Normalmente não assino manifestos. Aliás, não me lembro de jamais ter assinado algum. Seja porque não sou dado a aderir a "causas", quaisquer que elas possam ser (mesmo as mais beneméritas), seja porque nunca me ofereceram diretamente de assinar algum manifesto em favor de alguma causa qualquer. Sim, já recebi muitos, mas não sou, como disse, de assinar manifestos.
O que segue abaixo é um manifesto contra o comunismo, especificamente em sua forma européia, mas que pretende alcançar todas as suas formas (aliás, atualmente existentes fora do continente europeu).
De fato, os experimentos comunistas, desde 1917, são responsáveis por um número inacreditavelmente alto de mortos: fuzilados, massacrados, mortos em prisões, em gulags, assassinados por oposição política, sem esquecer os mortos de fome "fabricada" ou induzida por políticas esquizofrências, posto que também as houve, algumas deliberadas, em todos eles.
Também existiu (ainda existe em seus exemplares remanescentes) a miséria moral, a repressão aos direitos elementares, a censura, o totalitarismo, enfim, todo o cortejo de males bem conhecido de todos aqueles que podem e querem ver a realidade.
Claro, sempre existem aqueles que negam, minimizam ou que pretendem responder com alegações relativas aos "mortos sob o capitalismo" Patético, é o que se pode dizer...
Bem, o manifesto ou declaração abaixo está à disposição de todos aqueles que pretendem juntar-se a essa causa.
Eu não pretendo fazê-lo, pelas razões já expostdas, e por algumas outras sobre as quais elaborarei oportunamente.
Cabe leitura, reflexão, pesquisas adicionais, conscientização, apenas isto...
Paulo Roberto de Almeida
DECLARAÇÃO DE PRAGA
Tendo em conta o futuro digno e democrata de nossa comum pátria européia,
- Considerando que as sociedades que esquecem seu passado carecem de futuro;
- Considerando que a Europa não se unirá a menos que seja capaz de unificar sua história, de reconhecer o comunismo e o nacional-socialismo como um legado comum e de conseguir um debate sincero e profundo sobre todos os crimes totalitários do século passado;
- Considerando que a ideologia comunista é diretamente responsável por crimes contra a humanidade;
- Considerando que a má consciência que se deriva do passado comunista é uma pesada carga para o futuro da Europa e para nossos filhos;
- Considerando que diferentes valorações do passado comunista ainda podem dividir a Europa em Ocidente e Oriente;
- Considerando que a unidade européia foi uma resposta direta às guerras e à violência causada pelos sistemas totalitários no continente;
- Considerando que a consciência dos crimes de lesa-humanidade cometidos pelos regimes comunistas em todo o continente deve informar a todas as mentes européias, na mesma medida que os crimes do regime nacional-socialista;
- Considerando que existem similitudes entre o nacional-socialismo e o comunismo no que se refere a seus caráter horrível e espantoso, e a seus crimes contra a humanidade;
- Considerando que os crimes do comunismo ainda necessitam ser avaliados e julgados desde os pontos de vista jurídico, moral e político, assim como do ponto de vista histórico;
- Considerando que tais crimes foram justificados em nome da teoria da luta de classes e do princípio da ditadura do proletariado, que utilizam o terror como método para preservar o poder dos Governos que o aplicaram;
- Considerando que a ideologia comunista foi utilizada como uma ferramenta em mãos de imperialistas na Europa e na Ásia para alcançar seus planos expansionistas;
- Considerando que muitos dos autores que cometem e cometeram crimes em nome do comunismo ainda não foram levados ante a justiça, e suas vítimas ainda não foram indenizadas nem satisfeitas;
- Considerando que o objetivo de proporcionar informação completa sobre o passado totalitário comunista, que conduza a uma compreensão mais profunda e ao debate é uma condição necessária para a futura integração de todas as nações européias;
- Considerando que a reconciliação definitiva de todos os povos europeus não é possível sem um esforço potente para estabelecer a verdade e para restaurar a memória;
- Considerando que o passado comunista da Europa deve ser tratado a fundo, tanto na academia como ao público em geral, e as gerações futuras devem ter fácil acesso à informação sobre o comunismo;
- Considerando que em diferentes partes do mundo só uns poucos regimes totalitários comunistas sobrevivem, porém que, todavia, oprimem aproximadamente a um quinto da população mundial, e ainda se aferram ao poder cometendo delitos e impondo um alto custo para o bem-estar de seus povos;
- Considerando que em muitos países, apesar de que os partidos comunistas já não estão no poder, não se distanciaram publicamente dos crimes dos regimes comunistas nem os condenaram;
- Considerando que Praga é um dos lugares que sofreu tanto com o nazismo quanto com o comunismo,
Estando convencidos de que os milhões de vítimas do comunismo e suas famílias têm direito a desfrutar da justiça, da solidariedade, da compreensão e do reconhecimento de seus sofrimentos da mesma forma que as vítimas do nazismo foram moral e politicamente reconhecidos,
Nós, os participantes da Conferência de Praga Consciência européia e o comunismo,
- Ante a Resolução do Parlamento Europeu sobre o sexagésimo aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial na Europa, em 8 de maio de 1945, de 12 de maio de 2005,
- Ante a Resolução 1.481 da Assembléia Parlamentar do Conselho da Europa, de 26 de janeiro de 2006,
- Ante as resoluções sobre os crimes comunistas adotadas por vários Parlamentos nacionais,
- Ante a experiência da Comissão pela Verdade e a Reconciliação na África do Sul,
- Ante a experiência dos Institutos da Memória e os Memoriais na Polônia, Alemanha, Eslováquia, República Checa, Estados Unidos, o Instituto para a Investigação de Crimes Comunistas na Romênia, os museus da ocupação da Lituânia, Letônia e Estônia, assim como a Casa do Terror na Hungria,
- Ante as presidências atuais e futuras na UE e no Conselho da Europa.
- Ante o fato de que 2009 é o vigésimo aniversário da queda do comunismo na Europa Central e Oriental, assim como dos assassinatos em massa na Romênia e no massacre da Praça de Tianamen em Pekin,
Pedimos:
1. Chegar a um entendimento entre todos os europeus de que os regimes totalitários nazista e comunista devem ser julgados por seus próprios méritos terríveis, por ser destrutivo em suas políticas de maneira sistemática na aplicação das formas extremas de terror, da supressão de todos os direitos civis e das liberdades humanas, começando pelas guerras de agressão e, como uma parte inseparável de suas ideologias, o extermínio e a deportação de nações inteiras e grupos de população, e que como tais devem ser considerados os principais desastres que frustraram o século 20,
2. O reconhecimento de que muitos crimes cometidos em nome do comunismo devem ser qualificados como crimes de lesa-humanidade, de modo que constituam uma advertência para as gerações futuras da mesma maneira que os crimes nazistas foram julgados pelo Tribunal de Nüremberg,
3. A formulação de um enfoque comum a respeito dos crimes dos regimes totalitários, incluídos os regimes comunistas, e uma versão européia dos crimes comunistas, a fim de definir claramente uma atitude comum frente aos crimes dos regimes comunistas,
4. A introdução de uma legislação que permita aos tribunais de justiça julgar e condenar os culpados pelos crimes comunistas e compensar as vítimas do comunismo,
5. A garantia do princípio de igualdade de tratamento e não-discriminação entre as vítimas de todos os regimes totalitários,
6. A pressão européia e internacional para a condenação efetiva dos crimes do passado comunista e da luta eficaz contra os crimes comunistas em curso,
7. O reconhecimento do comunismo como parte integrante e horrível da história comum da Europa,
8. A aceitação por toda a Europa da responsabilidade pelos crimes cometidos pelo comunismo,
9. O estabelecimento de 23 de agosto, dia da assinatura do pacto Hitler-Stalin, conhecido como o Pacto Molotov-Ribbentrop, como um dia de lembrança das vítimas dos regimes totalitários nazista e comunista, do mesmo modo que a Europa recorda as vítimas do Holocausto em 27 de janeiro,
10. A reclamação aos Parlamentos nacionais para que reconheçam os crimes comunistas como crimes contra a humanidade, e modifiquem a legislação pertinente,
11. O debate público sobre o mal uso comercial e político dos símbolos comunistas,
12. A continuação das audiências da Comissão Européia com respeito às vítimas dos regimes totalitários, com vistas à elaboração de uma comunicação da Comissão,
13. O estabelecimento de comitês compostos por experts independentes nos Estados europeus que foram governados por regimes comunistas totalitários, com a tarefa de recolher informação sobre violações dos direitos humanos sob cada regime comunista totalitário em nível nacional, com o fim de colaborar estreitamente com o Conselho de Comitê de experts da Europa,
14. A elaboração de um claro marco jurídico internacional em relação a um acesso livre e irrestrito aos arquivos que contêm informação sobre os crimes do comunismo,
15. A fundação de um Instituto Europeu da Memória e da Consciência, que teria duas funções:
A) a de um instituto europeu dedicado à investigação dos estudos do totalitarismo, o desenvolvimento de projetos científicos e educacionais e o apoio à criação de redes de institutos de investigação nacionais especializados no tema da experiência totalitária,
B) e a de um museu memorial de âmbito europeu das vítimas de todos os regimes totalitários, com o objetivo de recordar as vítimas destes regimes e de dar a conhecer os crimes cometidos por eles,
16. A organização de uma conferência internacional sobre os crimes cometidos pelos regimes comunistas totalitários, com a participação de representantes de governos, parlamentares, acadêmicos, experts e associações, cujos resultados devem ser difundidos no mundo inteiro,
17. O ajuste e a revisão de livros de texto de história européia, para que as crianças possam aprender e ser advertidas sobre o comunismo e seus crimes, da mesma forma que se lhes ensinou a compreender os crimes nazistas,
18. A abertura de um amplo e profundo debate em toda a Europa sobre a história européia e a herança comunista,
19. A comemoração conjunta do 20º aniversário no próximo ano da queda do Muro de Berlim, do massacre da Praça Tianamen e da matança na Romênia.
Nós, os participantes da Conferência de Praga Consciência Européia e o Comunismo, nos dirigimos a todos os povos da Europa, a todas as instituições políticas européias, inclusive os Governos e os Parlamentos nacionais, o Parlamento Europeu, a Comissão Européia, o Conselho da Europa e outros órgãos internacionais pertinentes, e os exortamos a abraçar as idéias e as propostas enunciadas nesta Declaração de Praga, e a convertê-las em medidas práticas e políticas.
===========
Para os que desejarem juntar-se a essa causa, existe este link.
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).
sábado, 7 de novembro de 2009
1480) O novo muro da vergonha: separar a Europa dos candidatos a imigracao
Sobre este artigo de Jamil Chade, é preciso ressalvar: o muro de Berlim e todas as fronteiras fortificadas da Europa oriental tinham como unico objetivo impedir os seus proprios cidadãos de viajar para fora, de fugir dos seus países, posto que a suposição era que ele nunca mais voltariam e sua fabricas e campos se esvaziariam.
Os novos muros tratam de impedir o ingresso dos miseráveis do mundo, e é um direito dos cidadãos europeus de assim fazê-lo, pois todos os países o fazem, inclusive o Brasil.
Paulo Roberto de Almeida
20 anos depois…um novo muro
Jamil Chade
5 de novembro de 2009|
SOPRON, Hungria - Há 20 anos, a cidade de Sopron, na fronteira entre a Hungria e a Áustria viveu o primeiro rasgo no que parecia ser a impenetrável Cortina de Ferro. Alemães do Leste aproveiram a realização de um picnic organizado pelas autoridades dos dois países para simplesmente furar a barreira. 600 deles conseguiram atravessar para o Ocidente.
Hoje, pensar que uma barreira existia no lugar por onde passei parece algo como um sonho. Ou para muitos um pesadelo. Ruas e estradas atravessam da Áustria para a Hungria, sem qualquer burocracia. Os moradores das pequenas cidades da Áustria que estão perto da fronteira chegam até mesmo a se queixar do movimento de carros que agora passam pelo meio de seus pacatos vilarejos, antes às márgens da Europa Ocidental e quase adormecidos. Na estrada que liga Sopron à Áustria, o movimento de carros é tão grande que um trânsito é formado todos os dias nas horas de pico. Uma revolução para uma região que ficou dividida por arames farpados desde 1971 e, antes, por minas terrestres.
Mas o muro não desapareceu. Ele apenas mudou de lugar. 500 quilômetros ao leste da fronteira aberta entre a Hungria e a Áustria, a realidade é bem diferente. Uma verdadeira barreira foi criada na nova fronteira da Europa para barrar a entrada dos novos imigrantes. Não são alemães tentando fugir do comunismo e da ditadura. São afegãos, iraquianos e paquistaneses tentando escapar da guerra, chineses cruzando o mundo para trabalhar na Europa e milhares de cidadãos da Ucrânia, Sérvia, Bósnia, Moldávia e do Cáucaso fugindo da pobreza.
Por ano, 500 mil estrangeiros entra ilegalmente na UE e, agora, a meta dos europeus é de frear essa explosão da migração. Nos anos da Guerra Fria, a fronteira era formada por arames farpados, muros, cães de ataque, tanques, muitos soldados e minas espalhadas por milhares de quilômetros. A nova fronteira também conta com alguns arames farpados e soldados.
Mas o novo modelo é bem mais sofisticado e não corre o risco de entrar em pane por falta de peças, como o dos soviéticos. No lugar de cães, minas e tanques, a UE investiu de forma pesada na instalação de sensores, barreiras eletrônicas e um sistema informatizado com computadores ligados aos dados da Interpol e das agências de inteligência dos países europeus. No total, são quase 6 mil quilômetros da nova cortina de ferro, separando a UE do resto da Europa, câmeras a cada 150 metros em alguns locais. O patrulhamento das fronteiras é uma das prioridades políticas desses governos, mas que também está transformando a vida da região e de famílias.
Ironicamente, a UE exigiu que os países do Leste Europeu que aderiram ao bloco há 5 anos sejam os novos responsáveis por resguardar a Europa da imigração irregular e de criminosos. O acordo é simples: esses países teriam sua adesão aprovada em um espaço de livre circulação de pessoas se garantissem que poderiam fechar suas fronteiras aos cidadãos de fora da UE. A UE já injetou 2 bilhões de euros para ajudá-los e, hoje, todos os meios tecnológicos e soldados são usados para garantir que a imigração irregular e o tráfico sejam parados na fronteira. Pelas regras estipuladas pela UE – conhecidos como Acordo de Schengen – países dentro do bloco teriam suas fronteiras simplesmente suprimidas e seus cidadãos poderiam circular livremente. Em troca, as fronteiras exteriores da UE seriam reforçadas.
Polônia, Hungria e Eslováquia foram alguns dos países que foram obrigados a se comprometer em criar verdadeiros muros contra seus vizinhos do leste. Mas, para isso, isolaram famílias ucranianas, sérvias, croatas e bielorussas que por décadas estavam próximas às fronteiras que hoje são da UE. Do lado ucraniano, a percepção é de que os países do Leste Europeu que aderiram à UE esqueceram seu passado. Alguns, de dentro da UE, admitem que estão traindo seus vizinhos. “Sinto que estamos fazendo com nossos vizinhos ucranianos o mesmo que sofremos durante décadas”, afirmou diretor do Departamento de Educação da Universidade Eslovaca de Tecnologia, Miroslav Babinsky.
A realidade do novo muro permeia todo o Leste Europeu. Em uma viagem de trem entre Bucareste e Budapeste realizada pela reportagem, os vagões foram barrados na fronteira entre a Hungria e a Romênia por horas durante a madrugada. Policiais fortelemente armados vasculhavam até mesmo a parte inferior do trem, procurando imigrantes ilegais. “Na UE, ainda não somos todos iguais”, lamentou Adrian, um romeno que havia embarcado no mesmo trem em direção a Budapeste. A forma encontrado por muitos para driblar essas barreiras é pagar um “especialista” em cruzar fronteiras. Ou seja, um traficante de seres humanos.
Para entrar na Europa, os imigrantes escondem-se em caminhões, tentam cruzar a floresta que ocupa a região de fronteira e até mesmo se arriscam em câmaras frias que transportam carnes e alimentos de um lado a outro da fronteira. O preço: US$ 15 mil – muitas vezes o equivalente ao preço de suas casas que tiveram de vender para pagar a “passagem” ao traficante – e, claro, muita coragem. Ou seria desespero…
Há 20 anos, o violoncelista russo Mstislav Rostropovich pegou seu instrumento ao ver o Muro de Berlim cair e correu para o local. Fez questão de tocar à beira da obra que simbolizou a divisão da Europa. Rostropovich, falecido em 2007, sempre lutou pela liberdade de expressão, pela democracia e por uma arte sem nacionalismos. Em 1974, fugiu da Rússia e conseguiu atravessar a Cortina de Ferro. Em 1989, sua mensagem aos responsáveis pela divisão era simples: Nunca Mais.
Pena que nem todos escutaram seu recital à beira do muro.
Os novos muros tratam de impedir o ingresso dos miseráveis do mundo, e é um direito dos cidadãos europeus de assim fazê-lo, pois todos os países o fazem, inclusive o Brasil.
Paulo Roberto de Almeida
20 anos depois…um novo muro
Jamil Chade
5 de novembro de 2009|
SOPRON, Hungria - Há 20 anos, a cidade de Sopron, na fronteira entre a Hungria e a Áustria viveu o primeiro rasgo no que parecia ser a impenetrável Cortina de Ferro. Alemães do Leste aproveiram a realização de um picnic organizado pelas autoridades dos dois países para simplesmente furar a barreira. 600 deles conseguiram atravessar para o Ocidente.
Hoje, pensar que uma barreira existia no lugar por onde passei parece algo como um sonho. Ou para muitos um pesadelo. Ruas e estradas atravessam da Áustria para a Hungria, sem qualquer burocracia. Os moradores das pequenas cidades da Áustria que estão perto da fronteira chegam até mesmo a se queixar do movimento de carros que agora passam pelo meio de seus pacatos vilarejos, antes às márgens da Europa Ocidental e quase adormecidos. Na estrada que liga Sopron à Áustria, o movimento de carros é tão grande que um trânsito é formado todos os dias nas horas de pico. Uma revolução para uma região que ficou dividida por arames farpados desde 1971 e, antes, por minas terrestres.
Mas o muro não desapareceu. Ele apenas mudou de lugar. 500 quilômetros ao leste da fronteira aberta entre a Hungria e a Áustria, a realidade é bem diferente. Uma verdadeira barreira foi criada na nova fronteira da Europa para barrar a entrada dos novos imigrantes. Não são alemães tentando fugir do comunismo e da ditadura. São afegãos, iraquianos e paquistaneses tentando escapar da guerra, chineses cruzando o mundo para trabalhar na Europa e milhares de cidadãos da Ucrânia, Sérvia, Bósnia, Moldávia e do Cáucaso fugindo da pobreza.
Por ano, 500 mil estrangeiros entra ilegalmente na UE e, agora, a meta dos europeus é de frear essa explosão da migração. Nos anos da Guerra Fria, a fronteira era formada por arames farpados, muros, cães de ataque, tanques, muitos soldados e minas espalhadas por milhares de quilômetros. A nova fronteira também conta com alguns arames farpados e soldados.
Mas o novo modelo é bem mais sofisticado e não corre o risco de entrar em pane por falta de peças, como o dos soviéticos. No lugar de cães, minas e tanques, a UE investiu de forma pesada na instalação de sensores, barreiras eletrônicas e um sistema informatizado com computadores ligados aos dados da Interpol e das agências de inteligência dos países europeus. No total, são quase 6 mil quilômetros da nova cortina de ferro, separando a UE do resto da Europa, câmeras a cada 150 metros em alguns locais. O patrulhamento das fronteiras é uma das prioridades políticas desses governos, mas que também está transformando a vida da região e de famílias.
Ironicamente, a UE exigiu que os países do Leste Europeu que aderiram ao bloco há 5 anos sejam os novos responsáveis por resguardar a Europa da imigração irregular e de criminosos. O acordo é simples: esses países teriam sua adesão aprovada em um espaço de livre circulação de pessoas se garantissem que poderiam fechar suas fronteiras aos cidadãos de fora da UE. A UE já injetou 2 bilhões de euros para ajudá-los e, hoje, todos os meios tecnológicos e soldados são usados para garantir que a imigração irregular e o tráfico sejam parados na fronteira. Pelas regras estipuladas pela UE – conhecidos como Acordo de Schengen – países dentro do bloco teriam suas fronteiras simplesmente suprimidas e seus cidadãos poderiam circular livremente. Em troca, as fronteiras exteriores da UE seriam reforçadas.
Polônia, Hungria e Eslováquia foram alguns dos países que foram obrigados a se comprometer em criar verdadeiros muros contra seus vizinhos do leste. Mas, para isso, isolaram famílias ucranianas, sérvias, croatas e bielorussas que por décadas estavam próximas às fronteiras que hoje são da UE. Do lado ucraniano, a percepção é de que os países do Leste Europeu que aderiram à UE esqueceram seu passado. Alguns, de dentro da UE, admitem que estão traindo seus vizinhos. “Sinto que estamos fazendo com nossos vizinhos ucranianos o mesmo que sofremos durante décadas”, afirmou diretor do Departamento de Educação da Universidade Eslovaca de Tecnologia, Miroslav Babinsky.
A realidade do novo muro permeia todo o Leste Europeu. Em uma viagem de trem entre Bucareste e Budapeste realizada pela reportagem, os vagões foram barrados na fronteira entre a Hungria e a Romênia por horas durante a madrugada. Policiais fortelemente armados vasculhavam até mesmo a parte inferior do trem, procurando imigrantes ilegais. “Na UE, ainda não somos todos iguais”, lamentou Adrian, um romeno que havia embarcado no mesmo trem em direção a Budapeste. A forma encontrado por muitos para driblar essas barreiras é pagar um “especialista” em cruzar fronteiras. Ou seja, um traficante de seres humanos.
Para entrar na Europa, os imigrantes escondem-se em caminhões, tentam cruzar a floresta que ocupa a região de fronteira e até mesmo se arriscam em câmaras frias que transportam carnes e alimentos de um lado a outro da fronteira. O preço: US$ 15 mil – muitas vezes o equivalente ao preço de suas casas que tiveram de vender para pagar a “passagem” ao traficante – e, claro, muita coragem. Ou seria desespero…
Há 20 anos, o violoncelista russo Mstislav Rostropovich pegou seu instrumento ao ver o Muro de Berlim cair e correu para o local. Fez questão de tocar à beira da obra que simbolizou a divisão da Europa. Rostropovich, falecido em 2007, sempre lutou pela liberdade de expressão, pela democracia e por uma arte sem nacionalismos. Em 1974, fugiu da Rússia e conseguiu atravessar a Cortina de Ferro. Em 1989, sua mensagem aos responsáveis pela divisão era simples: Nunca Mais.
Pena que nem todos escutaram seu recital à beira do muro.
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
1479) O que nao faltam sao falacias para analisar...
Uma relação da produção mais recente, em torno de alguns mitos muito comuns nos meios acadêmicos...
Paulo Roberto de Almeida (sim, sou eu...)
Falácias acadêmicas, 9: o mito do socialismo do século 21
Revista Espaço Acadêmico - nº 97 - junho de 2009
Falácias acadêmicas, 10: mitos sobre o sistema monetário internacional
Revista Espaço Acadêmico - nº 98 - julho de 2009
Falácias acadêmicas, 11: o mito da transição do capitalismo ao socialismo
Revista Espaço Acadêmico - nº 99 - Agosto de 2009
Falácias acadêmicas, 12: o mito da exploração capitalista
Revista Espaço Acadêmico - nº 100 - Setembro de 2009
Falácias acadêmicas, 13: o mito do socialismo de mercado na China
Revista Espaço Acadêmico - nº 101 - Outubro de 2009 - DOSSIÊ - 60 ANOS DA REVOLUÇÃO CHINESA
Paulo Roberto de Almeida (sim, sou eu...)
Falácias acadêmicas, 9: o mito do socialismo do século 21
Revista Espaço Acadêmico - nº 97 - junho de 2009
Falácias acadêmicas, 10: mitos sobre o sistema monetário internacional
Revista Espaço Acadêmico - nº 98 - julho de 2009
Falácias acadêmicas, 11: o mito da transição do capitalismo ao socialismo
Revista Espaço Acadêmico - nº 99 - Agosto de 2009
Falácias acadêmicas, 12: o mito da exploração capitalista
Revista Espaço Acadêmico - nº 100 - Setembro de 2009
Falácias acadêmicas, 13: o mito do socialismo de mercado na China
Revista Espaço Acadêmico - nº 101 - Outubro de 2009 - DOSSIÊ - 60 ANOS DA REVOLUÇÃO CHINESA
1478) Pausa para humor, que ninguem é de ferro
Indisfarçavelmente machistas, misóginas, politicamente incorretas, estas digressões, mas que não deixam de contemplar situações vividas, reconhecidas, experimentadas (quem sabe?), por muitos dos que lêem este humilde blog...
COLOMBO SÓ DESCOBRIU A AMERICA PORQUE ERA SOLTEIRO!
[PRA: o que, diga-se de passagem, não é correto...]
Se Cristovão Colombo tivesse tido uma esposa, seria obrigado a ouvir coisas assim e teria desistido:
- E por que é você que tem que ir?
- E por que não mandam outro?
- Você está louco ou é idiota?
- Você não conhece nem a minha família e quer ir descobrir o novo mundo!
- E só vai homem nessa viagem? Acha que eu sou idiota?
- E por que eu não posso ir, se você é o chefe ?
- Desgraçado, não sabe mais o que inventar para sair de casa!
- Se cruzar esta porta eu me vou embora para a casa da minha mãe! Seu sem-vergonha!
- Quem é Pinta? E quem é essa tal Nina? Essa María, filha da p#t@ que ainda se diz Santa?
- Tinha tudo planejado, maldito! Vais encontrar-te com umas índias piranhas!
- Pensa que me enganas?
- A rainha Isabel vai vender suas jóias para você viajar? Acha que sou maluca ou o que? O que é que você tem com essa piranha velha?
- Você não vai a lugar nenhum! Você vai é cair num barranco porque o mundo é achatado, seu besta!
Addendum oportuno (de um leitor):
-Não esquece na volta de passar no free-shop e me trazer um perfume francês!
[Piadinhas miseráveis, mas aposto que você esboçou um sorriso com algumas frases. Até parece que Madame Colombo era uma megera, em lugar da fina flor que era...]
COLOMBO SÓ DESCOBRIU A AMERICA PORQUE ERA SOLTEIRO!
[PRA: o que, diga-se de passagem, não é correto...]
Se Cristovão Colombo tivesse tido uma esposa, seria obrigado a ouvir coisas assim e teria desistido:
- E por que é você que tem que ir?
- E por que não mandam outro?
- Você está louco ou é idiota?
- Você não conhece nem a minha família e quer ir descobrir o novo mundo!
- E só vai homem nessa viagem? Acha que eu sou idiota?
- E por que eu não posso ir, se você é o chefe ?
- Desgraçado, não sabe mais o que inventar para sair de casa!
- Se cruzar esta porta eu me vou embora para a casa da minha mãe! Seu sem-vergonha!
- Quem é Pinta? E quem é essa tal Nina? Essa María, filha da p#t@ que ainda se diz Santa?
- Tinha tudo planejado, maldito! Vais encontrar-te com umas índias piranhas!
- Pensa que me enganas?
- A rainha Isabel vai vender suas jóias para você viajar? Acha que sou maluca ou o que? O que é que você tem com essa piranha velha?
- Você não vai a lugar nenhum! Você vai é cair num barranco porque o mundo é achatado, seu besta!
Addendum oportuno (de um leitor):
-Não esquece na volta de passar no free-shop e me trazer um perfume francês!
[Piadinhas miseráveis, mas aposto que você esboçou um sorriso com algumas frases. Até parece que Madame Colombo era uma megera, em lugar da fina flor que era...]
terça-feira, 3 de novembro de 2009
1477) A Justiça do sabao que lava mais branco...
Que me perdoem os tiranetes togados, mas não resisti ao charme muito pouco discreto desta gozação em regra do jornalista Reinaldo Azevedo, montada -- esclareça-se -- a partir da inacreditável festa de " congraçamento" (vá lá a palavra) do novo ministro junior (bota junior nisso) do STF, patrocinada por aquele banco que já estuprou a conta bancária de um humilde caseiro (não o banco, obviamente, mas o seu ínclito gerente, presidente, whatever, um grão-petista hoje um pouco diminuido).
Pois o jornalista em questão imagina como seriam os juizes em chuteiras patrocinadas.
Creioo que não preciso pagar direitos autorais pela transcrição não autorizada, mas me disponho a contribuir com uma boa causa apenas pelo prazer que senti de ler uma boa crônica, pesadamente irônica como merecem certos juizes que se julgam super-homens...
JUSTIÇA PATROCINADA
Reinaldo Azevedo, 03/11/09
Ainda sobre Toffoli e sua festinha patrocinada pela Caixa Econômica Federal: eu espero que os ministros do Supremo não venham, no futuro, a ceder a certas tentações, não é?
Vocês estão cansados de ver esportistas com camisetas, jaquetas, bonés e calções estampando o nome do patrocinador. As empresas buscam associar a sua marca a indivíduos bem-sucedidos, admirados pelo público. Um ministro do STF não chega a ser alguém muito popular junto às massas. Costuma ser apreciado em rodas mais restritas. Ainda assim, como se nota, há sempre alguém disposto a fazer um investimento.
Já imaginaram uma sessão no Supremo, com o ministros envergando a respeitável toga preta, decorada com logotipos da Petrobras, da CEF, do Banco do Brasil? Os mais ousados logo começariam a anunciar refrigerante, maionese, batata frita, cerveja…
Seria interessante, né? As excelências poderiam estabelecer no tribunal uma espécie de guerra de slogans publicitários:
— Excelências, temos de ser como o “banco que acredita nas pessoas” e pensar sempre no Artigo 5º da Constituição…
— Máxima vênia, observo que, não obstante, faz diferença “ter um banco que é do Brasil”…
— Pode fazer, ministro, mas o que importa, para os cidadãos, é “ter presença” em todo o país…
— A questão, senhores membros deste egrégio tribunal, é de fundo ontológico. Assim como não se respondeu à dúvida sobre se é fresquinho porque vende mais ou vende mais porque é fresquinho, temos de encarar a natureza original do debate que aqui se trava…
— A questão ontológica, excelência, está sujeita a controvérsias. Por mais evidente que seja, há quem não aceite, por exemplo, a verdadeira maionese!
— Perdoem-me fazer como Horácio e recorrer às musas, ao começo de tudo, mas sou obrigado a lembrar que dura lex, sed lex, no cabelo só Gumex!
E todos se calaram!
Pois o jornalista em questão imagina como seriam os juizes em chuteiras patrocinadas.
Creioo que não preciso pagar direitos autorais pela transcrição não autorizada, mas me disponho a contribuir com uma boa causa apenas pelo prazer que senti de ler uma boa crônica, pesadamente irônica como merecem certos juizes que se julgam super-homens...
JUSTIÇA PATROCINADA
Reinaldo Azevedo, 03/11/09
Ainda sobre Toffoli e sua festinha patrocinada pela Caixa Econômica Federal: eu espero que os ministros do Supremo não venham, no futuro, a ceder a certas tentações, não é?
Vocês estão cansados de ver esportistas com camisetas, jaquetas, bonés e calções estampando o nome do patrocinador. As empresas buscam associar a sua marca a indivíduos bem-sucedidos, admirados pelo público. Um ministro do STF não chega a ser alguém muito popular junto às massas. Costuma ser apreciado em rodas mais restritas. Ainda assim, como se nota, há sempre alguém disposto a fazer um investimento.
Já imaginaram uma sessão no Supremo, com o ministros envergando a respeitável toga preta, decorada com logotipos da Petrobras, da CEF, do Banco do Brasil? Os mais ousados logo começariam a anunciar refrigerante, maionese, batata frita, cerveja…
Seria interessante, né? As excelências poderiam estabelecer no tribunal uma espécie de guerra de slogans publicitários:
— Excelências, temos de ser como o “banco que acredita nas pessoas” e pensar sempre no Artigo 5º da Constituição…
— Máxima vênia, observo que, não obstante, faz diferença “ter um banco que é do Brasil”…
— Pode fazer, ministro, mas o que importa, para os cidadãos, é “ter presença” em todo o país…
— A questão, senhores membros deste egrégio tribunal, é de fundo ontológico. Assim como não se respondeu à dúvida sobre se é fresquinho porque vende mais ou vende mais porque é fresquinho, temos de encarar a natureza original do debate que aqui se trava…
— A questão ontológica, excelência, está sujeita a controvérsias. Por mais evidente que seja, há quem não aceite, por exemplo, a verdadeira maionese!
— Perdoem-me fazer como Horácio e recorrer às musas, ao começo de tudo, mas sou obrigado a lembrar que dura lex, sed lex, no cabelo só Gumex!
E todos se calaram!
1476) Livro sobre relacoes internacionais, UnB, 10.11.2009
O Instituto Brasileiro de Relações Internacionais – IBRI e o Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília – iREL-UnB convidam para o Seminário de apresentação do livro
Concepts, Histories and Theories of International Relations for the 21th Century: Regional and National Approaches
organizado pelo Prof. José Flávio Sombra Saraiva.
O evento acontecerá no dia 10 de novembro de 2009, no Auditório da Reitoria da Universidade de Brasília, das 14 às 16h. (não é necessário fazer inscrição).
Informações adicionais podem ser obtidas pelo e-mail mestrel@unb.br ou ainda pelo telefone 61 33072426.
Programa
PRIMEIRA SESSÃO: 14 – 15 horas
Novas teorias, historiografias e conceitos para as Relações Internacionais do século 21
Presidência: Prof. Dr. Alcides Costa Vaz (Vice-Diretor do Instituto de Relações Internacionais da UnB)
Dois comentários:
Prof. Dr. José Flávio Sombra Saraiva (O sentido da obra)
Prof. Dr. Amado Luiz Cervo (Conceitos em RI)
Comentaristas:
Prof. Dr. Antonio Carlos Lessa, UnB e IBRI (A dimensão institucional da pesquisa em história das RI e o Programa Renato Archer)
Profa. Dra. Cristina Inoue, UnB (A teoria e a história em RI juntas na UnB)
SEGUNDA SESSÃO: 15 – 16 horas
Olhares de condor sobre a obra em lançamento
Presidência: Prof. Dr. Carlos Eduardo Vidigal, UnB e diretor do IBRI
Exposição em torno da obra: Profa. Dra. Tânia Pechir G. Manzur, UCB e IBRI (Conceitos, teoria e novas propostas pedagógicas para o ensino de RI: a importância da obra organizada por Sombra Saraiva)
Comentários:
Profa. Dra. Julie Smith, UnB (Comentário abrangente à obra)
Profa. Dra. Ana Flávia Platiau UnB, diretora da Assessoria de Assuntos Internacionais, Reitoria (Comentário ao capítulo do Prof. Zorgbibe)
Prof. Dr. Antonio Jorge Ramalho, UnB e IBRI (Comentário abrangente à obra)
ACESSO AO LIVRO: O livro estará a disposição dos interessados, na sala de entrada ao Auditório da Reitoria, durante todo o seminário, no valor de R$ 50,00. Estudantes de graduação (desde que apresentam a documentação) podem obter o livro, mas apenas na ocasião do seminário, com 20% de desconto, ou seja pelo valor de R$ 40,00. O livro poderá ser adquirido também na Secretaria da Pós-Graduação em RI, IREL, com Odalva ou Gustavo, no valor de R$50,00 (sem descontos).
O LANÇAMENTO: O livro será autografado, em torno de coquetel, no RESTAURANTE CARPE DIEM, 104 Sul, no dia 13 de novembro, sexta-feira, a partir das 19 horas.
Sumário do livro Concepts, Histories and Theories of International Relations for the 21th Century: Regional and National Approaches
Acknowledgment
Introduction: Alternative Views to International Relations for the Beginning of the 21st Century, por José Flávio Sombra Saraiva
Are There Regional and National Conceptual Approaches to International Relations?, por José Flávio Sombra Saraiva
Concepts of International Relations, por Amado Luiz Cervo
Is There a British or American Approach to International Relations?, por Christopher Coker
Le monde arabe, la theorie et la pratique des relations internationales, por Zidane Zeraoui
Africa, Asia and Latin America’s Concepts to International Relations, por Gladys Lechini
Latin American Concepts and Theories and Their Impacts to Foreign Policies, por Raul Bernal-Meza
Mexico: Constant Priorities, Variable Theoretical Approaches to International Relations, por Jorge Schiavon
Peripheric Realism: An Argentine Building-Theory Experience, por Carlos Escudé
Conclusion: Nouveau bilan, nouvelle perspective, por José Flávio Sombra Saraiva
Apendix – Une contribution europeene pour la theorie et pour la pratique des relations internationales
Vers un nouveau droit de la securité internationale?, por Charles Zorgbibe
Concepts, Histories and Theories of International Relations for the 21th Century: Regional and National Approaches
organizado pelo Prof. José Flávio Sombra Saraiva.
O evento acontecerá no dia 10 de novembro de 2009, no Auditório da Reitoria da Universidade de Brasília, das 14 às 16h. (não é necessário fazer inscrição).
Informações adicionais podem ser obtidas pelo e-mail mestrel@unb.br ou ainda pelo telefone 61 33072426.
Programa
PRIMEIRA SESSÃO: 14 – 15 horas
Novas teorias, historiografias e conceitos para as Relações Internacionais do século 21
Presidência: Prof. Dr. Alcides Costa Vaz (Vice-Diretor do Instituto de Relações Internacionais da UnB)
Dois comentários:
Prof. Dr. José Flávio Sombra Saraiva (O sentido da obra)
Prof. Dr. Amado Luiz Cervo (Conceitos em RI)
Comentaristas:
Prof. Dr. Antonio Carlos Lessa, UnB e IBRI (A dimensão institucional da pesquisa em história das RI e o Programa Renato Archer)
Profa. Dra. Cristina Inoue, UnB (A teoria e a história em RI juntas na UnB)
SEGUNDA SESSÃO: 15 – 16 horas
Olhares de condor sobre a obra em lançamento
Presidência: Prof. Dr. Carlos Eduardo Vidigal, UnB e diretor do IBRI
Exposição em torno da obra: Profa. Dra. Tânia Pechir G. Manzur, UCB e IBRI (Conceitos, teoria e novas propostas pedagógicas para o ensino de RI: a importância da obra organizada por Sombra Saraiva)
Comentários:
Profa. Dra. Julie Smith, UnB (Comentário abrangente à obra)
Profa. Dra. Ana Flávia Platiau UnB, diretora da Assessoria de Assuntos Internacionais, Reitoria (Comentário ao capítulo do Prof. Zorgbibe)
Prof. Dr. Antonio Jorge Ramalho, UnB e IBRI (Comentário abrangente à obra)
ACESSO AO LIVRO: O livro estará a disposição dos interessados, na sala de entrada ao Auditório da Reitoria, durante todo o seminário, no valor de R$ 50,00. Estudantes de graduação (desde que apresentam a documentação) podem obter o livro, mas apenas na ocasião do seminário, com 20% de desconto, ou seja pelo valor de R$ 40,00. O livro poderá ser adquirido também na Secretaria da Pós-Graduação em RI, IREL, com Odalva ou Gustavo, no valor de R$50,00 (sem descontos).
O LANÇAMENTO: O livro será autografado, em torno de coquetel, no RESTAURANTE CARPE DIEM, 104 Sul, no dia 13 de novembro, sexta-feira, a partir das 19 horas.
Sumário do livro Concepts, Histories and Theories of International Relations for the 21th Century: Regional and National Approaches
Acknowledgment
Introduction: Alternative Views to International Relations for the Beginning of the 21st Century, por José Flávio Sombra Saraiva
Are There Regional and National Conceptual Approaches to International Relations?, por José Flávio Sombra Saraiva
Concepts of International Relations, por Amado Luiz Cervo
Is There a British or American Approach to International Relations?, por Christopher Coker
Le monde arabe, la theorie et la pratique des relations internationales, por Zidane Zeraoui
Africa, Asia and Latin America’s Concepts to International Relations, por Gladys Lechini
Latin American Concepts and Theories and Their Impacts to Foreign Policies, por Raul Bernal-Meza
Mexico: Constant Priorities, Variable Theoretical Approaches to International Relations, por Jorge Schiavon
Peripheric Realism: An Argentine Building-Theory Experience, por Carlos Escudé
Conclusion: Nouveau bilan, nouvelle perspective, por José Flávio Sombra Saraiva
Apendix – Une contribution europeene pour la theorie et pour la pratique des relations internationales
Vers un nouveau droit de la securité internationale?, por Charles Zorgbibe
1475) Juanita Castro: charlando con sus lectores
Simplesmente transcrevendo matéria do El Pais, neste link:
Juanita Castro
Autora de 'Fidel y Raúl, mis hermanos. La historia secreta'
Lunes, 02 de Noviembre de 2009
La hermana de Fildel Castro saca a la luz la historia de su vida. A través de la periodista María Antonieta Collins, 'Fidel y Raúl, mis hermanos. La historia secreta' recorre su infancia y juventud, pasando por la gesta contra Batista, la Revolución y el posterior desencanto de muchos. Desde 1964, en que desertara en México y se pronunciara en contra del gobierno encabezado por su hermano Fidel, vive en el exilio en Miami alejada de su familia en Cuba y, según acaba de hacer público, llegó a colaborar con la CIA bajo el nombre de la agente 'Donna'. Juanita Castro ha charlado con los lectores sobre su vida y la relación con sus hermanos.
¿Por qué ha mantenido silencio hasta ahora? ¿Qué le ha llevado a publicar su biografía?
En primer lugar, nadie nunca se me había acercado para ofrecerme y hablar y escribir mis memorias hasta este momento. Estas memorias empezaron a escribirse a sugerencia de María Antonieta Collins, la persona que las ha escrito. Este esfuerzo lo empezamos ella y yo en 1999 hasta que a principios de años decidimos continuarlas y terminarlas, como ha sido. Además, este libro fue hecho por mi necesidad de clamar por justicia en relación con el honor de mis padres y de mis abuelitos. Que ha sido mancillado de tal manera que se han ensañado con ellos. Nunca pensé que hubiera mentes tan perversas para insultar solamente por el odio que le tienen a Fidel, a mis padres y abuelos, que no han tenido culpa, ni sin responsables en absoluto de lo que ha pasado en mi país.
¿Cómo fue la infancia de Juanita y Fidel? ¿Cómo la definiría?
Tengo los mejores recuerdos de nuestra infancia. Eramos una familia bien llevada. Nuestros padres nos enseñaron a respetar a todo el mundo, a no ofender jamás a nadie, a que estudiáramos y lucháramos para tener un futuro asegurado. Nos dieron cariño, nos dieron educación y en general, fueron unos padres maravillosos con nosotros. A veces demasiado complacientes, pienso ahora. Porque también nos malcriaron un poco, pero en general el recuerdo que guardo y que llevo en mi corazón en relación con mi familia y en relación con mis hermanos es estupendo.
Estimada Juanita Castro, resulta increíble que todavía hoy en día haya gente en su situación. ¿Qué le diría a todas aquellas personas que siguen defendiendo el tipo de política que llevan a cabo sus hermanos? Parece que estar a favor de sus formas es lo políticamente correcto, en la sociedad española sobre todo, ¿ha sentido esta afirmación alguna vez? Muchas gracias, y mucha suerte!
Yo pienso que las causas injustas o las malas causas tienen seguidores y esto ha sucedido en el caso cubano. Acuérdese que los regímenes de esta naturaleza, como el de Cuba, ha contado siempre con recursos increíbles para llevar adelante esta propaganda en favor de los regímenes comunistas. El caso de Cuba no ha sido una excepción. Mucha gente, inclusive de buena fe y sin la información suficiente, aún a estas alturas después de 50 años de dictadura, piensa que el sistema que impera en Cuba, es bueno. Desafortunadamente, esto no es así. A nosotros se nos ha negado en la mayoría de las ocasiones de aclarar todos estos malos entendidos. No hemos tenido ni los medios, ni el interés de parte de la prensa en el mundo. Por eso tanta confusión. El sistema que impera en mi país no sería nada saludable imitarlo por ningún país del mundo.
¿Qué cree usted que pasó realmente con la desaparicion del comandante Camilo Cienfuegos?
Aunque muchos se han empeñado en hacer ver que fue un atentado lo que terminó con la vida de Camilo Cienfuegos, yo me atrevo a afirmar categóricamente que fue un accidente aéreo lo que terminó con su vida. Camilo era un hombre que a pesar de la posición que tenía dentro de la Revolución que acababa de triunfar, no le tenía miedo a nada, no se preocupaba de su seguridad. Por lo tanto, no le interesaba chequear el avión o el medio que estaba utilizando para transportarse a cualquier parte. Era un hombre muy temerario. Y a pesar de haber sido, desde muy joven simpatizante del Partido Comunista, eso no era razón para dejar de ser un cubanazo bueno. Aunque, equivocado en sus ideas políticas.
¿Detectó usted algún rasgo comunista durante la juventud de Fidel?
Nunca en mi casa, ni en mi familia detectamos ningún rasgo comunista en Fidel. Siempre pensamos que era un demócrata confeso, un idealista, que estaba muy interesado en la política y en llegar a ocupar posiciones muy importantes en el país, para servirlo. Pero por nuestra mente nunca pasó lo que sucedería después del triunfo de la Revolución y que abrazaría las ideas marxistas y el sistema comunista para implantarlo en nuestro país una vez que triunfara la Revolución, que había prometido que sería tan cubana como las palmas reales, una revolución humanista, con justicia social para todos y que habría pan con libertad, pan sin terror en nuestra patria. Esas fueron sus palabras textuales.
De acuerdo que abandondes la Revolución por no estar de acuerdo con la represión, entre otras cosas, pero ¿colaborar con Estados Unidos? ¿Acaso ellos no han ejercido peores crímenes de toda índole en aquella época?
Realmente no creo que sea el momento de estar condenando a Estados Unidos. Debo decir también que fueron los Estados Unidos el único país en el mundo que nos ayudó a luchar contra el sistema marxista que se implantó en Cuba. Si somos gente agradecida tenemos que reconocerlo así. También podemos hablar que Fidel cayó en los brazos de la Unión Soviética para recibir toda la ayuda que necesitaba para los planes que tenía para Cuba y para la expansión del comunismo en el mundo entero. De todos es conocida la cantidad de cubanos que murieron en Africa, en Angola en particular. De eso no se habla. Por lo tanto, si él buscaba ayuda en un extremo, nosotros la teníamos que buscar en el otro. Era una lucha muy desigual donde necesitábamos recursos desiguales también. Los cubanos que luchamos y que cooperamos con los Estados Unidos no fue porque los Estados Unidos nos comprara. Nuestra lucha nunca ha tenido precio, pero sí muchos enemigos de la libertad de Cuba.
¿Desearía volver a hablar con Raúl y Fidel?
Yo desearía hablar con todos los cubanos que están en mi patria. Y que todos los que están en el extranjero también estoy segura que desearían hablar con los suyos en Cuba. Yo desearía que en Cuba se produjera una transición hacia la democracia y este paso, entiendo que solamente lo pueden usar los señores que están en el poder en este momento, como todos los que estamos fuera del país en el exilio. Yo no pido enfrentamientos que puedan costarle una sola vida más al pueblo cubano. Yo estoy pidiendo la transición que nos lleve a tener una patria de nuevo con los gobernantes elegidos democráticamente por el pueblo, sin imposiciones de ninguna clase. Pero que seamos todos los cubanos los que decidamos nuestro futuro. y el futuro de Cuba tiene que ser un futuro de libertad.
Buenas tardes Juanita. Me alegro mucho que pudiese escapar en su día de Cuba y que podamos conocer ahora lo que usted piensa sobre su país y el régimen. ¿Ha tenido desde siempre Raúl un complejo de inferioridad respecto a Fidel? ¿Cómo ha sido la relación entre los dos? Un cordial saludo.
La relación con Raúl siempre ha sido muy buena. Eramos hermanos muy allegados hasta que llegó al país el sistema que lo ha gobernado durante tantos años. El marxismo ha acabado con nuestra familia en la misma forma en que ha acabado con el resto de la familia cubana.
¿Cómo son realmente Fidel y Raúl?
Dos seres humanos que han cambiado el futuro de Cuba pudiendo haber hecho lo contrario.
¿Sra. Juanita como se imagina que hubiera sido Cuba sin Fidel Castro?
Cuba era un país que hasta el golpe de estado de Fulgencio Batista que rompe el orden constitucional del país, era un país democrático, y sus gobernantes elegidos libremente por el pueblo cubano y con sus virtudes y defectos funcionaba bastante bien. Gozábamos de una Constitución progresista, pero también con muchos políticos mediocres que se interesaban más por enriquecerse que por servir al pueblo como era debido. Por lo tanto, a pesar de todo esto, íbamos progresando y mejorando nuestro sistema político. Estábamos seguros que llegaría un gobierno que sería el ideal para todo el pueblo.
Estimada Sra, ¿qué sacaría de positivo de todos estos años de Fidel Castro en el poder?
Ha sido tanto lo negativo que es bastante difícil enumerar lo positivo que ha sucedido en el país. En el campo de la educación, con excepción del adoctrinamiento comunista intensivo que ha recibido la juventud, el analfabetismo fue prácticamente erradicado. Claro, que a un precio muy alto. El régimen habla mucho del sistema de salud. Es cierto que todos tienen atención médica pero ha sido limitada por ellos mismos. Ya que el país no cuenta con los recursos necesarios para dar un buen servicio al país en ese campo.
Hola. Me gustaría saber su opinión sobre si en Cuba volverá a exisitir una democracia.
Hemos estado luchando por lograr una verdadera democracia en nuestro país durante más de 50 años. Es un tiempo muy largo pero tengo la esperanza de que así sucederá en el futuro. Hay un refrán muy antiguo que dice 'No hay mal que dure 100 años ni cuerpo que lo resista'.
¿Qué recuerda usted de la boda de Fidel con Mirta Díaz Balart? ¿Qué tipo de relaciones mantuvo usted con Mirta después del divorcio de ambos?
En mis memorias aparece muy bien explicado esa pregunta que usted me hace. Así que le sugiero que lo lea. Ahí cuento desde el día en que se conocieron hasta su divorcio y lo que vino después.
Veo que en su libro no menciona a Alina, hija de Fidel y de Nati, ¿por qué razón?
No me interesa en absoluto ese personaje. Hace 8 años aproximadamente que inicié un proceso legal contra la editorial que publicó su libro por difamación a mis padres y abuelos y con la sentencia a mi favor he dado por cerrado ese capítulo.
¿Cree usted que vive peor o mejor que sus hermanos?
En Cuba lamentablemente nadie vive bien. Lo más importante para mí que es la libertad, aquí en Estados Unidos donde vivo, la tengo en abudancia.
¿ Es posible un entendimiento entre la gente de Miami y tus hermanos?. ¿Crees que quitando "el bloqueo" se le acabarán las justificaciones de su ineficacia a tus hermanos?
Repito y lo sigo diciendo, el único camino que podemos recorrer es luchar por un proceso de transición democrático y pacífico. Los que amamos de verdad a la patria no podemos pensar en otra forma. Ineficacia es el régimen comunista que ha sido implantado en Cuba sin resultados de ninguna clase.
¿Ha visitado Cuba después que salió del país para el exilio?
Nunca he regresado a Cuba después que salí el 19 de junio de 1963.
¿Estarían sus padres orgullosos del legado de Fidel?
Nadie puede estar orgulloso de lo que ha hecho Fidel, incluidos mis padres si vivieran.
Mensaje de despedida de Juanita Castro:
Muchas gracias por esta oportunidad de conversar con todos los que me han hecho alguna pregunta. Y por estar interesados en la problemática cubana. Espero que disfruten el libro que fue escrito con el espíritu de la reconciliación entre todos los cubanos. Hasta pronto.
Juanita Castro
Autora de 'Fidel y Raúl, mis hermanos. La historia secreta'
Lunes, 02 de Noviembre de 2009
La hermana de Fildel Castro saca a la luz la historia de su vida. A través de la periodista María Antonieta Collins, 'Fidel y Raúl, mis hermanos. La historia secreta' recorre su infancia y juventud, pasando por la gesta contra Batista, la Revolución y el posterior desencanto de muchos. Desde 1964, en que desertara en México y se pronunciara en contra del gobierno encabezado por su hermano Fidel, vive en el exilio en Miami alejada de su familia en Cuba y, según acaba de hacer público, llegó a colaborar con la CIA bajo el nombre de la agente 'Donna'. Juanita Castro ha charlado con los lectores sobre su vida y la relación con sus hermanos.
¿Por qué ha mantenido silencio hasta ahora? ¿Qué le ha llevado a publicar su biografía?
En primer lugar, nadie nunca se me había acercado para ofrecerme y hablar y escribir mis memorias hasta este momento. Estas memorias empezaron a escribirse a sugerencia de María Antonieta Collins, la persona que las ha escrito. Este esfuerzo lo empezamos ella y yo en 1999 hasta que a principios de años decidimos continuarlas y terminarlas, como ha sido. Además, este libro fue hecho por mi necesidad de clamar por justicia en relación con el honor de mis padres y de mis abuelitos. Que ha sido mancillado de tal manera que se han ensañado con ellos. Nunca pensé que hubiera mentes tan perversas para insultar solamente por el odio que le tienen a Fidel, a mis padres y abuelos, que no han tenido culpa, ni sin responsables en absoluto de lo que ha pasado en mi país.
¿Cómo fue la infancia de Juanita y Fidel? ¿Cómo la definiría?
Tengo los mejores recuerdos de nuestra infancia. Eramos una familia bien llevada. Nuestros padres nos enseñaron a respetar a todo el mundo, a no ofender jamás a nadie, a que estudiáramos y lucháramos para tener un futuro asegurado. Nos dieron cariño, nos dieron educación y en general, fueron unos padres maravillosos con nosotros. A veces demasiado complacientes, pienso ahora. Porque también nos malcriaron un poco, pero en general el recuerdo que guardo y que llevo en mi corazón en relación con mi familia y en relación con mis hermanos es estupendo.
Estimada Juanita Castro, resulta increíble que todavía hoy en día haya gente en su situación. ¿Qué le diría a todas aquellas personas que siguen defendiendo el tipo de política que llevan a cabo sus hermanos? Parece que estar a favor de sus formas es lo políticamente correcto, en la sociedad española sobre todo, ¿ha sentido esta afirmación alguna vez? Muchas gracias, y mucha suerte!
Yo pienso que las causas injustas o las malas causas tienen seguidores y esto ha sucedido en el caso cubano. Acuérdese que los regímenes de esta naturaleza, como el de Cuba, ha contado siempre con recursos increíbles para llevar adelante esta propaganda en favor de los regímenes comunistas. El caso de Cuba no ha sido una excepción. Mucha gente, inclusive de buena fe y sin la información suficiente, aún a estas alturas después de 50 años de dictadura, piensa que el sistema que impera en Cuba, es bueno. Desafortunadamente, esto no es así. A nosotros se nos ha negado en la mayoría de las ocasiones de aclarar todos estos malos entendidos. No hemos tenido ni los medios, ni el interés de parte de la prensa en el mundo. Por eso tanta confusión. El sistema que impera en mi país no sería nada saludable imitarlo por ningún país del mundo.
¿Qué cree usted que pasó realmente con la desaparicion del comandante Camilo Cienfuegos?
Aunque muchos se han empeñado en hacer ver que fue un atentado lo que terminó con la vida de Camilo Cienfuegos, yo me atrevo a afirmar categóricamente que fue un accidente aéreo lo que terminó con su vida. Camilo era un hombre que a pesar de la posición que tenía dentro de la Revolución que acababa de triunfar, no le tenía miedo a nada, no se preocupaba de su seguridad. Por lo tanto, no le interesaba chequear el avión o el medio que estaba utilizando para transportarse a cualquier parte. Era un hombre muy temerario. Y a pesar de haber sido, desde muy joven simpatizante del Partido Comunista, eso no era razón para dejar de ser un cubanazo bueno. Aunque, equivocado en sus ideas políticas.
¿Detectó usted algún rasgo comunista durante la juventud de Fidel?
Nunca en mi casa, ni en mi familia detectamos ningún rasgo comunista en Fidel. Siempre pensamos que era un demócrata confeso, un idealista, que estaba muy interesado en la política y en llegar a ocupar posiciones muy importantes en el país, para servirlo. Pero por nuestra mente nunca pasó lo que sucedería después del triunfo de la Revolución y que abrazaría las ideas marxistas y el sistema comunista para implantarlo en nuestro país una vez que triunfara la Revolución, que había prometido que sería tan cubana como las palmas reales, una revolución humanista, con justicia social para todos y que habría pan con libertad, pan sin terror en nuestra patria. Esas fueron sus palabras textuales.
De acuerdo que abandondes la Revolución por no estar de acuerdo con la represión, entre otras cosas, pero ¿colaborar con Estados Unidos? ¿Acaso ellos no han ejercido peores crímenes de toda índole en aquella época?
Realmente no creo que sea el momento de estar condenando a Estados Unidos. Debo decir también que fueron los Estados Unidos el único país en el mundo que nos ayudó a luchar contra el sistema marxista que se implantó en Cuba. Si somos gente agradecida tenemos que reconocerlo así. También podemos hablar que Fidel cayó en los brazos de la Unión Soviética para recibir toda la ayuda que necesitaba para los planes que tenía para Cuba y para la expansión del comunismo en el mundo entero. De todos es conocida la cantidad de cubanos que murieron en Africa, en Angola en particular. De eso no se habla. Por lo tanto, si él buscaba ayuda en un extremo, nosotros la teníamos que buscar en el otro. Era una lucha muy desigual donde necesitábamos recursos desiguales también. Los cubanos que luchamos y que cooperamos con los Estados Unidos no fue porque los Estados Unidos nos comprara. Nuestra lucha nunca ha tenido precio, pero sí muchos enemigos de la libertad de Cuba.
¿Desearía volver a hablar con Raúl y Fidel?
Yo desearía hablar con todos los cubanos que están en mi patria. Y que todos los que están en el extranjero también estoy segura que desearían hablar con los suyos en Cuba. Yo desearía que en Cuba se produjera una transición hacia la democracia y este paso, entiendo que solamente lo pueden usar los señores que están en el poder en este momento, como todos los que estamos fuera del país en el exilio. Yo no pido enfrentamientos que puedan costarle una sola vida más al pueblo cubano. Yo estoy pidiendo la transición que nos lleve a tener una patria de nuevo con los gobernantes elegidos democráticamente por el pueblo, sin imposiciones de ninguna clase. Pero que seamos todos los cubanos los que decidamos nuestro futuro. y el futuro de Cuba tiene que ser un futuro de libertad.
Buenas tardes Juanita. Me alegro mucho que pudiese escapar en su día de Cuba y que podamos conocer ahora lo que usted piensa sobre su país y el régimen. ¿Ha tenido desde siempre Raúl un complejo de inferioridad respecto a Fidel? ¿Cómo ha sido la relación entre los dos? Un cordial saludo.
La relación con Raúl siempre ha sido muy buena. Eramos hermanos muy allegados hasta que llegó al país el sistema que lo ha gobernado durante tantos años. El marxismo ha acabado con nuestra familia en la misma forma en que ha acabado con el resto de la familia cubana.
¿Cómo son realmente Fidel y Raúl?
Dos seres humanos que han cambiado el futuro de Cuba pudiendo haber hecho lo contrario.
¿Sra. Juanita como se imagina que hubiera sido Cuba sin Fidel Castro?
Cuba era un país que hasta el golpe de estado de Fulgencio Batista que rompe el orden constitucional del país, era un país democrático, y sus gobernantes elegidos libremente por el pueblo cubano y con sus virtudes y defectos funcionaba bastante bien. Gozábamos de una Constitución progresista, pero también con muchos políticos mediocres que se interesaban más por enriquecerse que por servir al pueblo como era debido. Por lo tanto, a pesar de todo esto, íbamos progresando y mejorando nuestro sistema político. Estábamos seguros que llegaría un gobierno que sería el ideal para todo el pueblo.
Estimada Sra, ¿qué sacaría de positivo de todos estos años de Fidel Castro en el poder?
Ha sido tanto lo negativo que es bastante difícil enumerar lo positivo que ha sucedido en el país. En el campo de la educación, con excepción del adoctrinamiento comunista intensivo que ha recibido la juventud, el analfabetismo fue prácticamente erradicado. Claro, que a un precio muy alto. El régimen habla mucho del sistema de salud. Es cierto que todos tienen atención médica pero ha sido limitada por ellos mismos. Ya que el país no cuenta con los recursos necesarios para dar un buen servicio al país en ese campo.
Hola. Me gustaría saber su opinión sobre si en Cuba volverá a exisitir una democracia.
Hemos estado luchando por lograr una verdadera democracia en nuestro país durante más de 50 años. Es un tiempo muy largo pero tengo la esperanza de que así sucederá en el futuro. Hay un refrán muy antiguo que dice 'No hay mal que dure 100 años ni cuerpo que lo resista'.
¿Qué recuerda usted de la boda de Fidel con Mirta Díaz Balart? ¿Qué tipo de relaciones mantuvo usted con Mirta después del divorcio de ambos?
En mis memorias aparece muy bien explicado esa pregunta que usted me hace. Así que le sugiero que lo lea. Ahí cuento desde el día en que se conocieron hasta su divorcio y lo que vino después.
Veo que en su libro no menciona a Alina, hija de Fidel y de Nati, ¿por qué razón?
No me interesa en absoluto ese personaje. Hace 8 años aproximadamente que inicié un proceso legal contra la editorial que publicó su libro por difamación a mis padres y abuelos y con la sentencia a mi favor he dado por cerrado ese capítulo.
¿Cree usted que vive peor o mejor que sus hermanos?
En Cuba lamentablemente nadie vive bien. Lo más importante para mí que es la libertad, aquí en Estados Unidos donde vivo, la tengo en abudancia.
¿ Es posible un entendimiento entre la gente de Miami y tus hermanos?. ¿Crees que quitando "el bloqueo" se le acabarán las justificaciones de su ineficacia a tus hermanos?
Repito y lo sigo diciendo, el único camino que podemos recorrer es luchar por un proceso de transición democrático y pacífico. Los que amamos de verdad a la patria no podemos pensar en otra forma. Ineficacia es el régimen comunista que ha sido implantado en Cuba sin resultados de ninguna clase.
¿Ha visitado Cuba después que salió del país para el exilio?
Nunca he regresado a Cuba después que salí el 19 de junio de 1963.
¿Estarían sus padres orgullosos del legado de Fidel?
Nadie puede estar orgulloso de lo que ha hecho Fidel, incluidos mis padres si vivieran.
Mensaje de despedida de Juanita Castro:
Muchas gracias por esta oportunidad de conversar con todos los que me han hecho alguna pregunta. Y por estar interesados en la problemática cubana. Espero que disfruten el libro que fue escrito con el espíritu de la reconciliación entre todos los cubanos. Hasta pronto.
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