Entrevista concedida a jornalista da Facamp (Campinas, SP), em abril de 2005, para inserção no site da Faculdade, seção vinculada ao curso de relações internacionais, voltada para orientação profissional dos alunos candidatos ao curso.
A negociação como rotina de trabalho
A carreira diplomática exige um conhecimento amplo, e não apenas teórico, das Relações Internacionais
Os diplomatas são responsáveis por formular técnicamente, representar e defender as posições do Brasil no plano das relações internacionais. Têm como rotina negociar acordos comerciais, de meio ambiente ou relacionados aos direitos humanos, entre outros, e identificar o interesse nacional no problema, levando em conta desde a relação do Itamaraty com outros ministérios até as negociações políticas no âmbito da ONU ou da OMC, por exemplo.
Também têm a tarefa de promover diálogo entre os agentes dos mercados e os governos, bem como antecipar e avaliar o impacto para o país de problemas internacionais, entre outros. O interesse nacional depende do governo e sua definição pode caber, setorialmente, à área econômica, à saúde ou ao trabalho.
A carreira diplomática exige um conhecimento amplo, e não apenas teórico, das relações internacionais. O papel dos subsídios numa economia, por exemplo, não se explica pelas teorias de Ricardo, mas pelo lobby agrícola. Portanto, é preciso conhecer, na prática, a instituição do subsidio, seu funcionamento.
Os especialistas em relações internacionais e os diplomatas têm que ter habilidade para negociar. Não basta ser um intelectual brilhante, é preciso saber conversar com aliados e adversários.
As oportunidades de trabalho no governo são restritas. O Itamaraty seleciona cerca de 30 diplomatas por ano. Eles ingressam como terceiro secretário e percorrem um longo caminho até chegar a ministro de 1ª classe.
No concurso de 2005, fizeram as provas iniciais mais de 6 mil candidatos. Alguns órgãos de governo já contam com assessores internacionais como o MDIC ou o Banco Central. Na área de ensino, a maior parte das vagas está nas faculdades privadas. As empresas são as que mais contratam; porém, são mais seletivas. O mercado exige formação consistente e bom conhecimento de inglês; francês e espanhol são dois acréscimos úteis.
Paulo Roberto de Almeida
(pralmeida@mac.com; www.pralmeida.org)
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).
sábado, 30 de dezembro de 2006
670) Postura Diplomatica
Comentários de Paulo Roberto de Almeida a questão colocada por um médico de BH (MG)
Questão: Qual a situação mais difícil que você já passou na diplomacia e como lidou com ela? No momento de suas reflexões, quais recursos mentais (memória, discernimento, agressividade, paciência, estudo, etc.) você precisou utilizar?
Resposta PRA:
Em diplomacia, existem vários momentos delicados quando se está negociando em nome do País. Uma situação complicada pode se apresentar numa destas duas hipóteses: ou não se dispõe de instruções suficientes para sustentar os interesses nacionais, ou as instruções dadas são inadequadas, na situção concreta da barganha negociadora. Nesse caso, o diplomata precisa agir segundo a sua melhor percepção de quais seriam os interesses nacionais, com base num estudo acurado da situção concreta e dos interesses em jogo.
Normalmente, o negociador que está na “frente de combate”, em oposição ao “burocrata” da capital, pode acabar tendo uma visão ampla dos processos em jogo e dos diferentes aspectos do interesse nacional, segundo uma percepção de mais longo prazo. Sua visão daquele problema – eventualmente fundamentada num estudo detido da questão e colocada em perspectiva comparada com as experiências e posições de outros atores – pode eventualmente se contrapor às instruções recebidas da capital, que podem estar baseadas numa visão meramente teórica ou burocrática do processo em causa.
Nesse momento, o diplomata em causa pode ficar numa situação muito difícil, pois que dominando o tema, e conhecendo o jogo de interesses dos diversos atores participantes (países ou grupos de paises), ele pode ter um melhor julgamento de qual seria a direção mais indicada a ser seguida, do ponto de vista do interesse nacional. Mas, aqui se coloca o dilema: as instruções recebidas vão num sentido contrário ou bastante diferente daquilo que o diplomata encarregado do tema na frente negociadora percebe como sendo a melhor postura a ser adotada. Ele quer acreditar ou sabe concretamente que uma posição diferente seria melhor indicada para defender o interesse nacional (este é um conceito e uma situação sempre difusos e muito difíceis de serem definidos na prática). Em todo caso, existe aqui um problema real de consciência e de postura, já que o diplomata não poderia, teórica e praticamente, opor-se às instruções recebidas da capital, mas sabe, concretamente, que nem sempre a burocracia institucional funciona da melhor forma possivel, pois que ninguém é onisciente.
Pessoalmente, já passei por esse tipo de situação, envolvendo uma negociação internacional de um tratado sobre circuitos integrados no âmbito da OMPI. Tendo me ocupado do tema durante meses e meses, eu literalmente dominava o assunto, técnica e diplomaticamente, e as instruções formuladas em Brasília, de nítido corte tradicional, eram claramente inadequadas. Os argumentos que podem ser mobilizados em favor de suas teses, por mais racionais ou “probatórios” que sejam (com base numa análise histórica, nos dados da economia, numa visão de longo prazo), nem sempre são convincentes ou suficientes para “dobrar” o burocrata na outra ponta do processo ou até fazer com que a instituição como um todo se mova em outra direção. Esse tipo de situação pode ser terrível, pois aparentemente (ou concretamente) o diplomata em causa pode estar se colocando contra as instruções da sua instituição.
Eu não tive medo de fazê-lo, naquele momento preciso, assim como em outras circunstâncias posteriores. De certa forma, esse tipo de atitude me prejudicou, pois fiquei com fama de rebelde, de dissidente, de arrogante, de pretencioso “sabe-tudo” e outros qualificativos mais, que nem são do meu conhecimento. Se insisto em certas teses é, contudo, com base num estudo profundo das problemáticas das quais me é dado ocupar. Sou um por excelência um estudioso compulsivo, e não costumo me dobrar a nenhum argumento de autoridade, e sim à autoridade do argumento. Numa casa “feudal” como é o Itamaraty, isso é quase um crime de lesa-majestade.
De certa forma, ainda pago até hoje minha “ousadia”.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 8 de novembro de 2005
Questão: Qual a situação mais difícil que você já passou na diplomacia e como lidou com ela? No momento de suas reflexões, quais recursos mentais (memória, discernimento, agressividade, paciência, estudo, etc.) você precisou utilizar?
Resposta PRA:
Em diplomacia, existem vários momentos delicados quando se está negociando em nome do País. Uma situação complicada pode se apresentar numa destas duas hipóteses: ou não se dispõe de instruções suficientes para sustentar os interesses nacionais, ou as instruções dadas são inadequadas, na situção concreta da barganha negociadora. Nesse caso, o diplomata precisa agir segundo a sua melhor percepção de quais seriam os interesses nacionais, com base num estudo acurado da situção concreta e dos interesses em jogo.
Normalmente, o negociador que está na “frente de combate”, em oposição ao “burocrata” da capital, pode acabar tendo uma visão ampla dos processos em jogo e dos diferentes aspectos do interesse nacional, segundo uma percepção de mais longo prazo. Sua visão daquele problema – eventualmente fundamentada num estudo detido da questão e colocada em perspectiva comparada com as experiências e posições de outros atores – pode eventualmente se contrapor às instruções recebidas da capital, que podem estar baseadas numa visão meramente teórica ou burocrática do processo em causa.
Nesse momento, o diplomata em causa pode ficar numa situação muito difícil, pois que dominando o tema, e conhecendo o jogo de interesses dos diversos atores participantes (países ou grupos de paises), ele pode ter um melhor julgamento de qual seria a direção mais indicada a ser seguida, do ponto de vista do interesse nacional. Mas, aqui se coloca o dilema: as instruções recebidas vão num sentido contrário ou bastante diferente daquilo que o diplomata encarregado do tema na frente negociadora percebe como sendo a melhor postura a ser adotada. Ele quer acreditar ou sabe concretamente que uma posição diferente seria melhor indicada para defender o interesse nacional (este é um conceito e uma situação sempre difusos e muito difíceis de serem definidos na prática). Em todo caso, existe aqui um problema real de consciência e de postura, já que o diplomata não poderia, teórica e praticamente, opor-se às instruções recebidas da capital, mas sabe, concretamente, que nem sempre a burocracia institucional funciona da melhor forma possivel, pois que ninguém é onisciente.
Pessoalmente, já passei por esse tipo de situação, envolvendo uma negociação internacional de um tratado sobre circuitos integrados no âmbito da OMPI. Tendo me ocupado do tema durante meses e meses, eu literalmente dominava o assunto, técnica e diplomaticamente, e as instruções formuladas em Brasília, de nítido corte tradicional, eram claramente inadequadas. Os argumentos que podem ser mobilizados em favor de suas teses, por mais racionais ou “probatórios” que sejam (com base numa análise histórica, nos dados da economia, numa visão de longo prazo), nem sempre são convincentes ou suficientes para “dobrar” o burocrata na outra ponta do processo ou até fazer com que a instituição como um todo se mova em outra direção. Esse tipo de situação pode ser terrível, pois aparentemente (ou concretamente) o diplomata em causa pode estar se colocando contra as instruções da sua instituição.
Eu não tive medo de fazê-lo, naquele momento preciso, assim como em outras circunstâncias posteriores. De certa forma, esse tipo de atitude me prejudicou, pois fiquei com fama de rebelde, de dissidente, de arrogante, de pretencioso “sabe-tudo” e outros qualificativos mais, que nem são do meu conhecimento. Se insisto em certas teses é, contudo, com base num estudo profundo das problemáticas das quais me é dado ocupar. Sou um por excelência um estudioso compulsivo, e não costumo me dobrar a nenhum argumento de autoridade, e sim à autoridade do argumento. Numa casa “feudal” como é o Itamaraty, isso é quase um crime de lesa-majestade.
De certa forma, ainda pago até hoje minha “ousadia”.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 8 de novembro de 2005
quinta-feira, 28 de dezembro de 2006
669) Carreira Diplomatica: dicas
Carreira Diplomática
Dicas e argumentos sobre uma profissão desafiadora
Paulo Roberto de Almeida
(pralmeida@mac.com; www.pralmeida.org)
Apresentação de minha seção sobre a carreira diplomática no site pessoal:
Link: http://www.pralmeida.org/04Temas/04AcademiaDiplom/02DiplomaciaGeral.html
Diplomacia
Instrumentos, preparação à carreira, subsídios para estudos
(Texto elaborado em 2005)
A carreira diplomática tem atraído número crescente de jovens, em decorrência da maior inserção internacional do Brasil e dos avanços da globalização e da regionalização. Os candidatos têm em geral procurado os cursos de graduação em relações internacionais. Muitos já ostentam inclusive mestrado ou doutoramento. Em todo caso, o concurso à carreira diplomática possui especificidades que fazem dele um processo altamente seletivo e bastante rigoroso, ainda que aberto unicamente aos talentos e méritos individuais.
Os candidatos devem, em primeiro lugar, verificar na página do Instituto Rio Branco, no site do Ministério das Relações Exteriores, as últimas informações sobre o concurso, programa de estudos, bibliografia, etc.A Funag anunciou, em março de 2006, estar colocando à disposição do público em geral toda a sua coleção de livros que se referem aos trabalhos do Instituto Rio Branco já publicados, bem como todos os volumes resultantes dos seminários do IPRI, nos últimos anos. Veja a relação completa e o endereço do site neste link do meu blog, onde apresento o material: http://diplomaticas.blogspot.com/2006/03/272-livros-sobre-diplomacia.html#links.
Consoante o papel didático exercido por esta página, pretendo colocar a partir deste espaço uma série de textos que poderão guiar, ajudar, esclarecer, consolar ou, quem sabe até, divertir os candidatos à carreira diplomática. Começo por oferecer uma bibliografia resumida, que nada mais é senão o conjunto das leituras recomendadas no programa oficial do Instituto Rio Branco, mas reduzidas ao que eu considero, pessoalmente, como sendo o essencial, isto é, uma lista de primeiras leituras, para que cada candidato dê início a seu próprio programa de estudos. Veja aqui a bibliografia: http://www.pralmeida.org/05DocsPRA/1481BiblioResumIRBr2005.doc.
Procurarei estabelecer uma forma de organização racional e uma estrutura clara para os vários textos aqui disponíveis, mas nem sempre isso será possível. A página também será alimentada gradualmente, à medida em que faça a seleção dos textos pertinentes e sua transposição para esta base. Sou colaborador regular da revista Espaço Acadêmico; veer meus meus artigos no link: http://www.espacoacademico.com.br/arquivo/almeida.htm.
Como atendo a muitas demandas colocadas sobre a carreira diplomática e a própria preparação para o concurso que habilita a ingressar na carreira – seja sob a forma de cursos de graduação de relações internacionais, seja sob o formato de cursinhos preparatórios – tenho uma série de outros textos que procuram responder a essas questões repetidamente a mim feitas. Algumas reflexões que tenho feito, seja individualmente, seja a convite de responsáveis por esses cursos de relações internacionais, ou pelos próprios alunos, foi inserida nesta seção deste site: Internacionalistas: uma carreira, uma profissão? (em curso de atualização).
Um exemplo pode ser visto neste meu texto: “O que faz um diplomata, exatamente?”, que responde a indagações efetuadas sobre a natureza do trabalho diplomático, contendo uma remissão a meu trabalho sobre as “dez regras modernas de diplomacia”; está em meu blog nr. 153, link: http://paulomre.blogspot.com/2006/01/153-o-que-faz-um-diplomata-exatamente.html.
Por outro lado, você também deve ter pensado em tudo o que você sempre quis saber sobre a carreira diplomática...
...e nunca teve a quem perguntar... Pois, agora já tem! Ao meu colega Renato Godinho, que preparou um excelente "FAQ", ou questões mais perguntadas, sobre a carreira, o concurso do Instituto Rio Branco e outros aspectos curiosos (como salário, por exemplo, que falta completar, para traduzir toda a nossa miséria salarial no Brasil). Eu coloquei um link para o seu excelente "questions and answers" como post 266 de meu Blog "Cousas Diplomáticas", mas você pode ir direto à fonte, neste link: http://web.mac.com/rgodinho/iWeb/Renato/FAQItamaraty.html#C.
Esta página ainda está em construção e se algum texto não estiver disponível, atenderei as solicitações individualmente, sempre com a menção ao número sequencial de cada trabalho. Aos poucos, a seção vai ser ampliada.
Compilação de textos do autor sobre o tema:
(em ordem cronológica inversa)
(Compilação efetuada em dezembro de 2006)
1701. “Um autodidata na carreira diplomática”, Brasília, 26 dezembro 2006, 4 p. Respostas a questões colocadas por jovem candidato à carreira diplomática. Colocada no blog Diplomatizzando; Link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2006/12/667-um-autodidata-na-carreira.html#links.
1668. “Dez obras fundamentais para um diplomata”, Brasília , 29 setembro 2006, 2 p. Lista elaborada a pedido de aluno interessado na carreira diplomática: obras de Heródoto, Maquiavel, Tocqueville, Pierre Renouvin, Henry Kissinger, Manuel de Oliveria lima, Pandiá Calógeras, Delgado de Carvalho, Marcelo de Paiva Abreu e Paulo Roberto de Almeida, para uma boa cultura clássica e instrumental, no plano do conhecimento geral e especializado. Colocada no blog Diplomatizzando (link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2006/09/625-dez-obras-fundamentais-para-um.html). Revisto e ampliado, com explicações e links para cada uma das obras, em 14 de outubro de 2006 (6 p.) e publicado em Via Política em 15/10/2006 (link: http://www.viapolitica.com.br/diplomatizando_view.php?id_diplomatizando=13).
1607. “O Internacionalista e as Oportunidades de Trabalho: desafios”, Brasília, 22 maio 2006, 4 p. Transcrição de apresentação em PowerPoint para o Forum de Relações internacionais do curso de RI da USP (FEA, 29 maio 2006, 17h30). Disponível no site (link: http://www.pralmeida.org/05DocsPRA/1607semanariusp.ppt).
1604. “O estudo de relações internacionais no Brasil: respostas a um questionário”, Brasília, 19 maio 2006, 2 p. Respostas a questões colocadas por Barbara Teresa Coutinho de Almeida Sá (aluna de RI da UNIFAI-SP). Postado no blog sob nº 431 (link: http://diplomatizando.blogspot.com/2006/05/431-cursos-de-ri-no-brasil-algumas.html#links).
1591. “O Ser Diplomata: Reflexões anárquicas sobre uma indefinível condição profissional”, Brasília, 2 maio 2006, 3 p. Reflexões sobre a profissionalizção em relações internacionais, na vertente diplomacia. Palestra organizada pela Pacta Consultoria em Relações internacionais, em cooperação com o Instituto Camões, realizada na Embaixada de Portugal, em 4/05/2006. Disponível no site pessoal (link: http://www.pralmeida.org/05DocsPRA/1591serdiplomata.doc).
1563. “As relações internacionais como oportunidade profissional”, Brasília, 23 março 2006, 9 p. Respostas a algumas das questões mais colocadas pelos jovens que se voltam para as carreiras de relações internacionais. Contribuição a matéria da FSP, suplemento Folhateen, matéria “Os internacionalistas”, por Leandro Fortino (Folha de São Paulo, 27 março 2006, p. 6-8; divulgado no blog Diplomaticas, link: http://diplomaticas.blogspot.com/2006/03/303-os-novos-internacionalistas.html#links); divulgado em sua integralidade no boletim de relações internacionais Relnet e, em cinco partes, no blog Cousas Diplomáticas, do post 282 ao 286 (link inicial: http://diplomaticas.blogspot.com/2006/03/282-as-relaes-internacionais-como.html#links). Publicado no boletim Meridiano 47 - Boletim de Análise da Conjuntura em Relações Internacionais (Brasília: Instituto Brasileiro de Relações Internacionais, ISSN 1518-1219, nº 67, fevereiro 2006, p. 5-10); site (link: http://www.pralmeida.org/05DocsPRA/1563respostasjovens.doc).
1529. “O que faz um diplomata, exatamente?”, Brasília, 11 janeiro 2006, 4 p. Resposta a indagações efetuadas sobre a natureza do trabalho diplomático, como remissão a meu trabalho sobre as “dez regras modernas de diplomacia”; Blog nr. 153, link: http://paulomre.blogspot.com/2006/01/153-o-que-faz-um-diplomata-exatamente.html
1558. “Ser um bom internacionalista, nas condições atuais do Brasil, significa, antes de mais nada, ser um bom intérprete dos problemas do nosso próprio País”, Brasília, 8 março 2006, 6 p. Alocução de paraninfo na turma de formandos do 2º Semestre de 2005 do curso de Relações internacionais do Uniceub, Brasília (16 de março de 2006, 20hs, Memorial Juscelino Kubitschehk). Colocado à disposição no site pessoal (link: http://www.pralmeida.org/05DocsPRA/1558uniceub16mar2006.doc).
1507. “Por que leio tanto? e Meus ‘métodos’ de leitura...”, Brasília, 18 dezembro 2005, 3 p. Dois textos seqüenciais sobre leituras e métodos, para postagem no meu blog (http://paulomre.blogspot.com). Apresentação ao novo Blog “Textos PRA” (1 p.).
1492. “Postura diplomática”, Brasília, 8 e 12 novembro 2005, 2 p. Comentários a questão colocada pelo médico cardiologista de BH Eduardo Martins, a propósito de situações difíceis enfrentadas no trabalho diplomático.
1491. “O profissional de relações internacionais: visão de um diplomata”, Brasília, 10 novembro 2005, 10 slides. Apresentação em PowerPoint para apoiar palestra feita na Semana Acadêmica da UFRGS-2005 dos programas de graduação e de mestrado em Relações Internacionais da UFRGS (Auditório da Faculdade de Ciências Econômicas, Porto Alegre, 11/11/2005, 20h30; disponível neste link: http://www.pralmeida.org/05DocsPRA/1491UFRGS11Nov05.ppt; vídeo disponível neste link: http://www6.ufrgs.br/intrel/Videos/Paulo Roberto/pr_video_2.htm).
1481. “Recomendações Bibliográficas para o concurso do Itamaraty”, Brasília, 13 outubro 2005, 6 p. Indicações resumidas a partir do Guia de Estudos do Concurso de Admissão à Carreira Diplomática, versão 2005, para atender às demandas de candidatos à carreira diplomática. Circulada em listas de estudos internacionais.
1421. “Profissão Internacionalista”, Brasília, 19 abril 2005, 4 p. Entrevista concedida à jornalista Claudia Izique, da Facamp (Unicamp) para publicação especializada em orientação profissional. Postada de forma resumida no site da Facamp (www.facamp.br).
1416. “As relações internacionais do Brasil no atual contexto internacional e a formação dos novos internacionalistas”, Brasília, 5 abril 2005, 1 p. Roteiro de palestra no curso de Relações Internacionais da Universidade do Sul de Santa Catarina – Tubarão, SC., dia 7 de Abril de 2005, 20hs, quinta-feira.
1403. “Conselhos de um contrarianista a jovens internacionalistas”, Brasília, 5 março 2005, 6 p. Alocução de patrono na XI turma (2º semestre de 2004) de Relações internacionais da Universidade Católica de Brasília (10 de março de 2005, 20hs, Auditório S. João Batista de La Salle). Mensagem de formatura incluída no site (http://www.pralmeida.org/05DocsPRA/1403Contrarianista.html).
1377. “História Mundial Contemporânea”, Brasília, 23 janeiro 2005, 6 p. Nota de revisão e comentários ao programa de preparação ao consurso à carreira diplomática, encaminhada ao Diretor do IRBr, Emb. Fernando Guimarães Reis.
1374. “Concurso de Admissão à Carreira Diplomática: Comentários ao Guia de Estudos”, Brasília, 20 janeiro 2005, 8 p. Comentários ao programa do concurso do IRBr, para atender solicitação do Diretor do IRBr, Emb. Fernando Guimarães Reis.
1230. “A evolução das espécies diplomáticas: exercício de quantificação (da série Macro e microeconomia da diplomacia)”, Brasília, 21 março 2004, 6 pp. Continuidade do exercício anterior (trabalhos nºs 1061 e 839, sobre questões gerais e de produtividade diplomática), enfocando o problema dos gêneros do diplomata. Para o livro Cousas Diplomáticas.
1180. “A formação e a carreira do diplomata: uma preparação de longo curso e uma vida nômade”, Brasília, 14 janeiro 2004, 3 pp. Reelaboração ampliada do trabalho 1151 para o jornal acadêmico da Faculdade de Direito da PUC-Campinas, por solicitação do aluno Marcio Vitorelli.
1155. “A formação do diplomata: uma preparação de longo curso”, Brasília, 13 dezembro 2003, 3 pp. Texto preparado para o Guia para a Formação de Profissionais do Comércio Exterior, das Edições Aduaneiras. Encaminhada igualmente para jornal do Diretório Acadêmico da Faculdade de Direito da PUC-Campinas, aos cuidados de Marcio Vitorelli. Publicado no site Feranet 21, item “Diplomacia”, Link: http://www.feranet21.com.br/profissoes/onde_tem_curso/perfil/perfil_diplomacia.htm.
1079. “Relações Internacionais: profissionalização e atividades”, Washington, 15 julho 2003, 6 pp. Respostas a questões colocadas por: Guilherme Freitas Araújo (Timóteo, MG) e Fernanda da Silva Gomes, para subsidiar Mostra Profissional sobre relações internacionais.
1061. “Macro e microeconomia aplicadas à diplomacia: a questão da produtividade diplomática”, Washington, 15 junho 2003, 3 pp. Continuidade do exercício anterior (trabalho nº 839), de fazer uma economia política da carreira diplomática, em tom semi-jocoso, enfocando questões de desempenho funcional e de comportamento pessoal do diplomata. Para o livro Cousas Diplomáticas.
1051. “Primeiro Emprego: depoimento pessoal e reflexões”, Washington: 22 maio 2003, 4 pp. Respostas a perguntas sobre formação e profissionalização, colocadas pela Editora Abril, para elaboração do Guia do Primeiro Emprego, enviadas à jornalista Maria Cláudia Zucare.
1016. “Um bem-vindo crescimento na oferta de relações internacionais”, Washington, 16 março 2003, 3 pp. Apresentação ao livro Política Internacional, Política Externa e Relações Internacionais (Curitiba: Editora Juruá, 2003; ISBN: 85-362-0486-9; pp. 9-11), Organizador: Leonardo Arquimimo de Carvalho. Relação de publicados n° 398.
915. “Profissionalização em relações internacionais: exigências e possibilidades”, Washington, 26 junho 2002, 6 p. Trecho retirado das “Leituras complementares”, do capítulo 11: “A diplomacia econômica brasileira no século XX: grandes linhas evolutivas” do livro Os primeiros anos do século XXI: o Brasil e as relações internacionais contemporâneas (pp. 244-248). Para divulgação no website do Centro de Serviços de Carreiras do Curso de Relações internacionais da PUC-Minas; link: http://www.sociologia.pucminas.br/relint/servicos/carreiras.php.
885. “As relações internacionais do Brasil e a profissionalização da carreira”, Washington, 29 março 2002, 17 pp. Palestra proferida no UniCeub, em 2 de abril de 2002, e na Universidade Católica de Brasília, em 3 de abril, elaborada com base em partes do meu livro: Os primeiros anos do século XXI.
839. “Macro e microeconomia da diplomacia”, Washington 14 dezembro 2001, 3 pp.; série “Cousas Diplomáticas, nº 4. Artigo introdutório, semi-cômico, de “interpretação econômica” da política externa, cobrindo questões diversas da carreira e das atividades diplomáticas, vistas sob a ótica da economia política (continuidade no trabalho nº 1061). Publicado em Espaço Acadêmico (Maringá: UEM, Ano I, nº 8, janeiro de 2002; http://www.espacoacademico.com.br/008/08almeida.htm). Relação de de Publicados nº 299.
802. “Novas Regras da Moderna Diplomacia: memorandum dialecticus per usum moderatus”, Washington, 25 agosto 2001, 1 p. Projeto de livro constante de inéditos, textos existentes adaptados e novos escritos especialmente preparados.
800. “Dez Regras Modernas de Diplomacia”, Chicago, 22 julho; São Paulo-Miami-Washington 12 agosto 2001, 6 p; série “Cousas Diplomáticas” (nº 1). Ensaio breve sobre novas regras da diplomacia, com inspiração dada a partir do livro de Frederico Francisco de la Figanière: Quatro regras de diplomacia (Lisboa: Livraria Ferreira, 1881, 239 p.). Para desenvolvimento posterior em formato de longo ensaio. Publicado na revista eletrônica Espaço Acadêmico (Maringá: UEM, Ano I, nº 4, Setembro de 2001 - ISSN: 1519.6186, http://www.espacoacademico.com.br/04almeida.htm; Seção “Cousas Diplomáticas”).
704. “Nosso homem no Itamaraty”, Brasília, 18 agosto 1999, 2 pp. Elementos de informação sobre os “intelectuais” do Itamaraty, como subsídio a matéria de Paulo Moreira Leite, então na revista Veja. Não aproveitado no momento, em virtude da transferência de PML para Washington, para trabalhar no jornal Gazeta Mercantil.
702. “Profissionalização em relações internacionais: exigências e possibilidades”, Brasília, 16 agosto 1999, 5 pp. Reelaboração do trabalho 691, em forma de palestra, para inauguração dos cursos de relações internacionais da PUC-MG (em 25.08.99) e do CEUB-DF (em 26.08.99). Feito lançamento de livros na ocasião.
691. “Profissionalização em relações internacionais: uma discussão inicial”, Brasília, 12 junho 1999, 5 pp. Texto sobre formação e perspectivas profissionais do formando em relações internacionais. Publicado no periódico do curso de relações internacionais da PUC-SP, Observatório de Relações internacionais (São Paulo: PUC-SP, nº 1, outubro/dezembro 1999, pp. 10-13). Revisto e integrado como “leitura complementar” ao livro Os primeiros anos do século XXI: o Brasil e as relações internacionais contemporâneas (SP: Paz e Terra, 2001).
Brasília, 27 dezembro 2006
Dicas e argumentos sobre uma profissão desafiadora
Paulo Roberto de Almeida
(pralmeida@mac.com; www.pralmeida.org)
Apresentação de minha seção sobre a carreira diplomática no site pessoal:
Link: http://www.pralmeida.org/04Temas/04AcademiaDiplom/02DiplomaciaGeral.html
Diplomacia
Instrumentos, preparação à carreira, subsídios para estudos
(Texto elaborado em 2005)
A carreira diplomática tem atraído número crescente de jovens, em decorrência da maior inserção internacional do Brasil e dos avanços da globalização e da regionalização. Os candidatos têm em geral procurado os cursos de graduação em relações internacionais. Muitos já ostentam inclusive mestrado ou doutoramento. Em todo caso, o concurso à carreira diplomática possui especificidades que fazem dele um processo altamente seletivo e bastante rigoroso, ainda que aberto unicamente aos talentos e méritos individuais.
Os candidatos devem, em primeiro lugar, verificar na página do Instituto Rio Branco, no site do Ministério das Relações Exteriores, as últimas informações sobre o concurso, programa de estudos, bibliografia, etc.A Funag anunciou, em março de 2006, estar colocando à disposição do público em geral toda a sua coleção de livros que se referem aos trabalhos do Instituto Rio Branco já publicados, bem como todos os volumes resultantes dos seminários do IPRI, nos últimos anos. Veja a relação completa e o endereço do site neste link do meu blog, onde apresento o material: http://diplomaticas.blogspot.com/2006/03/272-livros-sobre-diplomacia.html#links.
Consoante o papel didático exercido por esta página, pretendo colocar a partir deste espaço uma série de textos que poderão guiar, ajudar, esclarecer, consolar ou, quem sabe até, divertir os candidatos à carreira diplomática. Começo por oferecer uma bibliografia resumida, que nada mais é senão o conjunto das leituras recomendadas no programa oficial do Instituto Rio Branco, mas reduzidas ao que eu considero, pessoalmente, como sendo o essencial, isto é, uma lista de primeiras leituras, para que cada candidato dê início a seu próprio programa de estudos. Veja aqui a bibliografia: http://www.pralmeida.org/05DocsPRA/1481BiblioResumIRBr2005.doc.
Procurarei estabelecer uma forma de organização racional e uma estrutura clara para os vários textos aqui disponíveis, mas nem sempre isso será possível. A página também será alimentada gradualmente, à medida em que faça a seleção dos textos pertinentes e sua transposição para esta base. Sou colaborador regular da revista Espaço Acadêmico; veer meus meus artigos no link: http://www.espacoacademico.com.br/arquivo/almeida.htm.
Como atendo a muitas demandas colocadas sobre a carreira diplomática e a própria preparação para o concurso que habilita a ingressar na carreira – seja sob a forma de cursos de graduação de relações internacionais, seja sob o formato de cursinhos preparatórios – tenho uma série de outros textos que procuram responder a essas questões repetidamente a mim feitas. Algumas reflexões que tenho feito, seja individualmente, seja a convite de responsáveis por esses cursos de relações internacionais, ou pelos próprios alunos, foi inserida nesta seção deste site: Internacionalistas: uma carreira, uma profissão? (em curso de atualização).
Um exemplo pode ser visto neste meu texto: “O que faz um diplomata, exatamente?”, que responde a indagações efetuadas sobre a natureza do trabalho diplomático, contendo uma remissão a meu trabalho sobre as “dez regras modernas de diplomacia”; está em meu blog nr. 153, link: http://paulomre.blogspot.com/2006/01/153-o-que-faz-um-diplomata-exatamente.html.
Por outro lado, você também deve ter pensado em tudo o que você sempre quis saber sobre a carreira diplomática...
...e nunca teve a quem perguntar... Pois, agora já tem! Ao meu colega Renato Godinho, que preparou um excelente "FAQ", ou questões mais perguntadas, sobre a carreira, o concurso do Instituto Rio Branco e outros aspectos curiosos (como salário, por exemplo, que falta completar, para traduzir toda a nossa miséria salarial no Brasil). Eu coloquei um link para o seu excelente "questions and answers" como post 266 de meu Blog "Cousas Diplomáticas", mas você pode ir direto à fonte, neste link: http://web.mac.com/rgodinho/iWeb/Renato/FAQItamaraty.html#C.
Esta página ainda está em construção e se algum texto não estiver disponível, atenderei as solicitações individualmente, sempre com a menção ao número sequencial de cada trabalho. Aos poucos, a seção vai ser ampliada.
Compilação de textos do autor sobre o tema:
(em ordem cronológica inversa)
(Compilação efetuada em dezembro de 2006)
1701. “Um autodidata na carreira diplomática”, Brasília, 26 dezembro 2006, 4 p. Respostas a questões colocadas por jovem candidato à carreira diplomática. Colocada no blog Diplomatizzando; Link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2006/12/667-um-autodidata-na-carreira.html#links.
1668. “Dez obras fundamentais para um diplomata”, Brasília , 29 setembro 2006, 2 p. Lista elaborada a pedido de aluno interessado na carreira diplomática: obras de Heródoto, Maquiavel, Tocqueville, Pierre Renouvin, Henry Kissinger, Manuel de Oliveria lima, Pandiá Calógeras, Delgado de Carvalho, Marcelo de Paiva Abreu e Paulo Roberto de Almeida, para uma boa cultura clássica e instrumental, no plano do conhecimento geral e especializado. Colocada no blog Diplomatizzando (link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2006/09/625-dez-obras-fundamentais-para-um.html). Revisto e ampliado, com explicações e links para cada uma das obras, em 14 de outubro de 2006 (6 p.) e publicado em Via Política em 15/10/2006 (link: http://www.viapolitica.com.br/diplomatizando_view.php?id_diplomatizando=13).
1607. “O Internacionalista e as Oportunidades de Trabalho: desafios”, Brasília, 22 maio 2006, 4 p. Transcrição de apresentação em PowerPoint para o Forum de Relações internacionais do curso de RI da USP (FEA, 29 maio 2006, 17h30). Disponível no site (link: http://www.pralmeida.org/05DocsPRA/1607semanariusp.ppt).
1604. “O estudo de relações internacionais no Brasil: respostas a um questionário”, Brasília, 19 maio 2006, 2 p. Respostas a questões colocadas por Barbara Teresa Coutinho de Almeida Sá (aluna de RI da UNIFAI-SP). Postado no blog sob nº 431 (link: http://diplomatizando.blogspot.com/2006/05/431-cursos-de-ri-no-brasil-algumas.html#links).
1591. “O Ser Diplomata: Reflexões anárquicas sobre uma indefinível condição profissional”, Brasília, 2 maio 2006, 3 p. Reflexões sobre a profissionalizção em relações internacionais, na vertente diplomacia. Palestra organizada pela Pacta Consultoria em Relações internacionais, em cooperação com o Instituto Camões, realizada na Embaixada de Portugal, em 4/05/2006. Disponível no site pessoal (link: http://www.pralmeida.org/05DocsPRA/1591serdiplomata.doc).
1563. “As relações internacionais como oportunidade profissional”, Brasília, 23 março 2006, 9 p. Respostas a algumas das questões mais colocadas pelos jovens que se voltam para as carreiras de relações internacionais. Contribuição a matéria da FSP, suplemento Folhateen, matéria “Os internacionalistas”, por Leandro Fortino (Folha de São Paulo, 27 março 2006, p. 6-8; divulgado no blog Diplomaticas, link: http://diplomaticas.blogspot.com/2006/03/303-os-novos-internacionalistas.html#links); divulgado em sua integralidade no boletim de relações internacionais Relnet e, em cinco partes, no blog Cousas Diplomáticas, do post 282 ao 286 (link inicial: http://diplomaticas.blogspot.com/2006/03/282-as-relaes-internacionais-como.html#links). Publicado no boletim Meridiano 47 - Boletim de Análise da Conjuntura em Relações Internacionais (Brasília: Instituto Brasileiro de Relações Internacionais, ISSN 1518-1219, nº 67, fevereiro 2006, p. 5-10); site (link: http://www.pralmeida.org/05DocsPRA/1563respostasjovens.doc).
1529. “O que faz um diplomata, exatamente?”, Brasília, 11 janeiro 2006, 4 p. Resposta a indagações efetuadas sobre a natureza do trabalho diplomático, como remissão a meu trabalho sobre as “dez regras modernas de diplomacia”; Blog nr. 153, link: http://paulomre.blogspot.com/2006/01/153-o-que-faz-um-diplomata-exatamente.html
1558. “Ser um bom internacionalista, nas condições atuais do Brasil, significa, antes de mais nada, ser um bom intérprete dos problemas do nosso próprio País”, Brasília, 8 março 2006, 6 p. Alocução de paraninfo na turma de formandos do 2º Semestre de 2005 do curso de Relações internacionais do Uniceub, Brasília (16 de março de 2006, 20hs, Memorial Juscelino Kubitschehk). Colocado à disposição no site pessoal (link: http://www.pralmeida.org/05DocsPRA/1558uniceub16mar2006.doc).
1507. “Por que leio tanto? e Meus ‘métodos’ de leitura...”, Brasília, 18 dezembro 2005, 3 p. Dois textos seqüenciais sobre leituras e métodos, para postagem no meu blog (http://paulomre.blogspot.com). Apresentação ao novo Blog “Textos PRA” (1 p.).
1492. “Postura diplomática”, Brasília, 8 e 12 novembro 2005, 2 p. Comentários a questão colocada pelo médico cardiologista de BH Eduardo Martins, a propósito de situações difíceis enfrentadas no trabalho diplomático.
1491. “O profissional de relações internacionais: visão de um diplomata”, Brasília, 10 novembro 2005, 10 slides. Apresentação em PowerPoint para apoiar palestra feita na Semana Acadêmica da UFRGS-2005 dos programas de graduação e de mestrado em Relações Internacionais da UFRGS (Auditório da Faculdade de Ciências Econômicas, Porto Alegre, 11/11/2005, 20h30; disponível neste link: http://www.pralmeida.org/05DocsPRA/1491UFRGS11Nov05.ppt; vídeo disponível neste link: http://www6.ufrgs.br/intrel/Videos/Paulo Roberto/pr_video_2.htm).
1481. “Recomendações Bibliográficas para o concurso do Itamaraty”, Brasília, 13 outubro 2005, 6 p. Indicações resumidas a partir do Guia de Estudos do Concurso de Admissão à Carreira Diplomática, versão 2005, para atender às demandas de candidatos à carreira diplomática. Circulada em listas de estudos internacionais.
1421. “Profissão Internacionalista”, Brasília, 19 abril 2005, 4 p. Entrevista concedida à jornalista Claudia Izique, da Facamp (Unicamp) para publicação especializada em orientação profissional. Postada de forma resumida no site da Facamp (www.facamp.br).
1416. “As relações internacionais do Brasil no atual contexto internacional e a formação dos novos internacionalistas”, Brasília, 5 abril 2005, 1 p. Roteiro de palestra no curso de Relações Internacionais da Universidade do Sul de Santa Catarina – Tubarão, SC., dia 7 de Abril de 2005, 20hs, quinta-feira.
1403. “Conselhos de um contrarianista a jovens internacionalistas”, Brasília, 5 março 2005, 6 p. Alocução de patrono na XI turma (2º semestre de 2004) de Relações internacionais da Universidade Católica de Brasília (10 de março de 2005, 20hs, Auditório S. João Batista de La Salle). Mensagem de formatura incluída no site (http://www.pralmeida.org/05DocsPRA/1403Contrarianista.html).
1377. “História Mundial Contemporânea”, Brasília, 23 janeiro 2005, 6 p. Nota de revisão e comentários ao programa de preparação ao consurso à carreira diplomática, encaminhada ao Diretor do IRBr, Emb. Fernando Guimarães Reis.
1374. “Concurso de Admissão à Carreira Diplomática: Comentários ao Guia de Estudos”, Brasília, 20 janeiro 2005, 8 p. Comentários ao programa do concurso do IRBr, para atender solicitação do Diretor do IRBr, Emb. Fernando Guimarães Reis.
1230. “A evolução das espécies diplomáticas: exercício de quantificação (da série Macro e microeconomia da diplomacia)”, Brasília, 21 março 2004, 6 pp. Continuidade do exercício anterior (trabalhos nºs 1061 e 839, sobre questões gerais e de produtividade diplomática), enfocando o problema dos gêneros do diplomata. Para o livro Cousas Diplomáticas.
1180. “A formação e a carreira do diplomata: uma preparação de longo curso e uma vida nômade”, Brasília, 14 janeiro 2004, 3 pp. Reelaboração ampliada do trabalho 1151 para o jornal acadêmico da Faculdade de Direito da PUC-Campinas, por solicitação do aluno Marcio Vitorelli.
1155. “A formação do diplomata: uma preparação de longo curso”, Brasília, 13 dezembro 2003, 3 pp. Texto preparado para o Guia para a Formação de Profissionais do Comércio Exterior, das Edições Aduaneiras. Encaminhada igualmente para jornal do Diretório Acadêmico da Faculdade de Direito da PUC-Campinas, aos cuidados de Marcio Vitorelli. Publicado no site Feranet 21, item “Diplomacia”, Link: http://www.feranet21.com.br/profissoes/onde_tem_curso/perfil/perfil_diplomacia.htm.
1079. “Relações Internacionais: profissionalização e atividades”, Washington, 15 julho 2003, 6 pp. Respostas a questões colocadas por: Guilherme Freitas Araújo (Timóteo, MG) e Fernanda da Silva Gomes, para subsidiar Mostra Profissional sobre relações internacionais.
1061. “Macro e microeconomia aplicadas à diplomacia: a questão da produtividade diplomática”, Washington, 15 junho 2003, 3 pp. Continuidade do exercício anterior (trabalho nº 839), de fazer uma economia política da carreira diplomática, em tom semi-jocoso, enfocando questões de desempenho funcional e de comportamento pessoal do diplomata. Para o livro Cousas Diplomáticas.
1051. “Primeiro Emprego: depoimento pessoal e reflexões”, Washington: 22 maio 2003, 4 pp. Respostas a perguntas sobre formação e profissionalização, colocadas pela Editora Abril, para elaboração do Guia do Primeiro Emprego, enviadas à jornalista Maria Cláudia Zucare.
1016. “Um bem-vindo crescimento na oferta de relações internacionais”, Washington, 16 março 2003, 3 pp. Apresentação ao livro Política Internacional, Política Externa e Relações Internacionais (Curitiba: Editora Juruá, 2003; ISBN: 85-362-0486-9; pp. 9-11), Organizador: Leonardo Arquimimo de Carvalho. Relação de publicados n° 398.
915. “Profissionalização em relações internacionais: exigências e possibilidades”, Washington, 26 junho 2002, 6 p. Trecho retirado das “Leituras complementares”, do capítulo 11: “A diplomacia econômica brasileira no século XX: grandes linhas evolutivas” do livro Os primeiros anos do século XXI: o Brasil e as relações internacionais contemporâneas (pp. 244-248). Para divulgação no website do Centro de Serviços de Carreiras do Curso de Relações internacionais da PUC-Minas; link: http://www.sociologia.pucminas.br/relint/servicos/carreiras.php.
885. “As relações internacionais do Brasil e a profissionalização da carreira”, Washington, 29 março 2002, 17 pp. Palestra proferida no UniCeub, em 2 de abril de 2002, e na Universidade Católica de Brasília, em 3 de abril, elaborada com base em partes do meu livro: Os primeiros anos do século XXI.
839. “Macro e microeconomia da diplomacia”, Washington 14 dezembro 2001, 3 pp.; série “Cousas Diplomáticas, nº 4. Artigo introdutório, semi-cômico, de “interpretação econômica” da política externa, cobrindo questões diversas da carreira e das atividades diplomáticas, vistas sob a ótica da economia política (continuidade no trabalho nº 1061). Publicado em Espaço Acadêmico (Maringá: UEM, Ano I, nº 8, janeiro de 2002; http://www.espacoacademico.com.br/008/08almeida.htm). Relação de de Publicados nº 299.
802. “Novas Regras da Moderna Diplomacia: memorandum dialecticus per usum moderatus”, Washington, 25 agosto 2001, 1 p. Projeto de livro constante de inéditos, textos existentes adaptados e novos escritos especialmente preparados.
800. “Dez Regras Modernas de Diplomacia”, Chicago, 22 julho; São Paulo-Miami-Washington 12 agosto 2001, 6 p; série “Cousas Diplomáticas” (nº 1). Ensaio breve sobre novas regras da diplomacia, com inspiração dada a partir do livro de Frederico Francisco de la Figanière: Quatro regras de diplomacia (Lisboa: Livraria Ferreira, 1881, 239 p.). Para desenvolvimento posterior em formato de longo ensaio. Publicado na revista eletrônica Espaço Acadêmico (Maringá: UEM, Ano I, nº 4, Setembro de 2001 - ISSN: 1519.6186, http://www.espacoacademico.com.br/04almeida.htm; Seção “Cousas Diplomáticas”).
704. “Nosso homem no Itamaraty”, Brasília, 18 agosto 1999, 2 pp. Elementos de informação sobre os “intelectuais” do Itamaraty, como subsídio a matéria de Paulo Moreira Leite, então na revista Veja. Não aproveitado no momento, em virtude da transferência de PML para Washington, para trabalhar no jornal Gazeta Mercantil.
702. “Profissionalização em relações internacionais: exigências e possibilidades”, Brasília, 16 agosto 1999, 5 pp. Reelaboração do trabalho 691, em forma de palestra, para inauguração dos cursos de relações internacionais da PUC-MG (em 25.08.99) e do CEUB-DF (em 26.08.99). Feito lançamento de livros na ocasião.
691. “Profissionalização em relações internacionais: uma discussão inicial”, Brasília, 12 junho 1999, 5 pp. Texto sobre formação e perspectivas profissionais do formando em relações internacionais. Publicado no periódico do curso de relações internacionais da PUC-SP, Observatório de Relações internacionais (São Paulo: PUC-SP, nº 1, outubro/dezembro 1999, pp. 10-13). Revisto e integrado como “leitura complementar” ao livro Os primeiros anos do século XXI: o Brasil e as relações internacionais contemporâneas (SP: Paz e Terra, 2001).
Brasília, 27 dezembro 2006
668) U.S. 2007 Summer Institutes
From: "Galante, Vera V"
Date: 27 de dezembro de 2006 11h35min0s GMT-02:00
To: undisclosed-recipients
Subject: 2007 Summer Institutes
PLEASE DISTRIBUTE WIDELY
Dear all,
The Public Affairs Section of the U.S. Embassy in Brazil is pleased to announce another round of Study of the United States Summer Institutes. Please note that the deadline for application is February 9, 2007. For additional information, please contact:
Vera Galante
Cultural Affairs Specialist
Public Affairs Section – U.S. Embassy, Brazil
e-mail: GalanteVV@state.gov.
Tel: (61) 3312-7362
Fax: (61) 3321-2833
General Program Description
This message solicits candidate applications for six Summer Study of the United States Institutes for multinational groups of university faculty and other related scholars. Deadline for candidate applications to be received by the US Embassy in Brasília is February 9, 2007. A description of each individual institute can be below. Participants must be fluent in English.
Study of the United States Institutes are intensive post-graduate level academic programs with integrated study tours whose purpose is to provide foreign university faculty and other scholars the opportunity to deepen their understanding of American society, culture and institutions. The ultimate goal is to strengthen curricula and to improve the quality of teaching about the United States in academic institutions abroad.
The institutes will take place at various colleges and universities throughout the United States over the course of six weeks beginning in June 2007.
The Programs:
The Institute on American Civilization will provide a group of 18 people with a deeper understanding of U.S. society, culture, values and institutions. The program examines some of the critical historical epochs, movements, issues and conflicts that have influenced the development of the U.S. nation and its people and includes a strong contemporary component, particularly current political, social, and economic issues and debates. The complexity and heterogeneous nature of American society is highlighted as well as the institutions and values that have enabled the nation to accommodate that diversity.
Host Institution: to be determined
2. The Institute on American Politics and Political Thought will provide a group of 18 people with a deeper understanding of U.S. political institutions and major currents in American political thought. The institute provides an overview of the origins, development and current functioning of the American presidency, Congress and the federal judiciary. The institute also surveys important currents in the history of American political thought, including the Founding period, liberalism, republicanism, libertarianism, communitarianism, conservatism, neo-conservatism, etc.
Host Institution: University of Massachusetts, Amherst
3. The Institute on Contemporary American Literature will provide a group of 18 people a deeper understanding of recent American literature and criticism. Its purpose is twofold: first, to explore contemporary American writers and writing in a variety of genres; second, to suggest how the themes explored in those works reflect larger currents within contemporary American society and culture. The program explores the diversity of the American literary landscape, examining how major contemporary writers, schools and movements reflect the traditions of the American literary canon and, at the same time, represent a departure from that tradition, establishing new directions for American literature.
Host Institution: University of Louisville, Kentucky.
4. The Institute on Foreign Policy will provide a group of 18 people a deeper understanding of the domestic institutional foundations - political, social, economic and cultural - of U.S. foreign policy with particular attention to the post-Cold War era. Principal themes, critical policy debates, and contemporary issues in U.S. foreign policy will be examined in light of the history of U.S. international relations since World War II and in the larger framework of U.S. diplomatic history as a whole. The program will illuminate the relationships between U.S. policies and the political, social and economic forces in the United States that constitute the domestic institutional context in which such policies are formulated, debated, and executed.
Host Institution: University of South Carolina.
5. The Institute on Journalism and Media will provide a group of 18 journalism instructors and other related specialists with a deeper understanding of journalism's and the media's roles in U.S. society. It will examine major topics in journalism, including the concept of a "free press," First Amendment rights, and the media's relationship to the public interest. The legal and ethical questions posed by journalism will be incorporated into every aspect of the institute. The institute will cover strategies for teaching students of journalism the basics of the tradecraft: researching, reporting, writing, and editing. The program will also highlight technology's impact on journalism, addressing the influence of the Internet, the globalization of the news media, the growth of satellite television and radio networks, and other advances in media that are transforming the profession.
Host Institution: To be determined.
6. The Institute on Religious Pluralism will provide a group of 18 people with a more comprehensive understanding of U.S. society and culture, past and present, through an examination of religious pluralism in the United States. The program explores both the historical and contemporary relationship between church and state in the United States, exposes participants to the diversity of religious practices in the United States, and to tolerance of this diversity. Moreover, it examines the many ways that these different religious practices have influenced - and have been influenced by - the development of American democracy.
Host Institution: University of California, Santa Barbara.
Other Essential Program Information:
Program Funding: Through a grant to the host institutions, the US Department of State will cover all participant costs, including: program administration, domestic travel and ground transportation, book, cultural, mailing and incidental allowances, housing and subsistence.
B. Housing and Meal Arrangements: Typically, participants will have a private room with a shared bathroom during the residency portion (four weeks) of the institute, and will have to share a hotel room during the study tour (up to two weeks). Housing will typically be in college or university owned housing. Most meals will be provided at campus facilities, though participants may have access to a kitchen to cook some meals on their own. Full details will be provided once the grants have been approved. It is important that these arrangements be made clear to applicants and that they are comfortable with such housing arrangements, particularly sharing a hotel room with another participant for up to two weeks.
C. Health Insurance: All participants will receive the Department of State's coverage of $50,000 with a $25 deductible for the duration of the program. Pre-existing conditions are not covered.
D. Program Requirements and Restrictions: Participants are expected to participate fully in the program. They are expected to attend all lectures and organized activities, and complete assigned readings. Family members and/or friends cannot accompany participants on any part of the program. Please note that teaching methodology and pedagogical methods will not be addressed formally in the institute. Candidates should be aware that the institute is very intensive and that there will be little time for personal pursuits unrelated to the program. The institute should not be viewed as a research program. It is important that these requirements and restrictions be clear to all candidates before applications are submitted.
Candidate Description and Qualifications:
Candidates should be mid-career, highly-motivated and experienced professionals from institutions of higher education. While the educational level of participants will likely vary, most should have graduate degrees and have substantial knowledge of the thematic area of the Institute.
B. The ideal candidate will also be an experienced professional with little or no prior experience in the United States, whose home institution is seeking to introduce aspects of U.S. studies into its curricula, to develop new courses in the subject of the institute, to enhance and update existing courses on the United States, or to offer specialized seminars/workshops for professionals in U.S. studies areas related to the program theme. In this respect, while the applicant’s scholarly and professional credentials are an important consideration, an equally important factor is how participation in the institute will enhance course offerings in U.S. studies at the applicant’s home institution.
C. Candidates should be willing and able to fully take part in an intensive post-graduate level academic program and study tour. While senior faculty members are eligible applicants, the US Department of State will give first consideration to professionals who are likely to be comfortable with campus life and an active program schedule.
Other Factors for Consideration:
As a general rule, the US Department of State will not select more than one participant per country, per institute. Please be advised that the Study of the United States Institutes are highly competitive.
The following factors will be used in selecting: participants from among the nominations.
The clarity with which applicants address each of these factors strongly affects a candidate's chance of selection.
Justification: The justification statement is a critical portion of the application, as it offers the opportunity to provide specific reasons why the participation is particularly desirable in terms of enhancing the study of the United States at the home institution, or more broadly, in the home country. In the post/commission view, for example, would the nomination serve to strengthen an already established faculty, or is it intended to give a boost to a fledgling program? Is the applicant a leader within his or her field who is in a unique position to have a significant and immediate impact on curricular development, or is the applicant a younger professional with exceptional promise whose participation is likely to result in a substantial benefit to their home institution in the long run? Applicants are strongly encouraged to describe the role that their home institution plays. The justification statement need not be especially lengthy, but it should address these and other relevant issues noted in below.
Personal Statement: In order to get a better sense of potential participants' motivations and goals, the Department of State requests that each applicant provide a short personal statement (one page) indicating why he or she is interested in participating in the program and what he or she expects to get out of the experience.
English Language Ability: It is imperative that all candidates demonstrate English language fluency. Institutes are rigorous and demanding programs; participants will be expected to handle substantial reading assignments in English and to be full and active participants in all seminar and panel discussions. English fluency is vital to a successful experience in the Institute, both for your participant and participants from other countries.
Priority Consideration: Priority will be given to candidates who have firm plans to enhance, update or develop courses and/or educational materials with a U.S. studies focus or component, who have limited experience in the United States, and who have special interest in the program subject areas as demonstrated through past scholarship, accomplishments, and professional duties. In addition, the US Department of State makes every effort to have both a geographic and gender balance in the makeup of the participants in the Institute.
APPLICATION FORMAT:
Please submit applications by email by Friday, February 9, 2007 to galantevv@state.gov.
Applications must follow the format below. It is essential that items A-F are included and completely accurate.
A. Applicant’s full name, exactly as it appears on his/her passport. Clearly identify first, middle and surnames as they appear on passport.
B. Date of Birth (please spell out Month, Day, Year)
C. City of Birth
D. Country of Birth
E. Country of Residence
F. Country(ies) of Citizenship
G. Home Address, Telephone and E-mail
H. Gender
I. Medical, Physical, Dietary or other Personal Considerations: Please state any existing medical conditions or if you are currently taking any prescription medication. This will not affect selection, but will enable the host institution to make any necessary accommodations.
J. Current Position and Title
K. Current Institutional Affiliation and complete address
L. Work Experience, including previous positions and titles
M. Education, Academic and Professional Training, including degree earned and fields of specialization
N. Active Professional Memberships
O. Publications (please do not list any more than 10)
P. Previous Experience in the United States: Please list any and all trips to the United States and include approximate dates and the reason for travel.
Q. Family Residing in the United States: Please list any immediate family members who are currently residing in the United States, including city and state.
R. Evidence of English Fluency (e.g. personal interview, test score, etc.)
S. Statement justifying participation of nominee in the Institute: (please see above) (1) Current or projected extent of the U.S. Studies content of the course(s) and materials being taught or developed by the candidate; (2) Likely relevance of the program to the professional responsibilities of the candidate; (3) The potential impact of the candidate's participation on a greater understanding of American society and/or culture at his/her come institution (in terms of enhanced teaching and curricula, etc.);
T. Personal Statement (no more than one page) (see above)
Vera Galante
Assessora Cultural - Cultural Affairs Specialist
Seção de Imprensa, Educação e Cultura - Public Affairs Section
Embaixada dos Estados Unidos
Tel. (61) 3312-7362
Fax: (61) 3321-2833
E-mail GalanteVV@State.Gov
Date: 27 de dezembro de 2006 11h35min0s GMT-02:00
To: undisclosed-recipients
Subject: 2007 Summer Institutes
PLEASE DISTRIBUTE WIDELY
Dear all,
The Public Affairs Section of the U.S. Embassy in Brazil is pleased to announce another round of Study of the United States Summer Institutes. Please note that the deadline for application is February 9, 2007. For additional information, please contact:
Vera Galante
Cultural Affairs Specialist
Public Affairs Section – U.S. Embassy, Brazil
e-mail: GalanteVV@state.gov.
Tel: (61) 3312-7362
Fax: (61) 3321-2833
General Program Description
This message solicits candidate applications for six Summer Study of the United States Institutes for multinational groups of university faculty and other related scholars. Deadline for candidate applications to be received by the US Embassy in Brasília is February 9, 2007. A description of each individual institute can be below. Participants must be fluent in English.
Study of the United States Institutes are intensive post-graduate level academic programs with integrated study tours whose purpose is to provide foreign university faculty and other scholars the opportunity to deepen their understanding of American society, culture and institutions. The ultimate goal is to strengthen curricula and to improve the quality of teaching about the United States in academic institutions abroad.
The institutes will take place at various colleges and universities throughout the United States over the course of six weeks beginning in June 2007.
The Programs:
The Institute on American Civilization will provide a group of 18 people with a deeper understanding of U.S. society, culture, values and institutions. The program examines some of the critical historical epochs, movements, issues and conflicts that have influenced the development of the U.S. nation and its people and includes a strong contemporary component, particularly current political, social, and economic issues and debates. The complexity and heterogeneous nature of American society is highlighted as well as the institutions and values that have enabled the nation to accommodate that diversity.
Host Institution: to be determined
2. The Institute on American Politics and Political Thought will provide a group of 18 people with a deeper understanding of U.S. political institutions and major currents in American political thought. The institute provides an overview of the origins, development and current functioning of the American presidency, Congress and the federal judiciary. The institute also surveys important currents in the history of American political thought, including the Founding period, liberalism, republicanism, libertarianism, communitarianism, conservatism, neo-conservatism, etc.
Host Institution: University of Massachusetts, Amherst
3. The Institute on Contemporary American Literature will provide a group of 18 people a deeper understanding of recent American literature and criticism. Its purpose is twofold: first, to explore contemporary American writers and writing in a variety of genres; second, to suggest how the themes explored in those works reflect larger currents within contemporary American society and culture. The program explores the diversity of the American literary landscape, examining how major contemporary writers, schools and movements reflect the traditions of the American literary canon and, at the same time, represent a departure from that tradition, establishing new directions for American literature.
Host Institution: University of Louisville, Kentucky.
4. The Institute on Foreign Policy will provide a group of 18 people a deeper understanding of the domestic institutional foundations - political, social, economic and cultural - of U.S. foreign policy with particular attention to the post-Cold War era. Principal themes, critical policy debates, and contemporary issues in U.S. foreign policy will be examined in light of the history of U.S. international relations since World War II and in the larger framework of U.S. diplomatic history as a whole. The program will illuminate the relationships between U.S. policies and the political, social and economic forces in the United States that constitute the domestic institutional context in which such policies are formulated, debated, and executed.
Host Institution: University of South Carolina.
5. The Institute on Journalism and Media will provide a group of 18 journalism instructors and other related specialists with a deeper understanding of journalism's and the media's roles in U.S. society. It will examine major topics in journalism, including the concept of a "free press," First Amendment rights, and the media's relationship to the public interest. The legal and ethical questions posed by journalism will be incorporated into every aspect of the institute. The institute will cover strategies for teaching students of journalism the basics of the tradecraft: researching, reporting, writing, and editing. The program will also highlight technology's impact on journalism, addressing the influence of the Internet, the globalization of the news media, the growth of satellite television and radio networks, and other advances in media that are transforming the profession.
Host Institution: To be determined.
6. The Institute on Religious Pluralism will provide a group of 18 people with a more comprehensive understanding of U.S. society and culture, past and present, through an examination of religious pluralism in the United States. The program explores both the historical and contemporary relationship between church and state in the United States, exposes participants to the diversity of religious practices in the United States, and to tolerance of this diversity. Moreover, it examines the many ways that these different religious practices have influenced - and have been influenced by - the development of American democracy.
Host Institution: University of California, Santa Barbara.
Other Essential Program Information:
Program Funding: Through a grant to the host institutions, the US Department of State will cover all participant costs, including: program administration, domestic travel and ground transportation, book, cultural, mailing and incidental allowances, housing and subsistence.
B. Housing and Meal Arrangements: Typically, participants will have a private room with a shared bathroom during the residency portion (four weeks) of the institute, and will have to share a hotel room during the study tour (up to two weeks). Housing will typically be in college or university owned housing. Most meals will be provided at campus facilities, though participants may have access to a kitchen to cook some meals on their own. Full details will be provided once the grants have been approved. It is important that these arrangements be made clear to applicants and that they are comfortable with such housing arrangements, particularly sharing a hotel room with another participant for up to two weeks.
C. Health Insurance: All participants will receive the Department of State's coverage of $50,000 with a $25 deductible for the duration of the program. Pre-existing conditions are not covered.
D. Program Requirements and Restrictions: Participants are expected to participate fully in the program. They are expected to attend all lectures and organized activities, and complete assigned readings. Family members and/or friends cannot accompany participants on any part of the program. Please note that teaching methodology and pedagogical methods will not be addressed formally in the institute. Candidates should be aware that the institute is very intensive and that there will be little time for personal pursuits unrelated to the program. The institute should not be viewed as a research program. It is important that these requirements and restrictions be clear to all candidates before applications are submitted.
Candidate Description and Qualifications:
Candidates should be mid-career, highly-motivated and experienced professionals from institutions of higher education. While the educational level of participants will likely vary, most should have graduate degrees and have substantial knowledge of the thematic area of the Institute.
B. The ideal candidate will also be an experienced professional with little or no prior experience in the United States, whose home institution is seeking to introduce aspects of U.S. studies into its curricula, to develop new courses in the subject of the institute, to enhance and update existing courses on the United States, or to offer specialized seminars/workshops for professionals in U.S. studies areas related to the program theme. In this respect, while the applicant’s scholarly and professional credentials are an important consideration, an equally important factor is how participation in the institute will enhance course offerings in U.S. studies at the applicant’s home institution.
C. Candidates should be willing and able to fully take part in an intensive post-graduate level academic program and study tour. While senior faculty members are eligible applicants, the US Department of State will give first consideration to professionals who are likely to be comfortable with campus life and an active program schedule.
Other Factors for Consideration:
As a general rule, the US Department of State will not select more than one participant per country, per institute. Please be advised that the Study of the United States Institutes are highly competitive.
The following factors will be used in selecting: participants from among the nominations.
The clarity with which applicants address each of these factors strongly affects a candidate's chance of selection.
Justification: The justification statement is a critical portion of the application, as it offers the opportunity to provide specific reasons why the participation is particularly desirable in terms of enhancing the study of the United States at the home institution, or more broadly, in the home country. In the post/commission view, for example, would the nomination serve to strengthen an already established faculty, or is it intended to give a boost to a fledgling program? Is the applicant a leader within his or her field who is in a unique position to have a significant and immediate impact on curricular development, or is the applicant a younger professional with exceptional promise whose participation is likely to result in a substantial benefit to their home institution in the long run? Applicants are strongly encouraged to describe the role that their home institution plays. The justification statement need not be especially lengthy, but it should address these and other relevant issues noted in below.
Personal Statement: In order to get a better sense of potential participants' motivations and goals, the Department of State requests that each applicant provide a short personal statement (one page) indicating why he or she is interested in participating in the program and what he or she expects to get out of the experience.
English Language Ability: It is imperative that all candidates demonstrate English language fluency. Institutes are rigorous and demanding programs; participants will be expected to handle substantial reading assignments in English and to be full and active participants in all seminar and panel discussions. English fluency is vital to a successful experience in the Institute, both for your participant and participants from other countries.
Priority Consideration: Priority will be given to candidates who have firm plans to enhance, update or develop courses and/or educational materials with a U.S. studies focus or component, who have limited experience in the United States, and who have special interest in the program subject areas as demonstrated through past scholarship, accomplishments, and professional duties. In addition, the US Department of State makes every effort to have both a geographic and gender balance in the makeup of the participants in the Institute.
APPLICATION FORMAT:
Please submit applications by email by Friday, February 9, 2007 to galantevv@state.gov.
Applications must follow the format below. It is essential that items A-F are included and completely accurate.
A. Applicant’s full name, exactly as it appears on his/her passport. Clearly identify first, middle and surnames as they appear on passport.
B. Date of Birth (please spell out Month, Day, Year)
C. City of Birth
D. Country of Birth
E. Country of Residence
F. Country(ies) of Citizenship
G. Home Address, Telephone and E-mail
H. Gender
I. Medical, Physical, Dietary or other Personal Considerations: Please state any existing medical conditions or if you are currently taking any prescription medication. This will not affect selection, but will enable the host institution to make any necessary accommodations.
J. Current Position and Title
K. Current Institutional Affiliation and complete address
L. Work Experience, including previous positions and titles
M. Education, Academic and Professional Training, including degree earned and fields of specialization
N. Active Professional Memberships
O. Publications (please do not list any more than 10)
P. Previous Experience in the United States: Please list any and all trips to the United States and include approximate dates and the reason for travel.
Q. Family Residing in the United States: Please list any immediate family members who are currently residing in the United States, including city and state.
R. Evidence of English Fluency (e.g. personal interview, test score, etc.)
S. Statement justifying participation of nominee in the Institute: (please see above) (1) Current or projected extent of the U.S. Studies content of the course(s) and materials being taught or developed by the candidate; (2) Likely relevance of the program to the professional responsibilities of the candidate; (3) The potential impact of the candidate's participation on a greater understanding of American society and/or culture at his/her come institution (in terms of enhanced teaching and curricula, etc.);
T. Personal Statement (no more than one page) (see above)
Vera Galante
Assessora Cultural - Cultural Affairs Specialist
Seção de Imprensa, Educação e Cultura - Public Affairs Section
Embaixada dos Estados Unidos
Tel. (61) 3312-7362
Fax: (61) 3321-2833
E-mail GalanteVV@State.Gov
terça-feira, 26 de dezembro de 2006
667) Um autodidata na carreira diplomática
Respostas a questões colocadas por jovem candidato à carreira diplomática.
Frequentemente sou indagado por jovens candidatos à carreira diplomática sobre métodos de estudo, sobre indicações de leitura, sobre questões tópicas que têm a ver com deficiências localizadas de um ou outro aspirante e, de modo mais geral, sobre dicas para o sucesso nos exames de entrada. Em alguns casos, as questões se voltam para aspectos pessoais do meu ingresso nessa carreira, como é o caso das questões transcritas abaixo.
Como considero que minhas respostas podem vir a interessar mais de um desses jovens pretendentes à carreira diplomática – e para evitar duplicações ou repetições em respostas de caráter individual – sou levado a elaborar algumas respostas mais estruturadas e disponibilizá-las, de modo mais amplo, em um dos meus veículos de comunicação (site pessoal, ou um dos blogs que mantenho, com propósitos diversos). Será também o caso agora, como evidenciado a seguir.
1) Qual foi o motivo pelo qual o senhor ingressou no mundo da diplomacia e como foi sua trajetória até chegar lá, cursando a faculdade de ciências sociais?
Considero que apenas pessoas muito motivadas ingressam atualmente na diplomacia. No passado poderia haver, eventualmente, um ou outro caso de puro diletantismo, de busca de algum “dolce-far-niente” nas melhores capitais européias, de desejo de ocupar-se de literatura ou artes, ou simplesmente de viver “le grand monde” sem preocupações outras que não algum expediente rápido em dias alternados, com muitas recepções e “punhos de renda” a ocupar o seu tempo. Tudo isso, obviamente, é folclore, mas não é fácil desmantelar estereótipos. A realidade mais prosaica é feita de muito trabalho e de uma participação intensa e foros negociadores nos mais diversos formatos (bilateral, regional, multilateral), com uma enorme diversidade de temas a serem tratados, sucessiva ou simultaneamente.
Como a maior parte dos meus colegas, ingressei na diplomacia com uma forte motivação para conhcer, discutir e tratar de questões internacionais em conexão com os interesses nacionais do Brasil, ou seja, participando, de alguma forma, de processos decisórios que influenciam, de um modo ou de outro, os rumos não apenas externos, mas também internos que afetam o processo de desenvolvimento econômico e social do Brasil. Com poucas exceções – geralmente ligadas a fatores psicológicos que redundam numa opção pela diplomacia a partir de motivações de ordem essencialmente interna, ligadas a estilo de vida, desejo de viver no exterior pelo exterior e outros elementos do gênero – acredito que a maior parte dos meus colegas também ostente essa motivação de caráter funcional ou instrumental, qual seja, a busca de um trabalho que redunde numa expressão mais forte do Brasil enquanto nação no sistema internacional e a vontade pessoal de participar da construção de uma nova realidade no plano mundial.
São, de modo geral, motivações de ordem basicamente idealista, no melhor sentido da palavra: o interesse pelas questões internacionais (advindas de leituras, conhecimento de línguas, de contato com estrangeiros, de eventual estada prévia no exterior) combina-se a uma vocação de certo modo “nômade” ou fortemente “internacionalizada”, o que leva o jovem a orientar-se para a carreira diplomática. Essa orientação é geralmente despertada muito cedo, já na adolescência ou em seu final, contemporaneamente aos estudos universitários, fazendo com que a preparação para os exames de ingresso se dê em paralelo aos semestres finais dos estudos de graduação.
O ambiente geral da diplomacia é um pouco o das humanidades e das ciências sociais aplicadas, que constituem de forma preeminente o foco universitário de origem da maior parte dos candidatos à carreira. Eu ingressei em ciências sociais – na USP, em 1969 – pensando bem mais na transformação política e econômica do Brasil, enquanto nação, do que na defesa dos seus interesses enquanto Estado membro da ONU e ativo participante do sistema de relações internacionais. Uma estada no exterior, para o acabamento dos estudos universitários, facilitou, provavelmente, essa conversão de assuntos “internos” para “externos”, a partir de um certo momento, mas considero que nem os estudos de ciências sociais, nem a estada no exterior sejam indispensáveis para moldar vocações ou determinar o sucesso nos exames de entrada.
O ingresso na carreira depende de uma sólida cultura geral, de excelente conhecimento do Português, em primeiro lugar, e de uma outra língua também, de muito boa preparação nos demais temas setoriais – economia, direito, geografia, história – o que pode ser suprindo por intensas leituras da bibliografia recomendada (e mais além). Acredito que leituras de jornais internacionais sejam indispensáveis, assim como de revistas especializadas em temas nos quais incide o foco dos exames de entrada. Tudo isso pode ser suprido de forma bem mais fácil, atualmente, com o recurso intensivo dos materiais disponíveis na internet, algo inexistente no meu tempo de preparação. A seleção continua difícil, mas as possibilidade de acesso a materiais relevantes para o estudo ampliaram-se tremendamente em relação ao passado.
2) Seu tempo de estudante secundárista o influenciou de alguma maneira?
Provavelmente sim, mas isso depende muito das circunstância de vida de cada um e dos interesses intelectuais de cada candidato. Em função da trajetória política do Brasil em minha juventude – golpe militar em 1964, alinhamento da diplomacia com os EUA numa primeira fase, ambiente de Guerra Fria no cenário internacional –, a orientação para o estudos de problemas internacionais foi praticamente automática, tanto porque a América Latina em geral era agitada por golpes militares e por guerrilhas de orientação castrista, com experimentos diversos de nacionalismo ou de socialização em alguns dos países do continente. Os secundaristas e os universitários de minha época protestavam não apenas contra a ditadura militar, mas também contra o imperialismo americano, a dominação estrangeira na economia e tudo aquilo que nos parecia subordinação do Brasil ao capitalismo multinacional. Estávamos constantemente estudando as questões nacionais e internacionais que tivesse conexão com a situação do Brasil e tomando partido por uma ou outra orientação econômica, política ou ideológica – comunismo de tipo soviético ou chinês, guerrilhas de inspiração guevarista, nacionalização e planejamento de tipo socialista ou indiano, não-alinhamento etc. Tudo isso foi relevante para o que se chamava de “conscientização”, ou seja, a politização segundo linhas geralmente esquerdistas, ou mesmo totalmente comprometidas com soluções socialistas ou comunistas para o sistema a ser adotado no Brasil após a vitória da “revolução”.
Mesmo com as inevitáveis revisões posteriores de orientação político-econômica, toda a preparação alcançada nos debates de juventude – com intensa leitura dos “clássicos” brasileiros de interpretação de nossa trajetória nacional – foi extremamente funcional para os exames de ingresso na carreira diplomática, uma vez que a bibliografia recomendada recobre, de certa forma, a literatura já compulsada anteriormente. Todos nós (quase todos), jovens secundaristas ou universitários, líamos Celso Furtado, Caio Prado Júnior, Sérgio Buarque de Holanda, Florestan Fernandes, Fernando Henrique Cardoso, Octavio Ianni, com menor ênfase em autores considerados “reacionários” como Gilberto Freyre, José Maria Bello ou Hélio Vianna. Os livros esquerdistas eram lidos aberta ou clandestinamente, ademais de Marx, Engels e todos os clássicos do socialismo, obviamente. Em suma, já éramos “internacionalizados” muito tempo antes de pensar em ingressar na carreira diplomática.
3) Numa palestra o senhor comenta sobre o mercado de trabalho nesse ramo e coloca muita ênfase em ser um autodidata por inteiro; isso de ser um autodidata, o senhor emprega em sua vida desde os tempos do colegial?
Certamente, sempre fui autodidata, e considero, para qualquer jovem, motivado ou não para a carreira diplomática, ser esta uma atitude fundamental para o sucesso nos estudos e em qualquer profissão. Ser autodidata significa, antes de mais nada, não se contentar e não esperar pelas leituras orientadas em sala de aula, e buscar ativamente não apenas estar à frente dos demais colegas, mas em alguns casos à frente mesmo do próprio professor, contestando em aula algum aspecto que já foi objeto de leitura paralela. Ser autoditata significa construir o seu próprio conhecimento, aprofundá-lo pela pesquisa auto-induzida, conhecer sempre um pouco mais do que é demandado nos exames de rotina, do sistema escolar ou universitário.
Ser autodidata, numa palavra, significa ser livre, totalmente autônomo em relação ao conteúdo veiculado em classe, dotado de sua própria capacidade analítica e de julgamento, capaz de opiniões abalizadas e fundamentadas sobre uma grande variedade de assuntos. Ser informado é ser livre, e o autodidata alcança essa condição à frente e acima dos seus colegas, o que de certa forma é um privilégio e uma grande satisfação.
Praticamente, desde o colegial – ensino médio, na atual terminologia –, tornei-me um autodidata radical, isto é, completamente independente dos ensinamentos veiculados em sala de aula, e muitas vezes ausente da própria sala de aula. Não recomendaria essa atitude para os alunos em geral, mas recomendo, sim, ser autodidata, ou seja, cultivar o que eu chamo de “ceticismo sadio” em relação ao conteúdo das aulas e buscar complementar aquela informação mediante pesquisas próprias e leituras paralelas.
O conhecimento liberta, e ser autodidata, repito, é ser livre. Não pode haver melhor aspiração na vida do que esta.
Paulo Roberto de Almeida
(pralmeida@mac.com; www.pralmeida.org)
1701: Brasília, 26 dezembro 2006, 2 p.
Frequentemente sou indagado por jovens candidatos à carreira diplomática sobre métodos de estudo, sobre indicações de leitura, sobre questões tópicas que têm a ver com deficiências localizadas de um ou outro aspirante e, de modo mais geral, sobre dicas para o sucesso nos exames de entrada. Em alguns casos, as questões se voltam para aspectos pessoais do meu ingresso nessa carreira, como é o caso das questões transcritas abaixo.
Como considero que minhas respostas podem vir a interessar mais de um desses jovens pretendentes à carreira diplomática – e para evitar duplicações ou repetições em respostas de caráter individual – sou levado a elaborar algumas respostas mais estruturadas e disponibilizá-las, de modo mais amplo, em um dos meus veículos de comunicação (site pessoal, ou um dos blogs que mantenho, com propósitos diversos). Será também o caso agora, como evidenciado a seguir.
1) Qual foi o motivo pelo qual o senhor ingressou no mundo da diplomacia e como foi sua trajetória até chegar lá, cursando a faculdade de ciências sociais?
Considero que apenas pessoas muito motivadas ingressam atualmente na diplomacia. No passado poderia haver, eventualmente, um ou outro caso de puro diletantismo, de busca de algum “dolce-far-niente” nas melhores capitais européias, de desejo de ocupar-se de literatura ou artes, ou simplesmente de viver “le grand monde” sem preocupações outras que não algum expediente rápido em dias alternados, com muitas recepções e “punhos de renda” a ocupar o seu tempo. Tudo isso, obviamente, é folclore, mas não é fácil desmantelar estereótipos. A realidade mais prosaica é feita de muito trabalho e de uma participação intensa e foros negociadores nos mais diversos formatos (bilateral, regional, multilateral), com uma enorme diversidade de temas a serem tratados, sucessiva ou simultaneamente.
Como a maior parte dos meus colegas, ingressei na diplomacia com uma forte motivação para conhcer, discutir e tratar de questões internacionais em conexão com os interesses nacionais do Brasil, ou seja, participando, de alguma forma, de processos decisórios que influenciam, de um modo ou de outro, os rumos não apenas externos, mas também internos que afetam o processo de desenvolvimento econômico e social do Brasil. Com poucas exceções – geralmente ligadas a fatores psicológicos que redundam numa opção pela diplomacia a partir de motivações de ordem essencialmente interna, ligadas a estilo de vida, desejo de viver no exterior pelo exterior e outros elementos do gênero – acredito que a maior parte dos meus colegas também ostente essa motivação de caráter funcional ou instrumental, qual seja, a busca de um trabalho que redunde numa expressão mais forte do Brasil enquanto nação no sistema internacional e a vontade pessoal de participar da construção de uma nova realidade no plano mundial.
São, de modo geral, motivações de ordem basicamente idealista, no melhor sentido da palavra: o interesse pelas questões internacionais (advindas de leituras, conhecimento de línguas, de contato com estrangeiros, de eventual estada prévia no exterior) combina-se a uma vocação de certo modo “nômade” ou fortemente “internacionalizada”, o que leva o jovem a orientar-se para a carreira diplomática. Essa orientação é geralmente despertada muito cedo, já na adolescência ou em seu final, contemporaneamente aos estudos universitários, fazendo com que a preparação para os exames de ingresso se dê em paralelo aos semestres finais dos estudos de graduação.
O ambiente geral da diplomacia é um pouco o das humanidades e das ciências sociais aplicadas, que constituem de forma preeminente o foco universitário de origem da maior parte dos candidatos à carreira. Eu ingressei em ciências sociais – na USP, em 1969 – pensando bem mais na transformação política e econômica do Brasil, enquanto nação, do que na defesa dos seus interesses enquanto Estado membro da ONU e ativo participante do sistema de relações internacionais. Uma estada no exterior, para o acabamento dos estudos universitários, facilitou, provavelmente, essa conversão de assuntos “internos” para “externos”, a partir de um certo momento, mas considero que nem os estudos de ciências sociais, nem a estada no exterior sejam indispensáveis para moldar vocações ou determinar o sucesso nos exames de entrada.
O ingresso na carreira depende de uma sólida cultura geral, de excelente conhecimento do Português, em primeiro lugar, e de uma outra língua também, de muito boa preparação nos demais temas setoriais – economia, direito, geografia, história – o que pode ser suprindo por intensas leituras da bibliografia recomendada (e mais além). Acredito que leituras de jornais internacionais sejam indispensáveis, assim como de revistas especializadas em temas nos quais incide o foco dos exames de entrada. Tudo isso pode ser suprido de forma bem mais fácil, atualmente, com o recurso intensivo dos materiais disponíveis na internet, algo inexistente no meu tempo de preparação. A seleção continua difícil, mas as possibilidade de acesso a materiais relevantes para o estudo ampliaram-se tremendamente em relação ao passado.
2) Seu tempo de estudante secundárista o influenciou de alguma maneira?
Provavelmente sim, mas isso depende muito das circunstância de vida de cada um e dos interesses intelectuais de cada candidato. Em função da trajetória política do Brasil em minha juventude – golpe militar em 1964, alinhamento da diplomacia com os EUA numa primeira fase, ambiente de Guerra Fria no cenário internacional –, a orientação para o estudos de problemas internacionais foi praticamente automática, tanto porque a América Latina em geral era agitada por golpes militares e por guerrilhas de orientação castrista, com experimentos diversos de nacionalismo ou de socialização em alguns dos países do continente. Os secundaristas e os universitários de minha época protestavam não apenas contra a ditadura militar, mas também contra o imperialismo americano, a dominação estrangeira na economia e tudo aquilo que nos parecia subordinação do Brasil ao capitalismo multinacional. Estávamos constantemente estudando as questões nacionais e internacionais que tivesse conexão com a situação do Brasil e tomando partido por uma ou outra orientação econômica, política ou ideológica – comunismo de tipo soviético ou chinês, guerrilhas de inspiração guevarista, nacionalização e planejamento de tipo socialista ou indiano, não-alinhamento etc. Tudo isso foi relevante para o que se chamava de “conscientização”, ou seja, a politização segundo linhas geralmente esquerdistas, ou mesmo totalmente comprometidas com soluções socialistas ou comunistas para o sistema a ser adotado no Brasil após a vitória da “revolução”.
Mesmo com as inevitáveis revisões posteriores de orientação político-econômica, toda a preparação alcançada nos debates de juventude – com intensa leitura dos “clássicos” brasileiros de interpretação de nossa trajetória nacional – foi extremamente funcional para os exames de ingresso na carreira diplomática, uma vez que a bibliografia recomendada recobre, de certa forma, a literatura já compulsada anteriormente. Todos nós (quase todos), jovens secundaristas ou universitários, líamos Celso Furtado, Caio Prado Júnior, Sérgio Buarque de Holanda, Florestan Fernandes, Fernando Henrique Cardoso, Octavio Ianni, com menor ênfase em autores considerados “reacionários” como Gilberto Freyre, José Maria Bello ou Hélio Vianna. Os livros esquerdistas eram lidos aberta ou clandestinamente, ademais de Marx, Engels e todos os clássicos do socialismo, obviamente. Em suma, já éramos “internacionalizados” muito tempo antes de pensar em ingressar na carreira diplomática.
3) Numa palestra o senhor comenta sobre o mercado de trabalho nesse ramo e coloca muita ênfase em ser um autodidata por inteiro; isso de ser um autodidata, o senhor emprega em sua vida desde os tempos do colegial?
Certamente, sempre fui autodidata, e considero, para qualquer jovem, motivado ou não para a carreira diplomática, ser esta uma atitude fundamental para o sucesso nos estudos e em qualquer profissão. Ser autodidata significa, antes de mais nada, não se contentar e não esperar pelas leituras orientadas em sala de aula, e buscar ativamente não apenas estar à frente dos demais colegas, mas em alguns casos à frente mesmo do próprio professor, contestando em aula algum aspecto que já foi objeto de leitura paralela. Ser autoditata significa construir o seu próprio conhecimento, aprofundá-lo pela pesquisa auto-induzida, conhecer sempre um pouco mais do que é demandado nos exames de rotina, do sistema escolar ou universitário.
Ser autodidata, numa palavra, significa ser livre, totalmente autônomo em relação ao conteúdo veiculado em classe, dotado de sua própria capacidade analítica e de julgamento, capaz de opiniões abalizadas e fundamentadas sobre uma grande variedade de assuntos. Ser informado é ser livre, e o autodidata alcança essa condição à frente e acima dos seus colegas, o que de certa forma é um privilégio e uma grande satisfação.
Praticamente, desde o colegial – ensino médio, na atual terminologia –, tornei-me um autodidata radical, isto é, completamente independente dos ensinamentos veiculados em sala de aula, e muitas vezes ausente da própria sala de aula. Não recomendaria essa atitude para os alunos em geral, mas recomendo, sim, ser autodidata, ou seja, cultivar o que eu chamo de “ceticismo sadio” em relação ao conteúdo das aulas e buscar complementar aquela informação mediante pesquisas próprias e leituras paralelas.
O conhecimento liberta, e ser autodidata, repito, é ser livre. Não pode haver melhor aspiração na vida do que esta.
Paulo Roberto de Almeida
(pralmeida@mac.com; www.pralmeida.org)
1701: Brasília, 26 dezembro 2006, 2 p.
domingo, 24 de dezembro de 2006
666) Uma lagrima para Braguinha
Músico Braguinha morre, aos 99 anos, no Rio
Morreu neste domingo, 24 de dezembro de 2006, ao meio-dia, o compositor Carlos Alberto Ferreira Braga, o Braguinha, aos 99 anos, de infecção generalizada. Segundo a assessoria de imprensa do hospital Pró-Cardíaco, zona sul do Rio, o músico foi internado no sábado à noite, após passar mal com alta taxa de glicose.
O hospital irá divulgar um boletim médico nesta tarde com mais detalhes sobre a morte de Braguinha. Braguinha deixa uma filha, três netos e pelo menos seis bisnetos.
Nascido no Rio de Janeiro em 29 de março de 1907, Braguinha compôs sucessos como Carinhoso (1937, com Pixinguinha), Sonhos Azuis (1936, com Alberto Ribeiro), Chiquita Bacana, Balancê, Touradas de Madrid e Pastorinhas, entre outros.
Um de seus maiores sucessos internacionais foi Copacabana, composto em 1944 e gravado por Dick Farney, em 1946, com orquestração de Radamés Gnattali.
Na gravadora continental, ex-Colúmbia, durante muitos anos foi diretor-artístico, contribuindo para a projeção de inúmeros artistas, época em que também lançou, no selo Disquinho, uma coleção de mais de 70 histórias infantis, que adaptava, criava e musicava.
Em 1984, na inauguração do Sambódromo, foi homenageado no desfile da Mangueira, com o enredo Yes, nós temos Braguinha, dando o tíulo à escola verde e rosa. Sua musicografia completa, inclusive com versões e músicas infantis, passa dos 420 títulos, uma das maiores e de mais sucessos de nossa música popular. Seu parceiro mais constante foi Alberto Ribeiro (1902-1971).
Braguinha participou como roteirista e assistente de direção em filmes da Cinédia. Juntamente com Alberto Ribeiro, escreveu composições para a trilha sonora de filmes como Alô, Alô, Brasil e Estudantes, cuja personagem principal foi estrelada por Carmem Miranda.
Em 1938, foi um dos responsáveis pela dublagem brasileira de Branca de Neve e os Sete Anões, da Walt Disney. Também participou das versões brasileiras de Pinóquio (1940), Dumbo (1941) e Bambi (1942), entre outros.
Confira a seguir a discografia do músico:
* Pra vancê/Coisas da roça (1929)
* Desengano/Assombração (1929)
* Salada (1929)
* Não quero amor nem carinho (1930)
* Dona Antonha (1930)
* Minha cabrocha/A mulher e a carroça (1930)
* Quebranto (1930)
* Mulata (1931)
* Cor de prata/Nega (1931)
* Tu juraste¿ eu jurei/Vou à Penha rasgado (1931)
* Samba da boa vontade/Picilone (1931)
* O amor é um bichinho/Lua cheia (1932)
* João de Barro (1972)
* Viva Braguinha (1985)
* João de Barro e Coisas Nossas (1983)
* Yes, nós temos Braguinha (1998)
* João de Barro (Braguinha)? ¿ Nasce um compositor (1999)
* João de Barro - A música do século, por seus autores e intérpretes (2000)
Veja a seguir as marchinhas de Carnaval do músico:
* Uma andorinha não faz verão (1931)
* Moreninha da praia (1933)
* Linda lourinha (1934)
* Deixa a lua sossegada (1935)
* Linda Mimi (1935)
* Pirata (1936)
* Cadê Mimi (1936)
* Cantores do rádio (1936)
* Balancê (1937)
* Touradas em Madri (1938)
* Pastorinhas (1938)
* Yes, nós temos bananas (1938)
* Pirulito (1939)
* Pirata da perna de pau (1947)
* Anda Luzia (1947)
* A mulata é a tal (1948)
* Tem gato na tuba (1948)
* Chiquita bacana (1949)
* Tem marujo no samba (1949)
* Lancha nova (1950)
* Vai com jeito (1957)
* Corre, corre, lambretinha (1958)
Morreu neste domingo, 24 de dezembro de 2006, ao meio-dia, o compositor Carlos Alberto Ferreira Braga, o Braguinha, aos 99 anos, de infecção generalizada. Segundo a assessoria de imprensa do hospital Pró-Cardíaco, zona sul do Rio, o músico foi internado no sábado à noite, após passar mal com alta taxa de glicose.
O hospital irá divulgar um boletim médico nesta tarde com mais detalhes sobre a morte de Braguinha. Braguinha deixa uma filha, três netos e pelo menos seis bisnetos.
Nascido no Rio de Janeiro em 29 de março de 1907, Braguinha compôs sucessos como Carinhoso (1937, com Pixinguinha), Sonhos Azuis (1936, com Alberto Ribeiro), Chiquita Bacana, Balancê, Touradas de Madrid e Pastorinhas, entre outros.
Um de seus maiores sucessos internacionais foi Copacabana, composto em 1944 e gravado por Dick Farney, em 1946, com orquestração de Radamés Gnattali.
Na gravadora continental, ex-Colúmbia, durante muitos anos foi diretor-artístico, contribuindo para a projeção de inúmeros artistas, época em que também lançou, no selo Disquinho, uma coleção de mais de 70 histórias infantis, que adaptava, criava e musicava.
Em 1984, na inauguração do Sambódromo, foi homenageado no desfile da Mangueira, com o enredo Yes, nós temos Braguinha, dando o tíulo à escola verde e rosa. Sua musicografia completa, inclusive com versões e músicas infantis, passa dos 420 títulos, uma das maiores e de mais sucessos de nossa música popular. Seu parceiro mais constante foi Alberto Ribeiro (1902-1971).
Braguinha participou como roteirista e assistente de direção em filmes da Cinédia. Juntamente com Alberto Ribeiro, escreveu composições para a trilha sonora de filmes como Alô, Alô, Brasil e Estudantes, cuja personagem principal foi estrelada por Carmem Miranda.
Em 1938, foi um dos responsáveis pela dublagem brasileira de Branca de Neve e os Sete Anões, da Walt Disney. Também participou das versões brasileiras de Pinóquio (1940), Dumbo (1941) e Bambi (1942), entre outros.
Confira a seguir a discografia do músico:
* Pra vancê/Coisas da roça (1929)
* Desengano/Assombração (1929)
* Salada (1929)
* Não quero amor nem carinho (1930)
* Dona Antonha (1930)
* Minha cabrocha/A mulher e a carroça (1930)
* Quebranto (1930)
* Mulata (1931)
* Cor de prata/Nega (1931)
* Tu juraste¿ eu jurei/Vou à Penha rasgado (1931)
* Samba da boa vontade/Picilone (1931)
* O amor é um bichinho/Lua cheia (1932)
* João de Barro (1972)
* Viva Braguinha (1985)
* João de Barro e Coisas Nossas (1983)
* Yes, nós temos Braguinha (1998)
* João de Barro (Braguinha)? ¿ Nasce um compositor (1999)
* João de Barro - A música do século, por seus autores e intérpretes (2000)
Veja a seguir as marchinhas de Carnaval do músico:
* Uma andorinha não faz verão (1931)
* Moreninha da praia (1933)
* Linda lourinha (1934)
* Deixa a lua sossegada (1935)
* Linda Mimi (1935)
* Pirata (1936)
* Cadê Mimi (1936)
* Cantores do rádio (1936)
* Balancê (1937)
* Touradas em Madri (1938)
* Pastorinhas (1938)
* Yes, nós temos bananas (1938)
* Pirulito (1939)
* Pirata da perna de pau (1947)
* Anda Luzia (1947)
* A mulata é a tal (1948)
* Tem gato na tuba (1948)
* Chiquita bacana (1949)
* Tem marujo no samba (1949)
* Lancha nova (1950)
* Vai com jeito (1957)
* Corre, corre, lambretinha (1958)
sábado, 23 de dezembro de 2006
665) Uma declaracao presidencial de final de ano
Mensagem presidencial de final de ano
Meus caros brasileiros, companheiras e companheiros,
Estamos chegando ao final de um ano glorioso, um ano no qual todos vocês puderam se expressar livre e democraticamente nas urnas, consagrando escolhas que cada um de vocês julgou serem as melhores para o país e para este seu povo lutador e esperançoso.
Eu estou muito grato a todos vocês por terem sabido reconhecer meu esforço em prol da melhoria da vida diária dos brasileiros, em especial dos mais humildes e sofredores. Minha luta sempre foi pelo restabelecimento da dignidade dos brasileiros e brasileiras, para que cada um tivesse o seu trabalho digno reconhecido, o seu prato de comida, uma boa educação para os filhos e a certeza de ter segurança não só no lar, mas nas ruas também.
Passado o período eleitoral, quando todos os políticos prometem um pouco mais do que podem cumprir, acho que chegou a hora de eu falar sinceramente com vocês, chegou a hora de eu olhar no olho de cada um de vocês e dizer: não podemos mais continuar do jeito que estamos. Este país merece ser reconstruído, em suas bases. Ele precisa disto, e nós vamos fazer isto, com a ajuda de todos.
Não adianta mais o presidente vir aqui prestar contas todo fim de ano e prometer todas aquelas coisas que vocês sabem que dificilmente serão cumpridas se não reformarmos o país de baixo para cima, se não empreendermos uma gigantesca tarefa de recomposição das forças morais da Nação, se não soubermos que chegou a hora de enfrentar a realidade como ela é, não como gostaríamos que ela fosse.
E a verdade, meus caros cidadãos, é simplesmente esta: o Brasil esgotou o seu modelo de desenvolvimento. Não podemos e não queremos mais continuar crescendo tão pouco, tendo tão poucos empregos bem remunerados, tantas dificuldades nas escolas, hospitais, nas estradas.
Não adianta, por exemplo, eu dizer para vocês: agora, nós estamos prontos para crescer a 5% ao ano, que vamos colocar o Brasil no pelotão de vanguarda dos países desenvolvidos e mais importantes do mundo, se a gente não reconhecer que os principais obstáculos estão aqui mesmo, dentro da nossa casa. É sobre isso que eu quero falar a vocês.
Quero, antes de mais nada, dizer a vocês que a responsabilidade por essas medíocres taxas de crescimento que assistimos há mais de vinte anos não está com vocês, trabalhadores sofridos deste nosso Brasil. Ela está conosco: nós, os políticos e empresários, sindicalistas e funcionários públicos de alto escalão, nós somos a elite que sempre governou o país, da Independência até hoje. Como vocês vêem, eu também mei incluo no rol dos responsáveis. Estou falando como dirigente, e como responsável máximo por este país, e não pretendo fugir a essa responsabilidade.
Pois bem, meus caros brasileiros e brasileiras, chegou a hora de dizer a verdade.
Desejo, acima de tudo, assumir humildemente a minha parte de responsabilidade por esta situação difícil que estamos vivendo: o baixo crescimento, os buracos nas estradas, o caos nos aeroportos, as filas nos hospitais, a má qualidade da educação nas escolas públicas, o desemprego e os baixos salários, tudo isso, não é só culpa do governo, mas o governo leva a maior parte de responsabilidade, pois que cabe a ele velar para que isso não aconteça. Vocês me elegeram para isso mesmo e quero assumir plenamente minha responsabilidade pela situação.
Justamente, com a experiência do primeiro mandato, agora eu consigo medir de forma mais exata o peso da responsabilidade do Estado na situação de vida de cada um dos brasileiros. Não adianta culpar as elites dos últimos 500 anos pela situação presente, se nós mesmos, a elite do presente, não assumirmos o encargo de corrigir a situação. E a elite somos nós, que estamos à frente do Estado, que somos responsáveis pelo governo.
Minha experiência me indica que precisamos corrigir graves distorções no funcionamento do Estado, sem o que não teremos crescimento, nem de 5, nem de 4, nem de 3%, e continuaremos a percorrer a trilha da amargura e da desesperança.
Eu quero mudar isto e vocês vão me ajudar. Eis aqui o que eu penso que deveria ser feito.
O Brasil precisa de uma reforma política, mas de uma verdadeira, não aquela que só acrescenta alguns remendos na legislação eleitoral ou na representação partidária.
O fato é, meus caros cidadãos, que o Brasil criou uma classe política que se tornou dona do Estado, dona do país, que se julga acima dos demais brasileiros, cidadãos comuns, e que passa a maior parte do tempo tentando redistribuir o dinheiro de todos para suas causas particulares. O Brasil possui um Legislativo muito grande e sobretudo muito caro, em todos os níveis, do mais humilde município ao Congresso Nacional.
Por isso eu proponho, em primeiro lugar, que a gente reduza o peso do Estado, de todo o Estado, na vida dos cidadãos. O Brasil não precisa de tantos parlamentares, de tantos funcionários dos legislativos, o Brasil, sobretudo, não pode suportar mais os gastos incomensuráveis que esses estados dentro do Estado acarretam no bolso de cada um de vocês. O número de parlamentares e o número de funcionários dos legislativos devem ser diminuídos, assim como devem ser reduzidas as despesas inaceitáveis que eles trazem para os cofres públicos.
Proponho que os funcionários remanescentes sejam remanejados, dentro do Estado, para as áreas mais carentes: educação, saúde pública, atendimento aos idosos, serviços básicos.
Essa reforma política deve compreender, também, os Executivos, que cresceram de modo caótico nos últimos anos, acumulando cada vez mais despesas continuadas. Não é possível, por exemplo, que um governador que serviu ao povo do seu estado por um ou dois mandatos se julgue merecedor de uma aposentadoria permanente, de funcionários à disposição, de regalias que não são dadas a nenhum outro funcionário público. E a reforma política e administrativa deve atingir também o Judiciário. Não é possível que um juiz no início de carreira ganhe quase tanto quanto um de final de carreira, e não é possível que os processos se acumulem por causa de uma legislação de processos caduca e ineficiente, feita para premiar alguns advogados espertos, em detrimento da verdadeira justiça, que deveria estar ao alcance de todo cidadão.
O Brasil precisa, em segundo lugar, de uma verdadeira reforma tributária, já que nos últimos vinte anos a carga fiscal só fez crescer no Brasil, diminuindo a poupança privada e as possibilidades de investimento de empresários e de simples cidadãos desejosos de se lançar em alguma atividade produtiva. Sei que os estados, os governadores, desconfiam de mais uma reforma tributária centralizadora. Eles gostariam de avançar sobre algumas das contribuições hoje sob responsabilidade da União, justamente porque a Constituição criou tantos encargos novos, sobretudo na área previdenciária e assistencial, que o governo federal só pode atender taxando ainda mais os cidadãos. Por isso, eu proponho que todos nós, do governo federal e dos governos estaduais, nos concertemos não na criação de novos impostos, mas na redução dos existentes. Isto pela simples razão de que essa diminuição vai trazer mais crescimento e maior arrecadação.
Não vou apresentar aqui e agora os contornos dessa reforma tributária absolutamente indispensável se quisermos retomar o processo de crescimento, já que cheguei à conclusão de que ele só não vem por causa da excessiva carga tributária. Apresento apenas os princípios, e eles têm de ser os da redução da carga total, a exoneração dos lucros das empresas e a redução dos encargos sobre a folha salarial. Apenas dessa maneira vamos conseguir retomar o crescimento e a criação de empregos.
O Brasil precisa, em terceiro e mais importante lugar, não de uma simples reforma, mas de uma verdadeira revolução educacional, uma mudança completa nas nossas prioridades de ensino, que devem passar a ser o básico e o técnico-profissional, não apenas o ciclo superior, este sempre beneficiado com maiores verbas e atenções federais. O futuro está nas nossas crianças e jovens, e são eles que devem receber os cuidados prioritários, junto com os professores dos ciclos fundamental e médio. Mais do que computadores, precisamos, simplesmente, de professores bem treinados e motivados, animados da sagrada missão de ensinar o que é básico, elementar, que é o domínio da língua, as matemáticas elementares, os fundamentos das ciências exatas e naturais.
Gostaria de determinar uma profunda reforma nos currículos e na gestão das escolas públicas, no sentido de fazer do professor e do seu aluno do fundamental e do médio o centro das nossas atenções pelos próximos vinte anos, pelo menos. Isto é absolutamente indispensável se desejarmos competir na economia global, se quisermos ter uma melhor distribuição de renda, se quisermos construir uma nação solidária e includente.
O Brasil também precisa de uma profunda reforma trabalhista e de uma grande reforma sindical. Que me perdõem os meus amigos sindicalistas, companheiros de antigas lutas, mas eu reconheço agora que eles estão mais interessados em preservar os empregos dos seus associados do que em promover o emprego dos atualmente excluídos. Minha responsabilidade principal está em criar novos empregos e em permitir que as empresas tenham flexibilidade suficiente para adaptar sua mão-de-obra aos novos requerimentos da globalização. Aprendi que uma legislação ultraprotetora, como esta que temos atualmente, produz, na verdade, mais desemprego do que ela oferece novas oportunidades de ocupação remunerada.
Por isso, eu acho que precisamos passar uma enorme borracha na nossa legislação laboral e criar as condições para incorporar no mercado de trabalho os milhões de brasileiros e brasileiras hoje excluídos. Essa reforma passa também pelo salário mínimo e pelas garantias tradicionais. A melhor garantia de altas taxas de ocupação é o treinamento constante da mão-de-obra, a flexibilidade laboral, a adaptação da legislação aos requisitos de uma economia moderna, baseada no conhecimento. Essa visão já foi testada ao redor do mundo, e ganhou de todos aqueles modelos baseados na rigidez do mercado de trabalho, que só produzem alto desemprego e, com ele, a exclusão e a desesperança.
O Brasil precisa, em especial, de uma nova noção de país, de uma nova visão de Nação, de uma concepção do mundo que deixe de ter no Estado a peça central da organização política, econômica e social, e que passe, ao contrário, a ter nas forças vivas da Nação a sua própria base de organização. O Brasil é hoje um país enredado, amarrado numa selva inacreditável de leis, regulamentos, decretos, portarias, normas que se contradizem umas às outras, e que terminam por manietar o espírito empreendedor e a capacidade de iniciativa de milhões de brasileiros. Vamos mudar isso, vamos desregular, privatizar o que for necessário, descentralizar aquilo que não precisa estar na esfera federal, vamos devolver à comunidade, ao povo, sua capacidade de criar, empreender, inovar.
Meus caros brasileiros e brasileiras,
Quero transmitir a cada um de vocês minha certeza de que podemos, sim, se nos unirmos, construir um país melhor. As reformas que eu apontei me parecem condição incontornável para que possamos seguir um caminho diferente daquele que foi seguido até aqui, que só trouxe mais do mesmo. Queremos e precisamos romper com a mesmice do que vem sendo feito até aqui. Eu quero impulsionar uma nova arrancada deste país em direção a um futuro melhor. Para isso, precisamos nos unir em torno dessas grandes reformas. Se não o fizermos, estaremos legando a nossos filhos e netos um país inviabilizado pelo baixo crescimento, corroído pelas altas taxas de desemprego, diminuído em suas possibilidades de desenvolvimento econômico e social, abatido pela corrupção trazida por uma imensa máquina pública, desesperançado pelos crimes, pela baixa educação, pela deterioração da nossa infra-estrutura, marcado ainda e sempre pela desigualdade social e pelos desequilíbrios regionais.
Eu quero um país que seja forte economicamente, rico espiritualmente, justo socialmente, um país do qual nós possamos todos nos orgulhar. Para isso, precisamos nos dar as mãos e atacar os problemas de frente. Não adianta mais empurrar com a barrriga a solução desses problemas, transferir essa responsabilidade a uma outra geração. A hora é aqui e agora. Vamos fazer!
Desejo um excelente final de ano a todos vocês e um ótimo ano novo, com muita paz, serenidade e renovadas esperanças na nossa capacidade de reconstruir o Brasil.
Bom ano a todos vocês. Muito obrigado.
Pela sugestão de texto:
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 23 de dezembro de 2006.
(pralmeida@mac.com; www.pralmeida.org)
Meus caros brasileiros, companheiras e companheiros,
Estamos chegando ao final de um ano glorioso, um ano no qual todos vocês puderam se expressar livre e democraticamente nas urnas, consagrando escolhas que cada um de vocês julgou serem as melhores para o país e para este seu povo lutador e esperançoso.
Eu estou muito grato a todos vocês por terem sabido reconhecer meu esforço em prol da melhoria da vida diária dos brasileiros, em especial dos mais humildes e sofredores. Minha luta sempre foi pelo restabelecimento da dignidade dos brasileiros e brasileiras, para que cada um tivesse o seu trabalho digno reconhecido, o seu prato de comida, uma boa educação para os filhos e a certeza de ter segurança não só no lar, mas nas ruas também.
Passado o período eleitoral, quando todos os políticos prometem um pouco mais do que podem cumprir, acho que chegou a hora de eu falar sinceramente com vocês, chegou a hora de eu olhar no olho de cada um de vocês e dizer: não podemos mais continuar do jeito que estamos. Este país merece ser reconstruído, em suas bases. Ele precisa disto, e nós vamos fazer isto, com a ajuda de todos.
Não adianta mais o presidente vir aqui prestar contas todo fim de ano e prometer todas aquelas coisas que vocês sabem que dificilmente serão cumpridas se não reformarmos o país de baixo para cima, se não empreendermos uma gigantesca tarefa de recomposição das forças morais da Nação, se não soubermos que chegou a hora de enfrentar a realidade como ela é, não como gostaríamos que ela fosse.
E a verdade, meus caros cidadãos, é simplesmente esta: o Brasil esgotou o seu modelo de desenvolvimento. Não podemos e não queremos mais continuar crescendo tão pouco, tendo tão poucos empregos bem remunerados, tantas dificuldades nas escolas, hospitais, nas estradas.
Não adianta, por exemplo, eu dizer para vocês: agora, nós estamos prontos para crescer a 5% ao ano, que vamos colocar o Brasil no pelotão de vanguarda dos países desenvolvidos e mais importantes do mundo, se a gente não reconhecer que os principais obstáculos estão aqui mesmo, dentro da nossa casa. É sobre isso que eu quero falar a vocês.
Quero, antes de mais nada, dizer a vocês que a responsabilidade por essas medíocres taxas de crescimento que assistimos há mais de vinte anos não está com vocês, trabalhadores sofridos deste nosso Brasil. Ela está conosco: nós, os políticos e empresários, sindicalistas e funcionários públicos de alto escalão, nós somos a elite que sempre governou o país, da Independência até hoje. Como vocês vêem, eu também mei incluo no rol dos responsáveis. Estou falando como dirigente, e como responsável máximo por este país, e não pretendo fugir a essa responsabilidade.
Pois bem, meus caros brasileiros e brasileiras, chegou a hora de dizer a verdade.
Desejo, acima de tudo, assumir humildemente a minha parte de responsabilidade por esta situação difícil que estamos vivendo: o baixo crescimento, os buracos nas estradas, o caos nos aeroportos, as filas nos hospitais, a má qualidade da educação nas escolas públicas, o desemprego e os baixos salários, tudo isso, não é só culpa do governo, mas o governo leva a maior parte de responsabilidade, pois que cabe a ele velar para que isso não aconteça. Vocês me elegeram para isso mesmo e quero assumir plenamente minha responsabilidade pela situação.
Justamente, com a experiência do primeiro mandato, agora eu consigo medir de forma mais exata o peso da responsabilidade do Estado na situação de vida de cada um dos brasileiros. Não adianta culpar as elites dos últimos 500 anos pela situação presente, se nós mesmos, a elite do presente, não assumirmos o encargo de corrigir a situação. E a elite somos nós, que estamos à frente do Estado, que somos responsáveis pelo governo.
Minha experiência me indica que precisamos corrigir graves distorções no funcionamento do Estado, sem o que não teremos crescimento, nem de 5, nem de 4, nem de 3%, e continuaremos a percorrer a trilha da amargura e da desesperança.
Eu quero mudar isto e vocês vão me ajudar. Eis aqui o que eu penso que deveria ser feito.
O Brasil precisa de uma reforma política, mas de uma verdadeira, não aquela que só acrescenta alguns remendos na legislação eleitoral ou na representação partidária.
O fato é, meus caros cidadãos, que o Brasil criou uma classe política que se tornou dona do Estado, dona do país, que se julga acima dos demais brasileiros, cidadãos comuns, e que passa a maior parte do tempo tentando redistribuir o dinheiro de todos para suas causas particulares. O Brasil possui um Legislativo muito grande e sobretudo muito caro, em todos os níveis, do mais humilde município ao Congresso Nacional.
Por isso eu proponho, em primeiro lugar, que a gente reduza o peso do Estado, de todo o Estado, na vida dos cidadãos. O Brasil não precisa de tantos parlamentares, de tantos funcionários dos legislativos, o Brasil, sobretudo, não pode suportar mais os gastos incomensuráveis que esses estados dentro do Estado acarretam no bolso de cada um de vocês. O número de parlamentares e o número de funcionários dos legislativos devem ser diminuídos, assim como devem ser reduzidas as despesas inaceitáveis que eles trazem para os cofres públicos.
Proponho que os funcionários remanescentes sejam remanejados, dentro do Estado, para as áreas mais carentes: educação, saúde pública, atendimento aos idosos, serviços básicos.
Essa reforma política deve compreender, também, os Executivos, que cresceram de modo caótico nos últimos anos, acumulando cada vez mais despesas continuadas. Não é possível, por exemplo, que um governador que serviu ao povo do seu estado por um ou dois mandatos se julgue merecedor de uma aposentadoria permanente, de funcionários à disposição, de regalias que não são dadas a nenhum outro funcionário público. E a reforma política e administrativa deve atingir também o Judiciário. Não é possível que um juiz no início de carreira ganhe quase tanto quanto um de final de carreira, e não é possível que os processos se acumulem por causa de uma legislação de processos caduca e ineficiente, feita para premiar alguns advogados espertos, em detrimento da verdadeira justiça, que deveria estar ao alcance de todo cidadão.
O Brasil precisa, em segundo lugar, de uma verdadeira reforma tributária, já que nos últimos vinte anos a carga fiscal só fez crescer no Brasil, diminuindo a poupança privada e as possibilidades de investimento de empresários e de simples cidadãos desejosos de se lançar em alguma atividade produtiva. Sei que os estados, os governadores, desconfiam de mais uma reforma tributária centralizadora. Eles gostariam de avançar sobre algumas das contribuições hoje sob responsabilidade da União, justamente porque a Constituição criou tantos encargos novos, sobretudo na área previdenciária e assistencial, que o governo federal só pode atender taxando ainda mais os cidadãos. Por isso, eu proponho que todos nós, do governo federal e dos governos estaduais, nos concertemos não na criação de novos impostos, mas na redução dos existentes. Isto pela simples razão de que essa diminuição vai trazer mais crescimento e maior arrecadação.
Não vou apresentar aqui e agora os contornos dessa reforma tributária absolutamente indispensável se quisermos retomar o processo de crescimento, já que cheguei à conclusão de que ele só não vem por causa da excessiva carga tributária. Apresento apenas os princípios, e eles têm de ser os da redução da carga total, a exoneração dos lucros das empresas e a redução dos encargos sobre a folha salarial. Apenas dessa maneira vamos conseguir retomar o crescimento e a criação de empregos.
O Brasil precisa, em terceiro e mais importante lugar, não de uma simples reforma, mas de uma verdadeira revolução educacional, uma mudança completa nas nossas prioridades de ensino, que devem passar a ser o básico e o técnico-profissional, não apenas o ciclo superior, este sempre beneficiado com maiores verbas e atenções federais. O futuro está nas nossas crianças e jovens, e são eles que devem receber os cuidados prioritários, junto com os professores dos ciclos fundamental e médio. Mais do que computadores, precisamos, simplesmente, de professores bem treinados e motivados, animados da sagrada missão de ensinar o que é básico, elementar, que é o domínio da língua, as matemáticas elementares, os fundamentos das ciências exatas e naturais.
Gostaria de determinar uma profunda reforma nos currículos e na gestão das escolas públicas, no sentido de fazer do professor e do seu aluno do fundamental e do médio o centro das nossas atenções pelos próximos vinte anos, pelo menos. Isto é absolutamente indispensável se desejarmos competir na economia global, se quisermos ter uma melhor distribuição de renda, se quisermos construir uma nação solidária e includente.
O Brasil também precisa de uma profunda reforma trabalhista e de uma grande reforma sindical. Que me perdõem os meus amigos sindicalistas, companheiros de antigas lutas, mas eu reconheço agora que eles estão mais interessados em preservar os empregos dos seus associados do que em promover o emprego dos atualmente excluídos. Minha responsabilidade principal está em criar novos empregos e em permitir que as empresas tenham flexibilidade suficiente para adaptar sua mão-de-obra aos novos requerimentos da globalização. Aprendi que uma legislação ultraprotetora, como esta que temos atualmente, produz, na verdade, mais desemprego do que ela oferece novas oportunidades de ocupação remunerada.
Por isso, eu acho que precisamos passar uma enorme borracha na nossa legislação laboral e criar as condições para incorporar no mercado de trabalho os milhões de brasileiros e brasileiras hoje excluídos. Essa reforma passa também pelo salário mínimo e pelas garantias tradicionais. A melhor garantia de altas taxas de ocupação é o treinamento constante da mão-de-obra, a flexibilidade laboral, a adaptação da legislação aos requisitos de uma economia moderna, baseada no conhecimento. Essa visão já foi testada ao redor do mundo, e ganhou de todos aqueles modelos baseados na rigidez do mercado de trabalho, que só produzem alto desemprego e, com ele, a exclusão e a desesperança.
O Brasil precisa, em especial, de uma nova noção de país, de uma nova visão de Nação, de uma concepção do mundo que deixe de ter no Estado a peça central da organização política, econômica e social, e que passe, ao contrário, a ter nas forças vivas da Nação a sua própria base de organização. O Brasil é hoje um país enredado, amarrado numa selva inacreditável de leis, regulamentos, decretos, portarias, normas que se contradizem umas às outras, e que terminam por manietar o espírito empreendedor e a capacidade de iniciativa de milhões de brasileiros. Vamos mudar isso, vamos desregular, privatizar o que for necessário, descentralizar aquilo que não precisa estar na esfera federal, vamos devolver à comunidade, ao povo, sua capacidade de criar, empreender, inovar.
Meus caros brasileiros e brasileiras,
Quero transmitir a cada um de vocês minha certeza de que podemos, sim, se nos unirmos, construir um país melhor. As reformas que eu apontei me parecem condição incontornável para que possamos seguir um caminho diferente daquele que foi seguido até aqui, que só trouxe mais do mesmo. Queremos e precisamos romper com a mesmice do que vem sendo feito até aqui. Eu quero impulsionar uma nova arrancada deste país em direção a um futuro melhor. Para isso, precisamos nos unir em torno dessas grandes reformas. Se não o fizermos, estaremos legando a nossos filhos e netos um país inviabilizado pelo baixo crescimento, corroído pelas altas taxas de desemprego, diminuído em suas possibilidades de desenvolvimento econômico e social, abatido pela corrupção trazida por uma imensa máquina pública, desesperançado pelos crimes, pela baixa educação, pela deterioração da nossa infra-estrutura, marcado ainda e sempre pela desigualdade social e pelos desequilíbrios regionais.
Eu quero um país que seja forte economicamente, rico espiritualmente, justo socialmente, um país do qual nós possamos todos nos orgulhar. Para isso, precisamos nos dar as mãos e atacar os problemas de frente. Não adianta mais empurrar com a barrriga a solução desses problemas, transferir essa responsabilidade a uma outra geração. A hora é aqui e agora. Vamos fazer!
Desejo um excelente final de ano a todos vocês e um ótimo ano novo, com muita paz, serenidade e renovadas esperanças na nossa capacidade de reconstruir o Brasil.
Bom ano a todos vocês. Muito obrigado.
Pela sugestão de texto:
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 23 de dezembro de 2006.
(pralmeida@mac.com; www.pralmeida.org)
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