quarta-feira, 9 de abril de 2014

Curso no Uniceub: Cinco requisitos para o crescimento sustentavel - Paulo Roberto de Almeida

Reproduzo abaixo o anúncio feito pela Secretaria dos programas de mestrado e doutorado em Direito do Uniceub (onde sou professor), sobre o seminário especial que darei durante minha breve estada no Brasil, em Brasília, na segunda quinzena do corrente mês de Abril. Depois acrescento mais algumas informações.

Seminário
Requisitos básicos para um crescimento econômico sustentado (9h)

Áreas: Políticas Públicas e Relações Internacionais
Professor: Dr. Paulo Roberto de Almeida
Datas: 28, 29 e 30 de abril de 2014
Horário: das 9h às 12h        
Local: Sala reuniões Multimeios  - Biblioteca

 Informações adicionais
- Para aproveitamento, de cada seminário são necessários 100% de presença e entregar resumo ou atividade que o professor definir (entrega até 06/06/2014);
- Leitura obrigatória antes dos seminários.

O programa do Seminário Especial encontra-se disponível no seguinte link: http://cl.ly/40142D1I1f0f

Textos oferecidos para leitura dos alunos e discussão em classe, encontram-se disponíveis como segue: 


1) ALMEIDA, Paulo Roberto de. “Políticas econômicas nacionais no contexto da globalização: a questão do desenvolvimento”, Revista Espaço da Sophia, vol. I, n. 11, fevereiro 2008,  ISSN: 1981-318X, 20 p; disponível: http://cl.ly/0A1V3o2X0u35 
2) –––––––– . “A Experiência Brasileira em Planejamento Econômico: uma síntese histórica”, 2004; disponível: http://www.pralmeida.org/05DocsPRA/1277HistorPlanejBrasil.pdf.
3) –––––––– . “Dinâmicas da economia no século XX”, in SILVA, Francisco Carlos Teixeira da (org.). O Século Sombrio: uma história geral do século XX. Rio de Janeiro: Campus-Elsevier, 2004, p. 47-70; disponível: http://www.academia.edu/5783550/040_Dinamicas_da_economia_no_seculo_XX_2004_.
4) BARRO, Robert J.; SALA-I-MARTIN, Xavier, Economic Growth. 2nd. ed.; Cambridge, Mas.: The MIT Press, 2003; Introduction, p. 1-22; disponível: http://cl.ly/3F193S3K3s17
5) JOHNSON, Harry C. “The Case For Flexible Exchange Rates”, Journal of the Federal Reserve Bank of St. Louis, June 1969, p. 12-24; available: https://research.stlouisfed.org/publications/review/69/06/Flexible_Jun1969.pdf





Retiro, do programa do seminário, esta informação:

Requisitos básicos para um crescimento econômico sustentado

EMENTA:
O seminário especial de Economia Política, no quadro da concentração em Direito e Políticas Públicas do programa de Mestrado e Doutorado em Direito, tem por objetivo aprofundar o conhecimento dos mestrandos ou doutorandos sobre os requerimentos básicos de um processo sustentado de crescimento econômico, base essencial de um processo inclusivo de desenvolvimento econômico e social. Ele vai tratar essencialmente da prática econômica dos Estados, com especial referência à experiência brasileira de desenvolvimento ao longo da últimas décadas, mas também se referirá aos elementos teóricos que sustentam as políticas econômicas, em escala macro, setorial ou de nível microeconômico. O seminário abordará, assim, tanto a parte conceitual, na qual serão expostas e discutidas as principais variáveis macroeconômicas, em termos teóricos, de um processo de crescimento sustentado, quanto uma parte especialmente referida aos processos registrados no caso do Brasil, com alguns exercícios comparativos sobre as políticas macroeconômicas e setoriais seguidas por países avançados e emergentes, seja os que apresentaram um bom desempenho no caminho do desenvolvimento, seja aqueles que registraram performances menos felizes.
            Serão discutidos conceitos e realidades relativas aos principais agregados econômicos e monetários, as teorias e as realidades do comércio internacional, ademais dos temas financeiros e de balanço de pagamentos. Para cada um dos pontos destacados para desenvolvimento analítico serão dados exemplos retirados da evolução econômica brasileira, assim como serão referidos dados e informações relativos à economia mundial. Os alunos tomarão conhecimento das principais bases de dados disponíveis, bem como dos sites dos principais organismos econômicos internacionais. As discussões em classe buscarão abordar os problemas econômicos correntes da agenda brasileira, com uma referência constante às medidas de política econômica adotadas pelo governo, bem como seu tratamento analítico, e crítico, com base nesses dados. Dois textos são fornecidos para leitura e discussão em classe.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:
I.           ESTABILIDADE MACROECONÔMICA: ELEMENTOS BÁSICOS
1)    Política Monetária: Inflação, emissões de moeda; Milton Friedman
2)    Política Fiscal: contas nacionais, tributação, dispêndio
3)    Política Cambial: taxa de câmbio, movimentos de capitais
4)    Da microeconomia à macroeconomia: progressos conceituais?

II.             MICROECONOMIA COMPETITIVA: PARA UMA ECONOMIA SADIA
5)    Os preços como sinalizadores de toda economia: Ludwig von Mises
6)    Poupança e investimento: o processo de crescimento
7)    O governo e as medidas de intervenção na economia: o caso do Brasil
8)    Políticas setoriais: industrial, comercial, agrícola
9)    Desemprego e mercado de trabalho: condicionantes e políticas de governo
10) Leis de concorrência, carteis, monopólios, regimes de concessão

III.           BOA GOVERNANÇA: INSTITUIÇÕES FAZEM A DIFERENÇA
11) Planejamento: uma ilusão do século XX?; Friedrich Hayek
12) Planejamento e mercados: políticas indutoras e promotoras de crescimento
13) Executivo, Legislativo, Judiciário, órgãos de controle
14) Uma instituição chamada Justiça do Trabalho: necessária
15) O Estado e seu papel no processo de desenvolvimento: o caso brasileiro

IV.           EDUCAÇÃO DE ALTA QUALIDADE: O PAPEL DO CAPITAL HUMANO
16)   Ensino primário universal e de boa qualidade: a base de tudo; Adam Smith
17)  Escola técnica profissionalizante: ganhos de produtividade
18) Terceiro ciclo: a necessidade de conexão universidade-indústria
19) Políticas tecnológica e de investimentos: abertura externa e regulação

V.             ABERTURA AO COMÉRCIO INTERNACIONAL E AOS INVESTIMENTOS
20) Política comercial: abertura externa, blocos econômicos, OMC; David Ricardo
21) Política financeira externa: balanço de pagamentos, câmbio, dívida externa
22) Crescimento e crise na economia mundial: a trajetória brasileira
23) O resto do mundo: balanço de pagamentos e economia internacional
24)  A globalização, os antiglobalizadores e os reticentes: mitos e crenças

O dominio de Cuba sobre a Venezuela (nao apenas ali) - Ibsen Martínez

Esglobal, 08 de abril de 2014


¿Cómo responde la sociedad venezolana a la injerencia del régimen castrista?

AFP/Getty Images
Activistas de la oposición marcha hacia la Embajada cubana en Caracas para protestar por la injerencia de Cuba en los asuntos internos de Venezuela, marzo de 2014

Hace poco menos de diez años, la creciente injerencia cubana en los asuntos de Estado venezolanos era soslayada prudentemente por los voceros de la oposición.
Denunciar el modo desembozado con que Hugo Chávez llegó a hablar de los destinos de la llamada “Revolución Bolivariana” como indisolublemente enlazados a la suerte de la Cuba de los Castro era, según muchos estrategas electorales de oposición, y para usar la expresión criolla, “gastar pólvora en zamuros”; esto es, dispararle a los buitres de la sabana. Algo no sólo ocioso, sino  potencialmente contraproducente.
La devoción popular por el caudillo –discurría la mayoría de la dirigencia opositora– ,su avasallante carisma, su amor reverencial por Fidel Castro y la revolución cubana no debían ser desafiados frontalmente en una contienda electoral.
Por aquel entonces ­hablo ya de 2007, bastante después del fracasado golpe de 2002 y de la huelga de la estatal petrolera que mantuvo en jaque al Gobierno por casi tres meses, entre diciembre de 2002 y marzo del año siguiente–, la buena voluntad que en los sectores más desposeídos de Venezuela concitaban los cooperantes cubanos en el área de la salud, era ostensiblemente uno de los grandes logros políticos de Chávez.
Aún hoy es amplio el consenso entre observadores y políticos de oposición en torno al provechoso acierto de Chávez al aceptar la ayuda cubana en el despliegue de planes de asistencia primaria en las desheredadas barriadas de los cerros caraqueños y de muchas localidades del interior. Aquella iniciativa, bautizada por Chávez como “Misión Barrio Adentro”, fue el inicio de la estrecha, y cada día mayor, vinculación entre Caracas y La Habana en el manejo de los asuntos públicos venezolanos.
Sin duda, la percepción general de que el Gobierno se ocupaba al fin de los excluidos de siempre, allegándoles el auxilio de la mitológica “medicina social” cubana hizo mucho por afianzar la popularidad de Chávez y el sostenido apoyo electoral al Ejecutivo. Seguirían otros convenios, mucho menos conspicuos, de mayor complejidad operativa y muchísimo más onerosos para el erario venezolano.
Para La Habana, ofrecer cooperación en el área de salud a otros países, pagadera en divisa dura, no era, por cierto, una novedad: tal ha sido uno de los tortuosos medios con que Cuba ha mitigado su improductividad, sometiendo a sus cooperantes a condiciones de esclavitud moderna. Pero sí lo fue la magnitud de los ingresos percibidos a cambio de enviar médicos, enfermeras, fisioterapeutas, optometristas, técnicos en cuidados ambulatorios e instructores.
La ayuda médica se convirtió, para la retórica chavista y consumo de sus bases sociales, en el invariable justificativo del colosal subsidio que Venezuela ha concedido a la calamitosa economía cubana durante la última década. El costo para el petroestado más antiguo del  hemisferio occidental, dueño de las reservas probadas de crudo más grandes del planeta, ha sido pasmosamente catastrófico.
Pese a la opacidad de las cuentas públicas venezolanas, diversas fuentes muy autorizadas, dentro y fuera del país, concurren en que el subsidio directo a Cuba puede andar hoy cerca de los 8.700 millones de euros anuales. Esto, sin contar los 100.000 barriles de crudo que llegan cada día a la isla desde hace más de una década. Cuba depende actualmente, de manera crucial, del subsidio venezolano.
La sola perspectiva de un cambio, no ya  de régimen, sino meramente de gobierno en Venezuela, es visto en La Habana como algo que debería impedirse a toda costa.
Quien dice cooperantes, dice hombres y mujeres; ¿de cuántos funcionarios cubanos acantonados en Venezuela estamos hablando?
La discrepancia entre las cifras ofrecidas por diversas fuentes  de oposición es tan grande que solo cabe ponderar los extremos. Números oficiales sitúan el número de cooperantes en 44.800,discriminados en una gama profesional que arropa médicos, enfermeros y entrenadores deportivos pero que deja sin especificar unos 11.000. Voces opositoras afirman que la cifras podrían duplicarse.
Un general retirado, Atonio Rivero, antiguo colaborador muy cercano a Chávez, declaró desde la clandestinidad para el periódico londinense Daily Telegraph que en Venezuela hay más de 100.000 cubanos y que, de ellos, 3.700 pertenecen a los servicios de inteligencia del celebérrimo G2.
Rivero se halla actualmente prófugo de la justicia militar y se ha unido al partido de Leopoldo López, el destacado líder encarcelado por el régimen de Maduro bajo la acusación de ser, junto con la diputada María Corina Machado, el principal instigador de la violencia callejera que azota Venezuela desde hace dos meses. A  Rivero se le persigue, justamente, por haber denunciado ante la Fiscalía de la Nación la injerencia cubana en los altos mandos de las Fuerzas Armadas.
Muerto Chávez, esta injerencia  ha cobrado preeminencia en el discurso opositor, entre otras razones, por el hecho  inocultable de ser Nicolás Maduro un “hombre de La Habana”, un cuadro formado políticamente en la isla durante los 80, mucho antes de la aparición de Hugo Chávez en el radar de los hermanos Castro; alguien, en fin, inconmoviblemente leal a los designios e intereses de la dictadura isleña.
La sabiduría  convencional reduce los términos de intercambio entre Cuba y Venezuela a una inecuación en la que Caracas subsidia la inviabilidad terminal del sistema económico cubano mientras Cuba pone la seguridad e inteligencia policiales del régimen.
Hace poco, la diputada María Corina Machado convocó en la capital venezolana una multitudinaria marcha de repudio a la presencia cubana en el país. El predicamento que goza hoy la causa anticubana habría sido impensable en tiempos de Chávez. 
En efecto, las protestas, motivadas por la acogotante inseguridad, el desabastecimiento y la corrupción, coinciden con una perceptible caída del apoyo a Maduro en las encuestas más serias, la del IVAD ( Instituto Venezolano de Análisis de Datos) y la conducida por el respetado experto en demoscopia Alfredo Keller.
Entre el 62% y el 72% piensa que Venezuela está a las puertas de un colapso económico. El 51% está convencido de que la responsabilidad es del Gobierno. El 57% piensa que de Maduro directamente. El 63% tiene una visión desfavorable de Cuba, país al que acusan de haber convertido a Venezuela en una colonia de la isla caribeña con el objeto de saquearla. Apenas el 16% culpa a los empresarios y el 8% a los Estados Unidos. Sólo el 31% simpatiza con el régimen comunista creado por los hermanos Castro.
Mal momento para poner en práctica la metodología cubana de aplastamiento de toda forma de oposición.
Esta ha sido, sin embargo, la ocasión en que la mano de Cuba ha salido de la penumbra mediática en que, astutamente, se había mantenido hasta ahora, para hacerse sentir en la calle. Maduro se ha enfrentado a las protestas imbuido de una brutal doctrina represiva fidelista que, a todas luces, no funciona al aplicarse a la sociedad venezolana, de historia política y talante mucho más insumiso que la cubana. Pese a la creciente cifra de muertes (40, al redactarse esta nota) atribuidas a las paramilitares bandas motociclistas, las guarimbas, como aquí se llama a la barricada callejera que cada noche enfrenta los gases lacrimógenos y las perdigonadas de la Guardia del Pueblo y las balas de los paramilitares, lejos de languidecer, cobran mayor fuerza.
Por cuánto tiempo más se prolongará esta singular crisis de ingobernabilidad es algo que tal vez ni siquiera las omniscientes “salas situacionales” que el G2 mantiene en el palacio de Miraflores podrían decir a ciencia cierta, pero lo cierto es que para muchos opositores venezolanos, y para usar una expresión cubana, “lo mejor de todo es lo malo que se está poniendo”.

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A grande pensadora do PT - Milton Pires

Sai Marilena Chaui, muito complicada, prolixa demais, com aquela linguagem empolada, que não se coaduna mais aos novos tempos.
Entra uma rainha do funk, a nossa pensadora universal que vai redimir todos os excluídos da linguagem universitária, muito complicada para os primatas que nos governam...
Paulo Roberto de Almeida

DANDO A LUZ AO PT

Milton Pires

Valesca dos Santos (Rio de Janeiro, 6 de outubro de 1978), mais conhecida pelo nome artístico de “Valesca Popozuda” ou apenas Valesca, é uma cantora, compositora, produtora e empresária brasileira. Foi vocalista do grupo feminino “Gaiola das Popozudas” entre 2000 e 2012 até a metade de 2013, sendo uma das responsáveis por tornar o funk carioca dissipado e conhecido em todo o Brasil. Em 2013 lançou-se em carreira solo com a canção "Beijinho no Ombro", que atingiu a décima segunda posição na Billboard Brasil.
Esse primeiro parágrafo é uma das maravilhas permitidas pelo famoso Ctrl+C. Tudo o que fiz foi isso: entrar na Wikipédia para saber, afinal de contas, alguma coisa a respeito dessa moça, copiar e iniciar o texto. O que vou escrever a seguir nada se relaciona com ela e muito pouco diz respeito a isso que vem sendo chamado de funk music. A ideia aqui é bem diferente: Antonio Kubitschek é o nome do professor que elaborou uma prova de filosofia da Escola de Ensino Médio 3, no Distrito Federal, e nela havia uma questão que chamava Valesca Popozuda de "grande pensadora contemporânea" - sobre isso eu acho que faz sentido escrever.
Antes de começar gostaria de chamar a atenção para uma atitude da própria Valesca que, segundo o Jornal O Globo, se disse “muito honrada” pela citação em uma prova de filosofia. Tal gesto reflete, ao meu ver, a sensação de estranhamento, a ideia de distância de uma pessoa que, independente do seu caráter ou de sua atividade profissional, jamais imaginou pertencer, ela mesma, ao mundo da alta cultura ou dos grandes pensadores. Em outras palavras eu diria o seguinte: mesmo sem ter conversado com Valesca ou com o “professor de filosofia” que fez a questão, eu imagino que nenhum dos dois se conhecia antes disso e que a moça jamais quis ser citada nem pediu ou pagou ninguém para que a letra de sua música se tornasse uma pergunta de prova.
Fácil seria escrever dizendo que não existe mais pensamento crítico no Brasil. Isso eu já fiz antes e se o fizesse novamente aqui, nesse artigo, correria o risco de passar àquele que lê a impressão do temido discurso “moralista”, “conservador” ou “reacionário” daqueles que acreditam num ensino de filosofia “distanciado da realidade” e “vinculado às elites.” Nada sei sobre ensinar filosofia. Sequer graduado sou nessa área do conhecimento e o que escrevo não tem relação com a minha condição de médico. É como brasileiro que tento me expressar...é como alguém que não perdeu (ainda) a noção da realidade e que tem perfeitamente guardada a distinção entre a alta cultura e a vulgaridade..entre a arte e o apelo comercial. Acredito ter como parceira nessa empreitada a própria Valesca dos Santos que, no seu sentimento de lisonja, revelou toda estupefação de quem jamais pretendeu ser fonte de reflexão alguma..e que na sua gratidão revela a ingenuidade de quem foi usada por mais um militante petista dentro da educação brasileira.
Não tenho, nem nunca tive, qualquer procuração para defender os pensadores desse país. Não conheço Valesca e nada sei do seu caráter. Não gosto daquilo que ela canta, mas isso nada tem a ver com o ensino de filosofia no Brasil. Digo apenas que a própria filosofia nasceu da “capacidade do espanto”... da curiosidade sobre o mundo, sobre o sentido da vida e de como vivê-la da melhor e mais justa forma. O questionamento sobre a verdadeira arte e sobre a noção do belo somaram-se à essas primeiras indagações dos gregos e vem atravessando o tempo como objeto de investigação filosófica.
Tudo o que se faz hoje em termos culturais é reflexo de um Brasil em que não há mais espanto algum..em que a própria noção do belo desapareceu e onde a vulgaridade, o apelo rasteiro à sexualidade, e ao sucesso comercial são aquilo que restou. Nem Valesca nem a maioria dos artistas que cantam o tipo de música que ela celebra pretenderam jamais ser mais do que isso. A crise moral ou cultural não começou com eles; começou dentro das Universidades e das escolas que se entregaram completamente ao domínio de um Partido Político e a um projeto de poder no qual o belo e o justo são o que servem à Revolução..
Valesca e os MC's dos bailes funks nasceram no mesmo país que deu ao mundo a música de Villa- Lobos, a pintura de Portinari, e a escultura do Aleijadinho. Toda tragédia do pensamento brasileiro não está nos bailes das favelas do Rio de Janeiro; está na Educação que, em nome de um delírio revolucionário, acabou com a distância que havia entre o juízo crítico e a obscenidade cultural dos mais pobres. Nossa miséria continua original: segue autêntica e sem pretensão alguma. Ela nunca se “prostituiu” como como disseram que Valesca fez.
Nada seria mais justo do que o funk brasileiro agradecer cantando nas suas letras a “filosofia vagabunda” da nossa Universidade. Valesca, queiram ou não, continua sendo verdadeira, mas a nossa cultura foi estuprada num baile em 1968, engravidou da revolução e morreu dando à luz ao PT.

Porto Alegre, 9 de abril de 2014.

Politica economica: o governo volta a fazer populismo cambial (desta vez para baixo)? - Celso Ming

Uma das mais contundentes acusações dos petistas contra os tucanos, quando os primeiros estavam ainda na oposição -- ou seja, no Ancien Régime tucanês, antes do "nunca antes" do glorioso regime lulista -- era que os segundos praticavam, além da submissão ao FMI, "populismo cambial", ou seja, deixavam que o real se valorizasse além da conta, para agradar a classe média -- que sempre adorou ir a Paris uma vez por ano, ou passear duas vezes por ano na Disney World de Orlando -- e para dar a impressão de que os brasileiros estavam mais ricos.
Sumidades econômicas como Mercadante e Guido Mantega gritavam nos jornais contra os riscos do "populismo cambial", que segundo eles iria acabar com a nossa indústria e jogar o Brasil novamente nos braços do FMI.
Pois bem, nunca antes no Brasil houve uma valorização do real tão forte quanto no governo Lula, com as sumidades acima concordando com o novo populismo cambial.
Agora se faz a política inversa: se usa o câmbio para combater a inflação, que eles mesmos provocaram com o seu populismo do crédito e manipulação de preços e tarifas (Petrobras, sistema elétrico, etc.).
Ou seja, os companheiros não sabem o que fazer, e por isso dão uma no cravo e outra na ferradura, apenas mostrando a cavalgadura que são.
Paulo Roberto de Almeida

Âncora cambial

09 de abril de 2014
Celso Ming - O Estado de S.Paulo
Ontem, as cotações do dólar no câmbio oficial chegaram a recuar para abaixo de R$ 2,20. A queda acumulada no ano é de 6,4%. Apenas nos seis primeiros dias úteis de abril, alcança 2,7% (veja o gráfico).
No ano passado o governo Dilma se empenhou para produzir o efeito contrário, ou seja, puxar para cima as cotações do dólar de maneira a encarecer importações e dar mais competitividade à indústria. Agora festeja a queda das cotações. O momento é de uso do câmbio como âncora de preços. O Banco Central (BC) está deixando que o dólar fique mais barato para, com isso, reduzir a inflação. Já não se importa em reduzir a volatilidade, desta vez para baixo.
Essa baixa (valorização do real) não era esperada. Ao contrário, o governo se preparara para a tal tempestade perfeita, cujo efeito principal seria a forte desvalorização do real. Mas não veio a tempestade. O Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) está sendo mais cuidadoso na sua política monetária, para não produzir vagalhões. Voltaram a sobrar dólares. A política de juros no Brasil favorece a entrada de moeda estrangeira por aqui porque ficou mais vantajoso tomar empréstimos lá fora a juros baixos para comprar reais, aplicá-los no mercado financeiro interno e ter bom lucro com isso.
Por aí se vê que o jogo virou e o quadro passou a ser de abundância de dólares. Sabemos que o governo e o BC passaram a tirar proveito dessa queda das cotações para combater a inflação não só porque estão comemorando, mas pelo jeito de administrar a política cambial.
Foi para responder à ameaça de tempestade perfeita que o BC adotou uma política de leilões de swap cambial e de venda de dólares, a fim de fornecer hedge (defesa) às empresas com compromissos em moeda estrangeira e impedir a disparada do câmbio. O quadro mudou, como se viu, e, no entanto, o BC continua mantendo os leilões, como se nada tivesse acontecido.
Tudo se passa como se agora o governo tivesse outro objetivo: o de impedir a cavalgada dos preços. A derrubada das cotações do câmbio barateia em reais as importações e, assim, concorre para segurar a inflação. De quebra, reduz em reais a conta da Petrobrás com importação de óleo diesel que está sendo queimado nas termoelétricas para suprir a quebra de produção de energia pelas hidrelétricas. O efeito colateral é a redução da capacidade de exportar da indústria nacional. Mas, aparentemente, o governo não está ligando para esse impacto sobre as empresas. Elegeu como prioridade segurar a inflação e deixou para depois o desempenho da indústria.
Os cálculos que correm no mercado são de que, em 12 meses, uma redução das cotações do dólar concorre para tirar 0,45 ponto porcentual da inflação. Pode ser o suficiente para evitar o estouro do teto da meta, que é de uma inflação de 6,5% em cada ano-calendário.
Sobram perguntas sem respostas: (1) até que nível o BC deve tolerar a escorregada do dólar?; (2) a âncora cambial é suficiente para evitar o estouro da meta, considerando-se o salto dos preços dos serviços acima dos 8% ao ano?; e (3) até quando perdurará a nova abundância de moeda estrangeira nos mercados?

O que nos distingue das especies animais ou de certa "popozuda"? (estou falando de um livro...)

Sempre recebo, quase diariamente (daily@delanceyplace.com), extratos selecionados de livros recentemente publicados através do site Delancey Place, que todo mundo pode assinar (www.delanceyplace.com).
Pois bem, o livro selecionado nesta quarta-feira, 9 de Abril de 2014, é um sobre o surgimento da linguagem e sobre como esse fator nos permitiu, melhor dito, permitiu a certos hominídeos, nos distinguir dos demais espécies de primatas superiores, adquirindo uma alavanca e uma ferramenta poderosa para estabelecer a cooperação entre membros da mesma espécie, para defesa conjunta contra predadores e, portanto, conquista do meio ambiente e seleção natural em direção de um futuro de sobrevivência e progresso.
Eu disse progresso?
Sim, mas esta é uma palavra iluminista que não precisa ser dominante o tempo todo.
Em alguns casos pode haver retrocesso, ou involução, como observado no recente caso de uma prova de colégio em Brasília, onde um professor, que não honra seu nome de família (de um ex-presidente, o que justamente construiu Brasília, aliás contra o orçamento, e sem orçamento), propôs como questão algo relacionada ao caráter de grande pensadora do Brasil, quem sabe da Humanidade, certa representante da espécie que deve sua sobrevivência na selva atual de predadores de mercado mais a certos atributos físicos do que propriamente a sua capacidade cognitiva ou dons de linguagem. Acho que me fiz entender.
Mas, o que mais me choca não é a "popozuda" em questão, ou mesmo o professor primário que colocou uma questão indecente, e incompreensível para primatas superiores, a alunos inocentes da mesma espécie.
O que me chocou, sobremaneira, foi o "debate" que se seguiu, inclusive televisionado ou rádio-difundido. O que ouvi, ou li, de representantes de uma outra espécie superior, a de supostos acadêmicos do terceiro ciclo (ou o que passa por isso), foi a defesa feita desse professor primata por universitários primatas, que tampouco parecem dominar adequadamente os dons da linguagem adquiridos por nossos ancestrais 200 ou 300 mil anos atrás.
Foi a confirmação definitiva de que eu necessitava para continuar assegurando que a educação brasileira não corre nenhum risco de melhorar, e que ela só pode continuar alegremente seu caminho para o brejo.
Como diria alguém, que país é este?
Que futuro pode ter um país que tem primatas não superiores no ensino superior?
Paulo Roberto de Almeida

This Fleeting World
David Christian

Today's selection -- from This Fleeting World by David Christian. We have always grasped to define what characteristic it is, if anything, that distinguishes humans so markedly from other species. Attempted answers to this question have included our use of tools, our brain size, our bipedalism, but as our study of other species has become more sophisticated, those answers have proven inadequate. Our current answer is our use of symbolic language. The first evidence of this characteristic is from 200,000 to 300,000 years ago -- which may be the point at which the species of humans as we know them began to emerge:

"At the moment, the most powerful marker, the feature that distinguishes our species most decisively from closely related species, appears to be symbolic language. Many animals can communicate with each other and share information in rudimentary ways. But humans are the only creatures who can communicate using symbolic language: a system of arbitrary symbols that can be linked by formal grammars to create a nearly limitless variety of precise utterances. Symbolic language greatly enhanced the precision of human communication and the range of ideas that humans can exchange. Symbolic language allowed people for the first time to talk about entities that were not immediately present (including experiences and events in the past and future) as well as entities whose existence was not certain (such as souls, demons, and dreams). 

"The result of this sudden increase in the precision, efficiency, and range of human communication systems was that people could share much more of what they learned with others; thus, knowledge began to accumulate more rapidly than it was lost. Instead of dying with each person or generation, the insights of individuals could be preserved for future generations. 

"As a result, each generation inherited the accumulated knowledge of previous generations, and, as this store of knowledge grew, later generations could use it to adapt to their environment in new ways. Unlike all other living species on Earth, whose behaviors change in significant ways only when the genetic makeup of the entire species changes, humans can change their behaviors significantly without waiting for their genes to change. This cumulative process of 'collective learning' explains the exceptional ability of humans to adapt to changing environments and changing circumstances. It also explains the unique dynamism of human history. In human history culture has overtaken natural selection as the primary motor of change. 

The 'Florisbad Skull' classified as Homo helmei

"These conclusions suggest that we should seek the beginnings of human history not only in the anatomical details of early human remains, but also in any evidence that hints at the presence of symbolic language and the accumulation of technical skills. [Archeological] findings ... link the earliest evidence of symbolic activity (including hints of the grinding of pigments for use in body painting) and of significant changes in stone tool technologies with the appearance of a new species known as 'Homo helmei,' The remains of this species are so close to those of modern women and men that we may eventually have to classify them with our own species, Homo sapiens. The earliest anatomical, technological, and cultural evidence for these changes appears in Africa between 200,000 and 300,000 years ago." 

Inflacao: a teoria, os fatos, e os inventores fantasistas - Alexandre Schwartsman

Desde abril de 2013 o BC elevou a taxa Selic de 7,25% para 10,75% ao ano, mas a inflação permanece alta e há receio que possa, inclusive, ultrapassar o máximo permitido (6,5%) ao final deste ano. Em face disto há quem se pergunte se teria havido algum enfraquecimento recente dos mecanismos de transmissão de política monetária, pois no passado uma variação semelhante da Selic foi efetiva para reduzir a inflação.

Neste sentido, o artigo de Yoshiaki Nakano (“Juro alto não derruba a inflação”, Valor Econômico, 18/03/2014) se revela uma contribuição inestimável. Não, é bom deixar claro, por resolver o problema, mas porque é difícil conceber uma coluna que cometa tantos equívocos em tão pouco espaço. São estas atrocidades que, por seu caráter didático, nos permitem iluminar algumas das dificuldades hoje enfrentadas pelo BC.

A principal atrocidade é sua afirmação sobre a ineficácia da política monetária. Segundo Nakano, a causa da desinflação observada entre 2004 e 2006 teria sido apenas a apreciação cambial.

Por outro lado defende que o único critério de verdade é a correspondência da teoria com a realidade, o que nos oferece uma oportunidade reveladora de ver como a teoria que ele critica se comporta na prática.



Assim sendo, o convido a examinar o gráfico aqui exposto, que mostra forte relação negativa entre a taxa real de juros e a inflação, com defasagem de 18 meses. Em linguagem de gente, taxas de juros mais altas estão associadas a inflação futura mais baixa e vice-versa.


 Vale notar que usamos o “núcleo” de inflação, ou seja, uma medida não afetada por preços de alimentos ou pelos preços administrados (muito embora a relação permaneça válida caso usemos a inflação “cheia”). A vantagem desta medida é retirar, a priori, possíveis fontes dos “choques de oferta” que tanto o preocupam (exceto, é claro, quando o governo reduz tarifas de energia ou ônibus e controla os preços dos combustíveis, mascarando a verdadeira inflação).

Esta evidência sobrevive também a testes mais sofisticados, sugerindo que as “versões enviesadas” da teoria que Nakano menciona parecem se corresponder com a realidade muito melhor do que ele imagina. Tão bem, aliás, que oferecem uma pista valiosa para a solução da aparente ineficácia recente.

Com efeito, diz a teoria (e a evidência) que o nívelda inflação depende donível da taxa real de juros. Não há, pois, razão para esperar que um aumento da taxa de juros de 2% para 5% a.a. tenha o mesmo efeito sobre a inflação que a elevação de, digamos, 5% para 8% a.a., ainda que a variação (3 pontos percentuais) seja a mesma, fenômeno devidamente esquecido pelo articulista. Simplesmente a inflação que decorre de juro real de 5% a.a. é mais alta do que a resultante de juro real de 8% a.a.

Deve também ter sido por esquecimento (ou desconhecimento de como operava nosso regime de metas) que Nakano apresenta como “novidade” a ideia de basear as decisões de taxa de juros nas projeções de inflação e não na inflação passada. Como se o BC não fizesse menção às suas previsões de inflação a cada ata, nem publicasse trimestralmente seus valores numéricos (e intervalos de confiança!), projeções que, em outros tempos, eram o principal norte da política monetária.

Já a proposta de ter como meta apenas a inflação de preços livres, descartando os administrados, parece ignorar que os primeiros têm superado os últimos desde 2010. Caso seguisse a sugestão de Nakano, a política monetária teria que ser mais apertada do que foi, certamente não o que ele tinha em mente ao formular a proposta.

Chega a ser surpreendente que, num debate importante como o que hoje se trava, haja intervenções que se revelam primárias no entendimento tanto da teoria como dos fatos que circundam a operação do regime de metas no país. Nada contra palpiteiros, mas um tanto de estudo antes me parece absolutamente essencial.

Eppur si muove...

(Publicado 26/Mar/2014)

Brazil, em Indiana: terra natal de um sindicalista mafioso; qualquer semelhanca...

Eu já estive em Brazil, uma vez, e fiz um desvio de algumas dezenas de milhas, entre Indianapolis e Chicago, apenas para conhecer essa cidadezinha, que se atravessa em menos de 5 mns de carro.
Não sabia que um outro sindicalista mafioso tinha nascido ali.
Agora sei: mafiosos podem nascer em qualquer lugar, no Brazil, no Brasil, wherever...
Paulo Roberto de Almeida 

Lula, o Jimmy Hoffa brasileiro

Coluna Polibio Braga, 8/04/2014

Cada vez mais, o ex-presidente Lula parece querer passar à história não como o líder operário que chegou à presidência da República do seu país, mas como uma figura infinitamente menor e maculada pelo que existe de pior na vida pública, do qual o melhor exemplo está na figura de James Riddle "Jimmy" Hoffa, sindicalista americano arrivista e corrupto, envolvido com a máfia, cujo sonho maior era chegar à Casa Branca.
Como ex-presidente do Sindicato Nacional dos Motoristas de Caminhão dos Estados Unidos, Jimmy Hoffa foi um dos mais poderosos e polêmicos líderes sindicais daquele país. Sua gestão no sindicato, que contava com cerca de dois milhões de integrantes, entre 1957 e 1971, foi marcada por denúncias de corrupção e práticas de intimidações. Em 1967 foi condenado a 13 anos de prisão sob acusação de suborno, estelionato e malversação de fundos de aposentadoria do sindicato.
Em 30 de julho de 1975, Hoffa desapareceu depois de almoçar com três pessoas ligadas à máfia, em um restaurante no subúrbio de Detroit. Seu corpo nunca foi encontrado, e em 1982 foi declarado legalmente morto.
Voltando à Lula; um ex-presidente se envolver abertamente em movimentos tentando impedir a investigação de um colossal esquema de corrupção, a exemplo do que já havia feito durante o mensalão, é se reduzir historicamente e se colocar no mesmo nível de um Jimmy Hoffa. Com a diferença que o povo brasileiro, aparentemente, não corre o menor risco de ver Lula desaparecer misteriosamente, a exemplo do sindicalista americano.
Curiosidade: James Riddle "Jimmy" Hoffa nasceu em 1913 em uma cidade chamada Brazil, no Estado americano de Indiana, e mudou-se aos sete anos, após a morte do pai, para Detroit, polo industrial e automobilístico americano, tendo abandonado a escola aos quatorze anos.
Luiz Inácio "Lula" da Silva nasceu em 1945, em Garanhuns, no Estado brasileiro de Pernambuco, e mudou-se aos sete anos, após o sumiço do pai, para São Paulo, polo industrial e automobilístico brasileiro, tendo abandonando a escola aos quatorze anos.

Qualquer semelhança pode ser mera coincidência. Ou não.

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Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...