Um registro tardio, que eu não havia feito no momento em que foi publicado.
Um artigo do colunista Jorge Henrique Cartaxo, sobre minha exoneração do IPRI no Carnaval de 2019. Grato Cartaxo.
Paulo Roberto de Almeida
Tolices e erros
Jorge Henrique Cartaxo
Política Real, 14/03/2019
Avaliação semanal vê equívocos desnecessários
A confusão por tolices no governo Bolsonaro é tamanha que já há quem a considere uma espécie de estratégia para desviar a população dos grandes e fundamentais temas como a previdência, os juros, a segurança, a prometida abertura dos mercados....etc.
Não faz sentido, por exemplo, nem a forma e menos ainda o conteúdo, da presença do senhor Olavo de Carvalho – que mora nos Estados Unidos – nas questões internas de alguns ministérios da República, notadamente o da Educação e das Relações Exteriores. Ainda ontem o secretario do MEC, Luiz Antônio Tozi, foi afastado do cargo. Há rumores de que 20 outros técnicos serão exonerados e que até o ministro pode ser destituído. É fato que o senhor Ricardo Vélez Rodrigues não tem sido exatamente feliz nas suas raras manifestações. Percebe-se também que há uma certa paralisia na área da educação no País. Em principio, esse desconforto deveria ser tratado pelo Congresso, o mundo acadêmico, a mídia...enfim. Mas jamais pelo senhor Carvalho e setores militares do governo.
Ainda no carnaval, mais uma vez por suposta ordem indireta do senhor Olavo de Carvalho, o ministro das Relações Exteriores, o bizarro Ernesto Araújo, afastou da direção do IPRI – Instituto de Pesquisas de Relações Internacionais – o embaixador Paulo Roberto de Almeida, um dos melhores quadros da diplomacia brasileira. Paulo Roberto integra a mais nobre linhagem do Itamaraty do qual fazem parte Rubens Ricupero, Rubens Barbosa, José Guilherme Merquior, Gelson Fonseca dentre outros. São diplomatas cultos, eruditos que pensam de forma refinado o País e o mundo.
Também no carnaval, o presidente Jair Bolsonaro republicou um vídeo indecente de dois homossexuais. A indignação do presidente é plenamente compreensível e justificável ao ver aquelas cenas, mas não cabia a ele divulga-las. O gesto não foi condizente com o cargo. O ruído foi enorme e absolutamente desnecessário. Seus desencontros com o vice-presidente Hamilton Mourão, de tão frequentes oscilam entre o desconforto e a piada. Não é razoável!
É natural e desejável que esses fatos sejam observados e devidamente tratados pela mídia e os brasileiros de um modo geral. Mas deve ser observável também o conteúdo e a tramitação da reforma da Previdência. A tramitação e o conteúdo do plano de segurança, já encaminhado ao Congresso pelo ministro Sérgio Moro. A caixa preta, de certa forma aberta, do BNDES. As suspensões de contratos suspeitos em vários órgãos do novo governo...acompanhar e vigiar!
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