Ele continua patrocinando as mesmas teses que derivam basicamente do arsenal prebischiano-cepaliano-desenvolvimentista de recomendações de políticas públicas.
Essas políticas de crescimento e de desenvolvimento econômico foram aplicadas SISTEMATICAMENTE na América Latina desde o final dos anos 1950.
Se elas fossem, realmente, um guia infalível para o desenvolvimento econômico e social, a América Latina deveria certamente estar entre as regiões e países mais desenvolvidos e avançados do planeta, o que não é manifestamente o caso, e bem a contrário.
Pode-se sempre argumentar que os dirigentes políticos não seguiram exatamente o receituário desenvolvimentista preconizado por Raul Prebisch e seus colegas da CEPAL, e que eles preferiram seguir as recomendações "neoliberais", o que sabemos que não é o caso. Sim, sabemos que governos de esquerda e mesmo de direita – os militares do Brasil, por exemplo – seguiram exatamente as políticas desenvolvimentistas recomendadas pela CEPAL, mas parece que cometeram outros erros e equívocos na condução da economia: se cita o inflacionismo, a manipulação cambial, o protecionismo, o regulacionismo excessivo, o intervencionismo na esfera privada, o nacionalismo econômico e outros pecados do gênero.
Mas isso corresponde exatamente ao que preconizava a escola cepaliana: políticas estatais de estímulo a determinados setores, controle do câmbio e dos investimentos estrangeiros, restrições às importações por "penúria de dólares", construção de uma boa base industrial nacional, e escapar do maldito modelo "exportador de commodities".
Se estou bem informado, as teorias, receitas e propostas cepalianas foram fragorosamente derrotadas ao longo do último meio século, mas quero conceder que todas elas tinham boas intenções, só errando na preservação do patrimonialismo, dos privilégios, da não-educação de massa, no fechamento das economias ao comércio internacional e aos investimentos estrangeiros. O estatismo certamente não ajudou, pois estimulou a corrupção e o nepotismo.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 17/03/2020
Modelos de estado desarrollista (Bresser-Pereira) | ||
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Do site de José Roberto Afonso:
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