sábado, 5 de julho de 2014

Ironias da espionagem entre aliados: sempre tem alguma surpresa - Alemanha-EUA

Perguntar não ofende, ou imaginar não custa nada: quantos agentes duplos existiriam no caso da relação EUA-Brasil?
E não seriam agentes triplos? Os companheiros exibem uma tal sede de enriquecer rapidamente, que não podemos excluir nada, nem mesmo gente que trabalha para três potências ao mesmo tempo (ainda que um ou outra não seja exatamente uma potência, apenas um "amigo" de tempos amargos...).
Paulo Roberto de Almeida

El País, 5/07/2014

Um escândalo com grande potencial destrutivo acaba de estourar em Berlim. Em um momento em que o Governo alemão parecia decidido a virar a página das escutas no celular da chanceler Angela Merkel e recuperar as boas relações com Washington, a detenção de um agente duplo ameaça reavivar os problemas diplomáticos entre as duas potências. A procuradoria federal informou nesta sexta-feira que na quarta passada foi preso um alemão de 31 anos que trabalhava ao mesmo tempo para os serviços secretos de seu país e para os dos Estados Unidos. O paradoxo é que o suposto espião passava informações, entre outros assuntos, sobre as atividades do comitê parlamentar criado precisamente para investigar as escuras realizadas durante anos pela agência de segurança norte-americana.
Pouco depois de a notícia ser divulgada, Berlim reagia com um golpe sobre a mesa. “O Ministério de Relações Exteriores convocou hoje o embaixador dos EUA em Berlim, John Emerson, para manter uma conversação sobre o caso”, publicou o ministério em sua conta oficial do Twitter. O Governo pediu ao embaixador “uma explicação rápida”, acrescentava um porta-voz oficial. Esse passo dado pelo ministério dirigido pelo social-democrata Frank-Walter Steinmeier é menos agressivo que uma hipotética convocação de seu embaixador para consultas, mas constitui de todas as formas um claro sinal da indignação que se apodera de Berlim.
O comitê que investiga as escutas também foi espionado
Merkel foi informada da detenção na quinta-feira, o mesmo dia em que manteve uma conversa telefônica com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Trata-se do mesmo homem que em janeiro se comprometera a não voltar a espionar a chefe do Governo alemão. O porta-voz da chanceler se apressou a tachar o ocorrido como “muito grave”. Ao mesmo tempo, os social-democratas, parceiros do Governo de grande coalizão, exigiram explicações imediatas do que o jornal Süddeutsche Zeitung, de Munique, considerou que poderia ser “o maior escândalo envolvendo um agente duplo depois da Segunda Guerra Mundial”.
O comunicado da procuradoria não dá margem a dúvidas. “Tramitou uma ordem de prisão pela suspeita de que o acusado trabalhava para um serviço de inteligência estrangeiro”, diz. O detido, segundo diversos órgãos da mídia alemã, tinha vendido à Embaixada norte-americana informação procedente da comissão parlamentar que investiga o escândalo das escutas telefônicas levado a cabo pela NSA, a Agência de Segurança Nacional, dos EUA.
O jornal Bild adiantava que o detido atuou como agente duplo durante os últimos dois anos e que poderia ter furtado 218 documentos confidenciais. “O empregado do serviço de inteligência alemão entrou em contato em 2012 com a Embaixada dos Estados Unidos em Berlim para lhe oferecer documentos interessantes”, explica o jornal popular. Em troca desses papéis o jovem alemão teria recebido 25.000 euros (75.200 reais) dos serviços secretos norte-americanos. Ele também entrou em contato com os russos, mas não chegou a fechar um acordo com eles.
O agente vendeu à Embaixada dos EUA 218 documentos furtados
O comitê parlamentar que pode ter sido espionado não quis convocar no mês passado o ex-analista da NSA que vazou informações sobre as escutas norte-americanas, Edward Snowden, para uma audiência no Bundestag. Apesar dos protestos da oposição de verdes e esquerdistas, os partidos da base governista – os democrata-cristãos e social-democratas– desistiram assim de jogar sal na ferida aberta no final do ano passado, quando se descobriu que nem mesmo Merkel estava a salvo da espionagem norte-americana. A decisão de não levar Snowden a Berlim desanuviava a frente política, mas não a judicial. O procurador federal, Harald Range, anunciou em 4 de julho a abertura de uma investigação sobre as escutas. É no marco desse processo que na quarta-feira foi detido o agente alemão que vendia informações sensíveis ao amigo americano.
É cedo para calcular as repercussões que o novo escândalo pode ter nas relações entre Merkel e Obama, dois líderes que nos últimos meses, forçados por crises como a da Ucrânia, haviam recuperado uma comunicação fluida. Pareciam distantes aqueles dias de finais do ano passado nos quais a chanceler, pressionada pela indignação nacional, enviara a Washington uma delegação para exigir explicações. Mas a revelação de que os responsáveis por investigar a espionagem eram por sua vez espionados ameaça voltar a esquentar a situação.
“O Governo alemão vai esperar para conhecer os resultados da investigação. Se for preciso tomar decisões em conformidade, isso será feito, mas por hora será preciso esperar”, respondia ontem o porta-voz de Merkel. Mais direto se mostrava o deputado verde, membro do comitê parlamentar que investiga as escutas, Konstantin von Notz, que recordava que, segundo a Constituição, o Parlamento é o responsável por controlar os serviços de espionagem. “Embora só pela tentativa de alterar esse princípio, essa é uma questão que merece uma dura resposta diplomática”, acrescentava.
Casa Branca se esquiva de comentar a suposta trama
A Casa Branca se esquivou nesta sexta-feira de responder sobre a detenção na Alemanha de um espião que supostamente trabalhava para os Estados Unidos. “Não temos nenhum comentário a fazer”, reagiu por correio eletrônico Caitlin Hayden, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional.
A prisão do duplo agente ameaça tensionar as relações entre ambos os países, deterioradas pelas revelações do último ano sobre a espionagem da NSA (a sigla em inglês da Agência de Segurança Nacional). “Não posso censurá-la por se sentir ofendida”, admitiu há alguns meses o presidente Barack Obama, depois da revelação de que a NSA havia grampeado o telefone da chanceler Angela Merkel. Na quinta-feira Obama e Merkel falaram por telefone. No resumo da conversa apresentado pela Casa Branca não consta a abordagem da prisão do espião nem as escutas da NSA.
A Alemanha vem tentando negociar, sem sucesso, um acordo de não agressão em matéria de espionagem entre ambos os países, semelhante ao que os EUA têm desde a II Guerra Mundial com o Reino Unido, Canadá, Austrália e Nova Zelândia. Esses países mantêm o compromisso de não espionar uns aos outros e de compartilhar informações. O diário The Washington Post revelou esta semana um documento oficial que cita os países nos quais a NSA tem autoridade para espionar. São 193. Somente quatro não figuram na lista: os parceiros de Washington na aliança de espionagem.
Obama reconheceu o dano à confiança mútua causado pelo escândalo da NSA e garantiu que essa agência não espionaria mais a chanceler Merkel nem outros líderes de países amigos. Mas esse compromisso não inclui nem os parceiros de Merkel nem seus ministros nem outros altos funcionários do Governo alemão. A NSA se reserva o direito de continuar agindo em território alemão, do mesmo modo que fazem agências estrangeiras nos EUA.
A espionagem entre amigos é uma realidade assumida pelos EUA e a maioria dos Estados. Nos EUA está preso Jonathan Pollard, um cidadão norte-americano condenado à prisão perpétua em 1987 por espionar para Israel, um dos aliados mais estreitos de Washington. Em outro caso famoso, o Governo francês expulsou em 1995 o chefe da CIA em Paris por espionagem comercial.

Como diz uma velha máxima da espionagem, os serviços secretos não têm amigos: só têm objetivos.

Milionarios do mundo: despikettyzando a riqueza mundial

De repente, em virtude das "descobertas" econômicas de um desses iluminados que resolvem reinventar a pólvora, parece que o problema mais grave do mundo é a desigualdade distributiva, ou seja, o fato de que grande parte da riqueza esteja concentrada em poucas mãos (e bolsos, ou melhor, contas bancárias e títulos em carteira).
Não, não é. O mundo nunca teve tantos milionários e tão rapidamente. E o fato de que eles concentrem parte substancial da riqueza global não representa, tampouco, um problema, pois a dinâmica de sua criação demonstra claramente que muito mais gente está sendo capaz de aceder a patamares mais altos de riqueza do que jamais ocorreu antes na história econômica mundial. Ou seja, o "problema" da "concentração de renda" é um falso problema, por qualquer lado que se examine. 
Está mais do que na hora de "despikettyzar" o debate, e colocá-lo em termos corretos, quais sejam: como aumentar a renda de todos, em níveis razoáveis, não diminuir a renda dos megabilionários, o que reduziria a dinâmica da criação de riqueza. 
A existência de milhões de milionários e de um punhado de megabilionários é extremamente saudável para a prosperidade de todos os seres humanos. Só ingênuos, ignorantes e socialistas acham que isso é negativo. 
Não é, ao contrário: é muito promissor para o futuro da prosperidade mundial. Cada vez mais, um maior número de pessoas vai querer ser milionário. Essa coisa de igualitarismo ou é ingenuidade ou é inveja...
Paulo Roberto de Almeida 

The World’s Millionaire Stock Is on the Rise

The world’s “millionaire club” grew faster than most economies in 2013.

Credit: sapfir - Shutterstock.com

Takeaways


  • About a third of global private wealth goes to .19% of the world’s population.
  • Despite global economic crises, the world has more millionaires than ever before.
  • One global growth rate has not decreased - the growth rate of people with a net-worth of a million or more.

1.Altogether, there were 13.73 million millionaires in the world in 2013, compared to 11.97 million in 2012.
2.The number of millionaires worldwide rose by 14.7% between 2012 and 2013, about five times the estimated 2.9% rate of global economic growth.
3.The 28% increase in global stock market value in 2013 boosted the number of millionaires worldwide.
4.Even with the ranks of the world’s millionaires swelling, they make up only 0.19% of the global population.
5.However, the assets of the world’s 13.73 million high-rollers hit a record high of $52.6 trillion in 2013, or about a third of global private wealth.
6.The financial wealth of the world’s millionaires has increased by 60% since the financial crisis of 2008.
7.Despite the rapid growth in the number of Chinese millionaires, most millionaires still come from the developed countries.
8.Japan alone has 2.33 millionaires, more than Africa (140,800), Latin America (542,200), the Middle East (569,300) and China (758,000) combined.
Sources: Capgemini’s World Wealth Report 2014, with additional analysis by The Globalist Research Center.


sexta-feira, 4 de julho de 2014

Comunismo: entre a teoria e o real, o Brasil esta chegando ao real - Olavo de Carvalho

Agradeço ao Douglas Emerick por ter me chamado a atenção para este artigo, com o qual concordo em suas linhas básicas.
Paulo Roberto de Almeida

O comunismo real

Olavo de Carvalho

Diário do Comércio, 7 de abril de 2014

Nos dicionários e na cabeça do povinho semi-analfabeto das universidades, a diferença entre capitalismo e comunismo é a de um “modo de produção”, ou, mais especificamente, a da “propriedade dos meios de produção”, privada num caso, pública no outro. Mas isso é a autodefinição que o comunismo dá a si mesmo: é um slogan ideológico, um símbolo aglutinador da militância, não uma definição objetiva. Se até os adversários do comunismo a aceitam, isto só prova que se deixaram dominar mentalmente por aqueles que os odeiam – e esse domínio é precisamente aquilo que, no vocabulário da estratégia comunista, se chama “hegemonia”.

Objetivamente, a estatização completa dos meios de produção nunca existiu nem nunca existirá: ela é uma impossibilidade econômica pura e simples. Ludwig von Mises já demonstrou isso em 1921 e, após umas débeis esperneadas, os comunistas desistiram de tentar contestá-lo: sabiam e sabem que ele tinha razão.

Em todos os regimes comunistas do mundo, uma parcela considerável da economia sempre se conservou nas mãos de investidores privados. De início, clandestinamente, sob as vistas grossas de um governo consciente de que a economia não sobreviveria sem isso. Mais tarde, declarada e oficialmente, sob o nome de “perestroika” ou qualquer outro. Tudo indica que a participação do capital privado na economia chegou mesmo a ser maior em alguns regimes comunistas do que em várias nações tidas como “capitalistas”.

Isso mostra, com a maior clareza possível, que o comunismo não é um modo de produção, não é um sistema de propriedade dos meios de produção. É um movimento político que tem um objetivo totalmente diferente e ao qual o símbolo “propriedade pública dos meios de produção” serve apenas de pretexto hipnótico para controle das massas: é a cenoura que atrai o burro para cá e para lá, sem que ele jamais chegue ou possa chegar ao prometidíssimo e inviabilíssimo “modo de produção comunista”.

No entanto, se deixaram a iniciativa privada à solta, por saber que a economia é por natureza a parte mais incontrolável da vida social, todos os governos comunistas de todos os continentes fizeram o possível e o impossível para controlar o que fosse controlável, o que não dependesse de casualidades imprevisíveis mas do funcionamento de uns poucos canais de ação diretamente acessíveis à intervenção governamental.

Esses canais eram: os partidos e movimentos políticos, a mídia, a educação popular, a religião e as instituições de cultura. Dominando um número limitado de organizações e grupos, o governo comunista podia assim controlar diretamente a política e o comportamento de toda a sociedade civil, sem a menor necessidade de exercer um impossível controle igualmente draconiano sobre a produção, a distribuição e o comércio de bens e serviços.

Essa é a definição real do comunismo: controle efetivo e total da sociedade civil e política, sob o pretexto de um “modo de produção” cujo advento continuará e terá de continuar sendo adiado pelos séculos dos séculos.

Aprática real do comunismo traz consigo o total desmentido do princípio básico que lhe dá fundamento teórico: o princípio de que a política, a cultura e a vida social em geral dependem do “modo de produção”. Se dependessem, um governo comunista não poderia sobreviver por muito tempo sem estatizar por completo a propriedade dos meios de produção. Bem ao contrário, o comunismo só tem sobrevivido, e sobrevive ainda, da sua capacidade de adiar indefinidamente o cumprimento dessa promessa absurda. Esta, portanto, não é a sua essência nem a sua definição: é o falso pretexto de que ele se utiliza para controlar ditatorialmente a sociedade.

Trair suas promessas não é, portanto, um “desvio” do programa comunista: é a sua essência, a sua natureza permanente, a condição mesma da sua subsistência.

Compreensivelmente, é esse mesmo caráter dúplice e escorregadio que lhe permite ludibriar não somente a massa de seus adeptos e militantes, mas até seus inimigos declarados: os empresários capitalistas. Tão logo estes se deixam persuadir do preceito marxista de que o modo de produção determina o curso da vida social e política (e é quase impossível que não acabem se convencendo disso, dado que a economia é a sua esfera de ação própria e o foco maior dos seus interesses), a conclusão que tiram daí é que, enquanto estiver garantida uma certa margem de ação para a iniciativa privada, o comunismo continuará sendo uma ameaça vaga, distante e até puramente imaginária. Enquanto isso, vão deixando o governo comunista ir invadindo e dominando áreas cada vez mais amplas da sociedade civil e da política, até chegar-se ao ponto em que a única liberdade que resta – para uns poucos, decerto – é a de ganhar dinheiro. Com a condição de que sejam bons meninos e não usem o dinheiro como meio para conquistar outras liberdades.

Ao primeiro sinal de que um empresário, confiado no dinheiro, se atreve a ter suas próprias opiniões, ou a deixar que seus empregados as tenham, o governo trata de fazê-lo lembrar que não passa do beneficiário provisório de uma concessão estatal que pode ser revogada a qualquer momento. O sr. Silvio Santos é o enésimo a receber esse recado.

É assim que um governo comunista vai dominando tudo em torno, sem que ninguém deseje admitir que já está vivendo sob uma ditadura comunista. Por trás, os comunistas mais experientes riem: “Ha! Ha! Esses idiotas pensam que o que queremos é controlar a economia! O que queremos é controlar seus cérebros, seus corações, suas vidas.”

E já controlam.

O projeto totalitario do PT - Olavo de Carvalho

Antes de rejeitar o artigo e o autor como sendo de "direita", caberia ler e refletir sobre o que eles dizem.
Não concordo, por exemplo, com a afirmação de que o PT pretende instalar o comunismo no Brasil, pois sendo assim, ademais do rótulo de totalitários, o que os companheiros são inequivocamente, estaríamos atribuindo a eles a qualidade de estúpidos, o que eles não são. Podem ser ignorantes, ingênuos, de má-fé, mentirosos, fraudadores, ladrões, enganadores, mistificadores, demagogos, populistas, autoritários e várias outras coisas mais, mas estúpidos eles não são.
Como disse acima, eles são totalitários, e pretendem se consolidar no poder, congelar seu controle sobre a máquina pública e simplesmente extorquir os capitalistas, pois já perceberam que quem cria riquezas na sociedade são os capitalistas, e os trabalhadores, não essas baboseiras de coletivos e empresas socialistas, como estão fazendo os estúpidos dos bolivarianos, e os comunistas de Cuba, que agora são apenas totalitários, e querem arrumar fórmulas para não perder o poder, passando para uma espécie de capitalismo administrado pelo PCC, um pouco ao estilo chinês.
Portanto, os companheiros no poder no Brasil não querem construir o socialismo, eles apenas querem se eternizar no poder. Para isso vão fazer de tudo, inclusive mentir, enganar, e sobretudo tentar conquistar apoio suficiente na população para o seu projeto totalitário.
Com isso, eles distribuem migalhas ao seu curral eleitoral do Bolsa Família, ao mesmo tempo em que tentam moldar corações e mentes de imensas massas, para "provar" que o seu modelo é melhor do que qualquer outro, dos partidos tradicionais.
Até agora, auxiliados pela propaganda de tipo gramscista-freireana, do distributivismo via Estado, eles tem conseguido se manter no poder. Os brasileiros têm dificuldade em se convencer de que, se quiserem ficar ricos mais rapidamente, precisariam aderir a um sistema capitalista mais livre, inclusive porque não dispõem de educação suficiente para compreender o que é uma economia de mercado.
Portanto, o Brasil vai continuar nessa mediocridade de crescimento -- com um Estado que rouba da sociedade dois quintos da riqueza que ela produz -- e com uma extensão dos poderes públicos sobre a vida privada poucas vezes vista fora dos fascismos clássicos e do comunismo europeu.
Estamos indo a caminho da mediocridade socialista dos companheiros, com um fascismo corporativo rapidamente se disseminando.
Este é o perigo.
Paulo Roberto de Almeida

Sonho Mau
Olavo de Carvalho
(recebido em 3/07/2014) 

Muitas previsões, dizia Thomas Mann, são enunciadas não porque vão se realizar, mas na esperança de que não se realizem. Todas as que fiz, especialmente as mais alarmantes, foram assim. Com uma diferença: as previsões sempre se realizaram, a esperança nunca.

Nos assuntos humanos, a certeza absoluta é geralmente uma utopia. O máximo que se alcança é uma probabilidade razoável. E o culto devoto que o homem contemporâneo consagra aos números não o levará mais longe: uma probabilidade, calculada até os centésimos de milionésimos, continuará sempre sendo o que é -- uma probabilidade, não uma certeza.

No entanto, continua válido o preceito de que a exatidão de uma ciência se mede pela sua capacidade de fazer previsões corretas. Nas ciência humanas, e especialmente na ciência política, a previsão deve sempre assinalar as variáveis que podem modificá-la no curso do processo. Muitas dessas variáveis dependem da criatividade, da iniciativa e da coragem dos personagens envolvidos. Se as previsões mais deprimentes se realizam com exatidão quase matemática, isto se deve mais à ausência desses três fatores do que aos méritos científicos de quem as enuncia.
Numa apostila já velha, que nunca tive a ocasião de corrigir para publicação, expliquei que a liberdade é uma propriedade vital da psique humana, mas que esta não a possui como um dom perfeito e acabado, e sim apenas como uma possibilidade que de certo modo se cria e se amplia a si mesma na medida em que se assume e se exerce. Por isso é que a famosa controvérsia de determinismo e livre arbítrio não tem solução geral teórica: esses dois fatores não pesam uniformemente em todas as vidas, mas se distribuem de maneira desigual conforme um jogo dialético muito sutil que varia de indivíduo para indivíduo, de situação para situação, de caso para caso. Não há como provar a liberdade senão exercendo-a, mas colocá-la em dúvida é já abster-se de exercê-la, provando portanto sua inexistência mediante uma profecia auto-realizável.

Inversa e complementarmente, a própria psique se torna rala e evanescente quando, por abdicação voluntária ou sob a pressão de condições adversas, a liberdade cede o passo à intervenção de fatores “externos”: a pura fisiologia, os hábitos inconscientes, o jogo das influências ambientais, o acaso, etc. Numa situação extrema, já não há mais atividade psíquica livre: a psique torna-se o reflexo passivo e mecânico de tudo quanto lhe é estranho.

Essa distinção aplica-se aos indivíduos como às sociedades. Em qualquer grupo social pode-se avaliar sem muita dificuldade se ali predominam a percepção alerta, a presteza e criatividade das reações, ou o apego indolente a chavões e frases feitas que se repetem como mantras enquanto a realidade vai correndo, mudando e passando como um trator sobre a multidão de sonsos.

Depreciando instintivamente as mudanças e diferenças, a mente letárgica apega-se à “heurística disponível”, que o manual de psicologia forense de Curtis R. Bartol, muito usado nos EUA, define como um atalho mental construído com os fatos mais vulgares e acessíveis – em geral os fatos repetidos pela mídia --, simulando uma explicação.

É assim que os riscos e ameaças mais graves e iminentes passam despercebidos sob uma afetação de segurança tranqüilizante. E foi assim que os planos do PT para a implantação do comunismo no Brasil, registrados nas atas de assembléias do partido, repetidos nas do Foro de São Paulo e insistentemente explicados nos meus artigos e conferências, foram solenemente ignorados como se fossem meras tiradas verbais sem a menor conseqüência, até que agora podem ser postos em prática diante dos olhos de todos, com a certeza de que a o povo e as elites, degradados e estiolados por décadas de indolência mental e repetitividade mecânica, nem saberão como reagir.
Não é preciso dizer que, deteriorada num grupo humano a capacidade de percepção rápida e reação criativa, o curso das coisas vai se tornando cada vez mais previsível graças ao império geral da passividade mecânica. O que era apenas uma probabilidade, manejável pela livre vontade humana, torna-se o cálculo matemático de uma fatalidade. 

Pela milésima vez: Quando um homem normal diz “sociedade civil”, ele designa com isso a totalidade das pessoas dotadas de direitos civis e políticos. Quando um comunista usa o mesmo termo, ele sabe que os profanos o ouvirão exatamente assim, mas que os iniciados saberão perfeitamente que se trata apenas de um reduzido círculo de organizações e movimentos criados pelo Partido para fazer a parte suja do serviço sem comprometê-lo diretamente.

Na estratégia comunista, trocar a representação eleitoral pelo governo direto dessas organizações e movimentos é, desde há mais de um século, a virada decisiva, o “salto qualitativo” que, após uma longa acumulação de subversões e corrosões, marca a passagem de qualquer regime para uma ditadura socialista.

Para quem quer que conheça a história do comunismo, isso é uma obviedade patente, mas quem está acostumado a pensar segundo a “heurística disponível” da mídia usual, quem se recusou por mais de vinte anos a enxergar o que se preparava, talvez não venha a enxergá-lo nem mesmo depois de realizado.  Muitos irão para o Gulag ou para o “paredón” jurando que é apenas um sonho mau.

Do site Mídia Sem Máscara

Po, mas logo o companheiro que quis ajudar os companheiros; vai ter de pagar sozinho?

Os companheiros pensam estar fazendo um grande favor a todos os outros companheiros e, de repente, ZAZ, alguma coisa não dá certo e a Polícia Federal, o Ministério Público, o TCU, todo mundo cai em cima deles, como se tivessem sido eles, exclusivamente que tiveram responsabilidade na montagem da grande operação de "independência financeira", como diria um outro companheiro que agora está atrás das grades mas que logo deve sair, porque filho modelo não deve nada temer, sempre tem um desses adevogados caríssimos que logo arranjam um habeas corpus e depois estivam o processo até perder de vista...
Essas coisas causam surpresa no início, todo mundo pensa (inclusive este idiota que vos escreve) que desta vez, sim, o escândalo é tão grande que não tem como os companheiros escaparam da Justiça e da rejeição popular, e quando vamos ver, não tem mais nada, necas de pitibiriba, tudo limpinho, e os companheiros saem cantando La Cumparsita por aí, alegres e felizaes como pinto no lixo...
Paulo Roberto de Almeida

Esse é o nosso TCU!

3/07/2014

O primeiro relatório do Tribunal de Contas da União sobre a compra pela Petrobras da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, responsabiliza o ex-diretor Nestor Cerveró por um prejuízo adicional à estatal brasileira.
O parecer reserva um capítulo exclusivo sobre a Carta de Intenções entre a estatal brasileira e o grupo belga Astra, pela qual a Petrobras assumiu o compromisso de pagar US$ 785 milhões pelos 50% restantes da refinaria.

Segundo o relatório, a carta de intenções gerou um prejuízo adicional de mais de US$ 300 milhões, já que no contrato o valor acertado para a compra da metade da refinaria era muito inferior.

Esse texto do TCU responsabiliza Cerveró pela Carta de Intenções, e ressalta que o então diretor da Petrobras não recebeu autorização da estatal para conduzir esta negociação.

O primeiro relatório sobre a compra da refinaria de Pasadena, assinado pelo auditor Alberto Henriques de Araújo Pereira, foi iniciado ainda no ano passado. O documento pede que os diretores da Petrobras devolvam aos cofres públicos valores que somam US$ 873 milhões.

Nas 121 páginas, o relatório também responsabiliza nominalmente os conselheiros da Petrobras na época, inclusive o ex-ministro Antonio Palocci e a presidente Dilma Rousseff, que presidia o conselho. Eles são acusados de omissão e exercício inadequado do dever de diligência e por ato de gestão ilegítimo e antieconômico. Um segundo relatório, isenta os conselheiros de responsabilidade pela operação.

Procurado pelo Blog, o advogado de Cerveró, Edson Ribeiro, disse que acha tecnicamente inviável uma responsabilização do seu cliente. "Eu não conheço esse documento. Pelo que saiba ele não é oficial. Não quero me manifestar por um documento não oficial. Mas, acho tecnicamente inviável uma responsabilização de Nestor no caso Pasadena."

Liberdade economica, liberdade politica: um realidade inseparavel - Cato Institute

Do economista uruguaio Hernán Bonilla, no Cato.org.:


¿Por qué la libertad económica es necesaria para la existencia de la libertad política? Porque para que las personas puedan asociarse libremente en organizaciones, partidos, gremios o de la forma que deseen, deben poder disponer de sus recursos. Si en vez de ser así es el gobierno quien los dispone, por la vía del hecho o del derecho, las personas no podrán manifestar su opinión, no podrán abrir un diario, no podrán formar un partido político, etc.

Y el anverso, ¿por qué la libertad política es necesaria para la existencia de la libertad económica? Porque si entendemos la libertad política en su doble condición de participar en el proceso de formación de la voluntad general (vertiente francesa o rousseauniana del liberalismo) y la existencia de derechos inherentes a la persona, como a la vida, la propiedad, la honra, etc., (vertiente inglesa del liberalismo) no es posible que una persona disponga de derechos, si estos son una concesión graciosa del gobernante.(Continua).

Eleicoes 2014: a Mafia petista movimenta a sua maquina de difamacao

Os companheiros sao especialistas na difamacao. Pense num golpe sujo, tem um petista atrás...
Paulo Roberto de Almeida 
Na campanha de José Serra à presidência, levantaram calúnias contra sua filha. Como a estupidez é marca do petismo, agora repetem o mesmo tipo de calúnia contra Aécio Neves. e sua filha. É a elite petista em ação, sempre no nível do esgoto:


O coordenador jurídico da campanha presidencial do PSDB, deputado Carlos Sampaio (SP), irá apresentar nesta sexta-feira, 4, ação judicial em São Paulo para identificar a origem de textos publicados nas redes sociais que trazem relatos de um suposto bate-boca entre o senador Aécio Neves e a ex-mulher Andrea Falcão.

O motivo do desentendimento entre o casal, segundo textos distribuídos na internet, teria sido um suposto transporte ilegal de malas de dinheiro e diamantes realizado pela filha do senador para o exterior.

"A indignação manifestada pelo senador Aécio Neves com o uso indevido do nome de sua família, filha e ex-mulher na tentativa de denegrirem sua imagem é a expressão clara de que nossos adversários ultrapassaram todo e qualquer limite. Amanhã mesmo estaremos entrando com uma ação judicial objetivando a identificação dos IPs para sabermos quem são os responsáveis por essa prática criminosa", afirmou Carlos Sampaio nesta quinta-feira, 3.

Segundo ele, também será solicitada uma audiência com o procurador-geral de Justiça de Minas Gerais na próxima semana. "Na oportunidade solicitaremos a abertura de investigação também por aquele órgão, já que existem vários indícios de que esses crimes apresentam características muito semelhantes àqueles que estão sendo objeto de investigação pelo Ministério Público de São Paulo e do Rio de Janeiro", ressaltou o coordenador ao se referir ao episódio da prefeitura de Guarulhos e da Eletrobras em que alguns servidores teriam utilizado a estrutura das instituições para atacarem a candidatura de Aécio Neves na internet.

A iniciativa do coordenador jurídico da campanha do PSDB, ocorre um dia depois Andrea Falcão ter usado o perfil pessoal no Facebook para rebater os boatos. "Andam espalhando um texto totalmente mentiroso para atingir o meu ex-marido, Aécio, usando a mim e à nossa filha de forma irresponsável. É um material criminoso, que chega a dizer que eu o teria acusado de usar nossa filha para fazer contrabando de diamantes para o exterior!", diz o texto publicado pela ex de Aécio. "O texto é tão absurdo que beira o ridículo e subestima a inteligência do leitor. Eu me admiro que pessoas supostamente 'esclarecidas' estejam divulgando uma baixaria dessas, só explicável em função de muita má-fé", acrescenta.

A ex-mulher do tucano se refere às matérias que foram publicadas na internet nos últimos meses com títulos como "Conheça a mulher que tira o sono de Aécio Neves" e "Ex de Aécio joga 'caca' no ventilador". "Ele levava mala de dinheiros e diamantes para Aspen". Uma parte do texto traz uma suposta discussão entre Aécio e a ex-mulher: "A área de inteligência da Receita Federal descobriu que uma integrante da inteligência da PMMG, conhecida como PM2, havia relatado uma discussão entre Aécio e Andréa Falcão, onde ela, de maneira enérgica, reclama: 'deixe minha filha fora dos seus rolos, não quero que fique utilizando ela para servir de justificativa para você fazer o que faz'". Aécio pergunta: "Que rolo?". Andréa Falcão responde: "Levar estas malas de dinheiro e diamante para Aspen". (Agência Estado).

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...