O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

sábado, 15 de junho de 2024

Putin’s Peace Plan: Ukraine’s total submission - Foreign Policy

 A Fifth of Ukraine’s Land

Foreign Policy, 15/06/2024

Russian President Vladimir Putin promised on Friday to order an immediate cease-fire in Ukraine and begin peace negotiations if Kyiv and its Western allies agree to a series of conditions. These include Ukraine withdrawing all of its troops from the four Russian-occupied territories of Donetsk, Kherson, Luhansk, and Zaporizhzhia; the West lifting all sanctions imposed on Moscow; and Kyiv dropping its NATO membership bid.

Moscow does not control all of the territory in these four regions, meaning that a Ukrainian surrender on these conditions would give Russia more land than it currently occupies. Combined with the Crimean Peninsula, which Russia illegally annexed in February 2014, this would be a loss of more than one-fifth of Ukraine’s sovereign territory.

“Our principled position is that Ukraine’s status must be a neutral, nonaligned, free of nuclear weapons,” Putin said. Friday’s proposal is the most concrete set of conditions to stop the conflict that Putin has offered since the war began in February 2022. He has previously suggested that negotiations take into account “the realities of today,” which some experts have interpreted as meaning current battle lines.

The Ukrainian Foreign Ministry immediately denounced Putin’s proposal, saying the Russian president’s goal is “to mislead the international community, undermine diplomatic efforts aimed at achieving a just peace, and split the unity of the world over the goals and principles of the United Nations Charter.” Kyiv reiterated its position that Russia must withdraw all of its forces from Ukraine’s internationally recognized borders.

The proposal came just one day before Switzerland is set to host a two-day peace conference on the Russia-Ukraine war. Representatives from at least 90 countries and organizations will attend, with key guests including Ukrainian President Volodymyr Zelensky; U.S. Vice President Kamala Harris; the leaders of Canada, France, Germany, Italy, Japan, and the United Kingdom; Turkey’s and Hungary’s foreign ministers; and a delegation from India.

Notably absent will be a delegation from China, which declined the invitation, and Putin, who was not invited and said the event is “just another ploy to divert everyone’s attention, reverse the cause and effect of the Ukrainian crisis, [and] set the discussion on the wrong track.” The Ukrainian Foreign Ministry said the timing of Putin’s cease-fire proposal is a sign that the Kremlin is trying to undermine the conference’s efforts, accusing Putin of being “afraid of a real peace.”

In November 2022, Zelensky outlined a 10-point peace proposal, which included the restoration of Ukraine’s “territorial integrity” under the U.N. Charter as well as the return of Crimea. Last February, Beijing released a 12-point peace planthat, despite Putin’s backing, has achieved little momentum.

Meanwhile, Ukraine’s allies have doubled down on their commitment to Kyiv. On Friday, NATO defense ministers finalized an agreement that gives the alliance greater control over military assistance and training for Ukraine. NATO countries supply more than 99 percent of all of Kyiv’s military support, “so it makes sense that NATO takes on a greater role in these efforts,” alliance chief Jens Stoltenberg said. On Thursday, the G-7 agreed to issue $50 billion in loans to Kyiv using interest from frozen Russian assets.


O governo Lula, perdidaço - Celso Ming (Estadão)

O governo Lula, perdidaço

Celso Ming


O Estado de S. Paulo, 14/06/2024

Desencontros e trapalhadas do governo têm desgastado a imagem de ministros, a confiança no arcabouço fiscal e derrubado o mercado

governo Lula perdeu o rumo da política econômica. Não sabe mais onde e para onde navega e, o que é pior, parece não se dar conta de que está perdido. Vamos aos fatos.

Diante da necessidade de arrumar cobertura para os favores prestados a 17 setores da economia e principais municípios com a desoneração dos encargos sociais, o governo Lula editou uma medida provisória que limitava o uso dos créditos acumulados de PIS/Cofins e, assim, surrupiava das empresas em um ano algo em torno de até R$ 29,2 bilhões.

O presidente do Senado, Rodrigo Pachecodevolveu para o governo os trechos mais importantes da medida provisória, sob o argumento de forte inviabilidade política e de inconstitucionalidade da matéria, uma vez que não previa a carência de 90 dias para início de vigência (noventena). A medida provisória foi rejeitada por ser inviável.

O líder do governo no Senado, o petista Jaques Wagner, aplaudiu a decisão de Pacheco e, assim, condenou a iniciativa desastrada do Ministério da Fazenda, afirmando que “o presidente Lula não estava confortável com a medida”.

Com isso, lançou um torpedo contra o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que havia elaborado o texto da medida provisória e batalhado por ela. É o governo atacando o governo, de acordo com o governo. Bisonho, não?

Haddad declarou que não tinha plano B e empurrou para o Senado a tarefa de encontrar uma saída para substituir a medida provisória. Na prática, agiu como se o regime fosse parlamentarista, em que o Congresso assume as funções de governo.

Senado rapidamente amontoou algumas sugestões, mas logo se viu sem outras opções porque algumas serviriam apenas para um ano e, ainda assim, insuficientes para compensar os R$ 26,3 bilhões do custo da desoneração em 2024.

Enquanto isso, o presidente Lula ignorou as trapalhadas de sua equipe econômica. Nesta quarta-feira, no FII Priority Summit, reunião de líderes internacionais, Lula fez uma declaração disparatada que derrubou o mercado e o nível de confiança na condução da política econômica: “O aumento da arrecadação e a queda dos juros permitirão a queda do déficit”, disse ele. Por aí se vê que Lula passa longe da hipótese de derrubar as despesas. Confia no aumento da arrecadação, altamente improvável, e na queda dos juros – também improvável.

ajuste por meio de aumento da arrecadação deu o que tinha de dar. Na bandeja dos cortes, ainda estão de pé, para arrepio da maioria das alas do PT, as propostas dolorosas da ministra do Planejamento, Simone Tebet, de passar a régua nos pisos da Saúde e da Educação e na vinculação de benefícios previdenciários (BPC, abono salarial e seguro-desemprego) ao salário mínimo.

Nesta conjuntura, vale lembrar velho ditado sempre repetido entre os navegantes. Diz que “marinheiro não pode reclamar de vento contra se não sabe para onde ir”.

Um comentário:

Anônimo disse...


O Lula dia assim outro também emite opiniões que causam Espanto . Se não fosse pela benevolência com que é tratado pela grande mídia, ele já estaria aniquilado Mas a turma sempre fala em “gafe “ , em “falta de jeito “e aí vai passando batido
O certo é que o Brasil está sem rumo , quem está no comando não tem projeto nacional compatível com os anseios do brasileiros
Preso e condenado a mais de 20 anos em três instantes por corrupção, foi tirado da cadeia por uma manobra judicial e agora temos que sofrer as consequências dessa criatura (des)condenada governando nosso destino, como também dos nossos filhos e netos

14/6/24 17:09

 

DISFUNCIONALIDADES DA POLÍTICA EXTERNA - José Augusto Guilhon Albuquerque

 DISFUNCIONALIDADES DA POLÍTICA EXTERNAL

José Augusto Guilhon Albuquerque

14/06/2024

Nesta série de estudos sobre as disfuncionalidades de nosso sistema político, venho tentando mostrar que há algo de podre no nosso regime, o que fica evidenciado pela regularidade das crises que derrubam  presidentes ou inviabilizam governos. Minha hipótese central é que os efeitos das disfuncionalidades das instituições de toda natureza – econômicas, sociais e políticas – afetam-se mutuamente, provocando um novo equilíbrio, num grau ainda maior de podridão.

Depois de abordar o sistema jurídico, hoje vou tratar das disfuncionalidades da nossa política externa, e do nosso posicionamento no ambiente geopolítico. A Política Externa, tal como hoje é exercida, pode ser entendida como o conjunto de orientações que um Estado procura adotar para executar as atividades do país voltadas para o Exterior, de acordo com seus interesses, isto é, as prioridades nas relações políticas, econômicas e sociais e, sobretudo, os riscos e ameaças provindos do ambiente geopolítico.

Por definição, portanto, a política externa de um país só pode ser exercida dentro dos patamares de seu ambiente geopolítico que, no caso do Brasil, tem particularidades que, a induzem a aderir a uma concepção inteiramente disfuncional. 

Essa particularidade consiste em que o Brasil é um dos mais raros, senão o único país sem inimigos nem ameaças externas vitais.

Os poucos países que poderiam ameaçar nossa condição de país livre e soberano, ou não têm interesse, ou não querem pagar o preço de levar adiante uma ameaça vital contra o Brasil. Isto faz com que, nos poucos momentos em que nossas elites encaram nossas relações internacionais, cabe-lhes perfeitamente uma paráfrase de Nietzsche: se não sofremos ameaças, tudo é permitido.

Esta concepção disfuncional do ambiente geopolítico conduz à adoção de uma política externa igualmente disfuncional. Dois exemplos que cabem no espaço desta crônica: O Brasil faz parte de um continente dominado pela maior potência global mas, em vez de manter uma política relativamente amistosa e moderadamente independente, elege a superpotência como seu principal inimigo. 

Outro exemplo é o pressuposto de que o Brasil é uma noiva cobiçada, que reúne todas as riquezas da terra, a cujos pés se lançam todas as nações do mundo para delas desfrutarem. Não por acaso, o Brasil vem evitando, há 30 anos, comprometer-se em acordos de comércio, na contramão do resto do mundo.

Assim, a uma política externa idealizada e descolada da realidade, corresponde uma política internacional igualmente idealizada e descolada do ambiente geopolítico de nosso país. 

Brevemente vamos entrevistar, para aprender um pouco mais, o professor Alexandre Uehara, coautor comigo do livro 25 Anos de Política Externa Brasileira, 1996-2022, que Você pode adquirir em <info@guilhonalbuquerque.com>.

Com meus cumprimentos,

José Augusto

-- 
Dr.José Augusto Guilhon Albuquerque
Professor of International Relations, University of São Paulo (USP)
Senior Fellow, USP Research Center for International Relations (NUPRI)
Director, Brazilian Society for the Study of Transnational Enterprises and Globalization
Senior Research Fellow, Wong Center for the Study of Multinational Corporations
+55.11.4704.1627(ho)  +55.11.99890.5568 (cel)

Temas relevantes da política externa brasileira e de sua diplomacia - Paulo Roberto de Almeida

 Temas relevantes da política externa brasileira e de sua diplomacia 

Paulo Roberto de Almeida, diplomata, professor.

Nota sobre o aperfeiçoamento de algumas áreas da diplomacia brasileira.

 

A diplomacia brasileira adquiriu credibilidade, ao longo de décadas, graças à concepção, formulação e implementação de uma política externa equilibrada, judiciosa, baseada no Direito Internacional e nos grandes princípios estabelecidos na Carta da ONU, inclusive em certas contribuições oferecidas pelos próprios representantes diplomáticos do Brasil à frente do Itamaraty – como o Barão do Rio Branco – ou por ocasião de encontros e conferências internacionais, como Rui Barbosa, San Tiago Dantas e outros. Na terceira década do século XXI, ela tem diante de si algumas questões relevantes para a afirmação da presença do Brasil nos foros e na agenda multilateral, além das questões ambientais e de desenvolvimento dos países mais pobres, mas que tocam, agora de forma crucial, em temas de paz e de segurança internacionais. 

Vou relacionar e comentar, sinteticamente, nos itens a seguir, algumas dessas questões, apenas com o objetivo de chamar a atenção para escolhas e decisões que precisam ser feitas pelos estadistas nacionais na tarefa de orientar, conduzir e tornar efetivas algumas das escolhas e iniciativas diplomáticas que podem ou devem ser feitas pela política externa na atualidade e nos próximos anos.

 

Integração regional

Talvez a questão mais importante da política externa e da diplomacia brasileiras, dada a condição essencial da circunstância incontornável do Brasil como país sul-americano, região na qual o país se apresenta como o economicamente mais relevante e aquele que deveria possuir alavancas diplomáticas com o objetivo de realizar um objetivo que se aparece como natural e quase obrigatório, que seria o da integração econômica e o da abertura econômica recíproca. Desde o primeiro tratado de Montevidéu de 1960, prometendo a criação de uma área latino-americana de livre comércio – o que obviamente não se realizou –, e do segundo tratado, de 1980, da Aladi – flexibilizando a obrigação anterior, no sentido de meros acordos de preferências tarifárias parciais –, o Brasil participou e até estimulou diversos projetos de integração, sendo o que mais bem-sucedido, provisoriamente, foi o esquema mais limitado ao Cone Sul, da integração bilateral Brasil-Argentina (1986-88) e do sistema quadrilateral do Mercosul (1991) e seus desdobramentos ulteriores, infelizmente marcados por crises e estagnação do processo. Essa temática deveria receber a devida atenção da parte da diplomacia brasileira e estar inscrita entre as suas primeiras prioridades na política externa e nas relações regionais. O foco principal das dificuldades nessa área não se situa propriamente nas instituições integracionistas e sim nas políticas econômicas nacionais dos principais membros do esquema regional do Mercosul. Em outros termos, o Mercosul e o processo de integração mais ampla na América do Sul não conseguirão sair do atual estado de paralisia parcial antes que os dois principais países, Brasil e Argentina, possam se coordenar nos planos político, diplomático e econômico para definir e retomar as respectivas reformas internas e as institucionais que são necessárias para superar os impasses existentes.

 

Inserção na economia mundial

A economia brasileira é uma das menos integradas nos circuitos mundiais das cadeias de valor, junto com os sócios do Mercosul, o que é um resultado de décadas de mercantilismo renitente e de protecionismo deliberado. Praticamente não existem marcas brasileiras – com poucas exceções, com os aviões da Embraer e as sandálias Havaianas – presentes no contexto da competição manufatureira global, e as políticas setoriais desenhadas no país, para o setor industrial, contemplam geralmente a preservação do mercado interno estritamente protegido da concorrência estrangeira. Não se poderá ter uma economia de escala no setor industrial se este permanecer protegido da competição global.

Trata-se de um problema mais caracteristicamente econômico do que propriamente diplomático, mas havendo negociações comerciais e de investimentos em foros multilaterais cabe ao Itamaraty defender claramente uma política de inserção deliberada do país na economia global, em lugar da postura de avestruz que soe caracterizar as associações industriais nacionais e regionais (CNI, FIESP, etc.). Não se pode conceber o processo de desenvolvimento futuro do Brasil com a preservação da visão introvertida que prevalece hoje nas políticas setoriais produtivas. Pertencer às cadeias globais de valor é um requerimento incontornável de qualquer processo de crescimento econômico voltado para a modernização e de competitividade comercial no setor manufatureiro.

 

Padrões de educação equiparados à excelência mundial

A política setorial em matéria de educação tampouco é um tema diplomático por excelência, mas ela é absolutamente essencial quando se pensa em ganhos de produtividade, que devem sobretudo estar voltadas para a produtividade em capital humano, até mais do que em ganhos na produtividade total ou no fator de produção do capital (equipamentos, etc.). Os padrões educacionais debatidos no âmbito da OCDE – e objeto de avaliação nos famosos exames regulares do PISA (programme for international student assessment) – fornecem amplo material de referência e critérios de avaliação através dos quais podem ser avaliados e desenhados programas de melhoria dos padrões nacionais de educação nos primeiros dois ciclos de ensino (que são os que mais sofrem estrangulamento e deficiências próprias). A educação nacional precisa ser objeto de um trabalho específico no âmbito diplomático.

 

Justiça expedita e confiável, como existente em outros países

Da mesma forma como as deficiências existentes no setor educacional prejudicam o Brasil em sua inserção econômica global, a área do Judiciário é a que mais apresenta dados extremamente negativos do ponto de vista dos custos de transação para o funcionamento adequado dos circuitos econômicos nacionais, em toda a sua extensão. Conflitos entre os agentes, sobretudo no domínio trabalhista, são responsáveis por uma perda direta ou indireta na economia, como por exemplo a lentidão ou a simples burocracia envolvida nos conflitos que emergem em diversos momentos das atividades de produção, distribuição e consumo, com perdas estimadas em vários pontos percentuais do PIB. Estudos existentes no plano nacional dos países mais produtivos e em organismos internacionais – Banco Mundial, BID e outras entidades de pesquisa de políticas públicas – poderiam sustentar programas de reforma do Judiciário brasileiro em seus diversos níveis, e nisso também caberia uma cooperação da diplomacia brasileira na transmissão interna da experiência conhecida no exterior.

 

Alinhamento com a cooperação internacional de boa qualidade

O Brasil foi, até os anos 1970, beneficiário da assistência internacional em seu processo de desenvolvimento econômico, científico e tecnológico, adquirindo, a partir daí, boa capacitação interna, com base na “substituição de importações” em pesquisa e desenvolvimento e na qualificação do capital humanos em diversas áreas produtivas, com destaque em agricultura e saúde. Em síntese, passou de recipiendário a prestador de cooperação em assistência ao desenvolvimento de países mais pobres, não apenas pelo oferecimento de bolsas de estudo em suas universidades públicas, como também pelo fortalecimento direto de programas de cooperação em diversos países, na própria América Latina e na África (em especial nos países de língua portuguesa). Uma integração de seus programas com aqueles que são objeto de coordenação e consulta no âmbito do Comitê de Assistência ao Desenvolvimento da OCDE seria bem vinda nessa área, com possível aproveitamento da interação da ABC, dirigida pelo Itamaraty, com os países membros do CAD, para fins de financiamento trilateral e troca de experiências úteis nessas áreas. 

 

Estas são algumas possíveis áreas nas quais uma maior interação do Brasil, e de sua diplomacia, com experiências já existentes no terreno da cooperação internacional poderia representar um grande estímulo ao seu próprio processo de desenvolvimento econômico e social, em padrões alinhados com o que há de mais avançado nos terrenos definidos como prioritários para nossa maior inserção econômica global. A diplomacia profissional, pela alta qualidade do seu capital humano, está perfeitamente habilitada para contribuir nos esforços nacionais de convergência do Brasil com as melhores práticas existentes em matéria de políticas macroeconômicas e setoriais, superando certos constrangimentos do velho nacionalismo introvertido. 

 

Algumas leituras úteis: 

DASQUE, Isabelle. “Diplomats and Diplomacy: Between Heritage and the Modernity of European Elites”. Digital Encyclopedia Of European History, 22 jun. 2020. Disponível em: https://ehne.fr/en/node/12257.

FRÉCHETTE, Louise. “Diplomacy: Old Trade, New Challenges”. In: COOPER, Andrew F.; HEINE, Jorge; THAKUR, Ramesh. The Oxford Handbook of Modern Diplomacy. 1st ed. Oxford: Oxford University Press, 2013, p. 30-34. Disponível em: https://academic.oup.com/edited-volume/34361/chapter/291461478.

SHARP, Paul. “Diplomacy and diplomats in the realist tradition”. In: ______. Diplomatic Theory of International Relations. 1st ed. Cambridge: Cambridge University Press, 2012, p. 53-72. Disponível em: https://doi.org/10.1017/CBO9780511805196.005.

 

 

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 4685, 15 junho 2024, 4 p.


Festival de Cinema Japonês Online 2024 - um must!

 O Festival de Cinema Japonês Online 2024 – terceira edição do evento e o maior de todos os tempos – será realizado durante um mês pela Fundação Japão.

Serão 23 filmes e duas séries de dramas de TV com legendas disponíveis em até 16 idiomas, disponíveis em até 27 países/regiões - gratuitamente.

Em 2024, além de 23 filmes, o festival exibirá duas séries de docuramas!

Todos os títulos disponíveis gratuitamente e com legendas em português! Grande variedade de filmes.

A programação: https://jff.jpf.go.jp/watch/jffonline2024/brazil

Carmen Licia Palazzo sobre os subterfúgios do antiabortistas fundamentalistas

 Transcrevo, e recomendo leitura:

“ Peço desculpas por colocar aqui um texto tão longo, mas postei no face e gostaria de compartilhar com vocês, principalmente pelo que ouvi de uma conceituada médica de Brasília, que me falou sobre a situação do tal prazo para o aborto, nos hospitais, e do que estão fazendo para que ele seja ultrapassado e impeça que as mulheres abortem. Aqui está o que escrevi. Minha indignação me fez ser um tanto dura.                                                   "Há algum tempo ouvi de uma médica o relato sobre muitas mulheres estupradas que vão, DENTRO DO PRAZO LEGAL, aos hospitais para fazer o aborto ao qual elas têm DIREITO e que passam por uma série de exames, aconselhamentos e outros procedimentos ALÉM DOS NECESSÁRIOS e ALÉM DOS QUE ESTÃO DENTRO DA LEI, e que nada mais são do que SUBTERFÚGIOS para que elas PERCAM O REFERIDO PRAZO. Sem falar que aparecem, de repente, "conselheiras" de todos os lados e pessoas que tentam convencê-las a não abortar, também fazendo com que se esgote o prazo (esse é o objetivo). E não se trata da consulta de praxe com psicólogo, é algo orquestrado com uma finalidade deliberada: extrapolar o prazo legal!!!

Entenderam, então, o risco imenso da PL?

A médica que relatou esse fato afirmou que, cada vez mais, os que se dizem religiosos estão OCUPANDO ESPAÇOS DENTRO dos hospitais para IMPEDIR, de maneira não explícita, é claro, que as mulheres e mesmo as meninas (que ainda são crianças, o que ocorre com frequência em casos de estupro), possam fazer o ABORTO LEGAL.

Agora imaginem com a tal lei, será uma tragédia.

Não vou discutir aqui a OPINIÃO de cada um de acordo com a SUA RELIGIÃO. O Brasil é um país LAICO. As leis não podem se fundamentar em religião alguma.

E falando sobre gravidez/aborto em geral e não só sobre casos de estupro, cabe lembrar que essas mesmas pessoas que querem impedir abortos, costumam ser igualmente contra educação sexual nas escolas e contra os alertas que devem ser feitos para o uso de meios eficazes de controle de natalidade, alertas aos jovens que se iniciam cedo no sexo, SIM.

Enquanto isso, sabemos bem que prosperam as clínicas CLANDESTINAS de aborto, que cobram bem CARO pelo procedimento e que são "utilizadas" por pessoas que têm dinheiro para tal. Gostaria muito de perguntar aos senhores parlamentares, muitos deles sabidamente verdadeiros cafajestes, quantas vezes já terão "bancado" discretamente abortos de suas amantes. É isso mesmo!!!  Ou vocês acham que tais clínicas existiriam se não fossem usadas? E as mulheres pobres ou de classe média sem muitas posses, recorrem a abortos de altíssimo risco. 

O caso das mulheres estupradas é o mais revoltante e essa PL é um HORROR, uma TRAGÉDIA. Nada é suficiente para descrever a sua BARBÁRIE. Mas a questão dos abortos tem que ser encarada de frente em todo o seu conjunto, já que é, sem a menor dúvida, algo que está agora correndo risco de grandes retrocessos.

E que fique claro, não vamos ser desonestos e ignorar o seguinte: ABORTO SEGURO é ABORTO PARA MULHERES RICAS ou MULHERES BANCADAS POR HOMENS RICOS. É bem evidente, não?"”

Carmen Lícia Palazzo

Brasília, 15/06/2024


Militares são os grandes beneficiados por um Estado pródigo

 A Previdência dos militares será colocada na mesa para integrar o pacote de gastos, sinalizou a ministra do Planejamento, Simone Tebet, em entrevista ao jornal O Globo. "Eu tenho coragem para colocar tudo", disse Tebet, que citou o alerta do Tribunal de Contas da União sobre o tema.

 

Em 2023, FFAA gastou 36,54% com pessoal militar ativo e 63,46% com pessoal militar inativo

 

 

Gastos com Pessoal Militar das Forças Armadas – Fonte: ME

 

Base: Ano de 2023

 

Itens

Quantitativo

R$ Bilhões

%

Ativos

350.238

33,8

36,54

Reserva e Reforma

167.232

30,9

33,41

Pensionistas

234.078

27,8

30,05

Total Pessoal Militar

751.548

92,5

100,00

 

 

Em 2023, existiam 350.238 militares ativos das Forças Armadas, sendo que 199.318 eram rotativos que não faziam parte do RPPS (Regime Próprio da Previdência Social dos Militares), com isso o efetivo ativo contribuinte para o RPPS era de apenas 150.920 militares para um contingente de 401.310 inativos (reservas, reformas e pensões), gerando uma relação de 0,38 ativos para 1,00 inativos.

 

O quadro demonstrativo acima demonstra, de forma clara e indiscutível, para a distorção causada pela pensão das filhas de militares nas contas nacionais, gerando uma aberração econômica, onde se gasta 36,54% com pessoal ativo e 63,46% com pessoal inativo (reservas, reformas e pensões).

                                                                                                                                                              

Essa anomalia econômica foi encerrada em 2001, mas em função do maldito direito adquirido existente para os trabalhadores de primeira classe (servidores públicos) seus efeitos financeiros somente ocorrerão em torno do ano de 2036. 

 

 

Arquivos oficiais do governo estão disponíveis aos leitores.

 

Ricardo Bergamini

 

 

Previdência de militares será colocada na mesa no pacote de corte de gastos, diz Tebet a jornal

 

São Paulo

 

14/06/2024 

 

A Previdência dos militares será colocada na mesa para integrar o pacote de gastos, sinalizou a ministra do Planejamento, Simone Tebet, em entrevista ao jornal O Globo. "Eu tenho coragem para colocar tudo", disse Tebet, que citou o alerta do Tribunal de Contas da União sobre o tema…

 

Veja mais em https://economia.uol.com.br/noticias/estadao-conteudo/2024/06/14/previdencia-de-militares-sera-colocada-na-mesa-no-pacote-de-corte-de-gastos-diz-tebet-a-jornal.htm?cmpid=copiaecola


'Boom' de pedidos à Argentina pode esbarrar em leis de extradição (O Globo)

 'Boom' de pedidos à Argentina pode esbarrar em leis de extradição

O Globo | Política
15 de junho de 2024

Os pedidos que o governo deverá apresentar à Argentina para extraditar os 47 foragidos do 8 de janeiro representam 83% do número de solicitações que o Brasil fez à nação vizinha nos últimos dois anos e meio (56). Quando o trâmite for formalizado, o país governado por Javier Mi lei passará para a segunda colocação no ranking dos que mais recebem requisições brasileiras, atrás apenas de Portugal. A ofensiva da Polícia Federal na busca, no entanto, deve esbarrar em obstáculos no país vizinho, legais e políticos.

Os dados são do Ministério da Justiça e obtidos pelo GLOBO via Lei de Acesso à Informação. Na terça-feira, o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, disse que a Argentina tem colaborado para a localização de investigados e condenados pela participação nos atos antidemocráticos.

- Atuamos em uma rede de cooperação internacional. É a polícia conversando com a polícia para tentar localizar essas pessoas que são do interesse do Poder Judiciário explicou Rodrigues.

Segundo as investigações, esse grupo deixou o país pela fronteira a pé ou de carro e, alegando perseguição política, buscava pedir refúgio. Além da Argentina, é possível que alguns foragidos tenham entrado por via terrestre no Uruguai e no Paraguai.

RELAÇÃO DELICADA

O provável pedido de extradição acontece em meio a um momento delicado entre os dois países, já que a Argentina é comandada por Javier Milei, aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, adversário político de Lula. Conforme informou o colunista Lauro Jardim, autoridades diplomáticas e do Executivo estão preocupadas com a possibilidade de uma "crise diplomática" se Milei negar a extradição.

Apesar da relação ruim, integrantes do governo confiam que a distância não terá inuência na posição. De acordo com autoridades brasileiras ouvidas pelo GLOBO, o sinal de que a Argentina está disposta a cooperar com a PF foi uma declaração do porta-voz da Casa Rosada, Manuel Adorni, que disse que o governo argentino seguirá o que a lei indica, inclusive o repasse de informações ao governo brasileiro.

Um dos obstáculos no horizonte é o tratado de extradição firmado em 1968, que prevê que não será concedida a extradição quando a infração cometida "constituir delito político ou fato conexo deste delito". O tratado, no entanto, ressalta que a "alegação do fim ou motivo político não impedirá a extradição se o fato constituir, principalmente, infração da lei penal comum".

A lei argentina que regula a cooperação internacional, de 1997, vai no mesmo sentido, afirmando que não será realizada a extradição quando o delito que motiva o seu pedido é um "delito político". O argumento do governo Lula para rebater o uso da "infração política" como escudo será que se tratam de pessoas que descumpriram decisões judiciais e medidas cautelares, e que as leis internacionais protegem a atividade política - o que é diferente de promover depredação e destruição. Ainda assim, a questão tende a ser controversa, segundo especialistas.

- O problema é que a decisão cabe à Argentina. Se as autoridades entenderem que os atos praticados constituem um crime político, isso, de fato, vai dificultar o pedido de extradição - aponta a professora de direito internacional da Busca a golpistas Invasores de prédios públicos em Brasília são presos em 8 de janeiro do ano passado: parte dos condenados fugiu para outros países

ETAPAS DO PROCESSO

Polícia Federal

Prepara uma lista com o nome dos foragidos, que é enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF).

STF

0 Supremo recebe o pedido e decide se aprova ou não. Caso seja aprovado, o documento é repassado para o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI). vinculado ao Minis tério da Justiça.

Ministério da Justiça

0 DRCI analisa a documentação para verificar se está de acordo com o previsto no Tratado específico ou na Lei 6.815/1980 (Esta tuto do Estrangeiro). Em caso positivo, o pedido pelas extradições é repassado ao Ministério das Relações Exteriores (MRE).

Relações exteriores

Itamaraty. por sua vez. remete o caso para o órgão homólogo ao DRCI na Argentina, que avalia.

Judiciário argentino

Pedido é repassado pelo DRCI argentino à Justiça do país. 0 caso é repassado para análise de um juiz de primeiro grau. que também ficará responsável pela análise de eventual pedido de prisão da Justiça brasileira.

Presidente

Decisão da Justiça é encaminhada ao presidente. Javier Milei, que é responsável pela decisão sobre o processo de extradição ou não.

Além disso, a Lei Geral de Reconhecimento e Proteção ao Refugiado da Argentina afirma que a discussão sobre o refúgio deve ser feita anteriormente à decisão de extradição. Ou seja, se os brasileiros fugitivos tiverem solicitado refúgio, o país primeiro tem que analisar esses pedidos antes de decidir sobre a extradição. Nesse caso, os investigados teriam que demonstrar que fugiram do Brasil por perseguição política. Ainda não se sabe se alguns deles pediram refúgio, porque a tramitação é sigilosa.

O advogado Acácio Miranda da Silva, mestre em Direito Penal Internacional, afirma que, apesar de os processos serem legislados por tratados ou acordos internacionais, a geopolítica acaba sendo um fator determinante para o aceite e agilidade dessas requisições:

- As regras existem e devem ser seguidas, mas não são tudo. A geopolítica acaba influenciando bastante.

PEDIDOS DISPARARAM

Dados do Ministério da Justiça mostram um salto no número de pedidos de extradição no âmbito do governo brasileiro seja como solicitante ou destinatário da requisição. Em 2023, foram registrados 454, um aumento de 39% em relação a 2022, com 326 pedidos. Especialistas apontam que esse aumento está relacionado à expansão de facções brasileiras em outros países.

Portugal e Estados Unidos, com grande quantidade de imigrantes brasileiros, foram os países que mais receberam pedidos de extradição do Brasil. Tráfico de drogas, homicídios, roubo e extorsão e organização criminosa são a maioria entre os crimes relacionados aos pedidos feitos pelo governo brasileiro a outros países,e somam 54% desses registros nos últimos anos.

Especialista no tema e integrante do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Berlinque Cantelmo conta que o PCC tem expandido suas operações pelo mundo. Na Europa, por exemplo, países como Portugal e Espanha são usados como portas de entradas para o tráfico de drogas. Como O GLOBO mostrou, a facção já atua em 24 países e envia droga aos cinco continentes.

Enquanto isso, no caso dos pedidos feitos por outras nações ao governo brasileiro, Argentina, Uruguai, Portugal, Itália e Peru são os que mais solicitaram a extradição de cidadãos foragidos ou presos no Brasil. Tráfico de drogas, homicídios, estelionato e estupro são a maioria (53%) dos crimes relacionados a essas solicitações de cooperação.

Para se realizar a extradição entre dois países, é necessário que os governos tenham firmado um compromisso para delimitar as regras do procedimento. Atualmente, o Brasil é signatário de mais de 30 acordos internacionais relacionados à extradição, com alguns deles envolvendo dois ou mais países.

Os crimes de guerra e contra a humanidade da Rússia na Ucrânia serão algum dia punidos? - Ukraine.ua

 Se algum Tribunal Mundial ao estilo expeditivo de Nuremberg existir, o que é duvidoso à falta de una derrota definitiva e detenção do responsável único, a Rússia deverua passar anos e anos pagando pelos seus crimes seriais cometidos contra o povo ucraniano.

Throughout the years of Russian aggression, hardly a day has passed without civilians being killed or injured by their shelling and bombarding. Every second, every minute, Russia violates dozens of human rights, committing horrific and unprovoked aggression.

Deportation of children, torture of prisoners of war, destruction of civilian infrastructure, attacks on energy facilities, sexual violence. The world must stop this! 

No crime should be left unpunished!

There are no alternatives to peace — only Ukraine, the nation resisting this war of aggression, can define what a just and sustainable peace looks like. At the Summit on Peace for Ukraine on June 15-16, the whole world must call on Russia to stop the war against Ukraine. The Russian Federation must be held to account for any violations of international humanitarian law and international human rights in Ukraine. 

#PathtoPeace #PeaceforUkraine