Sem comentários (estou, literalmente, sem palavras, para comentar seja o estilo, isto é, a gramática, seja o conteúdo, ou a substância da nossa política externa).
Chegamos ao último discurso de Lula nos dias do Diplomata, posto que sua presidência acaba este ano, e ele ainda não fez nenhum gesto de que pretenda ficar.
Inch'Allah, como diriam alguns...
Seria interessante retomar todos os discursos de Lula, nos oito dias do Diplomata que presidiu, e fazer, sei lá, uma dissertação de mestrado sobre discurso político, usando muito todos aqueles filósofos franceses do desconstrucionismo. Deve ficar bárbaro, no sentido da gíria jovem, claro.
Fica a sugestão...
Paulo Roberto de Almeida
24.04.2010
Presidente da República Federativa do Brasil
Palácio Itamaraty, Brasília, 20/04/2010
Discurso durante cerimônia em comemoração ao Dia do Diplomata
Companheira Marisa Letícia,
Meu caro companheiro Celso Amorim, ministro das Relações Exteriores,
Senhores embaixadores estrangeiros,
Embaixatriz Ana Maria,
Embaixador Patriota,
Meus caros formandos,
Amigos e amigas,
Meu caro orador dos formandos,
Meu caro diretor do Instituto Rio Branco,
Bom, como eu não sou diplomata e nem estou me formando hoje, eu vou quebrar um protocolo aqui, que é o seguinte: eu estou com um discurso muito bem feito, bonito, mas vai demorar meia hora. E eu penso que o Celso, um dia, o Itamaraty publicará isso aqui, ou quem sabe, a [o] Rio Branco mesmo publicará, como peça de estudo dos alunos. Vale a pena.
Mas eu queria dizer duas palavras, porque já é uma e meia, a emoção que os familiares estão aqui, dos seus formandos, daqui a pouco começa a virar raiva, porque a fome não permite que ninguém... a fome não permite que ninguém seja carinhoso com ninguém.
E eu queria dizer, Celso, duas palavras. Primeiro, eu acho que os nossos meninos e meninas que estão se formando hoje, eles vão entrar no mundo da diplomacia brasileira certamente vendo o mundo um pouco diferente daquilo que a tua geração estava habituada a ver. Aliás, a gente, quando olhar o Mapa Mundi, a gente vai perceber que o Norte não é tão grande como eles pensam que seja e o Sul não é tão pequeno como eles pensam que seja, ou seja, vamos começar a olhar o mundo mais igual, para que a gente comece a se entender e a ser respeitado no mundo.
Eu gostaria de dizer para vocês uma coisa que marcou a minha passagem pela Presidência da República. Nós estamos chegando a um momento difícil porque, daqui para frente, todo ato que eu participar será o último, tudo vai ser o último: foi o último Bric, o último Unasul, o último Nações Unidas, ou seja, daqui a pouco eu tenho nove meses de despedida constante e essa é a minha última participação aqui, como Presidente, na formação dos nossos diplomatas.
E dizer para vocês que eu disse um dia para o Celso: “Ô Celso, você precisa tomar muito cuidado, porque o Brasil começou a ficar importante. E quando um país começa a ficar importante, começa a gerar ciúmes. E quando começa a gerar ciúmes, nós começamos a arrumar inimigos. Porque aqueles que não foram capazes de fazer o que você está fazendo, vão começar a ser contra. Até porque, durante muito tempo, nós fomos induzidos a ter complexo de vira-latas neste país. O importante era a gente não ser ninguém, ser alguém era um privilégio de outros e não nosso”.
O Celso poderia contar para vocês a primeira reunião que nós fizemos com o G-8. Eu lembro, lembro em Evian, eu com seis meses de mandato, com muito orgulho, porque eu sabia quem eu estava representando lá, eu sabia de onde eu tinha vindo, e nós chegamos em uma reunião, já estavam lá quase todos os presidentes da República, faltava chegar apenas o Presidente dos Estados Unidos. E nós estávamos sentados em umas mesinhas, no hotel em que ia ser a reunião, aí, quando o Bush entra, todo mundo levanta. Eu falei para o Celso: Celso, eu vou ficar sentado, ninguém levantou quando eu cheguei. Qual é a subserviência de a gente levantar porque chegou o Presidente dos Estados Unidos? E não era arrogância não, era apenas respeito. O Kofi Annan estava conosco, ficou muito incomodado, não sabia se sentava ou se levantava, mas... E, humildemente, o Bush foi lá na nossa mesa, nos cumprimentou e sentou conosco. Não aconteceu nada de anormal. O anormal seria se nós tivéssemos levantado como, habitualmente, as pessoas faziam. Essa é uma coisa que me marcou muito.
Outra coisa que marcou a diplomacia brasileira era a quantidade de críticas que a gente recebia quando a gente ia para a África. Eu vi, aqui, que a nossa premiada aqui está no Gabão. Você não sabe quantas críticas nós recebemos porque fomos ao Gabão, porque as pessoas estavam acostumadas que, diplomacia, a gente tinha que ir para Nova York, para Washington, para Paris, para Londres, para Roma, para Madri, para Buenos Aires, que era muito importante, ou para o Paraguai, que tinha conflitos políticos conosco. Mas para a África? Era descabido. “O que um presidente vai fazer indo para a África?”. Pois bem, eu vou terminar o meu mandato visitando 25 países africanos e ainda vou sair devendo mais 20 que eu deveria visitar e que eu espero visitar quando eu não for mais presidente da República.
A mesma coisa era para a Ásia. Eu lembro da crítica – e vocês são muito jovens. Eu lembro da crítica que nós recebemos quando nós fizemos uma feira em Dubai. Gastamos US$ 500 mil para fazer uma feira. Ninguém nunca perguntou quanto a gente vendeu, só queriam saber quanto que nós tínhamos gastos. Gastamos 500 mil e vendemos US$ 50 milhões.
Eu lembro de quanto nós fomos vítimas aqui quando compramos um avião. Pergunte para o Celso se não melhorou substancialmente ele agora poder fazer uma viagem em um avião da FAB, chegar, com muito orgulho, com um avião fabricado pela Embraer em qualquer país do mundo e não ter que ir para São Paulo, para pegar uma ponte aérea, para ir não sei para onde, para chegar em Nova York, tirar o sapato para poder entrar lá. Pergunta se não é muito mais orgulhoso. Quando inventaram a história de tirar o sapato, eu disse para o Celso: ministro que tirar o sapato deixará de ser ministro. Se tiver que tirar o sapato, volta para o Brasil, porque nós não exigimos que ninguém tire o sapato aqui, por que tem que exigir da gente? Nós temos que... e ainda o cidadão com um passaporte vermelho. Diplomata. Antigamente era chique, hoje não é mais tão chique ter passaporte... Hoje tem muita gente, hoje tem muita gente que desconfia mais dos vermelhos do que dos azuis. Mas de qualquer forma eu tenho um vermelho e vou dá-lo para o ...
Bem, eu queria dizer para vocês que o Brasil vive um outro momento. Há uma... há uma coisa... o Celso estava falando de um artigo. Há uma coisa que vocês vão perceber: que o Brasil poderia ter feito as coisas diferente. Por exemplo, o Brasil não precisaria ter intercedido para fazer um acordo na Venezuela. E graças ao Brasil aquele acordo saiu e as coisas voltaram a normalidade da forma mais democrática possível. Todos vocês acompanharam como alguns queriam que eu partisse para a garganta do Evo Morales, que esganasse ele quando ele disse que o gás era dele. E eu não fiz porque achei que o gás era dele mesmo, e que nós tínhamos que pagar o preço justo pelo gás. Todo mundo queria que eu pulasse na garganta do Lugo e esganasse ele quando ele queria um pouco mais de dinheiro de Itaipu. E eu acho que eles precisam. E por que eu acho que eles precisam? Porque um país como o Brasil, que é a maior economia desse continente, o Brasil tem que ser o lado generoso. O Brasil tem que ser aquele que estende a mão, aquele que ajuda, aquele que permite que haja um avanço dos outros. O Brasil não pode ser o grande país e os outros os pequenos países. Até porque não haveria espaço para felicidade, para tranquilidade se a gente não fizer uma outra maneira de tratar os nossos vizinhos e fazer com que o crescimento do Brasil sirva para eles crescerem.
Vocês certamente terão muito mais orgulho, muito mais orgulho. E quando a gente começa a ganhar muito, Celso, a gente começa a incomodar. Talvez nem tanto os presidentes, mas talvez a burocracia intermediária que negocia. Eu tenho orgulho do que o nosso país fez, com a coordenação do Celso, na Organização Mundial de Comércio. Eu tenho orgulho quando países como os Estados Unidos, quando países como a União Europeia toda me procuravam: “Lula, está nas suas mãos, você é que decide”. Quer dizer, se eu decidisse do jeito que eles quisessem. Mas, como nós tínhamos o nosso próprio jeito, terminamos por não ter um acordo, depois de um trabalho imenso. E não fizemos o acordo porque paralisou na divergência entre Estados Unidos e Índia. Divergência eleitoral, porque tinha eleição nos Estados Unidos em 2008 e tinha eleições em maio na Índia. E o Kamal, que era o negociador da Índia, era candidato na sua região, no mês de maio. E o governo americano, pensando em ganhar as eleições, não queria mexer [em] nada de comércio. O que é triste é que já faz dois anos, e nunca mais ninguém tocou no assunto. Como se não tivesse uma necessidade de resolver a crise econômica negociando a rodada de Doha.
Tem muita gente que não gostaria que o nosso querido Brasil fizesse retaliação nos Estados Unidos por conta do algodão. Ora, se a OMC tem regras, elas valem para o Gabão e valem para os Estados Unidos. Não podem valer apenas para um, tem que valer para todos. O que o Brasil fez? Exercitou um direito universal: regras estabelecidas pelos participantes. Graças a Deus, concluímos o acordo, e o algodão vai perder o subsídio que tinha, e os pobres da África, países como o Benin, que produz 400 mil toneladas de algodão, vai poder viver mais tranquilamente, mandando o seu algodão para o mercado internacional.
Então, Celso, eu quero que você compreenda e esses meninos e meninas compreendam que o Brasil ganhou muita importância por isso. Muitas vezes, o Itamaraty é criticado pelas coisas boas que faz. Ninguém critica um embaixador porque ele só gosta de participar de coquetéis toda noite. Se convocar alguém da imprensa para ir junto, não vai ter crítica nenhuma. Criticam é quando ele tem posição política definida. Criticam é quando ele tem posições de autoestima e defender o seu país. Aí nós recebemos críticas, como recebemos quando colocamos a China como parceiro comercial nosso, como parceiro estratégico; quando decidimos fortalecer o Mercosul; quando decidimos criar a Unasul; quando decidimos criar a Comunidade da América Latina e Caribe. Então, tudo que une os iguais, nós temos críticas. Porque na verdade, viu Celso, eu acho que o Itamaraty, por todo trabalho prestado ao Brasil... algumas pessoas ainda pensam que o Itamaraty foi criado para ser uma coisa de relações de G-10, G-15, G-20, só coisa dos mais ricos, e não como um país que criou 34 embaixadas no nosso governo. E eu quero dizer que é com muito orgulho, muito orgulho, quando eu vejo um menino ou uma menina, e passou por São Tomé e Príncipe e por Gabão. E hoje é muito importante, porque muitos diplomatas brasileiros pedem para ir para esses lugares, numa demonstração de que a gente começa a ter mais orgulho, não apenas da nossa profissão, mas do nosso país. E a gente sabe que ninguém vai respeitar a gente se a gente não se respeitar.
Está aqui um companheiro que estava na Venezuela, e é com muito orgulho que, quando a gente quando cria uma comunidade de nações do Caribe e da América Latina, que um companheiro presidente da República de outro país vem pedir: “Lula, pelo amor de Deus, manda o seu embaixador para me ajudar a redigir o documento, que nós não temos condições de fazer”. Além da relação de confiança, é a relação da competência, e é isso que faz com que o Itamaraty seja essa casa de excelência que nós somos...sempre fomos, historicamente fomos. Mas é importante combinar essa excelência com autoestima do nosso corpo de diplomatas, com o orgulho de saber que nós poderemos discutir em igualdade, sabe, de igual para igual, com o Sarkozy, com o Obama, com o Hu Jintao, com o Medvedev, com o primeiro-ministro Singh, se não existe grau de país de primeira e país de segunda. Um pode ser mais rico do que o outro, mas a nossa terra é tão importante quanto a deles e a nossa ação tem que ser tão importante quanto a deles. É isso que vai nortear a carreira de vocês: é vocês dormirem tranquilos sabendo que vocês fizeram aquilo que tinha que ser feito, e é por isso que é importante a importância que a gente deu à diversificação da relação do Brasil. Recebemos muitas críticas.
Eu fico vendo, Celso, o mundo... Eu, muitas vezes, acho que as pessoas me tratam bem porque, como eu sou um operário de fábrica, então, todo mundo: “Lulinha” daqui, “Lulinha” de lá, sabe? E eu também trato todo mundo muito bem. O Celso sabe que eu respeito todo mundo. Eu acredito na relação humana como ninguém acredita. A Marisa até não gosta muito que eu fique passando a mão nas pessoas, abraçando, ela até não gosta muito, mas é assim que eu me relaciono. E eu acho que eu estabeleci uma relação de amizade com os presidentes, uma relação de companheiros. Mas sempre com a antena ligada de que o Brasil estava colocando o pé em espaços que outrora não colocava o pé.
Então, de repente, acontece Copenhague. Nós já tínhamos perdido três vezes as Olimpíadas. As pessoas acham que nós ganhamos o direito de fazer as Olimpíadas por sorte. Por sorte, não, foi dedicação exclusiva do Itamaraty durante dois anos; foi dedicação dos nossos embaixadores em cada país em que tinha delegado; foi dedicação minha de conversar com todos os presidentes e pedir voto, mandar carta para todos os delegados, mandar carta para todos os primeiros-ministros, mandar carta para todos os presidentes durante dois anos; do governador do Rio de Janeiro; do prefeito do Rio de Janeiro; do presidente do COI. Foi a dedicação de um país para ganhar Copenhague, não foi a sorte.
Eu lembro da última conversa que eu tive, em Copenhague. Eu fui lá dois dias antes para conversar com um delegado votante. E eu lembro que eu fui conversar com um companheiro da imprensa... não, companheiro da Itália, não vou dizer o nome dele aqui, mas eu fui conversar. Aí, o cara nem me cumprimentou, já começou a botar defeito no Brasil: “Eu acho que o Brasil não vai ganhar por causa disso, eu acho que o Brasil não vai ganhar por causa daquilo, eu acho que o Brasil não vai ganhar por causa da violência no Rio, eu acho que o Brasil não vai ganhar por causa disso”. Ou seja, o cara não me conhecia, sentou na minha frente e ditou regras para mim durante meia hora.
Aí, quando ele terminou de falar, o nosso querido João Havelange queria se retirar da reunião, o Prata estava com mais uns 50 caras no escritório que eu estava, cada um com uma má vontade maior do que a outra, falando alto. Eu levantei e dei um berro, pedi para quem não quisesse ouvir, caísse fora da reunião. Aí, o italiano se assustou, e eu falei: olha, companheiro, vou dizer uma coisa para você. “Qualquer delegado, qualquer delegado do COI, qualquer pessoa que tiver voto no Comitê Olímpico, pode votar contra o Brasil. Você não pode, você não pode. Você tem obrigação moral e política de votar no Brasil, porque é lá que tem a maior comunidade italiana fora da Itália. Então, se você não pode fazer a Olimpíada de Roma, faça no Brasil, para os italianos verem”. Bem, eu não sei se eu ganhei o voto dele, mas eu sei que quando terminou a votação, ele foi o primeiro a vir me abraçar. Ele foi o primeiro.
Porque é assim. As pessoas chegam em um lugar, as pessoas querem dizer. Ô Celso, sabe aqueles negociadores europeus? Agora nos tratam com deferência. Mas, no começo, quando você é novato no pedaço, chega lá um cara de quarto escalão, que você nem sabe, e vai ditando regras, e vai impondo condições: “A Europa pensa isso, a Europa quer que faça isso”. Ora, quer, não! Quer saber se nós queremos? Vamos baixar o facho e vamos sentar em igualdade de condições. É assim que deve ser a diplomacia brasileira: sermos, todo mundo, generosos, bondosos, humildes, mas orgulhosos de sermos brasileiros e defender os nossos interesses.
Agora, em Copenhague, no COP 15... A Marisa já está reclamando ali, dizendo para a Ana Amorim: “Se ele tivesse lido o discurso, já tinha acabado”. Isso é a experiência de 36 anos de casado, é isso que...
Mas eu vou contar, a última, essa da COP 15. Na COP 15, estava desenhada uma coisa extraordinária. Outros países ricos queriam acabar com o Protocolo de Quioto, porque ninguém queria compromisso com metas, e ninguém queria compromisso com financiamento. E estavam os países, todos, combinados para jogar todo o peso da responsabilidade em cima dos países em desenvolvimento, sobretudo da China. Nós mandamos uma boa delegação para lá, o Brasil, sabiamente, tomou uma decisão de que a gente iria diminuir a emissão de gases de efeito estufa de 36 a 39% até 2020; que nós iríamos reduzir o desmatamento da Amazônia em 80% até 2020, então o Brasil chegou lá com autoridade moral – que está esse menino dos Santos, agora, que todo mundo quer que convoque ele para a Seleção, esse menino Neimar –, o Brasil chegou com essa autoridade moral. Todo mundo queria ver qual era a “paradinha” que o Brasil ia dar e para que lado que o goleiro ia cair. Vamos lá. Cheguei lá, tivemos bilaterais com todos os países europeus, todo mundo queria saber o que o Brasil estava pensando, o que o Brasil ia fazer, o que o Brasil... Bom, foi ficando claro para eles que nós não íamos prejudicar a China; e foi ficando claro para eles que nós não queríamos acabar com o Protocolo de Quioto; e foi ficando claro para eles que nós queríamos que todos tivessem responsabilidade, porém, diferenciada, e que cada um pagasse pelo estrago que cometeu ao planeta. Isso posto, pediram para que eu... Imagina, pediram para eu convocar uma reunião depois das 10 horas da noite. E fomos para um jantar com a Rainha, estou eu convidando todo mundo: vamos para a reunião, vamos para a reunião. Eu não fazia isso nem no tempo em que eu era dirigente sindical. Mas às 3 horas da manhã, a gente estava apinhado em uma sala apertada, que não tinha cadeira para todo mundo sentar, discutindo palavras e artigos. Chegou uma hora que eu levantei e falei: “Olha, companheiros, quero dizer uma coisa para vocês: nós, no meu país, já fizemos a lição de casa”. O embaixador Figueiredo estava conosco, não é? Aliás, um craque, viu Celso, um craque. Um craque na arte de negociar, na arte de flexibilizar e na arte de endurecer quando é necessário endurecer.
Então, estávamos lá, aí, 3h da manhã, eu falei: “Sabe de uma, gente, olha: nem no tempo em que eu era dirigente sindical eu ficava discutindo artigos e palavras. Eu vou embora”. Levantei e fui embora. Dia seguinte, às 9h, começamos outra vez. Quando foi meio-dia: “Não vai dar acordo”. Levantamos. Aí, ninguém conversava com ninguém mais. Ficou aquele “samba do crioulo doido”. Ficou aquele negócio assim...
Quando foi 5h da tarde, nós pedimos uma reunião: Brasil, China, Índia e África do Sul. Basic. Porque, também, o Itamaraty é que nem o governo: sempre que tem só uma palavra, já faz uma sigla. Então... É verdade. Começamos a reunião, não tinha sigla, já saímos com um tal de “Basic”. Aí, qual não é a nossa surpresa, que Brasil, China e Índia estavam bem afinados. E África do Sul. Brasil, China, Índia e África do Sul. Bem afinados, o G-77, os países africanos todos conosco. O nosso companheiro Chávez, o Evo Morales, mais radicalizando.
E aí, lá pelas tantas, entra o presidente Obama. Primeiro, chegou a Hillary Clinton, os chineses não quiseram deixar ela entrar. E ela dizia: “Eu sou Secretária de Estado”. Acho que os chineses não entendiam, mas ela terminou... Ela entrou na reunião do Basic, e daqui a pouco estava a Europa reunida em um canto, chega o Obama e fala: “Olha, eu vim aqui para conversar, se precisava fazer um acordo”. Então, sentou o Obama lá, depois de uma hora, uma hora e pouco, fizemos um acordo, ele fez algumas propostas, algumas nós aceitamos, outras nós recusamos, fizemos um acordo. E depois acabou a reunião sem ter o sucesso que tinha, nós vamos ter que trabalhar para o COP 16.
Por que eu estou dizendo isso? Na história política da Humanidade, toda vez que aqueles que têm similaridades se juntarem, eles ganham muita força. O problema sério é quando os iguais se juntam aos diferentes – e sobretudo aos ricos, nunca se juntam aos pobres – para formular políticas de unidade, políticas que permitam a coesão entre os países.
Então, quando a gente começa a ganhar esses espaços, nós vamos arrumando adversários. Então, o Brasil na OMC teve um problema, o Brasil em Copenhague teve outro problema, o Brasil nas Olimpíadas teve outro problema. E assim a gente vai arrumando, ou seja, a gente vai chegando em um baile que tinha três caras bonitos, 50 mulheres, de repente, chega mais 50 bonitos e as mulheres vão rareando, as pessoas não querem. E vale de mulher para homem também.
Ou seja, o dado concreto é que o Brasil não é mais coadjuvante. O dado concreto é que o Brasil cresceu, o dado concreto é que o Brasil virou importante. E não virou importante apenas porque temos 200 milhões de habitantes, oito milhões e meio de quilômetros quadrados. Viramos importantes porque temos políticas importantes. E eu falo sem medo de errar, porque temos na figura do Celso, liderando a diplomacia brasileira, talvez, o melhor diplomata em ação hoje de todos os que eu conheço, de todos. Isso vai criando ciúmes para quem está fora e eu acho que deve criar orgulho para vocês. Muito orgulho, porque vocês estão entrando na carreira diplomática em um momento auspicioso da história deste país. E não pode ter retorno, não pode ter retorno. Ou seja, a gente não pode voltar aos tempos em que o Brasil... E eu defendo mais embaixada, defendo mais dinheiro para o Itamaraty, ou seja, acho que a gente não tem... Eu, quando chego em um lugar qualquer eu vejo a Embaixada da França, a Embaixada da China, a Embaixada Americana, é do tamanho da Esplanada dos Ministérios. Tem mais gente do que todo o Itamaraty. Às vezes, a gente chega na nossa e tem dois funcionários. Não se queixam do salário por respeito ao Presidente, mas a gente sabe que a gente precisa melhorar muito. E eu sei que nós já melhoramos, eu sei. Nós já duplicamos quase o número de funcionários, já melhorou salário, mas eu sei que é pouco. Pela excelência que é a nossa diplomacia, nós precisamos estar em todos os países, com embaixadas preparadas com muitos especialistas para fazer intervenção em todos os assuntos, Celso.
Eu não tenho dúvida nenhuma de que dentro de quatro, oito anos, nós iremos ter muito mais orgulho do Itamaraty. Itamaraty deixou de ser aquela coisa bonita, inteligente, para poucos. Nós queremos continuar bonitos, inteligentes para todos e para muitos. É esse o nosso papel. Por isso, meninos e meninas, que Deus dê força para vocês, se depender do discurso, do que se falou em nome de vocês, eu acho que essa turma tem tudo para ser uma turma vencedora.
Um abraço, que Deus abençoe todos vocês e parabéns aos familiares.
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).
sábado, 24 de abril de 2010
sexta-feira, 23 de abril de 2010
2068) Outra interrupcao para o misterioso caso do frango homossexual (Morales dixit...)
OPINIÓN
El pollo homosexual
PILAR RAHOLA
La Vanguardia Internacional, 22/04/2010
Evo Morales debe de tener razón, porque en épocas en que comía pollo notaba que me crecían las tetas
Sé que tendría que resistirme al artículo y dedicar este preciado espacio a gente con algo más de cerebro. Pero la carne es débil y un espíritu malévolo como el mío no puede sustraerse a la poderosa tentación. Cuando alguien que preside un país, intenta revolucionar a toda una región y pretende salvar el mundo y dice que la ingesta masiva de pollo convierte a los europeos en homosexuales y en calvos, y cuando esto lo dice en una conferencia titulada “Conferencia Mundial de Pueblos sobre Cambio Climático”, entonces merece algo de atención.
La teoría, según el aludido, señor Evo Morales, presidente de Bolivia, amigo de Ahmadineyad y Chávez, y revolucionario de bolsillo, es simple. Los pollos están cargados de hormonas femeninas, ergo, la ecuación está hecha. Dejemos en propia boca tan sabia reflexión: “El pollo que comemos está cargado de hormonas femeninas. Por eso, cuando los hombres comen esos pollos, tienen desviaciones en su ser como hombres”. Y como además el pollo también produce calvicie, y como los europeos comemos mucho pollo, pues ya está, se disparan los gays y los calvos. La verdad es que, ahora que lo pienso, debe de tener razón, porque en las épocas en que comía pollo notaba que me crecían las tetas. Y desde luego, al pollo con el que estoy casada no le voy a poner pollo nunca más, no vaya a ser que mire con demasiado cariño a Jesús Vázquez.
Resuelto, pues. La malvada desviación carnal de los hombres que aman a los hombres no es el resultado natural de su orientación sexual, sino la conjura judeo-yanqui- transgénica contra los pueblos indígenas, cuya alimentación con quinua los salva de caídas de pelo y alas de mariposa. Ya ven ustedes, dos mil años de teorías cristianas para combatir la homosexualidad y resulta que era cuestión de pollos.
Conocedores, pues, de la verdad de la homosexualidad, quedan por resolver algunas preguntas tontas, de esas que nacen para incordiar a las grandes ideas bolivarianas.
Por ejemplo: ¿qué pasa con las mujeres?, ¿se vuelven lesbianas porque se hinchan de comer pollo?, y ¿qué pasa con los bolivianos homosexuales que no ingieren las maldades cárnicas capitalistas?, ¿lo suyo son ganas contrarrevolucionarias de molestar?, y ¿cómo es que existen homosexuales desde el principio de los tiempos? Esta me la sé: el mundo no existía hasta que lo descubrieron los bolivarianos.
Por supuesto, hay más maldades capitalistas. Por ejemplo, “la patata holandesa” (sic) o la Coca-Cola, que todo el mundo sabe que es un invento de opresión. Y suma y sigue, chillando sus barbaridades al sol de un congreso con 20.000 personas escuchándolo. ¿Nos reímos? Nos reiríamos si no fuera porque estos cómicos, ridículos, delirantes e incultos personajes gobiernan a millones de personas. Lo peor es que quieren salvar el mundo. ¡Dios! Esperemos que el mundo nos salve de sus locuras.
El pollo homosexual
PILAR RAHOLA
La Vanguardia Internacional, 22/04/2010
Evo Morales debe de tener razón, porque en épocas en que comía pollo notaba que me crecían las tetas
Sé que tendría que resistirme al artículo y dedicar este preciado espacio a gente con algo más de cerebro. Pero la carne es débil y un espíritu malévolo como el mío no puede sustraerse a la poderosa tentación. Cuando alguien que preside un país, intenta revolucionar a toda una región y pretende salvar el mundo y dice que la ingesta masiva de pollo convierte a los europeos en homosexuales y en calvos, y cuando esto lo dice en una conferencia titulada “Conferencia Mundial de Pueblos sobre Cambio Climático”, entonces merece algo de atención.
La teoría, según el aludido, señor Evo Morales, presidente de Bolivia, amigo de Ahmadineyad y Chávez, y revolucionario de bolsillo, es simple. Los pollos están cargados de hormonas femeninas, ergo, la ecuación está hecha. Dejemos en propia boca tan sabia reflexión: “El pollo que comemos está cargado de hormonas femeninas. Por eso, cuando los hombres comen esos pollos, tienen desviaciones en su ser como hombres”. Y como además el pollo también produce calvicie, y como los europeos comemos mucho pollo, pues ya está, se disparan los gays y los calvos. La verdad es que, ahora que lo pienso, debe de tener razón, porque en las épocas en que comía pollo notaba que me crecían las tetas. Y desde luego, al pollo con el que estoy casada no le voy a poner pollo nunca más, no vaya a ser que mire con demasiado cariño a Jesús Vázquez.
Resuelto, pues. La malvada desviación carnal de los hombres que aman a los hombres no es el resultado natural de su orientación sexual, sino la conjura judeo-yanqui- transgénica contra los pueblos indígenas, cuya alimentación con quinua los salva de caídas de pelo y alas de mariposa. Ya ven ustedes, dos mil años de teorías cristianas para combatir la homosexualidad y resulta que era cuestión de pollos.
Conocedores, pues, de la verdad de la homosexualidad, quedan por resolver algunas preguntas tontas, de esas que nacen para incordiar a las grandes ideas bolivarianas.
Por ejemplo: ¿qué pasa con las mujeres?, ¿se vuelven lesbianas porque se hinchan de comer pollo?, y ¿qué pasa con los bolivianos homosexuales que no ingieren las maldades cárnicas capitalistas?, ¿lo suyo son ganas contrarrevolucionarias de molestar?, y ¿cómo es que existen homosexuales desde el principio de los tiempos? Esta me la sé: el mundo no existía hasta que lo descubrieron los bolivarianos.
Por supuesto, hay más maldades capitalistas. Por ejemplo, “la patata holandesa” (sic) o la Coca-Cola, que todo el mundo sabe que es un invento de opresión. Y suma y sigue, chillando sus barbaridades al sol de un congreso con 20.000 personas escuchándolo. ¿Nos reímos? Nos reiríamos si no fuera porque estos cómicos, ridículos, delirantes e incultos personajes gobiernan a millones de personas. Lo peor es que quieren salvar el mundo. ¡Dios! Esperemos que el mundo nos salve de sus locuras.
2067) Interrupção para ganhar um premio (eu tambem mereco...)
Bem, eu tinha fechado para balanço, ou melhor, para reforma cosmética deste blog -- desculpem, mas sou um incompetente técnico, e a única coisa que eu sei fazer é escrever, não exatamente com todos os dedos -- quando algumas surpresas me aconteceram:
1) pessoas me escreveram para tentar me ajudar nas minhas tribulacoes com a numeração do blog, uma bobagem que insisto em fazer...
2) acabo de ser premiado (não sei bem com o quê), o que me cabe anunciar, ao que parece, e premiar outros.
Em função da distinção, comunicada por um comentário nesse post "reformista", sou levado a publicar aqui o post original que conferiu tal distinção, inclusive com a repodução da imagem do prêmio. Depois, penso em quem vou premiar de minha parte. Mas como já são quase três horas da madrugada do sábado 24/04 aqui em Shanghai, que eu voltei ontem de uma longa viagem pelo interior da China (até quase a Mongólia), vou deixar para outro dia a continuidade das instruções abaixo relatada, esperando que um raio não caia na minha cabeça...
Paulo Roberto de Almeida
Blog Route 777
And the Dardos goes to...
sexta-feira, 23 de abril de 2010
"Com o Prêmio Dardos se reconhece os valores que cada blogueiro mostra cada dia em seu empenho por transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais etc., que, em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, entre suas palavras."

Coincidentemente, no primeiro aniversário do meu blog ganhei um Prêmio Dardos da Camila Castanho, editora do blog Formiguinha Atômica.
Relembrando histórias, lugares e sabores, neste um ano, tenho escrito sobre de tudo um pouco. Cidades e países que visitei e visitarei, sobre restaurantes e a gastronomia que dá aquela sensação de puro prazer de bem estar, sobre carreira e tudo que envolve o ganha pão de cada dia atrelado à questão mais importante que é estar plenamente satisfeito, mesmo que para isso você tenha que repensar em n variáveis e caminhos a tomar; algo como atingir o topo da pirâmide de Maslow.
Faz algumas semanas que não escrevo, eu estou mudando de departamento na empresa (finalmente voltei à uma posição estratégica), com isso estou aprendendo a nova responsabilidade, e treinando a pessoa que ficará na minha atual posição. Tenho nadado muito (3x por semana média de 2200m por treino), e continuo meus estudos e leitura de obras para ano que vem, se o Ministro do Planejamento e Deus quiserem, que eu possa estar bem preparado para consolidar tudo o que eu sempre busquei desde adolescente. Com toda essa vida corrida, faltaram algumas horas para buscar matérias e continuar atualizando, falha que será resolvida imediatamente.
Aos que sempre visitam, fica aqui meu agradecimento. Que os mais de 59 mil visitantes que o blog recebeu, até hoje, tenham gostado e aproveitado o que leram; prometo muito mais emoção e passaportes virtuais carimbados a todos!
De volta aos trabalhos!
Esses selos, do Prêmio Dardos, foram criados com a intenção de promover a confraternização entre os blogueiros, uma forma de demonstrar atenção e reconhecimento por um trabalho que agregue valor à web.
É ideal que, quem recebe o “Prêmio Dardos” e o aceita, siga algumas regras:
1. exibir a distinta imagem do prêmio;
2. apontar o blog pelo qual recebeu o prêmio;
3. escolher 15 (quinze) outros blogs a quem deve oferecer o “Prêmio Dardos”;
4. Avisar os ganhadores escolhidos deixando um comentário no blog linkado.

E já que cumpri os 2 primeiros itens acima, agora está na hora de entregar o Prêmio Dardos para:
1. Pezinho na África - um blog bem humorado sobre o dia a dia de uma família expatriada viviendo em Praia - Cabo Verde.
2. Onze & Onze - noticias interessantes e curiosas que rodam a web, mas nunca são compiladas em algum lugar.
3. Ofchan - tudo o que você queria saber sobre trabalhar no serviço exterior brasileiro.
4. Viagem na Viagem - o melhor blog de viagens; referencia para tudo e todos.
5. Clipping de Relações Internacionais - compilação dos acontecimentos na comunidade internacional.
6. Diplomatizzzando - o ABC da diplomacia brasileira.
7. Casinha de Sapê - um blog pessoal sobre economia e organização doméstica, pratos gastronômicos (muito bons!) e a boa educação do filho pequeno vivendo em outro país.
8. Time Trail - curte F1? O Sr. Gustavo traz noticias, criticas e acirrada competição mundial.
9. I can see Russia from my house - A bem humorada espera de ser chamada para tomar posse num concurso público.
10. Expedição Aventura Atacama - 2 amigos, 2 motos e muita descoberta pelos planaltos andinos.
11. Crônicas do Iglu - imigrante brasileira em Vancouver, vivenciando uma cultura completamente diferente da tropicalidade brasileira e mensalmente escrevendo sobre o crescimento do filho em terras canadenses.
12. Formiguinha Atomica - a rapidez de uma amiga percorrendo o bem estar da vida.
13. Destemperados - blog que originou os meus posts gastronomicos. Como eles mesmo se definem: food experiences; um dos melhores blogs da categoria
14. Melhores Destinos - Blog especializado em promoções de passagens aéreas, hospedagem e pacotes.
15. Snow Adventures - Nada como descer uma montanha vestida de branco com sua prancha de snowboard ou seu par de esquis.
Postado por FH às 13:41
Marcadores: Welcome
1) pessoas me escreveram para tentar me ajudar nas minhas tribulacoes com a numeração do blog, uma bobagem que insisto em fazer...
2) acabo de ser premiado (não sei bem com o quê), o que me cabe anunciar, ao que parece, e premiar outros.
Em função da distinção, comunicada por um comentário nesse post "reformista", sou levado a publicar aqui o post original que conferiu tal distinção, inclusive com a repodução da imagem do prêmio. Depois, penso em quem vou premiar de minha parte. Mas como já são quase três horas da madrugada do sábado 24/04 aqui em Shanghai, que eu voltei ontem de uma longa viagem pelo interior da China (até quase a Mongólia), vou deixar para outro dia a continuidade das instruções abaixo relatada, esperando que um raio não caia na minha cabeça...
Paulo Roberto de Almeida
Blog Route 777
And the Dardos goes to...
sexta-feira, 23 de abril de 2010
"Com o Prêmio Dardos se reconhece os valores que cada blogueiro mostra cada dia em seu empenho por transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais etc., que, em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, entre suas palavras."

Coincidentemente, no primeiro aniversário do meu blog ganhei um Prêmio Dardos da Camila Castanho, editora do blog Formiguinha Atômica.
Relembrando histórias, lugares e sabores, neste um ano, tenho escrito sobre de tudo um pouco. Cidades e países que visitei e visitarei, sobre restaurantes e a gastronomia que dá aquela sensação de puro prazer de bem estar, sobre carreira e tudo que envolve o ganha pão de cada dia atrelado à questão mais importante que é estar plenamente satisfeito, mesmo que para isso você tenha que repensar em n variáveis e caminhos a tomar; algo como atingir o topo da pirâmide de Maslow.
Faz algumas semanas que não escrevo, eu estou mudando de departamento na empresa (finalmente voltei à uma posição estratégica), com isso estou aprendendo a nova responsabilidade, e treinando a pessoa que ficará na minha atual posição. Tenho nadado muito (3x por semana média de 2200m por treino), e continuo meus estudos e leitura de obras para ano que vem, se o Ministro do Planejamento e Deus quiserem, que eu possa estar bem preparado para consolidar tudo o que eu sempre busquei desde adolescente. Com toda essa vida corrida, faltaram algumas horas para buscar matérias e continuar atualizando, falha que será resolvida imediatamente.
Aos que sempre visitam, fica aqui meu agradecimento. Que os mais de 59 mil visitantes que o blog recebeu, até hoje, tenham gostado e aproveitado o que leram; prometo muito mais emoção e passaportes virtuais carimbados a todos!
De volta aos trabalhos!
Esses selos, do Prêmio Dardos, foram criados com a intenção de promover a confraternização entre os blogueiros, uma forma de demonstrar atenção e reconhecimento por um trabalho que agregue valor à web.
É ideal que, quem recebe o “Prêmio Dardos” e o aceita, siga algumas regras:
1. exibir a distinta imagem do prêmio;
2. apontar o blog pelo qual recebeu o prêmio;
3. escolher 15 (quinze) outros blogs a quem deve oferecer o “Prêmio Dardos”;
4. Avisar os ganhadores escolhidos deixando um comentário no blog linkado.

E já que cumpri os 2 primeiros itens acima, agora está na hora de entregar o Prêmio Dardos para:
1. Pezinho na África - um blog bem humorado sobre o dia a dia de uma família expatriada viviendo em Praia - Cabo Verde.
2. Onze & Onze - noticias interessantes e curiosas que rodam a web, mas nunca são compiladas em algum lugar.
3. Ofchan - tudo o que você queria saber sobre trabalhar no serviço exterior brasileiro.
4. Viagem na Viagem - o melhor blog de viagens; referencia para tudo e todos.
5. Clipping de Relações Internacionais - compilação dos acontecimentos na comunidade internacional.
6. Diplomatizzzando - o ABC da diplomacia brasileira.
7. Casinha de Sapê - um blog pessoal sobre economia e organização doméstica, pratos gastronômicos (muito bons!) e a boa educação do filho pequeno vivendo em outro país.
8. Time Trail - curte F1? O Sr. Gustavo traz noticias, criticas e acirrada competição mundial.
9. I can see Russia from my house - A bem humorada espera de ser chamada para tomar posse num concurso público.
10. Expedição Aventura Atacama - 2 amigos, 2 motos e muita descoberta pelos planaltos andinos.
11. Crônicas do Iglu - imigrante brasileira em Vancouver, vivenciando uma cultura completamente diferente da tropicalidade brasileira e mensalmente escrevendo sobre o crescimento do filho em terras canadenses.
12. Formiguinha Atomica - a rapidez de uma amiga percorrendo o bem estar da vida.
13. Destemperados - blog que originou os meus posts gastronomicos. Como eles mesmo se definem: food experiences; um dos melhores blogs da categoria
14. Melhores Destinos - Blog especializado em promoções de passagens aéreas, hospedagem e pacotes.
15. Snow Adventures - Nada como descer uma montanha vestida de branco com sua prancha de snowboard ou seu par de esquis.
Postado por FH às 13:41
Marcadores: Welcome
2066) Fechado para reformas (bem, apenas para correcao de numeracao)
Vou voltar a um assunto que tem me preocupado ENORMEMENTE nos últimos tempos: a inconsistência numérica dos posts neste blog, como já apontado por mais de um correspondente, entre eles, o que escreve abaixo.
De fato, por distração, pressa, falta de aulas de matemáticas elementares (neste caso simples aritmética), eu simplesmente misturei tudo e acabei alterando de tras para diante e de diante para tras a numeração deste site.
Esses números não são obviamente indispensáveis, e não servem para nada, apenas para satisfazer minha sensação de ordem no mundo e de linearidade -- a tal de flecha do tempo -- e para me indicar a quantas andamos de produtividade no trabalho.
O fato é que eu numero os meus trabalhos, originais e publicados, do contrário me perderia tal o volume produzido (devo ser um desses malucos stakhanovistas da escrita).
Comecei a fazer o mesmo nos meus diversos blogs, mas de vez em quando eu tropeço na numeração, por diversos motivos, entre eles o fato de incluir comentários a posts antigos, que de vez em quando figuram como cabeça de lista.
Vou tentar corrigir, mas se der muito trabalho (tenho de fazer um a um, obviamente), vou desistir.
Agurdem, impacientes, inclusive porque tenho de iniciar uma nova série, relatando minha viagem para o Oriente.
Eis o que escreveu um leitor tempos atras:
Paulo deixou um novo comentário...:
Almeida, não vou fazer um comentário sobre o post, não precisas nem publicá-lo. Acesso seu blog duas vezes por semana, vou à lanhouse, salvo a página num pendrive e leio o blog no pc de casa. Leio seu blog inteiro, mas de acordo com o sitemeter eu devo ser um daqueles internautas que tropeçam sem querer no blog, pois permaneço aproximadamente 10 segundos online. Bem, nessas idas e vindas, notei que suas postagens estavam em 13xx e quando fui acessar o blog novamente elas estavam já na casa dos 16xx. Depois da postagem 1361) Um Fórum Pela Liberdade de Expressão, vem a postagem 1662) A Arrogancia dos Engenheiros...
Se não houve um simples erro de digitação, onde estão as 300 postagens que faltam???
Obrigado pelo blog.
Postado por Paulo no blog Diplomatizzando... em Sexta-feira, Fevereiro 19, 2010 2:22:00 PM
De fato, por distração, pressa, falta de aulas de matemáticas elementares (neste caso simples aritmética), eu simplesmente misturei tudo e acabei alterando de tras para diante e de diante para tras a numeração deste site.
Esses números não são obviamente indispensáveis, e não servem para nada, apenas para satisfazer minha sensação de ordem no mundo e de linearidade -- a tal de flecha do tempo -- e para me indicar a quantas andamos de produtividade no trabalho.
O fato é que eu numero os meus trabalhos, originais e publicados, do contrário me perderia tal o volume produzido (devo ser um desses malucos stakhanovistas da escrita).
Comecei a fazer o mesmo nos meus diversos blogs, mas de vez em quando eu tropeço na numeração, por diversos motivos, entre eles o fato de incluir comentários a posts antigos, que de vez em quando figuram como cabeça de lista.
Vou tentar corrigir, mas se der muito trabalho (tenho de fazer um a um, obviamente), vou desistir.
Agurdem, impacientes, inclusive porque tenho de iniciar uma nova série, relatando minha viagem para o Oriente.
Eis o que escreveu um leitor tempos atras:
Paulo deixou um novo comentário...:
Almeida, não vou fazer um comentário sobre o post, não precisas nem publicá-lo. Acesso seu blog duas vezes por semana, vou à lanhouse, salvo a página num pendrive e leio o blog no pc de casa. Leio seu blog inteiro, mas de acordo com o sitemeter eu devo ser um daqueles internautas que tropeçam sem querer no blog, pois permaneço aproximadamente 10 segundos online. Bem, nessas idas e vindas, notei que suas postagens estavam em 13xx e quando fui acessar o blog novamente elas estavam já na casa dos 16xx. Depois da postagem 1361) Um Fórum Pela Liberdade de Expressão, vem a postagem 1662) A Arrogancia dos Engenheiros...
Se não houve um simples erro de digitação, onde estão as 300 postagens que faltam???
Obrigado pelo blog.
Postado por Paulo no blog Diplomatizzando... em Sexta-feira, Fevereiro 19, 2010 2:22:00 PM
2065) With a little help from my friends and readers...
Toda semana recebo do SiteMeter as estatísticas de visitas e páginas vistas neste blog, aparentemente em aumento constante e seguro.
Em todo caso, gostaria de agradecer, direta e pessoalmente, aos muitos leitores fiéis, aos comentaristas habituais (mesmo os anônimos), aos visitantes ocasionais, aos colaboradores voluntários e acidentais, enfim, a todos os que ajudaram, direta e indiretamente (tem aqueles que nem sabem que estão colaborando e eles serão provavelmente os mais numerosos), a fazer deste blog o que ele é, ou seja, um espaço livre, de informação, debate, interações, sobretudo de veiculação de ideias inteligentes neste vasto mundo cheio de decepções e frustrações com os muitos idiotas que nos governam e que ocupam espaços indevidos nos meios de comunicação.
Obrigado a todos, abaixo um resumo dos números:
Diplomatizzando
Estatística cumulativa (com algumas lacunas no meio):
18 de fevereiro de 2010: visits: 6,786; page views: 10,268; Average per Day: 313
25 de fevereiro de 2010: visits: 9,405; page views: 14,164: Average per Day: 374
4 de marco de 2010: visits: 12,147; page views: 18,078; Average per Day: 392
11 de março de 2010: visits: 14,724; page views: 21,709; Average per Day: 368
18 de março de 2010: visits: 17,684; page views: 25,776: Average per Day: 418
1 de abril de 2010: visits: 23,424; page views: 33,754; Average per Day: 390
22 de abril de 2010: visits: 34,466; page views: 50,057; Average per Day: 585
Recebido nesta última sexta-feira, 22.04.2010:
Visits
Total ....................... 34,466
Average per Day ................ 585
Average Visit Length .......... 2:10
This Week .................... 4,093
Page Views
Total ....................... 50,057
Average per Day ................ 879
Average per Visit .............. 1.5
This Week .................... 6,156
Preciso ainda conferir os temas mais frequentemente visitados e supostamente requisitados, para conferir o que anda em alta na minha bolsa particular, pois como recomendam os marketologos, tudo deve ser feito para atender à clientela...
Paulo Roberto de Almeida
(Shanghai, 23.04.2010)
Em todo caso, gostaria de agradecer, direta e pessoalmente, aos muitos leitores fiéis, aos comentaristas habituais (mesmo os anônimos), aos visitantes ocasionais, aos colaboradores voluntários e acidentais, enfim, a todos os que ajudaram, direta e indiretamente (tem aqueles que nem sabem que estão colaborando e eles serão provavelmente os mais numerosos), a fazer deste blog o que ele é, ou seja, um espaço livre, de informação, debate, interações, sobretudo de veiculação de ideias inteligentes neste vasto mundo cheio de decepções e frustrações com os muitos idiotas que nos governam e que ocupam espaços indevidos nos meios de comunicação.
Obrigado a todos, abaixo um resumo dos números:
Diplomatizzando
Estatística cumulativa (com algumas lacunas no meio):
18 de fevereiro de 2010: visits: 6,786; page views: 10,268; Average per Day: 313
25 de fevereiro de 2010: visits: 9,405; page views: 14,164: Average per Day: 374
4 de marco de 2010: visits: 12,147; page views: 18,078; Average per Day: 392
11 de março de 2010: visits: 14,724; page views: 21,709; Average per Day: 368
18 de março de 2010: visits: 17,684; page views: 25,776: Average per Day: 418
1 de abril de 2010: visits: 23,424; page views: 33,754; Average per Day: 390
22 de abril de 2010: visits: 34,466; page views: 50,057; Average per Day: 585
Recebido nesta última sexta-feira, 22.04.2010:
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Average Visit Length .......... 2:10
This Week .................... 4,093
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Average per Day ................ 879
Average per Visit .............. 1.5
This Week .................... 6,156
Preciso ainda conferir os temas mais frequentemente visitados e supostamente requisitados, para conferir o que anda em alta na minha bolsa particular, pois como recomendam os marketologos, tudo deve ser feito para atender à clientela...
Paulo Roberto de Almeida
(Shanghai, 23.04.2010)
2064) A politica externa do Foro de Sao Paulo (ou do Brasil)
Por que a nossa política externa é assim
João Mellão Neto
O Estado de S.Paulo, 23 de abril de 2010
Para aqueles que não conseguem entender qual é a lógica que preside as aparentemente tresloucadas opções de Lula no que tange à política exterior vai aqui uma pequena colaboração.
Como reza a sabedoria popular: "Se você vir uma tartaruga em cima de uma árvore, fique atento. Tartaruga não sobe em árvore. Ou foi uma enchente ou então foi mão de gente." Se algo parece não fazer sentido numa determinada situação, a dica é pesquisar o tema mais a fundo. É sempre positivo ter em mente que absurdo não existe. Chamamos de absurdo tudo aquilo que "não se encaixa". Geralmente é algo que provém de um ordenamento lógico cujo sentido não conhecemos.
Alguém, entre os leitores, já ouviu falar do Foro de São Paulo? Não se trata de nada clandestino. É uma entidade latino-americana que, manifestamente, busca congregar e apoiar todos os partidos e movimentos ditos "de esquerda" da América Latina. O foro já existe há quase duas décadas e se reúne com frequência anual. Falar dele é um tabu em boa parte da mídia brasileira, tão infestada por patrulhas ideológicas de todos os lados. Na internet, por exemplo, existem poucas referências ao tema, quase todas elas carregadas de conteúdo ideológico: ou se é contra ou a favor. Informações precisas e despidas de opiniões são raras.
Por essa razão é tão difícil abordar assuntos como o do foro. A entidade existe e tem até um site. Acessa-se por meio da página do Partido dos Trabalhadores (PT). Sua história é a seguinte.
O Foro de São Paulo nasceu aqui, na nossa cidade, em julho de 1990. Foi uma reunião internacional bancada pelo PT a partir de uma sugestão de Fidel Castro a Lula dada cerca de um ano antes.
Como é próprio da ideologia de seus membros, a partir de então não parou de crescer. Os seus membros se reúnem em congresso quase todos os anos - cada um numa cidade latino-americana diferente - e aprovam atas, com posicionamentos políticos válidos para todos. Um de seus idealizadores é Marco Aurélio Garcia, que, nos últimos anos, tem sido o principal formulador da política externa do nosso governo, principalmente no que diz respeito à América Latina.
O objetivo mais importante do foro é manter acesa a chama do socialismo no nosso sub-continente. A ideia do dito ex-presidente de Cuba, nos idos de 1990, foi, então, muito oportuna. O Muro de Berlim, construção que dividia a Alemanha em duas partes e era o principal ícone do antigo regime comunista soviético, caiu em novembro de 1989 - com o agravante de ter sido derrubado espontaneamente pelas suas próprias vítimas. Aquelas pessoas que pelo mundo abraçavam a causa socialista repentinamente ficaram órfãs. Seus ideais haviam sido cabalmente desmentidos pelos fatos. A proposta de Fidel, à época, era altamente auspiciosa: reunir todos os partidos e movimentos políticos da esquerda, na América Latina, para procurar estabelecer o diálogo entre eles e, a partir disso, a articulação e a coordenação de suas ações.
Foi, e tem sido, um enorme sucesso. Hoje em dia, não há organização política representativa de cunho socialista, em toda a América Latina, que não seja filiada ao Foro de São Paulo. Trocam, de modo permanente, ideias e impressões entre si e - o mais importante - falam todos, agora, a mesma língua.
Muitos chegaram ao poder, como é o caso de Lugo, no Paraguai, Ortega, na Nicarágua, Morales, na Bolívia, Correa, no Equador, e muitos mais. Outros tantos ocuparam o poder antes e, numa tentativa oportunista de apresentar ao mundo alguma justificativa ideológica para seus governos, trataram de se filiar ao foro. Um caso que todos conhecem bem é o de Hugo Chávez, na Venezuela - com o seu conceitualmente confuso "bolivarianismo". Outro que chegou atrasado foi o presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya.
O caso do Brasil é muito peculiar: foi aqui que o foro se viabilizou, beneficiando-se da infraestrutura oferecida pelo PT, já então um grande e representativo partido político. Luiz Inácio Lula da Silva tratou logo de abraçar a bandeira oferecida por Castro, que tinha também outro grande atrativo: caso o petista vencesse as eleições de 1990, contra Collor, o partido seria alçado à condição de grande líder das esquerdas da América Latina. O fato é que naquela ocasião Lula perdeu. Perdeu a Presidência da República e também a perspectiva de se tornar líder socialista do nosso sub-continente.
Já numa das primeiras assembleias anuais do foro ficou determinado, em ata, que era dever de todos os partidos e movimentos filiados defender o governo cubano e o seu líder, Fidel.
Em meados da década de 1990, Hugo Chávez se filiou ao movimento. Foi uma aliança benéfica para todos. Em troca de um pretexto e um aval ideológico consistente para o seu regime, ele vem usando as suas divisas internacionais, provenientes do abundante petróleo venezuelano, para ajudar a manter a economia cubana em pé e, também, estimular numerosos movimentos e partidos em toda a América Latina.
O PT perdeu a sua chance de liderar o foro. Agora, quem dá as cartas ali é o "bolivarianismo".
E o governo brasileiro, sob Lula, contenta-se apenas em seguir fielmente as diretrizes emanadas pela entidade.
Evidência disso é que Marco Aurélio Garcia ocupou, durante todos os últimos anos, o cargo de assessor especial da Presidência da República para assuntos externos e, a partir dessa condição, formulou livremente a nossa política diplomática para a América Latina.
O cidadão acaba de sair do governo para tentar alçar voos mais altos. Ele é, agora, o coordenador da campanha eleitoral da situação. No que depender dele, a nossa canhestra política externa vai ser, no futuro, ainda mais ideologizada do que é hoje.
Coitado do Brasil!
JORNALISTA, DEPUTADO ESTADUAL, FOI DEPUTADO FEDERAL, SECRETÁRIO E MINISTRO DE ESTADO
João Mellão Neto
O Estado de S.Paulo, 23 de abril de 2010
Para aqueles que não conseguem entender qual é a lógica que preside as aparentemente tresloucadas opções de Lula no que tange à política exterior vai aqui uma pequena colaboração.
Como reza a sabedoria popular: "Se você vir uma tartaruga em cima de uma árvore, fique atento. Tartaruga não sobe em árvore. Ou foi uma enchente ou então foi mão de gente." Se algo parece não fazer sentido numa determinada situação, a dica é pesquisar o tema mais a fundo. É sempre positivo ter em mente que absurdo não existe. Chamamos de absurdo tudo aquilo que "não se encaixa". Geralmente é algo que provém de um ordenamento lógico cujo sentido não conhecemos.
Alguém, entre os leitores, já ouviu falar do Foro de São Paulo? Não se trata de nada clandestino. É uma entidade latino-americana que, manifestamente, busca congregar e apoiar todos os partidos e movimentos ditos "de esquerda" da América Latina. O foro já existe há quase duas décadas e se reúne com frequência anual. Falar dele é um tabu em boa parte da mídia brasileira, tão infestada por patrulhas ideológicas de todos os lados. Na internet, por exemplo, existem poucas referências ao tema, quase todas elas carregadas de conteúdo ideológico: ou se é contra ou a favor. Informações precisas e despidas de opiniões são raras.
Por essa razão é tão difícil abordar assuntos como o do foro. A entidade existe e tem até um site. Acessa-se por meio da página do Partido dos Trabalhadores (PT). Sua história é a seguinte.
O Foro de São Paulo nasceu aqui, na nossa cidade, em julho de 1990. Foi uma reunião internacional bancada pelo PT a partir de uma sugestão de Fidel Castro a Lula dada cerca de um ano antes.
Como é próprio da ideologia de seus membros, a partir de então não parou de crescer. Os seus membros se reúnem em congresso quase todos os anos - cada um numa cidade latino-americana diferente - e aprovam atas, com posicionamentos políticos válidos para todos. Um de seus idealizadores é Marco Aurélio Garcia, que, nos últimos anos, tem sido o principal formulador da política externa do nosso governo, principalmente no que diz respeito à América Latina.
O objetivo mais importante do foro é manter acesa a chama do socialismo no nosso sub-continente. A ideia do dito ex-presidente de Cuba, nos idos de 1990, foi, então, muito oportuna. O Muro de Berlim, construção que dividia a Alemanha em duas partes e era o principal ícone do antigo regime comunista soviético, caiu em novembro de 1989 - com o agravante de ter sido derrubado espontaneamente pelas suas próprias vítimas. Aquelas pessoas que pelo mundo abraçavam a causa socialista repentinamente ficaram órfãs. Seus ideais haviam sido cabalmente desmentidos pelos fatos. A proposta de Fidel, à época, era altamente auspiciosa: reunir todos os partidos e movimentos políticos da esquerda, na América Latina, para procurar estabelecer o diálogo entre eles e, a partir disso, a articulação e a coordenação de suas ações.
Foi, e tem sido, um enorme sucesso. Hoje em dia, não há organização política representativa de cunho socialista, em toda a América Latina, que não seja filiada ao Foro de São Paulo. Trocam, de modo permanente, ideias e impressões entre si e - o mais importante - falam todos, agora, a mesma língua.
Muitos chegaram ao poder, como é o caso de Lugo, no Paraguai, Ortega, na Nicarágua, Morales, na Bolívia, Correa, no Equador, e muitos mais. Outros tantos ocuparam o poder antes e, numa tentativa oportunista de apresentar ao mundo alguma justificativa ideológica para seus governos, trataram de se filiar ao foro. Um caso que todos conhecem bem é o de Hugo Chávez, na Venezuela - com o seu conceitualmente confuso "bolivarianismo". Outro que chegou atrasado foi o presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya.
O caso do Brasil é muito peculiar: foi aqui que o foro se viabilizou, beneficiando-se da infraestrutura oferecida pelo PT, já então um grande e representativo partido político. Luiz Inácio Lula da Silva tratou logo de abraçar a bandeira oferecida por Castro, que tinha também outro grande atrativo: caso o petista vencesse as eleições de 1990, contra Collor, o partido seria alçado à condição de grande líder das esquerdas da América Latina. O fato é que naquela ocasião Lula perdeu. Perdeu a Presidência da República e também a perspectiva de se tornar líder socialista do nosso sub-continente.
Já numa das primeiras assembleias anuais do foro ficou determinado, em ata, que era dever de todos os partidos e movimentos filiados defender o governo cubano e o seu líder, Fidel.
Em meados da década de 1990, Hugo Chávez se filiou ao movimento. Foi uma aliança benéfica para todos. Em troca de um pretexto e um aval ideológico consistente para o seu regime, ele vem usando as suas divisas internacionais, provenientes do abundante petróleo venezuelano, para ajudar a manter a economia cubana em pé e, também, estimular numerosos movimentos e partidos em toda a América Latina.
O PT perdeu a sua chance de liderar o foro. Agora, quem dá as cartas ali é o "bolivarianismo".
E o governo brasileiro, sob Lula, contenta-se apenas em seguir fielmente as diretrizes emanadas pela entidade.
Evidência disso é que Marco Aurélio Garcia ocupou, durante todos os últimos anos, o cargo de assessor especial da Presidência da República para assuntos externos e, a partir dessa condição, formulou livremente a nossa política diplomática para a América Latina.
O cidadão acaba de sair do governo para tentar alçar voos mais altos. Ele é, agora, o coordenador da campanha eleitoral da situação. No que depender dele, a nossa canhestra política externa vai ser, no futuro, ainda mais ideologizada do que é hoje.
Coitado do Brasil!
JORNALISTA, DEPUTADO ESTADUAL, FOI DEPUTADO FEDERAL, SECRETÁRIO E MINISTRO DE ESTADO
2063) Arquivo do Itamaraty: CHDD - Emb. Alvaro da Costa Franco
Na continuidade do post anterior, transcrevo a matéria sobre o CHDD e seu diretor, o incansável Embaixador Alvaro da Costa Franco
Documentos de nervos e sangue
CHDD difunde um dos maiores acervos diplomáticos do país
Carlos Haag
revista Pesquisa Fapesp, 170 - Abril 2010

© Reprodução do livro Barão do Rio Branco - uma biografia fotográfica
"O documento é uma impressão da história e sua medida. Ele é a história com sangue e nervos.” Foi com essa visão que em 2000 o embaixador Álvaro da Costa Franco assumiu a direção do Centro de História e Documentação Diplomática (CHDD). “Não era o meu interesse prioritário de início, e o centro, naquela época, só existia no papel. Mas me envolvi muito no programa de conservação do acervo do Arquivo Histórico do Itamaraty (AHI) e senti a riqueza do que havia aqui, de quanto se podia fazer por aqui. Virei diretor para poder auxiliar o Ministério das Relações Exteriores, pois a função principal lá, afinal de contas, é fazer diplomacia e não conservar documentos. Eles precisavam de alguém para fazer isso aqui”, conta Costa Franco. O embaixador havia acabado de se aposentar e estava então à frente da Fundação Alexandre de Gusmão/MRE, à qual o CHDD é ligado. Durante um ano dirigiu um órgão de papel que analisava papéis até que em 2001 o centro passou oficialmente a existir, localizado no Palácio do Itamaraty, no mesmo corredor onde está o AHI, um dos mais ricos acervos sobre a história diplomática nacional. São três quilômetros de documentos com toda a correspondência diplomática do ministério e documentação variada, desde antes de 1822 até a década de 1960, quando Brasília foi inaugurada e parte mais recente dos arquivos foi levada para lá. “O CHDD existe para estimular os estudos sobre a história das relações internacionais e diplomáticas do Brasil e atua na criação e difusão de instrumentos de pesquisa, na edição de livros sobre história diplomática e na pesquisa e exposição sobre esse tema.”
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■ O Império da inovação
A ciência escondida nos arquivos do Itamaraty
O centro tem uma equipe jovem e modesta: são nove estagiários universitários e dois de nível médio, um pesquisador de história, um administrador e dois arquivistas. “Como não havia nada antes, o que eu fizesse já era alguma coisa. Mas eram tempos em que os patrocínios estavam em queda e aquela não era uma atividade que gerasse grande publicidade. Resolvi então assegurar a difusão para os historiadores e para os interessados da área por meio dos Cadernos do CHDD, a fim de criar algo que fosse contínuo, de engajamento duradouro”, conta o embaixador. Os Cadernos do CHDD são uma revista “quase um livro” com 400 páginas, semestral, que foi iniciada em 2002 e se encontra no seu décimo quinto número e se dedica à publicação de documentos e estudos sobre a história das relações internacionais. Neles é possível encontrar-se desde circulares do Ministério da Relações Exteriores nos anos polêmicos de 1930 a 1939 a textos inéditos do Barão do Rio Branco, escrevendo sob pseudônimo em sua juventude, passando por preciosidades como as memórias de Sérgio Teixeira de Macedo, um diplomata relembrando a sua infância nobre, que nem por isso o deixou escapar de uma educação das mais miseráveis. A revista é distribuída gratuitamente para universidades, bibliotecas, academias, institutos geográficos, entre outros, e pode ser lida, on-line, no site www.chdd.Funag.gov.br. “Ao publicar na internet, temos um impacto grande, bastando lembrar que devemos estar atingindo os cerca de 20 mil alunos de relações internacionais que existem no país atualmente”, lembra o diplomata. O detalhe fundamental é que toda a edição é feita pela mesma equipe jovem do centro, embora a impressão esteja a cargo da Fundação Alexandre de Gusmão (Funag), em Brasília. “Eu e os estagiários fomos aos poucos nos improvisando em editores para dar conta do material. Afinal são textos antigos que exigem muitas revisões e uma leitura cuidadosa para que cheguem ao final impecáveis. São edições modestas, mas que repercutem bastante junto a uma comunidade, porque atingem diretamente o público interessado em história das relações internacionais”, afirma. “Além disso, também fizemos várias edições organizadas por professores universitários que propõem temas e trabalham em conjunto com o centro, uma mostra do potencial da ligação entre o Ministério das Relações Exteriores e as universidades que pode ser realizado por intermédio do CHDD.” Além da revista, o CHDD também já editou mais de 20 livros, alguns com mais de um volume.
O CHDD também promoveu pesquisas sobre imagem e diplomacia desde o Segundo Reinado e levantou um grande número de imagens das revistas ilustradas publicadas no Rio durante o Império e durante a gestão do Barão do Rio Branco que era um voraz colecionador de recortes de jornal, entre os quais de caricaturas, incluindo as de imagens suas. Estão sendo fichadas as que retratam o Barão com vistas a publicação, possivelmente em 2012, centenário do seu falecimento. Em 2000 o centro organizou ainda a exposição O Barão e a caricatura, que circulou por Brasília, Curitiba, Rio Grande do Sul, São Paulo e deve ir ainda este ano para Manaus. Entre os projetos futuros do centro estão a publicação da correspondência de Domício Gama com Rio Branco, a missão especial do Visconde do Rio Branco ao Prata, a correspondência de Nabuco de Washington, a Conferência de Havana, a correspondência de Oliveira Lima de Tóquio, entre outros. Também aguarda publicação a pesquisa Inovações tecnológicas e transferências tecnocientíficas: a experiência do Império brasileiro.
“Tudo sobre a vida intelectual do Brasil com os países estrangeiros pode ser estudado nesses arquivos para além das relações diplomáticas e políticas”, acredita Costa Franco. “O diplomata segue uma carreira com muitas profissões e nesse trabalho junto ao centro pude ter contato e trabalhar com historiadores, professores, estudantes e ser um pouco como eles. Parcialmente, creio que consegui o que queria, mas ainda há muito a ser feito”, avalia. “História oral, por exemplo, é algo que precisamos fazer com urgência, recolher o depoimento de antigos diplomatas. Também organizar seminários, premiar trabalhos”, lamenta. Para o embaixador, porém, é preciso mais tempo e dinheiro. “Como se pode fazer história das relações internacionais se só trabalhamos uma das partes? O que acabamos tendo é uma visão unilateral por aqui pela falta de chances de sair e conhecer o que há em outros arquivos sobre o Brasil. Por exemplo: temos pistas fortes de que havia no Prata a ideia de que o Império brasileiro era frágil por causa do separatismo e do escravismo. Ou seja, se fôssemos invadidos ao sul logo haveria um movimento de separação e outro movimento de sublevação dos escravos e, pronto, cairia a monarquia brasileira, algo que explicaria a agressão paraguaia. Isso, porém, requer que visitemos mais arquivos na Argentina, no Paraguai, no Uruguai, certo?” Segundo ele, era preciso que se criassem bolsas para que se pudesse visitar arquivos no exterior. “Isso é algo que eu gostaria de ter feito durante a minha gestão, que agora se encerra, à frente do CHDD, para ter a visão do outro”, afirma. “Mas creio que consegui deixar com os jovens do centro o meu recado de que nós temos um compromisso: a maior honestidade intelectual possível e um grande respeito aos documentos.” Que, afinal, são de nervos e sangue.
Documentos de nervos e sangue
CHDD difunde um dos maiores acervos diplomáticos do país
Carlos Haag
revista Pesquisa Fapesp, 170 - Abril 2010

© Reprodução do livro Barão do Rio Branco - uma biografia fotográfica
"O documento é uma impressão da história e sua medida. Ele é a história com sangue e nervos.” Foi com essa visão que em 2000 o embaixador Álvaro da Costa Franco assumiu a direção do Centro de História e Documentação Diplomática (CHDD). “Não era o meu interesse prioritário de início, e o centro, naquela época, só existia no papel. Mas me envolvi muito no programa de conservação do acervo do Arquivo Histórico do Itamaraty (AHI) e senti a riqueza do que havia aqui, de quanto se podia fazer por aqui. Virei diretor para poder auxiliar o Ministério das Relações Exteriores, pois a função principal lá, afinal de contas, é fazer diplomacia e não conservar documentos. Eles precisavam de alguém para fazer isso aqui”, conta Costa Franco. O embaixador havia acabado de se aposentar e estava então à frente da Fundação Alexandre de Gusmão/MRE, à qual o CHDD é ligado. Durante um ano dirigiu um órgão de papel que analisava papéis até que em 2001 o centro passou oficialmente a existir, localizado no Palácio do Itamaraty, no mesmo corredor onde está o AHI, um dos mais ricos acervos sobre a história diplomática nacional. São três quilômetros de documentos com toda a correspondência diplomática do ministério e documentação variada, desde antes de 1822 até a década de 1960, quando Brasília foi inaugurada e parte mais recente dos arquivos foi levada para lá. “O CHDD existe para estimular os estudos sobre a história das relações internacionais e diplomáticas do Brasil e atua na criação e difusão de instrumentos de pesquisa, na edição de livros sobre história diplomática e na pesquisa e exposição sobre esse tema.”
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O centro tem uma equipe jovem e modesta: são nove estagiários universitários e dois de nível médio, um pesquisador de história, um administrador e dois arquivistas. “Como não havia nada antes, o que eu fizesse já era alguma coisa. Mas eram tempos em que os patrocínios estavam em queda e aquela não era uma atividade que gerasse grande publicidade. Resolvi então assegurar a difusão para os historiadores e para os interessados da área por meio dos Cadernos do CHDD, a fim de criar algo que fosse contínuo, de engajamento duradouro”, conta o embaixador. Os Cadernos do CHDD são uma revista “quase um livro” com 400 páginas, semestral, que foi iniciada em 2002 e se encontra no seu décimo quinto número e se dedica à publicação de documentos e estudos sobre a história das relações internacionais. Neles é possível encontrar-se desde circulares do Ministério da Relações Exteriores nos anos polêmicos de 1930 a 1939 a textos inéditos do Barão do Rio Branco, escrevendo sob pseudônimo em sua juventude, passando por preciosidades como as memórias de Sérgio Teixeira de Macedo, um diplomata relembrando a sua infância nobre, que nem por isso o deixou escapar de uma educação das mais miseráveis. A revista é distribuída gratuitamente para universidades, bibliotecas, academias, institutos geográficos, entre outros, e pode ser lida, on-line, no site www.chdd.Funag.gov.br. “Ao publicar na internet, temos um impacto grande, bastando lembrar que devemos estar atingindo os cerca de 20 mil alunos de relações internacionais que existem no país atualmente”, lembra o diplomata. O detalhe fundamental é que toda a edição é feita pela mesma equipe jovem do centro, embora a impressão esteja a cargo da Fundação Alexandre de Gusmão (Funag), em Brasília. “Eu e os estagiários fomos aos poucos nos improvisando em editores para dar conta do material. Afinal são textos antigos que exigem muitas revisões e uma leitura cuidadosa para que cheguem ao final impecáveis. São edições modestas, mas que repercutem bastante junto a uma comunidade, porque atingem diretamente o público interessado em história das relações internacionais”, afirma. “Além disso, também fizemos várias edições organizadas por professores universitários que propõem temas e trabalham em conjunto com o centro, uma mostra do potencial da ligação entre o Ministério das Relações Exteriores e as universidades que pode ser realizado por intermédio do CHDD.” Além da revista, o CHDD também já editou mais de 20 livros, alguns com mais de um volume.
O CHDD também promoveu pesquisas sobre imagem e diplomacia desde o Segundo Reinado e levantou um grande número de imagens das revistas ilustradas publicadas no Rio durante o Império e durante a gestão do Barão do Rio Branco que era um voraz colecionador de recortes de jornal, entre os quais de caricaturas, incluindo as de imagens suas. Estão sendo fichadas as que retratam o Barão com vistas a publicação, possivelmente em 2012, centenário do seu falecimento. Em 2000 o centro organizou ainda a exposição O Barão e a caricatura, que circulou por Brasília, Curitiba, Rio Grande do Sul, São Paulo e deve ir ainda este ano para Manaus. Entre os projetos futuros do centro estão a publicação da correspondência de Domício Gama com Rio Branco, a missão especial do Visconde do Rio Branco ao Prata, a correspondência de Nabuco de Washington, a Conferência de Havana, a correspondência de Oliveira Lima de Tóquio, entre outros. Também aguarda publicação a pesquisa Inovações tecnológicas e transferências tecnocientíficas: a experiência do Império brasileiro.
“Tudo sobre a vida intelectual do Brasil com os países estrangeiros pode ser estudado nesses arquivos para além das relações diplomáticas e políticas”, acredita Costa Franco. “O diplomata segue uma carreira com muitas profissões e nesse trabalho junto ao centro pude ter contato e trabalhar com historiadores, professores, estudantes e ser um pouco como eles. Parcialmente, creio que consegui o que queria, mas ainda há muito a ser feito”, avalia. “História oral, por exemplo, é algo que precisamos fazer com urgência, recolher o depoimento de antigos diplomatas. Também organizar seminários, premiar trabalhos”, lamenta. Para o embaixador, porém, é preciso mais tempo e dinheiro. “Como se pode fazer história das relações internacionais se só trabalhamos uma das partes? O que acabamos tendo é uma visão unilateral por aqui pela falta de chances de sair e conhecer o que há em outros arquivos sobre o Brasil. Por exemplo: temos pistas fortes de que havia no Prata a ideia de que o Império brasileiro era frágil por causa do separatismo e do escravismo. Ou seja, se fôssemos invadidos ao sul logo haveria um movimento de separação e outro movimento de sublevação dos escravos e, pronto, cairia a monarquia brasileira, algo que explicaria a agressão paraguaia. Isso, porém, requer que visitemos mais arquivos na Argentina, no Paraguai, no Uruguai, certo?” Segundo ele, era preciso que se criassem bolsas para que se pudesse visitar arquivos no exterior. “Isso é algo que eu gostaria de ter feito durante a minha gestão, que agora se encerra, à frente do CHDD, para ter a visão do outro”, afirma. “Mas creio que consegui deixar com os jovens do centro o meu recado de que nós temos um compromisso: a maior honestidade intelectual possível e um grande respeito aos documentos.” Que, afinal, são de nervos e sangue.
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