melhor forma de brigar por tudo isso é acompanhar diariamente um jornalismo independente e sem rabo preso com políticos e governos.
Chega de ser enganado por políticos “espertos”.
Basta de meias verdades.
Chega de histórias mal contadas sobre ações que na verdade prejudicam a sua vida e a de outras milhões de pessoas.
Crusoé mostra de forma detalhada o que acontece por trás das principais notícias da semana.
Porque essa é a única forma de você se prevenir do jogo do poder.
Com a Crusoé, você descobre em quem confiar e, principalmente, em quem não confiar no mundo da política.
E é por esse motivo que estamos convidando você a fazer parte do grupo de brasileiros que deseja ficar do lado da verdade.
Crusoé foi criada em 2018 pelos jornalistas Diogo Mainardi e Mario Sabino com o propósito de mostrar para você o que acontece pelos cantos de Brasília, trazendo a verdade à tona ─ doa a quem doer.
Um princípio fundamental da Crusoé é não aceitar anúncios de nenhum órgão ou poder público.
Isso significa que não recebemos dinheiro de nenhum governo (federal, estadual ou municipal), tampouco dos Poderes Legislativo ou Judiciário.
Também não aceitamos recursos de empresas estatais ou qualquer organização bancada com recursos públicos. E nem de empresas privadas enroladas em falcatruas.
É isso que garante a você transparência total das informações divulgadas. Como se diz vulgarmente, não temos o rabo preso com os ocupantes do poder.
Crusoé, uma ilha de independência no jornalismo brasileiro.
É uma revista direita e de direita.
Não se trata de um trocadilho gratuito.
Num país em que os mais torpes argumentos são usados para escamotear os cofres públicos…
… fazer uma revista direita significa ser intransigente com os malfeitos, com a corrupção, o conchavo, o toma-lá-dá-cá, a incompetência…
Significa repudiar a velha política, aquela que foi derrotada em 2018 nas urnas.
Os representantes dessas práticas não têm colher de chá na Crusoé. Vale para Lula, para o PT, para o Renan…
Ser uma revista de direita significa, principalmente, defender valores e ações como:
  • A Democracia Representativa, em que os políticos legitimamente eleitos agem em nome do eleitor e são por ele fiscalizados. Nada de comitês e afins, dominados por partidários dos poderosos, como quer a esquerda;
  • A Livre Iniciativa, o direito dos cidadãos de se associarem livremente para aproveitar oportunidades e solucionar desafios contemporâneos, gerando negócios e riqueza. Governos não induzem prosperidade: quem o faz são os cidadãos empreendedores e as empresas, cabendo ao Estado estabelecer regras claras. Ou seja, nada do Estado gigante que controla tudo e nada entrega, como prega a esquerda;
  • A Liberdade de Expressão e de Acesso à Informação, o que inclui a liberdade da imprensa de revelar ao público o que os poderosos gostariam de esconder. Foi assim que o Brasil afastou do poder uma presidente que arruinou as finanças e colocou atrás das grande um ex-presidente corrupto que lavava dinheiro. “Controle social da mídia”, como prega o PT e seus satélites, nada mais é do que uma ferramenta para intimidar e calar a imprensa que não se ajoelha diante do poder.
  • O Jornalismo Independente. Repetimos: a Crusoé, assim como O Antagonista, não aceita dinheiro de qualquer órgão público ou empresa estatal. Não há negociação nesse ponto. Mario Sabino costuma dizer que a publicidade estatal tem funcionado como um “mensalão”, por meio do qual governistas de plantão compram apoio de “jornalistas”. A prática aniquila o poder de fiscalização da imprensa sobre o governo. É um tiro na democracia. Foi assim nos governos petistas, que se associaram a blogs sujos. Que isso nunca mais se repita.
Crusoé é, portanto, uma revista que tem coragem de admitir sua posição.
Mas isso não significa dar paz aos políticos de direita.
O atual governo já demonstrou que tem a pauta certa para modernizar o Brasil: uma profunda reforma econômica (que inclui a previdenciária) e uma intransigente política de combate ao crime.
A população felizmente concedeu um mandato a Jair Bolsonaro para que ele implemente essas mudanças.
Mas o presidente não tem uma carta em branco.
É preciso fiscalizar seu governo, e nós o faremos.
Temos a equipe mais preparada para essa tarefa.
Na linha de frente, está Rodrigo Rangel, editor-executivo da revista Veja em Brasília até o início de 2018.
Rodrigo possui três prêmios Esso e foi autor de algumas das reportagens mais impactantes sobre a Operação Lava Jato.
Com seu rigor jornalístico, suas reportagens contribuíram para colocar na cadeia o ex-ministro José Dirceu, o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, o ex-governador do Rio Sérgio Cabral, o ex-presidente Lula e muitos outros políticos corruptos.
Crusoé está do lado da verdade ─ não importa o partido.
Isso significa que… se algum poderoso fizer besteira, ele não terá descanso até que a verdade seja esclarecida.
Será investigado e estampará as páginas tão temidas da Crusoé.
Nosso compromisso é com você. É com um Brasil mais justo e melhor para a sua família.
Toda semana você encontra na Crusoé:
  • Reportagens investigativas que mostram a verdadeira face daqueles que deveriam trabalhar pelos seus interesses (mas é o contrário que acontece)
  • Pontos de vistas diferentes sobre os principais assuntos da semana para você refletir sobre o momento em que estamos passando.
  • Provocações no bom e velho estilo ame ou odeie. Sem frescura. Sem mimimi.
  • Entrevistas esclarecedoras que vão abrir sua mente para assuntos que talvez você nunca tenha parado para pensar.
  • Denúncias que só podem ser publicadas pelo jornalismo independente.
  • Humor na dose certa para você refletir e se descontrair ─ afinal, o mundo já está muito sério.
  • Notícias diárias sobre os principais acontecimentos do Brasil e do mundo
  • E muito, muito mais…
Você fará parte de um grupo bem informado, que participa ativamente de todas as decisões que vêm de Brasília.
Confira o que dizem os assinantes:
  
Toda sexta-feira, você terá acesso em primeira mão às principais análises do Palácio do Planalto, do Congresso, do STF…
E é isso que queremos que você encontre nos próximos 7 dias. Então, temos um convite especial para lhe fazer:
Hoje você tem a oportunidade de acessar gratuitamente a Crusoé por 7 dias.
Serão 7 dias em que você poderá conhecer os detalhes do que acontece nos bastidores de Brasília e nos ajudar a pressionar os poderosos pelas mudanças que precisam ser feitas no Brasil.
Você tem a oportunidade de presenciar tudo isso por 7 dias sem custo algum.
Aceitando o nosso convite, você poderá acessar na íntegra todo o site da Crusoé e ler em primeira mão reportagens investigativas que abalam o dia a dia dos políticos e empresários influentes.
Você poderá acompanhar:
  • O movimento do Congresso durante as reformas propostas pela equipe do governo;
  • Denúncias de atividades suspeitas da cúpula do poder;
  • Entrevistas reveladoras com figuras de peso na política;
  • Colunas provocativas para você olhar o país por ângulos diferentes;
  • Cobertura diária dos principais fatos da política.
  • E muito, muito mais…

Atos internacionais pela liberdade do chefe mafioso: o que a diplomacia brasileira pretende fazer?

Abaixo, uma demonstração da capacidade de mobilização dos movimentos de esquerda e progressistas que não sentem nenhum constrangimento em defender o maior criminoso político do Brasil, o dirigente sindical e político que roubou desde o início de sua carreira sustentada pelos dólares de Fidel e de sindicatos ingênuos ao redor do mundo.
Depois que assumiu o poder, ele começou a roubar em grande escala, e dilapidou todo o Estado brasileiro, achacou empresas privadas e ganhou propinas encima de empréstimos oficiais do BNDES.
O que a diplomacia do governo pretende fazer para esclarecer a opinião pública internacional de que esses movimentos estão defendendo um mafioso?
Paulo Roberto de Almeida

Atos pela liberdade de Lula serão realizados em 36 cidades espalhadas pelo mundo

Manifestações internacionais se estenderão até o dia 10: Lula é emblema da lula pela democracia no mundo
Mauricio Thuswohl
Rede Brasil Atual
Narrada pela elite econômica e pelos grandes grupos de mídia do Brasil como resultado natural de um julgamento justo, a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva continua a provocar a indignação e a mobilização dos setores progressistas da sociedade em diversas partes do mundo. Na Europa, a prisão de Lula é tratada explicitamente – e até por diversos políticos de direita – como uma questão política. No próximo domingo (7), quando se completará um ano de seu encarceramento na sede da Polícia Federal em Curitiba, diversos atos serão realizados em cidades europeias.
O ato mais emblemático está marcado para as 15h de domingo (11h no horário de Brasília), em frente aos majestosos portões da sede da ONU em Genebra, na Suíça. A manifestação, batizada como Reunião pela Liberdade de Lula, se realizará na Place des Nations (Praça das Nações) e, segundo seus organizadores, deverá reunir algumas centenas de pessoas, entre integrantes da comunidade brasileira na Suíça e países vizinhos, e representantes de sindicatos, associações pelos direitos humanos e a democracia e partidos de esquerda. Os organizadores do ato na ONU são o Comitê Internacional Lula Livre, o Coletivo Grito e a organização Bloque Solidaridad America Unida.
“Denunciaremos mais uma vez ao mundo a condenação injusta de Lula e as perseguições políticas e assassinatos de lideranças sociais de esquerda que acontecem hoje no Brasil. A prisão de Lula é evidentemente política e constitui um atentado à democracia e ao estado de direito não somente no Brasil, mas em toda a América Latina”, diz Fátima de Souza, integrante do Comitê Lula Livre da Suíça e uma das organizadoras do ato em Genebra. Esse ataque ao país, segundo ela, começou com o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e possibilitou a chegada de Jair Bolsonaro, “um político fascista, misógino e homofóbico”, à Presidência da República.
O ato em frente à ONU, segundo Fátima, não se limitará a denunciar a prisão de Lula e também trará a discussão sobre as consequências sociais dos ataques ao estado de direito no Brasil: “Todo esse processo golpista tem como objetivo maior anular os avanços conquistados durante os governos de Lula e Dilma pela classe trabalhadora em termos de acesso aos sistemas de educação e saúde, distribuição de renda e possibilidades de ascensão econômica”, diz.
Convocação internacional
Com cópias em português, inglês, francês, alemão, espanhol e italiano, a convocatória do ato na ONU foi amplamente divulgada entre os setores progressistas da sociedade europeia. O documento alerta sobre o movimento, levado a cabo nos últimos anos, para “aniquilar os governos de esquerda” na América Latina e trata a prisão de Lula como símbolo maior desse processo de avanço da direita em todo o continente: “A perseguição política da esquerda levou à condenação arbitrária do melhor presidente da história do Brasil. A condenação injusta e a natureza política da prisão de Lula, apoiada por uma mídia tendenciosa, parte do sistema judiciário e um setor corrupto da Polícia Federal, é cada vez mais evidente”.
O documento diz ainda que o resultado das últimas eleições no Brasil acabou sendo falseado pela prisão do ex-presidente: “A prisão política, ilegítima e antidemocrática teve o objetivo de impedir Lula de exercer seu direito de candidatar-se à Presidência nas eleições em outubro de 2018, além de buscar destruir a esquerda e os programas sociais no Brasil. Atualmente, é evidente que a precarização do estado brasileiro serve para vendê-lo ao mercado estrangeiro, sobretudo, aos Estados Unidos”.
Moro de “extrema direita”
O alinhamento do juiz federal – e atual ministro da Justiça – Sérgio Moro, que proclamou a sentença original contra Lula, com os adversários políticos da esquerda brasileira não foi esquecido pelos organizadores do ato na Suíça: “Denunciamos as estreitas relações do juiz Sérgio Moro, como constatado em numerosas ocasiões, com os opositores políticos do ex-presidente e com instituições do governo americano. Desde o início de 2019, Moro é ministro da Justiça do novo governo de extrema direita com o objetivo de instaurar um poder judiciário autoritário e justiceiro, o que caracteriza seu interesse pessoal na prisão de Lula”.
Segundo a esquerda europeia, o fortalecimento da direita já traz graves consequências para aqueles que lutam por justiça social no Brasil: “Esse golpe favoreceu os crimes políticos contra os defensores dos direitos humanos, os líderes dos movimentos sociais e os militantes de partidos de esquerda. A maioria desses crimes permanecem impunes apesar de terem sido denunciados por organizações internacionais”, afirma a convocatória elaborada pelo Comitê Internacional Lula Livre.
Mundo pede Lula livre
Coordenados pela Frente Internacional de Brasileiros Contra o Golpe (Fibra), organização baseada na Alemanha, acontecerão de hoje (4) à próxima quarta-feira (10) na Europa e em outros continentes um total de 36 atos pela imediata liberdade de Lula, incluindo o ato em frente à ONU em Genebra. As demais manifestações começam hoje (4) por Roma e continuam amanhã (5), em Madri, e no sábado (6) em Paris, Estocolmo e Bergen (Noruega).
A maior parte das manifestações acontecerá mesmo no domingo (7), com atos já confirmados nas cidades de Bruxelas, Berlim, Viena, Barcelona, Bonn, Coimbra, Lisboa, Amsterdã, Bolonha, Copenhague, Munique, Frankfurt, Hamburgo, Colônia, Manchester, Tübingen (Alemanha) e Aarhus (Dinamarca), além de novo ato em Madri. Fora da Europa, também coordenados pela Fibra, acontecerão atos nas cidades de Montevideo (5), Nova Iorque (um ato amanhã e outro no domingo), Los Angeles, Boston, Cidade do México, Sydney, Melbourne, Saint-Louis. Nos dias subsequentes, acontecerão atos em Praia (Cabo Verde, dia 8) e novas manifestações em Berlim (9) e Londres (10).

sábado, 6 de abril de 2019

Jose Bonifacio, Patriarca da Independência: falecimento em 6/04/1838

Morre José Bonifácio, o ‘Patriarca da Independência’

Morre José Bonifácio, o ‘Patriarca da Independência’
José Bonifácio foi um dos principais nomes do processo de independência do Brasil (Foto: Wikipedia)
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Em 6 de abril de 1838, morreu o estadista brasileiro José Bonifácio, um dos principais nomes do processo de independência do Brasil e figura política importante durante o Primeiro Reinado no país. Antes de ingressar na política, o “Patriarca da Independência”, como ficou conhecido, dedicou sua vida à ciência.
Nascido em Santos, em 13 de junho de 1763, de uma família de comerciantes ricos ligados à aristocracia portuguesa. Aos 20 anos de idade, foi para a Europa estudar ciências naturais e direito em Coimbra, em Portugal. Lá, se destacou como geólogo e permaneceu no continente por mais de dez anos viajando, financiado pela Corte portuguesa.
Retornou ao Brasil em 1819, aos 56 anos, e em pouco tempo se engajou no processo de independência da então colônia portuguesa. Com a Revolução Liberal do Porto, um movimento liberal que ocorria em Portugal, a Corte portuguesa exigiu em 24 de dezembro de 1821 que o Príncipe Regente D. Pedro retornasse à metrópole. José Bonifácio escreveu-lhe uma carta, exigindo a permanência de D. Pedro na colônia. O pedido foi atendido e D. Pedro permaneceu no Brasil.
Proclamada a independência do Brasil em 1822, José Bonifácio foi um dos responsáveis por organizar movimentos de repressão a grupos que resistiam à separação de Portugal. Foi ministro do Imperador brasileiro, agora D. Pedro I. No entanto, por divergências, rompeu com o Imperador e só reconciliou após passar seis anos exilado na França.
Em 1831, D. Pedro I abdicou o trono brasileiro para disputar o português com seu irmão D. Miguel. Com isso, José Bonifácio ficou encarregado de tutorar o sucessor do trono brasileiro, o futuro D. Pedro II, que na época tinha apenas cinco anos de idade e não poderia assumir. Permaneceu no cargo até 1833, quando foi demitido.
Aos 74 anos, morreu em uma casa onde passou seus últimos dias em Niterói, no Rio de Janeiro.

Sobre críticas e críticos - Paulo Roberto de Almeida

Eu escrevo muito, eu sei. É um defeito de origem, ou na linguagem exegética, um pecado original.
Como passei muito tempo em bibliotecas e livrarias, fazendo a minha “acumulação primitiva” de leituras, anotações e reflexões, a partir de certo momento, passei a “desovar” todas essas reflexões e elaborações críticas sob a forma de artigos, ensaios, notas e livros sobre assuntos diversos.
E, a partir de outro momento, passei a disponibilizar essa produção por meio das ferramentas de interação social: blogs, site, FB, Twitter, plataformas acadêmicas, etc.
Quem se expõe dessa forma, tem de se submeter a críticas e contra-argumentos.
Tudo bem até aqui, e meu blog Diplomatizzando até serviu, e ainda serve, como uma espécie de “quilombo de resistência intelectual” nos tempos menos convencionais do lulopetismo diplomático, quando penso ter oferecido um contraponto necessário à política externa partidária dos companheiros. Muito do que acumulei ao longo dos anos foi consolidado em meu livro de 2014: “Nunca Antes na Diplomacia” (Appris).
Atualmente, voltamos a enfrentar uma nova divisão política no país e, involuntariamente, meu blog Diplomatizzando também volta a ser um quilombo de resistência intelectual contra os absurdos do que já designei como “diplomacia familiar”, sendo que o chanceler formal é uma peça menos importante nessa nova engrenagem ideológica (e lamentável, sob qualquer aspecto).
Já tenho muito material para um novo livro, que virá a seu tempo.
No momento, o que tenho a oferecer é o meu livro sobre a agonia e a queda final do lulopetismo diplomático e sobre o período de transição: “Contra a Corrente: ensaios contrarianistas sobre as relações internacionais do Brasil, 2014-2018” (Appris).
Tem também minhas muitas postagens nas ferramentas de interação social que utilizo, objeto de muitas críticas, contra-argumentos e comentários, que são muito bem-vindos, assim como de muitos likes e reproduções, o que agradeço sinceramente.
Agora, cabe observar um aspecto dessas reações:
Começo a distinguir os críticos de minhas postagens: existem aqueles que se dirigem aos argumentos, ou seja, a substância em debate, e aqueles que preferem atirar no mensageiro. Estes geralmente são olavetes e bolsonetes furibundos com minhas críticas.
Como se diz comumente, mas sem pretender ofender ninguém: Os cães ladram e a caravana passa...

Paulo Roberto de Almeida 
Brasília, 6/04/2019

Sobre críticas às políticas de governo - João Luiz Mauad e Paulo Roberto de Almeida

Faço minhas, integralmente, as palavras e os argumentos de João Luiz Mauad, sobre a importância e a necessidade de críticas acerbas, intelectualmente honestas, sobre quaisquer aspectos de medidas governamentais e sobre quaisquer políticas públicas de escopo macro ou setorial, pois essas críticas representam um componente indispensável ao processo de participação cidadã na formulação e implementação dessas políticas, no caso específico do Mauad a reforma da Previdência. 
Mais ainda: aplico o mesmo critério, de forma responsável, mas de forma contundente, ao descalabro atualmente existente na área que constitui minha especialização profissional, as relações internacionais do Brasil, sua política externa e sua diplomacia, onde detecto sinais preocupantes de políticas equivocadas e até mesmo ignorância, quando não prepotência no tratamento de temas sensíveis de nossas relações exteriores, como o comércio internacional, por exemplo, no qual preconceitos ideológicos nais canhestros tentam prevalecer sobre o uso da racionalidade nesse terreno.
Transcrevo a seguir a nota de João Luís Mauad:

“João Luiz Mauad: 
"Tenho grande admiração pelo Paulo Guedes e muitos integrantes da equipe econômica, alguns dos quais tenho a honra de conhecer pessoalmente. Considero a proposta da reforma previdenciária excelente e gostaria muito de vê-la aprovada, para o bem de todos nós e das futuras gerações.

O problema é que o presidente e alguns de seus auxiliares e consultores mais próximos, que são os personagens mais importantes da cena atual, continuam a nos brindar com um verdadeiro festival de improviso, amadorismo, idas e vindas, trocas de acusações públicas, truculência verbal e demonstrações explícitas de vaidade.

Minha maneira de tentar ajudar no esforço pelas reformas é através da crítica, e não passando paninho nas inúmeras traquinagens de um governo tão arrogante quanto inepto, que muitas vezes parece agir para boicotar a reforma da previdência, não para aprová-la.
Ao contrário dos entusiastas e tietes de políticos, acho que o dever de todo cidadão é muito menos aplaudir as boas ações do que criticar o que considera errado.

Embora bastante cético, torço para que o governo dê certo, até porque moro aqui e só teria a perder em caso de novo fracasso. Mas com elogios e aplausos, apenas, você ajuda muito pouco ou quase nada. Aliás, minto: ajuda a criar monstros. Ainda me lembro, como se fosse hoje, dos anos de 2003 e 2004, quando a imensa maioria dos eleitores e da mídia transformou Lula num semideus, praticamente imune a críticas. Deu no que deu…

Nada contra quem gosta de ficar levantando a bola de políticos e burocratas. Respeito a liberdade de cada um. Este escriba, no entanto, acredita que a crítica é muito mais necessária do que o aplauso. “Ah, mas algumas críticas são injustas”. Sim, e isso é da vida. Muito pior do que críticas injustas é crítica nenhuma."

Fim de citação 
Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 6 de março de 2019

Sobre o nacionalismo rastaquera no caso do Acordo de Alcantara - Paulo Roberto de Almeida

Os nacionalistas rústicos estão escandalizados com o acordo de salvaguardas tecnológicas Brasil-EUA para o uso da base de Alcântara, quando áreas determinadas serão de uso restrito dos responsáveis pelos lançamentos empregando tecnologias e equipamentos salvaguardados.
 Não mencionam que as restrições só se aplicam quando de lançamentos usando tecnologias salvaguardadas justamente, que é o que o Brasil aplica, por exemplo, a inspeções de agentes da AIEA (alguns prováveis espiões de grandes potências) no caso de centrífugas de processamento de urânio da usina de Rezende, salvaguardadas como tecnologia brasileira. 
E se esquecem de mencionar que, secularmente, existem centenas de espaços físicos isentos e exemptos da soberania brasileira, que são embaixadas e consulados estrangeiros, da mesma como temos centenas de espaços soberanos em países estrangeiros. 
Tudo isso, ou seja, restrições soberanas a espaços físicos nacionais de uso restrito por nações estrangeiras, está devidamente regulamentado pelas convenções de Viena sobre relações diplomáticas e consulares.
Em conclusão, essas demonstrações de nacionalismo bocó não fazem nenhum sentido.
Os opositores ideológicos ao AST Brasil-EUA não leram o acordo e não fazem a mínima ideia sobre o que seja soberania nas relações internacionais.
Paulo Roberto de Almeida 
Brasília, 6 de março de 2019

sexta-feira, 5 de abril de 2019

Mourao: o presidente NÃO acidental - Marina Dias (FSP)

Prezados Senhores

Por que o general Mourão não interpelou judicialmente o Olavo de Carvalho?

Olavo de Carvalho sugere que Mourão planeja dar um golpe em Bolsonaro

“Estará o Mourão planejando livrar-se do Bolsonaro e usar a eleição dele como mera camuflagem para dar ares de legalidade eleitoral a um golpe militar?”, pergunta o “guru” da família do presidente.
Agora o Steve Bannon faz esses comentários. É tudo muito estranho! 
Cabe lembrar que o general Mourão ficou conhecido pregando um golpe militar e atualmente, num passe de mágica, se transformou em um anjo conciliador das colocações mais radicais do Bolsonaro.
Mourão conversa com a CUT, braço sindical do PT e de Lula.
Assunto para refletir.
Ricardo Bergamini

'Mourão quer mostrar que está preparado se Bolsonaro falhar', diz ex-estrategista de Trump

Steve Bannon critica postura antagônica de vice-presidente e afirma que general deveria renunciar ao cargo

4.abr.2019 às 16h26 
Marina Dias/Folha
WASHINGTON

Estrategista da campanha que elegeu Donald Trump à Casa Branca, Steve Bannon afirma que o vice-presidente brasileiro, o general Hamilton Mourão, tenta se mostrar preparado para assumir o Planalto caso Jair Bolsonaro não dê certo no comando do governo.
Bannon, que participou da visita de Bolsonaro a Washington no mês passado, diz ser inaceitável um vice-presidente manter postura antagônica ao governo. E acrescenta: se tiver princípios, honra e decência, Mourão deve renunciar ao cargo e migrar para a oposição.
"O vice-presidente está tentando mostrar que está preparado se Bolsonaro falhar. E isso não é aceitável. Não é aceitável por ser alguém do governo. Se quiser fazer isso, Mourão deveria renunciar amanhã de manhã e ir para a oposição", afirmou à Folha. 
"Se ele não acha que pode falar a voz do governo, se é um homem de princípios, honra e decência, deveria renunciar e ir para a oposição."
A declaração de Bannon, que se tornou um dos conselheiros de parte da ala ideológica do governo brasileiro, ocorre na véspera da chegada de Mourão aos EUA e em meio a forte crise política no Planalto, que não consegue articular uma base aliada sólida no Congresso.
O vice-presidente desembarca em Boston nesta sexta-feira (5) para participar da Brazil Conference, evento organizado por alunos brasileiros das universidades de Harvard e do MIT (Massachusetts Institute of Technology). 
Na cidade, tem encontros com pensadores de esquerda, como Mangabeira Unger, ex-ministro de Lula, além de imigrantes brasileiros—agenda que Bannon classificou como "um tapa na cara do governo".
O roteiro de Mourão nos EUA incomodou aliados de Bolsonaro. Eles avaliam que os compromissos reforçam a tese de que o vice está tentando se firmar como figura plural e dissonante de Bolsonaro. 
Mourão tem se colocado do outro lado do tabuleiro nas principais polêmicas do governo. Na mais recente, enquanto o presidente e seu ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, insistiam na ideia de que o nazismo foi um movimento de esquerda, Mourão disparou: "De esquerda é o comunismo, não resta nenhuma dúvida".
Após a passagem por Boston, o vice-presidente brasileiro segue para Washington, na segunda-feira (8), pouco mais de 20 dias após Bolsonaro ter se encontrado com Trump na capital.
Para Bannon, a proximidade das visitas de um presidente e um vice de um mesmo país é incomum nos EUA e tem gerado dúvidas entre políticos e empresários locais.
"Estou chocado que um militar não está seguindo o comando central do governo. É muito estranho ter uma pessoa do governo vindo para os EUA e marcando seus próprios compromissos. Nos outros países isso não acontece, especialmente porque tivemos uma grande delegação aqui e muito foi feito."
Na passagem pelos EUA, Bolsonaro conseguiu apoio de Trump para o ingresso do Brasil na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e o status de aliado extra-Otan para o país.
Ainda há dúvidas entre os analistas sobre a concretude desses acordos, mas o governo os viu como um trunfo.
Líder do The Movement, grupo que promove a direita nacionalista e populista no mundo, Bannon saiu da Casa Branca em 2017, depois que seu nome foi citado em um livro sobre o governo chamando um dos filhos de Trump de "traidor" —o ex-assessor nega.
Hoje Bannon diz ser um "observador" do Brasil e tem estreitado laços com o filho caçula de Bolsonaro, Eduardo, que ganhou mais projeção em questões de política externa após a visita do presidente aos EUA. O ex-estrategista de Trump também se aproximou de Filipe Martins, assessor da Presidência para assuntos internacionais.
1.    Esta semana, o jornal britânico "Financial Times" publicou um artigo no qual chamava Mourão de "moderado" — opinião rechaçada por Bannon. Para ele, vice quer ser o "homem dos globalistas", mas é visto como um "palhaço" nos EUA.
"Ele absolutamente não é [moderado]. Bolsonaro, Ernesto e Guedes [Paulo Guedes, ministro da Economia] estão fazendo um movimento para cumprir tudo o que prometeram: reforma da Previdência, política externa. Não há surpresas no que Bolsonaro está dizendo", disse.
"O vice-presidente estava na campanha e se comprometeu com todo o programa de Bolsonaro. Por que isso mudou nos cem primeiros dias de governo? Isso machuca o Brasil e o povo brasileiro."
Em Washington, Mourão tem encontro com empresários e em centros de pesquisa. Ele ainda tenta marcar reunião com o vice-presidente americano, Mike Pence, e com parlamentares.
Quando esteve na cidade, Bolsonaro não conseguiu se encontrar com integrantes do Congresso, que estava em recesso, e cumpriu agenda mais restrita ao encontro de pessoas ligadas a seu campo ideológico conservador.