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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

sábado, 14 de março de 2020

Dicas para o interessado ou candidato à carreira diplomática

Sem querer fazer propaganda de um curso específico, mas sem recusar o direito autoral da informação abaixo, transcrevo apenas informações úteis.
Paulo Roberto de Almeida


5 dicas para estudantes que desejam seguir a carreira diplomática

Saiba como funciona a carreira de diplomata, quais são as funções, os cargos e os salários

A possibilidade de seguir uma carreira internacional abre oportunidades únicas na vida de uma pessoa. Por isso, a carreira diplomática está no imaginário de muitos por todo o país.
Entre os diversos perfis que se interessam pela carreira, os mais jovens merecem um destaque especial. Atraídos por um ótimo salário e a oportunidade de vivenciar experiências pelo mundo, muitos iniciam a preparação para ingressar na diplomacia ainda na faculdade, ou até mesmo antes dela.
Se interessou pelo tema? Então conheça um pouco mais sobre a carreira diplomática e confira algumas dicas que separamos para você!

O que faz um diplomata?

É claro que a carreira oferece diversas possibilidades de atuação. Mas, em linhas gerais, o diplomata é um agente político, cuja função é a implementação de diretrizes de política externa.
Isso significa que o diplomata é um representante oficial do país junto à comunidade internacional. Entre suas atribuições, estão a negociação de tratados e acordos que vão de encontro aos interesses brasileiros. Além disso, o diplomata é uma fonte direta de informações para o governo sobre assuntos do seu interesse.
Muitos enxergam o diplomata de forma romantizada, imaginando que se trata de uma figura altamente elitizada cuja carreira se resume a puro glamour. A verdade é que este é apenas um estereótipo, inclusive muito simples de se derrubar.
Dentro das funções da carreira, o diplomata, que é um servidor público, pode exercer as mais diversas atividades, que estarão ligadas ao seu posto de trabalho, cargo, entre outros fatores.

Cargos e salários

Basicamente, o diplomata pode ocupar até 6 categorias que seguem uma linha hierárquica. O ingresso na carreira ocorre no cargo de Terceiro Secretário e a primeira promoção acontece num período mínimo de 3 anos para o cargo de Segundo Secretário.
O salário inicial é de R$19.199,06 no cargo de Terceiro Secretário, podendo chegar a R$27.368,67 para o Embaixador, categoria máxima atingida na carreira diplomática.
Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata (CACD)
O ingresso na carreira diplomática acontece por meio de um concurso, o CACD, que é realizado pelo Instituto Rio Branco (IRBr) e há mais de 20 anos acontece regularmente pelo menos uma vez ao ano.
Entre os requisitos básicos para prestar o CACD, podemos destacar:
  • Ter a idade mínima de 18 anos;
  • Estar em dia com as obrigações eleitorais e militares;
  • Ser brasileiro nato;
  • Ser graduado em curso superior por uma instituição reconhecida pelo MEC.
Muitos candidatos ficam em dúvida, por isso é importante reforçar: não é necessário ter um curso superior específico, qualquer formação é suficiente para habilitar o candidato ao concurso.
CACD é formado por duas fases. A primeira é uma prova objetiva, enquanto que segunda é formada por provas escritas. As duas fases possuem caráter eliminatório.
São bem abrangentes as áreas de conhecimento que devem ser dominadas pelo candidato ao CACD. De modo geral, essas são as disciplinas cobradas no concurso: Direito, Direito Internacional Público, Economia, Geografia, História Mundial, História do Brasil, Política Internacional e Línguas (Português, Inglês, Espanhol e Francês).
Se interessou pela carreira diplomática? Então confira essas 5 dicas!
Para estudantes que estão na faculdade ou para aqueles que ainda se preparam para iniciar a graduação, é importante ressaltar: a aprovação no CACD exige, na maioria dos casos, uma preparação a longo prazo.
Segundo o guia de estudos para o CACD de 2018, um documento tradicionalmente criado de forma colaborativa pelos aprovados no concurso, naquele ano “o tempo médio de estudo foi de 3,75 anos” para aqueles que conquistaram uma vaga. 
Pensando nisso, faz sentido dizer que iniciar a preparação para o CACD antes mesmo de se formar na faculdade é uma excelente estratégia.
É exatamente por isso que separamos algumas dicas que serão o diferencial para você que quer começar a se preparar para o CACD a partir de agora! Vamos a elas?

1. Crie um plano de estudos

Como falamos anteriormente, são várias as disciplinas cobradas no concurso. Por isso, naturalmente, a bibliografia do CACD é numerosa, o que exige uma carga extensa de estudos para cobrir todos os assuntos descritos no edital do concurso.
Se você estuda ou até mesmo trabalha, a primeira coisa a se fazer é compreender a fundo a sua rotina. Para isso, responda a essas perguntas:
  • Quantas horas por dia ou semana você tem disponíveis para se dedicar aos estudos para o CACD?
  • Você realmente consegue reservar essa carga horária sem comprometer os outros contextos que também exigem a sua dedicação?
Isso te ajudará a criar um plano de estudos bem adequado à sua rotina, evitando que você abandone ou prejudique os estudos por um excesso de tarefas que você não conseguirá sustentar no longo prazo.
Não importa se você possui 1, 2 ou 6 horas livres no seu dia neste momento. Ao entender a carga horária com a qual você pode se comprometer, fica muito mais simples criar um plano de estudos realista, no qual você poderá listar cada um dos tópicos das disciplinas a serem estudados e o tempo em que você pretende finalizar cada um deles.
Nessa linha, é interessante criar metas e realizar um acompanhamento entre o que foi planejado e o que está sendo cumprido, para que você seja capaz de realizar ajustes no seu plano de estudos em caso de necessidade.

2. Línguas

Pegando como parâmetro as últimas edições do CACD, para a primeira etapa foram cobradas questões de língua inglesa e portuguesa. Para a segunda etapa, além das duas primeiras, são aplicadas provas escritas de Francês e Espanhol.
Como o domínio de um novo idioma leva certo tempo, o ideal é que você comece a estudar aquelas que ainda não domina o quanto antes. O mais legal é que, independentemente de se estudar para o CACD ou não, falar outras línguas sem dúvida irá agregar à sua vida pessoal e profissional como um todo!
Uma dica interessante para acelerar o seu aprendizado uma vez que você já possui uma base gramatical em determinada língua: leia artigos no idioma estudado. Além de lhe ajudar a se familiarizar mais rapidamente com os idiomas, é uma forma de se preparar para as provas escritas do concurso.

3. Atualidades

Muita gente não sabe, mas estudar apenas a bibliografia do CACD não é o suficiente para passar no concurso. Diversas questões da prova são formuladas com base em fatos atuais, por isso, o acompanhamento periódico de notícias é essencial.
Veja um exemplo de uma questão sobre política internacional da prova do CACD de 2018:
O ideal é que você desenvolva desde já um acompanhamento periódico das principais notícias relacionadas a disciplinas como política internacional, economia e geografia.
Isso pode ser feito por conta própria, a partir do acompanhamento dos principais portais de notícias. Ainda assim, essa atividade pode levar muito tempo e atrapalhar o estudo de outras disciplinas, é por isso que muitos candidatos recorrem ao uso de uma ferramenta de clipping de notícias para o CACD, que ajuda a poupar bastante tempo nos estudos sobre atualidades.

4. Esteja familiarizado com os clássicos da literatura brasileira

Certos autores da literatura brasileira aparecem com grande frequência nas questões de língua portuguesa do CACD, tanto na primeira, como na segunda fase do concurso. O pensamento e o estilo de autores como Machado de Assis, Graciliano Ramos, entre outros, geralmente são utilizados na formulação de questões da disciplina.
Se você é fã da literatura brasileira, certamente tem nas mãos um diferencial para as provas do CACD. Ainda assim, é importante entender como são cobrados esses autores na prova, por isso, buscar exemplos de questões que caíram em outras edições do concurso é uma ótima forma de entender como direcionar os estudos.

5. Não deixe de praticar

Por fim, mas não menos importante, pratique! Isso mesmo, de nada adianta a leitura da bibliografia, o acompanhamento de atualidades ou o estudo de línguas se você não possui na sua rotina um momento reservado para praticar as questões da prova.
Você pode fazer isso por meio de simulados ou até mesmo a partir das provas anteriores do CACD. Além de lhe ajudar na fixação do conteúdo, você amplia a sua compreensão sobre como as questões do concurso são formuladas, algo que influencia diretamente na forma como você estuda.
Ainda que este seja apenas o início da sua trajetória de preparação para a carreira diplomática, é importante desde já não ficar só na teoria. Essa é uma excelente maneira de receber feedbacks rápidos sobre a sua evolução nos estudos para o CACD.

[EXTRA] Use este momento a seu favor!

Agora que você entende um pouco mais sobre a carreira diplomática, provavelmente irá concordar quando falamos que para vencer o primeiro desafio nessa trajetória, o CACD, é preciso muita dedicação e disciplina.
A necessidade de conciliar uma rotina preexistente com os estudos para o concurso não é tarefa fácil. Por isso, se você ainda está no início da sua carreira acadêmica, este é o melhor momento para criar hábitos que serão o diferencial para você no futuro.
Gostou do conteúdo? Deixe seu comentário e compartilhe com quem tem interesse nesse assunto. Ah, se quiser dar o próximo passo rumo à carreira diplomática, clique no link e veja mais detalhes sobre como começar a estudar para o CACD.
Este texto foi produzido com exclusividade pela equipe do Clipping CACD para o GUIA DO ESTUDANTE. O Clipping é uma plataforma completa de preparação para o Concurso de Diplomata. Saiba mais em clippingcacd.com.br.

Tolices e erros do Governo Bolsonaro (PRA) - Jorge Henrique Cartaxo (14/03/2019)

Um registro tardio, que eu não havia feito no momento em que foi publicado.
Um artigo do colunista Jorge Henrique Cartaxo, sobre minha exoneração do IPRI no Carnaval de 2019. Grato Cartaxo.
Paulo Roberto de Almeida

Tolices e erros

Jorge Henrique Cartaxo
Política Real, 14/03/2019
Avaliação semanal vê equívocos desnecessários

Embaixador Paulo Roberto Almeida( Foto: Exame)
A confusão por tolices no governo Bolsonaro é tamanha que já há quem a considere uma espécie de estratégia para desviar a população dos grandes e fundamentais temas como a previdência, os juros, a segurança, a prometida abertura dos mercados....etc.
Não faz sentido, por exemplo, nem a forma e menos ainda o conteúdo,  da presença do senhor Olavo de Carvalho – que mora nos Estados Unidos – nas questões internas de alguns ministérios da República, notadamente o da Educação e das Relações Exteriores. Ainda ontem o secretario do MEC, Luiz Antônio Tozi, foi afastado do cargo. Há rumores de que 20  outros técnicos serão exonerados e que até o ministro pode ser destituído. É fato que o senhor Ricardo Vélez Rodrigues não tem sido exatamente feliz nas suas raras manifestações. Percebe-se também que há uma certa paralisia na área da educação no País. Em principio, esse desconforto deveria ser tratado pelo Congresso, o mundo acadêmico, a mídia...enfim.  Mas jamais pelo senhor Carvalho e setores militares do governo.
Ainda no carnaval, mais uma vez por suposta ordem indireta do senhor Olavo de Carvalho, o ministro das Relações Exteriores, o bizarro Ernesto Araújo, afastou da direção do IPRI – Instituto de Pesquisas de Relações Internacionais – o embaixador Paulo Roberto de Almeida, um dos melhores quadros da diplomacia brasileira. Paulo Roberto integra a mais nobre linhagem do Itamaraty do qual fazem parte Rubens Ricupero, Rubens Barbosa, José Guilherme Merquior, Gelson Fonseca dentre outros.  São diplomatas cultos, eruditos que pensam de forma refinado o País e o mundo.
Também no carnaval, o presidente Jair Bolsonaro republicou um vídeo indecente de dois homossexuais. A indignação do presidente é plenamente compreensível e justificável ao ver aquelas cenas, mas não cabia a ele divulga-las. O gesto não foi condizente com o cargo. O ruído foi enorme e absolutamente desnecessário. Seus desencontros com o vice-presidente Hamilton Mourão, de tão frequentes oscilam entre o desconforto e a piada. Não é razoável!
É natural e desejável que esses fatos sejam observados e devidamente tratados pela mídia e os brasileiros de um modo geral. Mas deve ser observável também o conteúdo e a tramitação da reforma da Previdência. A tramitação e o conteúdo do plano de segurança, já encaminhado ao Congresso pelo ministro Sérgio Moro. A caixa preta, de certa forma aberta, do BNDES. As suspensões de contratos suspeitos em vários órgãos do novo governo...acompanhar e vigiar!
  
Twiter: @JorgeCartaxo6 


sexta-feira, 13 de março de 2020

O Shanghai Daily deste sábado tem um único assunto: Coronavirus

Política real (todo o governo Bolsonaro) - Jorge Henrique Cartaxo

Um fino escritor, um excelente analista político, um conhecedor profundo do ambiente de Brasília, e do Brasil real, tratando da política real, desde o início do governo Bolsonaro, sem qualquer complacência com as mazelas e disfuncionalidades do nosso sistema político.
Paulo Roberto de Almeida

Jorge Henrique Cartaxo
https://politicareal.com.br/colunas/jorge-henrique-cartaxo

O primeiro bloco de seis: 




A diplomacia ideológica do governo Bolsonaro - Maristela Basso (Na Pauta online)


Os riscos da diplomacia do conflito


Sob Jair Bolsonaro, a diplomacia brasileira assumiu, sim, viés
ideológico. Do estilo “nunca antes visto no Brasil”, dos governos
petistas, passamos ao do “Brasil acima de tudo”, inclusive do
direito internacional e do multilateralismo pragmático alinhado e
bem arrumado da velha Academia de Rio Branco.
O Presidente Donald Trump, quando assumiu a presidência dos EUA, em 2017, trouxe de volta ao cenário internacional a já em desuso “diplomacia do conflito”, ou “do confronto”, intensificou a aplicação de sanções internacionais e passou a denunciar acordos importantes, dentre os quais, o de Paris sobre a mudança do clima, assim como o de não proliferação de armas nucleares.
O governante americano prefere o confronto à negociação e despreza a “diplomacia do consenso”. Ele não tolera o dissenso, não suporta o contraditório e tem a pretensão de rever a ordem internacional da “pax americana”, inaugurada no pós segunda guerra mundial.
No período de pouco mais de três anos no poder, as “negociações” iniciadas por Donald Trump tiveram pouco sucesso, exceto no que diz respeito ao Acordo Comercial com a Coreia do Norte, cujo presidente, Kim Jong-un, demonstra traços de personalidade e caráter semelhantes àqueles do presidente americano, associados aos mísseis intercontinentais capazes de incrementar qualquer entendimento diplomático. Trata-se da mais clara disputa pelo ultrapassado e conhecido “hard power”, ou “diplomacia dos canhões”. Nessa toada, também abriu flanco para a revisão do Tratado NAFTA[1] que precisava melhor se adequar aos interesses da nova ordem econômica americana pretendida por Trump.
Por outro lado, o Irã, embora presente na lista de prioridades do presidente Donald Trump, não representa uma ameaça militar efetiva aos EUA, e as relações entre esses dois países sempre foi de desconfiança, hostilidade e permeada de conflitos. Ambos vivem às turras em uma relação de represálias recíprocas.
A América Latina não existe para Donald Trump e sua proximidade com o presidente Jair Bolsonaro, se de fato existe mesmo, é de “intuitu personae” (personalíssima), e não se estende ao Brasil como tal.
Sob Jair Bolsonaro, a diplomacia brasileira assumiu, sim, viés ideológico. Do estilo “nunca antes visto no Brasil”, dos governos petistas, passamos ao do “Brasil acima de tudo”, inclusive do direito internacional e do multilateralismo pragmático alinhado e bem arrumado da velha Academia de Rio Branco.
Jair Bolsonaro reintroduziu no país práticas abandonadas há décadas pela nossa tradicional diplomacia, inclusive algumas já sepultadas no pós-regime militar brasileiro. Ademais, rejeita a independência que tínhamos conquistado dos EUA e recrudesceu a aproximação que vínhamos costurando de forma exitosa com os irmãos africanos. Não bastasse, o presidente Jair Bolsonaro deixou de observar o princípio da não intervenção nos assuntos internos dos nossos países vizinhos, as boas relações com os europeus e também nosso pragmatismo histórico.
Tudo isso porque Jair Bolsonaro prioriza, ingenuamente, as afinidades pessoais e ideológicas com certos governantes, em detrimento dos verdadeiros interesses do Brasil.
Dito de outra forma, Jair Bolsonaro decretou, no Brasil, o fim da ponderação, sensatez, circunspecção e proeminência do Itamaraty na condução da nossa politica externa e passou, ele mesmo, a traçar diretivas, criar agendas e construir e derrubar pontes. Com Bolsonaro, ou sob Bolsonaro, instaurou-se no país a “diplomacia do conflito e da surpresa”. Isto porque, nosso presidente está sempre pronto a brigar, discutir, contrariar e chocar. Não sabe governar para todos, pacificar, construir consensos, tanto no âmbito interno (nacional) quanto internacional.
Segundo afirmou nosso ex-Ministro Celso Lafer[2], a diplomacia do governo atual rompe a tradição do Itamaraty por ser de “enfrentamento”, que conduz a uma “diplomacia de combate”.
A tradição do Brasil sempre foi a da “diplomacia de cooperação”. Sempre primou pela solução pacífica das controvérsias, internas e internacionais, pela prevalência dos direitos humanos, do império do Direito e, em especial, pela elegância hermenêutica.
Em um mundo tensionado como o atual, com disputas importantes entre os EUA e a China e os renovados conflitos no Oriente Médio, o diálogo tornou-se fundamental e a diplomacia precisa ser construtiva.
A identificação de Jair Bolsonaro com Donald Trump, e outros líderes autoritários, não contribui para o fortalecimento do Brasil, nas suas esferas complementares interna e externa.
Jair Bolsonaro segue entrincheirado na zona de conflito, porque sabe fazer politica apenas por meio de altercações, brigas, escaramuças e ataques, foi assim que conduziu sua campanha eleitoral, com esse “modus operandi” se elegeu e com atritos exerce suas politicas, doméstica e externa, comunica-se com a imprensa e tenta desacreditar oponentes e dissidentes.
Como se vê, a diplomacia do “hard power” foi retomada pelo presidente Donald Trump. Já, no Brasil, nosso presidente inaugurou, no contexto da diplomacia internacional, o que pode ser chamado de “lost power”.
Porém, nem tudo está perdido.
A boa notícia para os brasileiros é que alguns de nossos governadores estão assumindo papel importante no cenário internacional, ocupando espaço na condução de políticas (regionais) internacionais. Passaram a celebrar, diretamente, acordos internacionais de cooperação em múltiplas áreas, trazendo, assim, investimentos estrangeiros para as suas regiões, e construindo parcerias com importantes players internacionais, servindo-se do que se chama de “sharp power”. Isto é, penetrando e perfurando o ambiente político e informativo dos países que mais interessam, desenvolvendo habilidades e ferramentas próprias com o intuito deliberado de influenciar e atrair politicamente nações estratégicas, seus governantes e investidores.
[1] Acordo de Livre Comércio Entre Canadá, Estados Unidos e México.
[2] Link para matéria: https://www.nexojornal.com.br/expresso/2018/02/06/O-que-%C3%A9-sharp-power.-E-como-ele-pode-minar-governos