sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Um arquiteto vienense heterodoxo: Adolf Loos, na Columbia University

CURRENTS | Q+A

Reassessing an Uproar in Architecture

Robert Wright for The New York Times

Yehuda E. Safran organized the show on Adolf Loos at Columbia.

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Adolf Loos, the enigmatic Moravian-born architect, is better known for his writings than his buildings. A century after the publication of his polemical essay “Ornament and Crime,” a Columbia University exhibition called “Adolf Loos: Our Contemporary” examines his enduring relevance. Loos provoked a furor in 1910 with the severe facade of a men’s tailoring shop and apartment block facing the imperial palace in Vienna. It became known as “the house without eyebrows” for its lack of decoration, and Emperor Franz Josef was said to have drawn his carriage curtains when he rode past. By contrast, Le Corbusier acknowledged the Modern movement’s debt to Loos, saying he “scrubbed under our feet; it was a Homeric cleansing — precise, philosophical and logical.” Yehuda E. Safran, who organized the show, had more to say about him. (This interview has been condensed and edited.)

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Robert Wright for The New York Times

From left, a model of “Building H,” by Álvaro Siza, who was inspired by Loos; Loos’s Tristan Tzara House, 15 Avenue Junot in Paris, 1925-6; and Eileen Grey, Three-Story House after Adolf Loos’s Villa Alexander Moissi, Lido de Venezia, Italy, 1923.

Q. You interviewed influential architects around the world about Loos. What did you find? 

A. They were united in one thing: that Loos inspired them to keep a critical point of view, to take nothing for granted and to realize that architecture has its value insofar as it is a thought, not merely a thing.

Is this a difficult message now, when buildings are expected to make a huge visual splash?

In this respect Loos’s argument is not popular, but among the best architects it prevails.

Why has “ornament and crime” so often been misunderstood?

The essay developed out of a long series of lectures where he had to defend himself to authorities who refused a permit for the building opposite the palace. The authorities finally agreed to certify the building, provided flowerpots were attached to the windows. The Viennese public perceived the building as a kind of threat to their standing, to their way of life, to their basic beliefs.

Then it was used by modernists to promote minimalist design?

Yes and no, because after all, Loos never argued for the lack of ornament. He argued for the appropriate ornament. He believed it’s better to find the ornament in what exists already, to find ornament in material, for example in the surface of marble, the surface of different woods. If you see the photo of his own apartment, you see the carpets, the curtains, et cetera. One could by no stretch of the imagination see this as a lack of ornament.

Was Loos inconsistent?

There’s no contradiction. When the lack of ornament was more radically taken up by the Bauhaus, Loos was famous for having said that they made the lack of ornament into a new kind of ornament. Loos never contemplated a world bare of ornament.

In a book of essays accompanying the show, the Princeton historian Beatriz Colomina termed Loos’s obsession with design purity a “displacement” related to his sexual proclivities — he was briefly imprisoned for sex with minors — and said his critique of ornamentation stemmed from homophobia. Do you agree?

I love Colomina’s proclivities for gossip and stimulating argument, but it’s totally unfounded. In Loos’s library the most important section was Oscar Wilde, so to say that Loos is homophobic is absurd. He had many liabilities. Nobody could be referred to as without blemish. Who cares that he married three women that were so much younger than him?

What should people take away from this exhibition?

The inspiration for it came from a great Polish man of the theater called Jan Kott, who published in the 1960s an incredible book called “Shakespeare, Our Contemporary.” I have no illusion that Loos is the Shakespeare of architecture, but when you stage a Shakespeare play nowadays, nobody questions the wisdom of it, only what kind of interpretation. And in the most profound sense, the same is true for Loos. It’s very important for a new generation to appreciate how Loos has percolated throughout architecture culture ever since his death in 1933. 

Adolf Loos: Our Contemporary” is on view through Dec. 10 at the Arthur Ross Architectural Gallery, Columbia University, Buell Hall. Information: events.gsapp.org.


Meia-entrada: o Brasil como pais mentalmente atrasado

Senado aprova projeto que regulamenta meia-entrada

Texto agora segue para sanção da presidente Dilma Rousseff

fonte | A A A

O Senado aprovou nesta quarta-feira, 4, um projeto que regulamenta o direito à meia-entrada, alterando as regras para a concessão do benefício para espetáculos artísticos, culturais, esportivos e de entretenimento.

O projeto, que agora segue para sanção presidencial, prevê direito à meia-entrada para estudantes, deficientes e jovens de baixa renda com idades entre 15 e 29 anos.

Ainda de acordo com o texto, 40% dos ingressos disponíveis devem ser reservados para meia-entrada. A regra, no entanto, não vale para a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016.

Os idosos não foram incluídos na limitação de 40% dos ingressos. O Estatuto do Idoso determina que esse segmento tem direito a pagar 50% da entrada inteira em eventos e espetáculos. Desta forma, o total de ingressos de um espetáculo vendidos pela metade do preço poderá ultrapassar os 40%.

A proposta determina ainda uma mudança nas regras de emissão de carteirinhas de estudo. Agora, além da UNE, esses documentos também poderão ser emitidos pela Associação Nacional de Pós-Graduandos, a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas e as entidades estaduais e municipais filiadas a uma das três instituições.

E agora, a miseria politica brasileira - Reinaldo Azevedo

Já disse várias vezes e repito aqui: o Brasil não é tão atrasado materialmente, quanto o é mentalmente. Claro, não o Brasil brasileiro, pois ele é o que é, com suas virtudes e deficiências que todos conhecemos. Eu me refiro à suposta elite do país, seus políticos, seus acadêmicos, até seus capitalistas. O que vejo me desola: só constato mediocridades, infelizmente. 
Queremos ver o Brasil avançar?
Sinto muito, mas vai demorar um bocado...
Paulo Roberto de Almeida 

Direita já!

Reinaldo Azevedo
Folha de S.Paulo, 06/12/2013 
Ouvir o texto

Atentemos para o país que está à volta da Papuda, ou acabaremos reféns daquele Nosferatu, o morto-vivo que insiste em roubar nosso vigor, nosso tempo e o espaço do colunista. Por mim, ele trabalharia é no "Hotel Califórnia", o da lendária música dos Eagles, onde se pode entrar, mas não sair. Mas nada de certos aromas densos... Quem não conhece a canção tem agora a chance. Essa é do baú. Coisa de velho, meninos! Adiante.

O autor destas mal traçadas ficará feliz se estiver errado. Avalia que a presidente Dilma Rousseff vai se reeleger no ano que vem. Como não vê vantagem em confundir seu gosto pessoal (não votará nela de jeito nenhum!) com os fatos, escreve o que acha. A razão de seu realismo, nunca de seu desencanto, é que não acredita em candidatura de oposição sem valores de oposição.

Segundo pesquisa Datafolha, publicada por esta Folha no domingo, no cenário mais provável, se a disputa fosse hoje, Dilma seria reeleita no primeiro turno, com 47% dos votos. Aécio Neves ficaria em segundo, com 19%. Em terceiro, viria Eduardo Campos, com 11%. Há, como sempre, tempo o bastante para o inesperado, mas ele é insuficiente para plasmar uma nova esperança.

Que nova esperança? Em todo o mundo democrático, pobre ou rico, partidos da direita democrática, mais conservadores ou menos, disputam o poder e são bem-sucedidos. Depois de algum tempo, perdem para os "progressistas", que serão apeados mais adiante. A democracia não é finalista. Seu fim é uma economia dos meios. É modorrenta e fria. Política quente resulta em guilhotina, linchamento, suicídio, paredão ou condenação ao atraso eterno. A democracia é o regime dos homens aborrecidos. Também é coisa de velho. Por que nós a queremos? Para mantê-la.

O Brasil insiste em ser a exceção. A elite intelectual e a imprensa não sabem ou fingem não saber --pouco importa se é burrice ou má-fé-- a diferença entre direita democrática e extrema direita. Sufocam o debate com sua ignorância bem-intencionada, com sua má-fé ignorante e, às vezes, até com seu humor iletrado.

Extrema-esquerda e esquerda divergem nos métodos, não na ambição de subordinar a sociedade a um ente de razão que, num primeiro momento, a domine e, depois, a substitua, pouco importando se pensam num partido ou num conselho de sábios. Já a extrema direita é o avesso da direita democrática; a diferença é de essência, não de grau, como já demonstrou Olavo de Carvalho. Isso é história, não opinião. Procurem os respectivos manifestos dos vários fascismos do século passado. Seu verdadeiro inimigo é o liberalismo, não o comunismo, no qual os fascistas sempre reconheceram o queixo de papai... "Direita", no entanto, virou palavrão no Brasil. Na academia, o liberalismo é tratado como sinônimo de exclusão social.

Ocorre que a maioria da população, já evidenciou o Datafolha, se identifica mais com valores ditos de "direita" do que de "esquerda". Mas inexistem por aqui os republicanos, os conservadores ou os democratas-cristãos. As referências de progresso social e político de alguns dos nossos intelectuais não são os EUA, a Grã-Bretanha ou a Alemanha, mas a Venezuela, o Equador e Cuba.

Há muito tempo a oposição é prisioneira dessa falácia e não só evita o confronto de valores como aceita que o PT seja o seu juiz ideológico. Ao disputar o poder, perde-se num administrativismo etéreo. Alguns cronistas, achando que a rendição é insuficiente, recomendam-lhe que vá ainda mais para a esquerda e tente tomar do PT a bandeira do distributivismo da pobreza. Seria seu último suspiro.

"Você reclama do quê? O modelo funciona!" Quem dera! Teríamos ao menos uma escola melhor do que a do Cazaquistão. Mas ela é pior.
Direita já! Em nome do futuro.

twitter.com/reinaldoazevedo

reinaldo azevedo

Reinaldo Azevedo, jornalista, é colunista da Folha e autor de um blog na revista "Veja". Escreveu, entre outros livros, "Contra o Consenso" (ed. Barracuda), "O País dos Petralhas" (ed. Record) e "Máximas de um País Mínimo" (ed. Record). Escreve às sextas-feiras.

Pisa-Ocde: a miseria educacional brasileira, maior do que se imaginava...



Ciência é a pior área entre alunos brasileiros


País não avançou em três anos no Pisa


Ciências é a matéria em que os alunos brasileiros estão mais defasados em relação aos outros países, aponta o Pisa, exame internacional de estudantes.

Essa é a disciplina em que o país tem seu pior desempenho (59º entre 65 países). E ainda não obteve avanço nos últimos três anos (2009-2012). Em matemática, o Brasil foi o 58º; em leitura, 55º.

Os alunos avaliados, das redes pública e privada, têm entre 15 e 16 anos (ensino médio). Os dados foram divulgados anteontem pela OCDE, organização de países desenvolvidos que aplica a prova. Entre os seis níveis em que os alunos são distribuídos, o Brasil teve apenas 0,3% nos dois mais elevados em ciências. A média dos países desenvolvidos foi de 8,4%.

A maioria dos estudantes brasileiros ficou nos dois patamares mais baixos. Não souberam, por exemplo, explicar por que crianças e idosos são públicos prioritários na vacinação contra a gripe (a resposta é porque eles têm menos resistência ao vírus).

Para a diretora-executiva da ONG Todos pela Educação, Priscila Cruz, um dos motivos que podem explicar o baixo desempenho em ciências é a falta de ênfase no problema dessa disciplina. Em matemática, diz ela, as dificuldades foram notadas há mais tempo e, por isso, as médias têm aumentado.

A carência de laboratórios, o ensino muito teórico e a baixa atratividade da carreira docente são os fatores apontados pelo físico Luiz Davidovich, da diretoria da Academia Brasileira de Ciências.

"Há exceções, mas, de forma geral, não há estímulo à curiosidade, à criatividade."

(Folha de S.Paulo)

Dois em três alunos no Brasil não sabem frações e porcentagens


Resultado do Pisa 2012 mostrou que estudantes brasileiros de 15 anos também demonstram dificuldade em entender gráficos simples


Dois em cada três estudantes de 15 anos no Brasil não sabem trabalhar operações matemáticas simples como frações, porcentagem e relações proporcionais. Esse é um dos resultados do Pisa 2012, divulgado nesta terça-feira (04) pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE). Apesar de ser um dos países que mais apresentou avanços na matéria na última década, o Brasil ainda ocupa a 57ª posição dentre 65 nações avaliadas, com 391 pontos. No topo da tabela, a província chinesa de Xangai, aos 613 pontos.

Para comparar o desempenho de diversos sistemas de ensino pelo mundo, a OCDE determinou critérios comuns a serem avaliados, porém balanceados segundo a formação sócio-econômica dos participantes. A parte de Matemática, que foi o foco da prova do Pisa 2012, quis medir a capacidade dos estudantes para formular, empregar e interpretar a matemática em uma variedade de contextos do dia a dia, na resolução de problemas. Por isso, para os avaliadores, não basta que um aluno saiba somar e dividir, por exemplo, mas sim colocá-los em prática.

A partir da pontuação na prova, a OCDE estabeleceu seis níveis de rendimento, onde o seis é o nível máximo de conhecimento. No Brasil, mais de dois terços dos quase 20 mil estudantes que fizeram a prova ficaram na faixa que vai até o nível dois, ou seja, bem abaixo na tabela. Nesse nível, eles conseguem interpretar e reconhecer situações em contextos que exigem apenas a inferência direta, além de fazerem interpretação literal dos resultados. Mas para por aí. Mais de 65% dos estudantes brasileiros não conseguem analisar um gráfico ou uma situação do cotidiano e traduzir o problema para modelos matemáticos.

Como exemplo para explicar sua metodologia, a OCDE mostrou uma questão da prova de Matemática onde o aluno se depara um gráfico em plano cartesiano contendo quatro grupos de rock, segundo a quantidade de CDs vendidos por mês. A partir daí, foi pedido para que o aluno identificasse em qual mês uma determinada banda vendeu mais discos do que outra, tarefa considerada complexa para muitos dos brasileiros.

Para o diretor-adjunto do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), Cláudio Landim, o Brasil tem o que comemorar, sobretudo na parte mais baixa da tabela, os 10% piores, que melhoraram 100 pontos de 2003 a 2012. No entanto, Landim reconheceu que o país vive ainda uma situação "precária":

- Não saber usar frações ou porcentagens é cada vez mais grave, pois vivemos num mundo tecnológico, onde dominar essa operações é cada vez mais imperativo - argumenta o diretor do Impa.

Cláudio Landim também ressaltou que grande parte da dificuldade dos alunos em entender gráficos simples ou tabelas vem da deficiência em Leitura, outra área analisada pelo Pisa:

- Quando participamos da Olimpíada Brasileira de Matemática, percebemos que a dificuldade do aluno é compreender o que está sendo perguntado. É compreensão do texto, puramente isso. Uma grande parcela não consegue responder porque não entende o que está lendo. A compreensão textual tem impacto significativo na Matemática.

Com 391 pontos em Matemática, o Brasil ficou abaixo de vizinhos como o Chile, e de outros emergentes como a Turquia, 44ª no ranking, aos 448 pontos. Como para a OCDE, 41 pontos na tabela equivaleria a um ano de estudo formal, os alunos brasileiros teriam que estudar um ano a mais para alcançar o nível de seus colegas turcos, ou quase três anos para se aproximarem do nível do Vietnã, que ficou em 17º lugar, com 511 pontos. Já se a comparação for com os estudantes de Xangai, líderes na prova, o Brasil deveria recuperar cinco anos de atraso.

Preocupação na indústria
O desempenho do Brasil foi considerado preocupante pelo gerente-executivo de Estudo e Prospectiva da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Luiz Caruso. Segundo ele, as baixas na educação desses jovens podem impactar sobre o desenvolvimento da indústria no país.
- Quando estiverem no mercado de trabalho, eles terão mais dificuldade para absorver e trabalhar com novas tecnologias, o que impacta diretamente a produtividade e a competitividade do país. Sem uma educação básica de boa qualidade, a gente não tem cidadão e nem um bom trabalhador - avalia Caruso.

De acordo com Caruso, a realidade também merece atenção, se levado em consideração as oportunidades em educação profissionalizante, que vêm recebendo investimentos do governo:

- É difícil trabalhar com esses jovens, pois a educação profissional requer maior grau de complexidade. E como os jovens apresentam defasagem em disciplinas básicas como matemática e português, acaba sendo necessário sanar essas dificuldades durante o ensino médio, ocupando uma parte da carga horária que poderia ser destinada a fins mais específicos - afirma.

(Leonardo Vieira/O Globo)

As reações ao Pisa


Editorial do Estado de S.Paulo sobre o resultado do programa


Tão importante quanto os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), que mostraram como Xangai, Hong Kong, Cingapura e Coreia do Sul estão colhendo dividendos de seus investimentos na área da educação, por considerá-la decisiva para o desenvolvimento econômico da região, foram as reações dos demais países avaliados. Em alguns, como o Chile, que ficou em 51.º lugar em matemática e em 46.º em ciências, as autoridades educacionais pediram desculpas aos estudantes.

Em países como a Finlândia e a Alemanha, que ocuparam as primeiras posições nas edições anteriores do Pisa, a perda da liderança para os países asiáticos deflagrou acirradas polêmicas. Como o desempenho da economia finlandesa e da alemã é condicionado por sua capacidade de inovação tecnológica, as autoridades econômicas não esconderam o temor de que os resultados negativos do Pisa de 2012 afetem o desenvolvimento futuro dos dois países. O mesmo ocorreu nos Estados Unidos, cujos estudantes ficaram abaixo da média alcançada pelos países da OCDE. A maior economia do planeta não conseguiu ficar nem mesmo entre os 20 primeiros lugares no ranking de matemática e ciência. Pedagogos americanos lembraram que os estudantes dos países orientais se destacaram não só em matemática e ciências, mas, igualmente, em leitura. E também conseguiram exceder as informações aprendidas em sala de aula, usando o conhecimento com criatividade para lidar com problemas cotidianos.

Jornais americanos lembraram que essa habilidade era, até agora, associada ao modelo de ensino do Ocidente. Mostraram que os países asiáticos estabeleceram metas altas para sua rede escolar e indicaram os melhores professores para as salas de aula mais desafiadoras e os diretores mais competentes para as escolas mais problemáticas. Em editorial, o Wall Street Journal advertiu que os Estados Unidos estão correndo o risco de perder a liderança mundial no campo científico.

No Brasil, as reações foram diferentes. Preocupada com as dificuldades que os adolescentes terão para absorver tecnologia quando entrarem no mercado de trabalho, a Confederação Nacional da Indústria advertiu para o risco de perda de produtividade e competitividade do País por causa da má qualidade do ensino básico. Já o ministro da Educação, relevando o 58.º lugar ocupado pelo Brasil entre os 65 países, converteu o aumento da média dos estudantes brasileiros em matemática - de 356 pontos, no Pisa de 2003, para 391 pontos, em 2012 - em motivo de ufanismo. "Fomos o país em que os estudantes mais evoluíram, na década. Quando olhamos o filme, somos o primeiro da sala", disse Aloizio Mercadante.

Mas não há motivo para euforia. O avanço brasileiro partiu de um patamar muito baixo. "Como comemorar os pontos ganhos no Pisa de 2012, se o aumento na pontuação se deu com maior força entre os piores alunos, cuja nota média em 2003 equivalia a zero e hoje, dez anos depois, esse mesmo grupo ainda não é capaz de ler uma única informação em um gráfico de barras?", indaga Paula Louzano, da Faculdade de Educação da USP. É que apenas 0,8% dos estudantes brasileiros teve notas compatíveis com os níveis 5 e 6 da escala do Pisa, que identificam as competências para resolver questões mais complexas.

Por conveniência política, o ministro deixou de lado o fato de que 70% dos participantes brasileiros do Pisa de 2012 não ultrapassaram o nível 1 da escala de habilidade em matemática, que identifica a capacidade de resolver questões simples. Esses alunos não sabem, por exemplo, usar informações de uma tabela ou gráfico para calcular uma média ou tendência.

A prosperidade dos indivíduos, o sucesso das empresas e a riqueza das nações dependem dos investimentos em educação. A reação de muitos países desenvolvidos à sua queda no ranking do Pisa de 2012 mostra que eles sabem disso e que tomarão providências urgentes para voltar a disputar a liderança com os países orientais nas próximas edições do Pisa. Já no Brasil, onde a educação tem sido entregue a políticos profissionais, reações ufanistas dificilmente conseguirão levar essa área estratégica a dar um salto de qualidade.

(O Estado de S. Paulo)

OMC-Bali: nuestros hermanos e os aliados estrategicos, sabotando a conferencia

Índia consegue apoio da África do Sul e dos 'bolivarianos' na OMC
RAQUEL LANDIM
Folha de S. Paulo, 5/12/2013

Antes isolada nas negociações da Organização Mundial de Comércio (OMC), a Índia conquistou apoio de África do Sul, Namíbia, Zimbábue e dos países "bolivarianos": Venezuela, Cuba, Bolívia e Equador.

Em reunião realizada nesta quarta-feira (4) à tarde para tentar superar o impasse que ameaça de fracasso a conferência ministerial da OMC, esses países defenderam a demanda indiana de garantir o direito dos países pobres subsidiarem seus agricultores em programas de segurança alimentar.

A Argentina também demonstrou desconforto com o acordo de liberalização do comércio em discussão em Bali, mas por outro motivo. Os argentinos querem um compromisso concreto dos países em acabar com os subsídios à exportação de produtos agrícolas.

ACORDO DESBALANCEADO

No total, nove dos 55 países que participaram do encontro informal convocado pelo diretor geral da OMC, Roberto Azevêdo, afirmaram que o esboço do acordo costurado nas negociações prévias em Genebra está "desbalanceado".

Eles reclamaram que os países pobres serão obrigados a investir para desburocratizar suas aduanas e fronteiras, enquanto os ricos não estão fazendo o suficiente no outro braço da negociação, a agricultura.

Na OMC, as decisões são tomados por consenso, portanto, basta um país ser contra para acabar com o acordo. Desse grupo, apenas a Índia teria peso político para tomar essa decisão sozinha. No entanto, o apoio dos demais reforça a posição indiana.

Segundo apurou a Folha, Paquistão e Uruguai foram explicitamente contra a demanda indiana de uma "cláusula de paz" que permaneça até que seja encontrada uma solução para adequar os programas de segurança alimentar às regras multilaterais.

Para os uruguaios, a "trégua" precisa ter um prazo, porque senão se torna um "cheque em branco" para subsidiar. Os paquistaneses temem que o vizinho acabe exportando seus estoques de alimentos, deprimindo os preços pagos aos produtores agrícolas da região.

No encontro privado entre os ministros, os indianos mantiveram a mesma posição intransigente que demonstraram na reunião plenária de manhã. "A segurança alimentar não é negociável", disse Ahmad Sharma, ministro do Comércio da Índia.

Por enquanto, a Índia não colocou na mesa as "garantias" de que seus programas de segurança alimentar não vão distorcer o comércio mundial, conforme sinalizou na terça-feira (3) a brasileiros e sul-africanos. Eles podem se comprometer, por exemplo, a não exportar produtos destinados aos estoques de alimentos.

Já os Estados Unidos, que exigem um prazo de quatro anos para a "cláusula de paz", estão demonstrando mais flexibilidade. Eles reiteram que já cederam muito, mas abandonaram a postura de que "não mudariam uma linha" no acordo fechado em Genebra. Eles agora dizem que "não vão deixar de chegar a um acordo se houver algo razoável na mesa".

O Brasil assumiu o papel de mediador do acordo de Bali. Nesta quarta-feira (4), o chanceler Luiz Alberto Figueiredo esteve reunido com os ministros de Índia, África e com o diretor geral, Roberto Azevêdo. Um pouco antes, teve um encontro com o representante comercial dos Estados Unidos, Michael Froman. "Nós enfatizamos que estamos preparados para aceitar o pacote de Bali", disse Figueiredo.

NAS MÃOS DO DIRETOR GERAL

A medida que o tempo passa, aumenta a pressão dos países para que Azevêdo coloque na mesa de negociação um texto próprio para tentar alcançar o consenso. Mais de 30 países fizeram esse pedido ao diretor geral. "Chegou o momento do diretor geral apresentar um texto de aterrissagem. Conte conosco", disse o representante do Chile.

Pelo novo ritmo que imprimiu as negociações na OMC, Azevêdo tem bastante credibilidade para "colocar um papel na mesa", apesar do pouco tempo no cargo. Mas ele ainda não decidiu o que fazer. Todos os ex-diretores gerais que tomaram esse risco fracassaram, incluindo o francês, Pascal Lamy.


Em meio a sua mais grave crise, a OMC ganhou nesta quarta-feira um integrante. O Iêmen se tornou o 160º membro da entidade.

PISA-OCDE: a America Latina aprofunda sua miseria educacional, enquanto a Asia...

Bem, outro dia eu li uma carta de um leitor americano do New York Times, indignado com os resultados de Xangai, dizendo que os chineses estão trapaceando os resultados, já que se fizessem a média para toda a China, com os rurícolas menos afortunados nos estudos apresentando resultados muito baixos, o país também se situaria em patamares muito inferiores aos de Xangai, o primeiro lugar no PISA da OCDE.
Certamente.
Mas, pensei comigo mesmo: se cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, ou Buenos Aires fizessem avaliações separadas -- o que esses países têm o pleno direito de fazer -- aposto como os resultados seriam apenas um pouco superiores às médias nacionais respectivas, e ficariam muito abaixo de Xangai, que continuaria, portanto, em primeiro lugar da lista.
O fato é este: nossa educação não é só mediocre, ela é muito pior do que vocês podem imaginar, e vai continuar se deteriorando, graças às saúvas freireanas que dominam o MEC dinossauro e aos companheiros que controlam a educação brasileira. Estamos simplesmente retrocedendo, e vai continuar assim, em todos os níveis, do pré-primário ao pós-doc.
Nada poderá salvar a educação brasileira da mediocridade crescente, ao que se acrescenta a estupidez dos companheiros em matéria de padrões educacionais.
Paulo Roberto de Almeida

El informe PISA pone a América Latina de cara a la pared
Por Ana Mengotti
EFE, 5/12/2013

Bogotá - La última evaluación de la OCDE sobre el estado de la educación en el mundo pone de cara a la pared a los países latinoamericanos analizados y muestra que la bonanza económica no ha tenido su correlato educativo.

Aunque solo ocho países de la región están entre los evaluados en el informe PISA 2012, son lo suficientemente representativos como para generalizar sus preocupantes resultados, que muestran que a la educación no se le da en América Latina la relevancia que tiene.

La célebre frase "es la economía, estúpido", que se le atribuye a un asesor de Bill Clinton en la campaña electoral de 1992 para marcar lo verdaderamente importante, bien podría cambiarse en este caso por "es la educación, estúpidos".

A tenor de los resultados de PISA, los países de América Latina no han aprovechado el crecimiento económico ni la estabilidad política de los últimos años para dar un salto cualitativo en materia de educación, lo que sí han hecho los países asiáticos, que ocupan los primeros puestos de la tabla.

Argentina, Brasil, Colombia, Costa Rica, Chile, México, Perú y Uruguay están al final de la lista de los 65 países que participaron en este examen para evaluar los conocimientos en matemáticas, lenguaje y ciencias de los alumnos de 15 años.

El mejor situado de los ocho, en el puesto 51, es Chile, donde el tema educativo ha estado en el centro de la atención debido a las protestas estudiantiles en demanda de una educación gratuita y de calidad, y el peor, Perú, el último de la lista, en el puesto 65.

Entre uno y otro están México (53), Uruguay (55), Costa Rica (56), Brasil (58), Argentina (59) y Colombia (62), todos ellos con puntuaciones por debajo del promedio.

En la anterior prueba Pisa (Programa Internacional de Evaluación Estudiantil), dada a conocer en 2010, fueron evaluados los mismos países latinoamericanos salvo que en lugar de Costa Rica estuvo Panamá y los resultados fueron por el estilo a los de 2012.

La prueba promovida por la Organización para la Cooperación y el Desarrollo Económico (OCDE), formada por 34 países, solo dos de ellos latinoamericanos, Chile y México, tiene como objetivo determinar "qué saben los chicos de 15 años y qué son capaces de hacer con lo que saben".

En el informe la OCDE destaca la importancia de una buena formación en matemáticas de cara al futuro de los alumnos.

Precisamente las matemáticas son el "fuerte" de los países asiáticos. Los ocho mejor situados en la tabla de PISA sobre los conocimientos matemáticos son Shangai (China) con una puntuación de 613, Singapur (573), Hong Kong (561), Taipei (560), Corea del Sur (554), Macao (538) y Japón (536).

La puntuación de Shangai está 119 puntos por encima de la media de los países de la OCDE, que en conjunto invierten 230.000 millones de dólares al año en la enseñanza de esa ciencia en las escuelas, y 245 puntos por encima de la nota de Perú, el último de la fila y uno de los países latinoamericanos que ha desarrollado más lazos económicos y comerciales con la región de Asia Pacífico.

Perú y los otros miembros de la Alianza del Pacífico, que son México, Colombia y Chile, pretenden ser socios de Asia en una economía global y sin barreras.

Si así fuera, los chicos de 15 años de las dos regiones competirán entre ellos en el futuro y los chilenos, peruanos, mexicanos y colombianos estarán en inferioridad de condiciones respecto a los asiáticos.

"Una buena formación en matemáticas tiene un importante impacto en las oportunidades de un individuo en la vida. El informe muestra que tener unos conocimientos reducidos en matemáticas limita severamente el acceso de una persona a los puestos mejor pagados y más valiosos", dice la OCDE en el informe que acompaña la tabla.

Aunque el secretario general de la OCDE, el mexicano Ángel Gurría, señala que el informe PISA "no trata de dar lecciones a nadie", parece claro que los países asiáticos han dado una lección al resto.

El informe busca precisamente que los países tengan información acerca de las experiencias exitosas de otros países en materia educativa.

La selección y recompensa de los buenos profesores, la creación de un ambiente innovador en el colegio y emplear los recursos educativos de una manera equitativa entre las escuelas más y menos avanzadas son los elementos de los que se valen los países que están en primer lugar en la tabla.

Algunos de los Gobiernos de los países analizados han hecho autocrítica; otros han preferido callar o destacar algún aspecto positivo.


"No hicimos lo suficiente. Hay que hacer mucho más, el fenómeno es mucho más complejo", afirmó el presidente uruguayo, José Mujica. 

Las Falklands son... Britanicas - Joanisval Brito Goncalves (MercoPress)

Taking a positive Falklands message to Brazil
 MercoPress, 5/12/2013

“Unthinkable, unacceptable and unsupportable” was how Joanisval Brito Goncalves, Senior Legilslative Counselor for International Affairs and Defence Issues at the Brazilian Senate, described the Argentine government’s attitude to the Falkland/ Malvinas Islands in a press conference held in Stanley on Wednesday afternoon.

Mr Goncalves was part of a four-person delegation of Brazilian congressional advisors in the Falklands this week as guests of the Falkland Islands Government, along with Political Adviser for Senator Luiz Henrique da Silveira, Célia de Morais, Gustavo Bernard, advisor to Senator Ana Amelia, and Legislative Consultant in International Relations and National Defense of the Federal Senate, Clarita Maia Simon.

Speaking to representatives of local media, the Brazilian visitors exhibited a high degree of excitement about the possibility of cultural and commercial links developing between their country Brazil and the Falkland Islands, about which, as Célia de Morais admitted, almost nothing was known in her country.

Referring to the Falkland Islands as “a developing country” Clarita Maia Simon said that her country’s constitution included a positive duty to promote the self-determination of all the peoples of the geographical region to which Brazil and the Falkland Islands belong.

Referring to the Falkland Islands as “this pearl in the South Atlantic” which was clearly not Argentine, Mr Goncalves said that the delegation would be presenting an honest and un-biased report of their findings in the Falklands and would be hoping to bring “a different view” to their political masters back in Brazil.

Such is the lack of information about the Falkland Islands in Brazil that Célia de Morais said that on arrival the delegation had no idea of what they were going to find, but asserted that the visit represented “a seed which could produce much fruit.”

While admitting the pressure that Argentina could bring to bear on Brazil with regard to any development which might go against that country’s negative policy towards the Islands, and accepting that any change in these attitudes might take a long time, Gustavo Bernard said that, at the same time, the importance of Argentina to Brazil should not be over-estimated.


In terms of importance to the Brazilian economy, China was at this moment far more important than Argentina, which fact had not prevented Brazil also having a successful working relationship with Taiwan, a territory subject to a sovereignty claim by China. Finally the delegates said they could not foresee any situation in which Brazil would be party to a maritime blockade of the Islands.

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