segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Politica externa brasileira após as eleições - Serguey Monin (Sputniks Brasil)

Nada a comentar, vindo do Sputniks Brasil...
Paulo Roberto de Almeida 

Do apagão à retomada: qual será o papel do Brasil no mundo após as eleições 2018?

Serguey Monin
Sputnik Brasil, 7/08/201

Em edição especial sobre as eleições presidenciais de 2018, a Sputnik Brasil traz uma análise sobre o papel da diplomacia brasileira no atual cenário político. Os brasileiros podem esperar uma ruptura e maior engajamento do país nos assuntos internacionais?

Em 28 de outubro o Brasil conhecerá quem governará o país até 2022. Enquanto vão se firmando as principais candidaturas para a presidência, se acirra o debate sobre os projetos de governo, bem como a incerteza sobre o futuro do país. Mas onde fica a política externa neste debate e qual será o papel do Brasil no mundo nos próximos anos? 
À margem das eleições
Mergulhado em uma crise política e econômica, o Brasil se arrasta na instabilidade desde que Michel Temer assumiu a presidência. Nesse processo, é bastante consensual que a política externa ficou marginalizada nos últimos anos, sendo quase inexistente, com atuações bastante pontuais. Com a proximidades das eleições, é notável o silêncio dos principais candidatos sobre a política internacional.
O professor de Relações Internacionais da UFRJ, Fernando Brancoli, conversou com a Sputnik Brasil sobre a relação das eleições presidenciais no Brasil e o trato que os assuntos internacionais tem recebido pelos candidatos e pela população. 
"A gente diz tradicionalmente que política externa não entra na eleição, independente do momento. Ela vinha aparecendo, mesmo que de maneira mais tímida […], com investimentos em países da região, com o papel do BNDES, e alianças feitas pelo PT que foram vistas como positivas, como o BRICS, que foi capitaneado pelo Lula. Mas no presente momento a política externa está completamente ignorada pela opinião pública", disse o especialista. 
Segundo ele, há uma relação entre o desinteresse da população em relação a assuntos internacionais e a atual projeção do Brasil na arena internacional. Com isso, até mesmo a tímida menção a temas internacionais durante a campanha eleitoral teria um cunho de preocupação interna. 
"A gente pode imaginar que ela vai aparecer um pouco mais reforçada no caso dos imigrantes refugiados venezuelanos no norte do país, mas isso vai ser muito localizado. A política externa está bem deixada de lado. Eu acho que isso também é um sinal de um certo desinteresse da população, desinteresse que está ligado a uma projeção cada vez menor do Brasil dentro do cenário internacional", acrescentou o acadêmico, destacando que com a saída do PT do poder, "a pauta da Venezuela foi internalizada para a política brasileira", criando   
Política externa X política interna
O mestre em Relações Internacionais e coordenador pedagógico do curso Clio Internacional, Tanguy Baghdadi, em entrevista à Sputnik Brasil, segue a mesma linha de raciocínio, observando que em períodos eleitorais a política internacional é tratada sob o prisma da preocupação interna. Para ele, mesmo quando assuntos internacionais são abordados, é o modelo de Brasil que está sendo discutido pelos candidatos. 
"Sempre em períodos eleitorais, a política externa perde um pouco de força e relevância. Se a gente pegar os últimos debates eleitorais, você pode perceber que a gente só fala em assuntos internacionais para falar sobre assuntos como Venezuela, Cuba. E no final das contas a gente não está falando nem sobre Venezuela, nem sobre Cuba, a gente está falando sobre o Brasil, sobre o modelo de Brasil. Quando se fala 'vai pra Cuba!', ninguém está falando sobre Cuba, mas sobre o modelo político e econômico brasileiro", argumentou. 
Já Fernando Brancoli lamentou o distanciamento entre a política interna e a política externa na opinião pública, argumentando que o sistema político brasileiro sairia mais fortalecido se houvesse uma maior compreensão da sociedade sobre os impactos das relações internacionais nas nossas vidas. 
"É uma falha do nosso sistema político a gente não conseguir explicar melhor à população os impactos profundos que o cenário internacional tem na nossa vida. Eu falo aqui do Rio de Janeiro, sou professor de uma universidade do Rio de Janeiro, e por exemplo, a variação nos preços do petróleo, que tem muito a ver com a política do Oriente Médio, tem um impacto direto na capacidade do Estado de pagar salários. Ou outro exemplo, se tratando de cidades grandes como São Paulo, Rio de Janeiro, a violência pública está ligada de maneira direta com o tráfico de drogas e com o tráfico de armas, que tem a ver com o Brasil controlar a suas fronteiras. Então é um tema internacional também", afirma Brancoli. 
"O Brasil exporta muita commoditie, para China principalmente. A variação no preço dessas commodities tem impacto nas nossas vidas. Então eu acho que cabe também à comunidade política, nós acadêmicos, conseguir divulgar melhor como é que uma mudança de política na China tem impacto no nosso preço do combustível, como que uma guerra na Síria vai ter uma variação do Estado do Rio de Janeiro de pagar os seus salários", exemplifica.  
O combate à corrupção como possível elo entre política interna e externa
A Sputnik Brasil também conversou com o pretendente à diplomacia brasileira, bacharel em Relações Internacionais pela PUC-Rio, Pedro Braga Soares, que se prepara para o concurso Rio Branco este ano. Ele comentou alguns pontos da política externa que considera importantes para o desenvolvimento do país, mencionando temas de grande interesse da sociedade brasileira que têm o potencial de transbordar para uma atuação mais pró-ativa do Brasil na esfera internacional.  
"Eu acho que certamente seria interessante que fossem debatidos mais temas de política externa, não tanto temas pontuais em relação a um acontecimento específico, ao posicionamento do governo brasileiro em relação a um evento em particular […] então eu acho que seria interessante sim democratizar mais a política externa, que às vezes é um pouco infensa ao debate público, justamente porque não suscita muito interesse das pessoas. Eu acho que seria sim interessante que houvesse um debate mais abrangente sobre a inserção brasileira no mundo e meio que uma doutrina de política externa mais geral, com repercussões para assuntos que são importantes para a população em conexão com a política interna, como, por exemplo, o desenvolvimento, que tem sido um tema historicamente importante na política externa brasileira", comentou.
Além disso, ele acrescenta que temas novos e muito próximos às preocupações políticas dos brasileiros poderiam ser uma plataforma para a política internacional ser mais presente no processo eleitoral, como o combate à corrupção. 
"O combate à corrupção é possivelmente uma frente de política externa na qual o Brasil poderia se empenhar mais, poderia ter mais protagonismo, seja celebrando acordos multilaterais, acordos bilaterais, e isso repercutir internamente", observa. 
"Até porque é um assunto muito atual na política interna brasileira e de muito interesse do público atualmente. Inclusive essa proposta de instrumentalização da política externa para o combate à corrupção já foi levantada, proposta pelo professor da FGV, Matias Spektor. Ele levantou essa questão de que o combate à corrupção poderia ser um tema interessante de interface entre a política interna e a política externa, mas que infelizmente ainda é pouco explorada", acrescentou Pedro Braga. 
Os projetos de política internacional na disputa eleitoral 
De acordo com especialistas, é difícil pensar no cenário da política internacional traçada pelo futuro governo brasileiro, mas é possível identificar três cenários a partir da trajetória dos candidatos e algumas declarações pontuais das principais candidaturas.  
O professor Tanguy Baghdadi observou que os projetos dos principais candidatos nas eleições presidenciais de 2018 indicam modelos bem distintos para a política externa brasileira. 
"É curioso, porque se a gente for pegar as eleições desse ano, não se tem ideia de quem vai ganhar, tudo pode mudar daqui para frente, e a gente tem 3 modelos absolutamente diferentes. A gente tem um governo que seria o do Ciro Gomes (PDT), que seria um governo mais de centro-esquerda, que talvez se aproximasse de uma política externa do Lula, muito provavelmente com uma proximidade a países latino-americanos, países periféricos, sem negligenciar de forma alguma os países centrais", comenta.  
De acordo com ele, os projetos de Geraldo Alckmin (PSDB) e Marina Silva (Rede) possuem semelhanças pela tendência a se aproximarem da política externa adotada pelo governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) por conta de "uma aproximação a países centrais". Baghdadi ressalta que este modelo pode indicar "uma certa revitalização da política brasileira, um reforço da credibilidade brasileira com organismos internacionais". 
Fernando Brancoli, por sua vez, reforça a projeção de que um eventual governo tucano olharia para a Europa e os EUA como aliados em potencial, alguém com quem o Brasil deve procurar uma relação especial. De acordo com ele, o governo de Marina Silva, identificada juntamente com Alckmin no bloco de centro-direita, seguiria a tendência de privilegiar uma política na órbita dos EUA, mas com uma ênfase nas questões ambientais. 
"Então, se a Marina vence certamente vai ter uma política ambiental não sei se mais positiva, mas certamente mas midiatizada. A presidente vai tentar de alguma maneira lidar com isso. Se a gente tiver o Alckmin eleito, certamente a pauta de liberalização econômica, de aproximação com a Europa e os EUA, vai aparecer como algo que o Brasil possa oferecer ao mundo", completa.  
Apesar dos presidenciáveis não se manifestarem claramente sobre um plano de política externa até então, é possível identificar dois cenários que seriam uma espécie de continuidade de governos anteriores. Por um lado, um governo de centro-direita, seja na presidência de Marina Silva ou Geraldo Alkmin, buscando uma liberalização econômica e promovendo uma aproximação com EUA e União Europeia. E, por outro, um governo de Ciro Gomes ou do PT (Lula ou Haddad) teria uma tendência de continuidade da política externa petista, promovendo um maior multilateralismo e relação internacionais não hierárquicas.   
'Trump brasileiro'?
Já o deputado Jair Bolsonaro (PSL), que aparece como um dos favoritos para chegar ao segundo turno das eleições, fez algumas declarações mais contundentes ligadas à política internacional, ora afirmando que queria refletir as posições nacionalistas do presidente norte-americano, Donald Trump, no Brasil, ora manifestando forte apoio a Israel — também invocando os passos do líder dos EUA ao dizer que transferiria a embaixada brasileira de Tel Aviv pra Jerusalém na primeira semana de governo. 
​Esse desejo de espelhar a trajetória de Trump ficou mais evidente na última semana, quando o filho de Jair Bolsonaro (PSL), Eduardo, publicou no Twitter uma foto com Steve Bannon, ex-braço-direito de Trump, e afirmou que Bannon é um entusiasta da campanha do pai. "Conversamos e concluímos ter a mesma visão de mundo", escreveu o filho de Jair Bolsonaro. 
Tal relação entre Bolsonaro e Trump, no entanto, soa contraditória para Brancoli, que identifica como paradoxal o caráter protecionista da política de Trump e a vontade de Bolsonaro de se aproximar dos EUA com um discurso liberal.
"Os investimentos seriam mais difíceis de serem feitos, já que o governo americano do ponto de vista econômico se fechou mais e, inclusive, tranca crianças brasileiras em centros de detenção de imigrantes. Não vi grandes manifestações do Bolsonaro a respeito disso. Mas o argumento dele é de que nós deveríamos nos aproximar desses países", completa.   
Já em relação aos comentários de Jair Bolsonaro sobre Israel e a contundente declaração de querer transferir a embaixada do Brasil para Jerusalém na primeira semana de governo, o especialista afirma que trata-se mais de uma forma de angariar um eleitorado evangélico do que uma compreensão sobre os conflitos no Oriente Médio, destacando que parte de comunidade evangélica no Brasil tem esse vínculo com o país de maioria judia.
Diplomacia do encolhimento
Ao comentar o processo histórico recente da política externa brasileira, Fernando Brancoli identificou uma ruptura do governo Temer em relação à gestão da política externa do PT, no sentido de aumentar o tom contra países de esquerda, principalmente a Venezuela, mas destaca que essa hostilidade foi discreta e "de uma maneira geral, muito discursiva", deixando a diplomacia brasileira muito apagada nos últimos anos.  
De acordo com ele, "a política externa depois da saída do [José] Serra ficou bastante apagada, tendo em vista que o governo Temer passou por uma crise atrás da outra, sobretudo com as denúncias dos irmãos Joesley e Wesley Batista". (…) "A política externa hoje no Brasil é uma política externa praticamente inexistente", destaca.  
Brancoli lembra que em nenhum momento o Brasil esteve envolvido ou chamado como mediador nas principais crises da região, como no caso do acordo de paz entre o governo colombiano e as FARC, ou numa tentativa de mediação na Venezuela. "Isso tem a ver um pouco com o Brasil perder esse posto como alguém reconhecido para diálogo, o que tem a ver com o caos político que o país vem vivendo", argumenta.
A visão de uma política externa apagada nos últimos anos é compartilhada pelo mestre em Relações Internacionais e coordenador pedagógico do curso Clio, Tanguy Baghdadi, segundo o qual, "o Brasil suspendeu, de uma certa forma, a sua política externa desde que o Temer assumiu a presidência".
O coordenador do Clio, curso que prepara os alunos para o concurso Rio Branco, disse à Sputnik Brasil que, no contexto da crise política e econômica do Brasil, "a política externa acabou sendo a última das prioridades, o que já tinha começado no governo da Dilma, que já negligenciou bastante a política externa, mas vinha numa toada, numa certa tendência do governo Lula, que foi muito ativo na política externa". 
"Mas o Temer de fato não conseguiu dar nenhuma atenção a temas relacionados à agenda exterior do Brasil. Então já é um tema que normalmente não tem muita importância, não influencia muito o voto de ninguém, talvez até por um traço histórico, o Brasil nunca foi um país que teve um grande protagonismo internacional", destacou. 
Ruptura ou continuidade?
No que diz respeito à projeção para o futuro da diplomacia brasileira, o candidato a futuro membro do corpo diplomático brasileiro Pedro Braga comenta que, apesar da incógnita do processo eleitoral, os últimos anos indicaram uma ruptura na diplomacia brasileira após os governos do PT por ter ministros que não são diplomatas de carreira. Ele destacou, no entanto, a força institucional do Itamaraty como um fator de estabilidade para a condução da política externa brasileira, que pode ficar imune a certas posições mais extremadas, se referindo às declarações mais enfáticas de Bolsonaro e sua relação com Trump.   
"Certamente a ausência da política externa no debate público e eleitoral favorece uma certa continuidade, porque o tema acaba não sendo tão polarizado, e isso faz com que este tipo de extremismo que é muitas vezes não só eleitoral, mas que quer apelar para uma base de apoio do candidato acabe ficando mais isolado da condução da política externa. Certamente o Itamaraty desempenha um papel importante nessa continuidade dado que ele tem um corpo funcional que é de excelência conhecidamente, que conduz a política externa, e pela continuidade da instituição dá certamente alguma inércia em um sentido da condução da política externa, ou seja, evita rupturas muito grandes", destacou. 
Já Tanguy Baghdadi afirmou que "é muito difícil falar de ruptura ou continuidade, porque não tem política externa, o Brasil realmente não faz nenhuma política externa, absolutamente nada". 
"A palavra que eu diria é que vai ter uma retomada da política externa. As iniciativas de política externa que a gente têm tido são absolutamente pontuais. O próximo governo vai ter política externa, vai ser eleito, um governo mais legítimo. Se tudo se mantiver da maneira que estamos esperando, vai ter uma retomada de algum caminho de política externa", concluiu o coordenador do Curso Clio.  
Destino de potência média: 'Brasil não precisa ser superpotência'
Apesar da discreta atuação e limitada relevância nas grandes decisões da política internacional, sobretudo com a crise política e econômica que tomou conta do país nos últimos anos, é consenso entre os especialistas que o Brasil é uma potência média, que, por um lado, não tem peso para competir com superpotências na arena internacional, como EUA e China, mas, tem mais importância que países regionais menores, como Venezuela e Argentina.
Argumenta-se que o Brasil tem uma presença no exterior que é, no mínimo, condizente com os seus recursos de poder, sem ser uma superpotência, mas com uma atuação que condiz com os seus recursos de poder. É o que conclui Pedro Braga, que diz que a atuação do Brasil no mundo, inclusive, "talvez seja um pouco mais pronunciada do que se esperaria, olhando a economia brasileira, a renda per capita, indicadores de crescimento econômico, recursos militares". "Então dada a escassez do Brasil, eu acho que tem uma presença que é importante e tenta contribuir ativamente para vários temas da agenda internacional, além de ter como norte sempre a promoção do interesse nacional", completa.
Já o professor Fernando Brancoli reforça a tese de que o Brasil não precisa aspirar a ser uma superpotência na arena internacional, mas que é importante voltar a ter uma participação ativa, dado o "encolhimento" de sua presença nas relações internacionais.   
"Então o que eu reforçaria é que o Brasil não precisa virar uma superpotência, mas a gente pode ser relevante para a mediação de conflito, mandar tropas para operações de paz, a gente pode mandar diplomatas experientes para OMC para discutir liberalização econômica […] Se a gente fosse escutado nesses tópicos, e fazer o mundo escutar o Brasil nesses temas, já seria bastante relevante. O que acontece hoje em dia é que a gente não está sendo escutado em tópico nenhum", destacou o professor de Relações Internacionais da UFRJ.  

Este dia na Historia: construção do Muro de Berlim, 13 de agosto de 1961

Uma pequena nota sobre a construção do muro de Berlim, em 1961, mas antes, para quem desejar ler, a ficha meu artigo sobre a mesma questão, 20 anos depois da queda do muro de Berlim.

2048. “Outro mundo possível: alternativas históricas da Alemanha, antes e depois do muro de Berlim”, Paris-Digne-Asti-Veneza-Torino-Lisboa, 25 setembro-6 outubro 2009, 18 p. Ensaio preparado como texto guia para o seminário “Além do Muro” (UnB, 12 de novembro de 2009). Revisto em 25.10.2009. Revista Espaço Acadêmico (ano 9, n. 102, Novembro 2009, ISSN: 1519-6196, p. 25-29; link: http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/8586/4777). Relação de Publicados n. 930. Feita versão resumida em 7 p., sob o titulo “Vinte anos da queda do muro de Berlim: uma visão retro-prospectiva”, para publicação na revista digital Prismas (Empresa de Consultoria dos Estudantes de RI da PUC-SP; novembro de 2009; link: http://prismajr.wordpress.com/2009/11/25/novembro-2009-queda-do-muro-de-berlim/).
Paulo Roberto de Almeida

Começa a construção do Muro de Berlim





Em 13 de agosto de 1961, soldados soviéticos começam a construção do Muro de Berlim

Começa a construção do Muro de Berlim
As origens da construção do muro encontram-se no fim da Segunda Guerra Mundial, com a derrota da Alemanha e sua consequente ocupação pelas forças aliadas (Reprodução/Infoescola)

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As origens da construção do muro encontram-se no fim da Segunda Guerra Mundial, com a derrota da Alemanha e sua consequente ocupação pelas forças aliadas. Cada país vencedor “herdou” um setor da cidade de Berlim, e desse modo foram criados um setor americano, um inglês, um francês e outro soviético. Os três primeiros uniram-se para formar a área da cidade que adotaria o regime capitalista, Berlim Ocidental, que seria anexada à nascente República Federal da Alemanha (a capitalista Alemanha Ocidental). O lado soviético daria origem a Berlim Oriental, que se tornaria a capital da Alemanha Oriental.
Tal situação gerou uma configuração inusitada dentro da Alemanha dividida, pois o setor capitalista de Berlim estava mergulhado em território da Alemanha Oriental, formando assim, um enclave capitalista dentro do país socialista, complicando as comunicações de Berlim Ocidental com seu próprio país. Tal dificuldade acentuou-se quando do lançamento do Plano Marshall, destinado a ajudar economicamente todos os países europeus do bloco capitalista afetados pela guerra, pois Stalin, contrariado pela negativa de cobertura do plano aos países socialistas, resolve impor um bloqueio a Berlim Ocidental, fechando todas as vias de comunicação. O objetivo dos russos era forçar os aliados a abandonar o controle de seu setor da cidade, porém tal manobra não deu os resultados desejados, pois os americanos quebraram o bloqueio por meio de rotas aéreas destinadas a abastecer e manter o status de Berlim Ocidental.

Turquia vs USA, ou Erdogan vs Trump: um combate assimétrico -

Erdogan fights a losing battle with Trump

Ishaan Tharoor, The Washington Post, August 13, 2018


On Friday, the Turkish lira suffered its biggest one-day devaluation in nearly two decades, dropping more than 14 percent against the dollar. The minister of finance — the son-in-law of Turkish President Recep Tayyip Erdogan — couldn’t avert the slide, delivering a halting speech that did little to boost confidence.
But Erdogan, as he so often does, placed the blame on a foreign scapegoat: the United States.
“Shame on you, shame on you,” he declared at a rally. "You are swapping your strategic partner in NATO for a pastor.”
The pastor in question is Andrew Brunson, an American clergyman who has been in Turkish custody since 2016. He is charged with espionage and other crimes — charges that he and U.S. officials reject. Attempts to win his freedom have so far failed.
According to my colleagues, Ankara hoped to swap Brunson for Hakan Atilla, a banker convicted in the United States for his role in a scheme that skirted U.S. sanctions on Iranian oil. But the Trump administration resents Turkey’s use of Brunson as a political hostage. A high-level meeting in Washington last week with a visiting Turkish delegation ended abruptly after the Americans demanded the pastor’s immediate release.
President Trump then announced increased tariffs on Turkish aluminum and steel, which sent the value of the lira plummeting to a historic low. Turkey’s economic woes are of its own making, but the tariffs made things worse — and Trump was only too happy to take credit.
Erdogan continued his complaints in a New York Times op-ed, railing against “unilateral actions against Turkey by the United States, our ally of decades.” He recited the familiar catalog of affronts, including Washington’s unwillingness to hand over Fethullah Gulen, a Muslim cleric accused of fomenting a failed 2016 coup against Erdogan, and continued American support for Syrian Kurdish factions. He then delivered a clear threat, urging Washington to “give up the misguided notion that our relationship can be asymmetrical and come to terms with the fact that Turkey has alternatives.”
If the United States won’t change its approach, Erdogan warned, Turkey will “start looking for new friends and allies.” Indeed, the Turkish president has beefed up ties with Russia, attempted to mend fences with key Western European governments and, as a significant importer of Iranian oil, could undermine American efforts to isolate Tehran.
But this posturing will win him even more enemies in Washington, where Erdogan is already a deeply unpopular figure. Congress has passed legislation making a critical sale of F-35 jets to Turkeycontingent upon terms that include Brunson’s immediate release. Erdogan critics in U.S. foreign-policy circles loathe his creeping authoritarianism. And Trump, unlike previous presidents, has shown an endless willingness to bully erstwhile allies whenever he disagrees with them.
“Washington has generally tried to calm global markets in such moments, especially when investors are gripped by fear of contagion,” noted the Wall Street Journal. “Trump instead squeezed Ankara further.” This had global ramifications: Turkey’s wobbles stoked wider fears of fragility in other emerging markets and raised alarms among some major European banks that hold Turkish debt.
In an interview with Bloomberg News, Aaron Stein, a Middle East expert at the Atlantic Council, suggested Erdogan had badly miscalculated the situation. “The power balance is asymmetric, totally in the U.S. favor,” Stein said. “There are no guard rails to escalation on the U.S. side, and that’s where the Turks have completely, completely messed up in their understanding of what’s going on in the U.S.”
Erdogan’s appeals to NATO partnership ring especially hollow, given both Erdogan’s testy relations with Europe and Trump’s carping about the alliance. "For an administration or a president that doesn’t give much value to NATO, the value of Turkey as a staunch NATO ally also has declined,” Jacob Funk Kirkegaard of the Peterson Institute for International Economics told Bloomberg News. “The Trump administration isn’t going to walk an extra mile to save an organization it doesn’t value.”
Analysts hope cooler heads prevail. “Turkey’s economic and legal problems are obvious, but sanctions by the U. S. are unlikely to help anything,” observed Turkish commentator Mustafa Akyol. “Rather they may be counterproductive, boosting Turkey’s nationalist mood and pushing the country further towards the Russian axis. More diplomacy is needed, not sanctions.”
But productive diplomacy is in short supply. Much of Erdogan’s politics now hinge on stirring nationalist sentiment to justify his tightening grip on the country. He won re-election in June with the backing of ultra-nationalists, arguing that greater control would help him steer Turkey’s flagging economy out of trouble. Instead, things have only gotten worse.
“The current crisis is the culmination of Erdogan’s reckless stewardship. Fixing it will take years — a task that will require new leadership and an entirely different mentality,” wrote Aykan Erdemir, a senior fellow at the Foundation for the Defense of Democracies in Washington and an Erdogan critic.
Nevertheless, even as Turkey suffers, Erdogan may not take much of a political hit. “Turkey’s toothless opposition ... fails to provide much hope,” Erdemir noted. “Without strong political forces to push him out, Erdogan will almost certainly continue to dig himself and the Turkish economy into a deeper hole.”
Trump also may gain more by refusing to compromise. He may relish the chance to act tough and appeal to his core supporters by squeezing a prominent Muslim leader over the fate of an American pastor.
“Backing Brunson plays to the American president’s base — all the more conspicuously so given that NASA scientist Serkan Golge, a dual Turkish–U.S. citizen, is also being held in Turkey, serving out a seven-and-a-half-year sentence for charges similar to those being brought against Brunson,” wrote Elmira Bayrasli, a professor of international affairs at Bard College.
Of course, she noted, there’s a key difference: “Golge is Muslim, unlike Brunson, whom Trump has called ‘a great Christian’ and ‘innocent man of faith.’ The Trump administration has said nothing about Golge’s detention.”

domingo, 12 de agosto de 2018

Direitos individuais e coletivos - Frederic Bastiat (1850)

Fonction et définition de la loi

Dans le pamphlet, La Loi (1850), Frédéric Bastiat répond à la question : 
« Qu'est-ce que la loi ? Que doit-elle être ? Quel est son domaine ? Quelles sont ses limites ? Où s'arrêtent, par suite, les attributions du Législateur ? » 
Dans la tradition jusnaturaliste, il affirme que c'est le droit qui fait la loi, et non le contraire :
« Ce n'est pas parce que les hommes ont édicté des Lois que la Personnalité, la Liberté et la Propriété existent. Au contraire, c'est parce que la Personnalité, la Liberté et la Propriété préexistent que les hommes font des Lois. »
Le but de la loi est donc de défendre ces droits individuels :
« Si chaque homme a le droit de défendre, même par la force, sa Personne, sa Liberté, sa Propriété, plusieurs hommes ont le Droit de se concerter, de s'entendre, d'organiser une Force commune pour pourvoir régulièrement à cette défense. Le Droit collectif a donc son principe, sa raison d'être, sa légitimité dans le Droit individuel; et la Force commune ne peut avoir rationnellement d'autre but, d'autre mission que les forces isolées auxquelles elle se substitue. Ainsi, comme la Force d'un individu ne peut légitimement attenter à la Personne, à la Liberté, à la Propriété d'un autre individu, par la même raison la Force commune ne peut être légitimement appliquée à détruire la Personne, la Liberté, la Propriété des individus ou des classes. »
Il définit ainsi la loi comme « la force commune organisée pour faire obstacle à l'Injustice », « l'organisation collective du Droit individuel de légitime défense ». Il en conclut que « la Loi, c'est la Justice », la « Justice organisée ».

A tragedia do “mais do mesmo” - Ricardo Amorim



Sobre o autor
Economista, apresentador do "Manhattan Connection" (Globo News) e presidente da Ricam Consultoria (www.ricamconsultoria.com.br
10/ago/18 - 09h30
Que renovação política?
Nos últimos tempos, a aversão à classe política é um fenômeno mundial. Em todo o mundo, eleições têm sido ganhas por candidatos que até recentemente não eram políticos e partidos recém-criados, como Donald Trump, nos EUA, Macron e seu Em Marcha!, na França, e o Movimento Cinco Estrelas, na Itália.
No Brasil, com a maior crise econômica da História e infindáveis escândalos de corrupção, a confiança nos políticos é a mais baixa entre todos os 137 países pesquisados pelo Fórum Econômico Mundial.
Tudo isso sugeriria que a renovação nas próximas eleições a presidente, governadores, senadores e deputados deveria ser grande. Aparentemente, deve acontecer exatamente o contrário. Estudo do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) feito em dezembro do ano passado projeta um baixo índice de renovação do Congresso, provavelmente menor que a média de 49% das últimas cinco eleições. Razões não faltam.
Para começar, o número de deputados federais tentando se reeleger deve ser recorde. Nove em cada dez deputados federais devem concorrer à reeleição por um simples motivo: manter o foro privilegiado para reduzir a probabilidade de que venham a ser presos por denúncias de corrupção. Além disso, o tempo de campanha será menor — só 45 dias —, tornando mais difícil para novos candidatos ficarem conhecidos, o que aumenta a importância da base eleitoral consolidada daqueles que já têm mandato. Por fim, congressistas concorrendo a novas eleições sempre tiveram muito mais poder de barganha nas negociações com os partidos por tempo de tevê, mas agora também têm acesso a mais recursos do fundo eleitoral criado por eles mesmos para financiar suas candidaturas.
Nas disputas nos estados, o quadro não é diferente. Dezesseis governadores concorrerão à reeleição, o maior número desde 2006. Ainda assim, talvez o mais impressionante seja a falta de renovação nos candidatos a presidente. Das 13 candidaturas registradas, apenas uma — a de João Amôedo, do também recém-criado Partido NOVO — não é de um politico de carteirinha, que já participa há décadas da política brasileira. A falta de renovação é tão grande que muitos veem como renovação um deputado federal em seu sétimo mandato com três filhos na politica.

A conclusão óbvia é que o esforço da classe política em se perpetuar no poder tem tudo para ser bem sucedido. Se você não quer que isso aconteça, pesquise, busque novas alternativas e use o poder do voto. Se não fizer isso agora, outra chance só daqui a quatro anos.

sábado, 11 de agosto de 2018

A Grande Corrupcao lulopetista: 307 encontros entre Mantega e Odebrecht

Isso é apenas parte da história, uma pequena parte...
A Lava Jato ainda não apurou quantos encontros, abertos e furtivos (sobretudo estes últimos), teve Mantega com o "super-capitalista companheiro", o homem das empresas X, todas elas regiamente sustentadas por centenas de milhões generosamente repassadas por esse Banco de Grandes Bobos que é o BNDES. O dia em que a PF, ou o MPF, rastrearem as ligações e os encontros entre Mantega e Eike Batista, talvez o número se aproxime, ou talvez até supere, esses encontros entre o ministro da fazendona companheira e o grande capitalista promíscuo, o homem da empresa geneticamente corrupta que deve mudar de nome doravante, com toda probabilidade. A PF também pode solicitar as planilhas de voo do jatinho do Mister X, e as vezes em que Mister Manteiga viajou de "carona", para o Rio ou SP. Pena que eles não conseguiram pegar parte das verbas generosas repassadas em formato cash de X a M, em $$ de várias denominações, à escolha do cliente.
Os brasileiros ainda não se deram conta de que os dois ÚNICOS ministros das finanças pessoais do PT, por acaso também do Brasil, foram apparatchiks especialmente dedicados às doações legais e ILEGAIS dos capitalistas achacados em favor da maior organização criminosa que já governou o Brasil. Pela PRIMEIRA VEZ na história do Brasil, tivemos não apenas ministros da Fazenda, mas súditos do grande chefão mafioso que colocaram toda a máquina do Estado, naquela jurisdição, a serviço do projeto de poder do PT. 
Estou apenas refletindo o que leio na imprensa diária, com base na minha percepção daquilo que os americanos chamam de "compelling evidences", que deveria garantir a todos os protagonistas pelo menos 300 anos de cadeia.
Paulo Roberto de Almeida 
Brasília, 11 de agosto de 2018


Lava Jato rastreia 307 encontros de Mantega com Marcelo Odebrecht para aprovação de MPs


Por Claudio Dantas

Na denúncia contra Guido Mantega, o MPF anexa relatório com a identificação de 307 possíveis encontros de Marcelo Odebrecht com o então ministro da Fazenda de Dilma Rousseff, entre os anos de 2011 e 2015.
A partir do cruzamento das ERBs (antenas de celular) utilizadas por Marcelo e Mantega, a Lava Jato verificou que ambos estiveram nos mesmos lugares ao mesmo tempo.
“A elevada quantidade de encontros destoa completamente de uma relação sadia e proba entre um ministro da Fazenda e um alto executivo de um grupo empresarial”, escrevem os procuradores.
A força-tarefa também identificou 118 ligações telefônicas do celular de Marcelo Odebrecht para assessores de Guido Mantega, e mais 129 chamadas entre as secretárias de ambos. Segundo o MPF, o objetivo dos contatos era viabilizar a aprovação das MPs 470 e 472, de interesse da Odebecht.





A Lei, livro de Frederic Bastiat (1850)

Para os que preferem ler em Português (esse subtítulo, "Por que a esquerda não funciona?", não existe no original):

A lei: Por que a esquerda não funciona? As bases do pensamento liberal

Sinopse:

Este livro foi escrito num período da história quando algumas das mais proeminentes nações do mundo experimentavam visões de governos próximas às socialistas, que na teoria prometiam igualdade e prosperidade, mas, na prática, resultaram no exato oposto. Como essas visões ainda acalentam o sonho de muitas pessoas, tal análise continua tão pertinente como foi há 166 anos. Frédéric Bastiat conseguiu antever, quase como um profeta – quando Marx apenas divulgava o que seriam as bases de O Capital –, toda a sorte de equívocos que aquelas visões carregavam e criou esse manifesto para desmascarar aqueles que defendem a ideia de dar mais poder ao Estado: os intervencionistas, os planejadores, os protecionistas e os socialistas. A Lei – Porque a esquerda não funciona, traz uma reflexão prática sobre ideias de filósofos e outros pensadores acerca da política e da vida em sociedade, dentre eles John Locke e Adam Smith, e trata de temas como liberdade, direitos à propriedade, espoliação, igualdade, livre iniciativa, impostos, democracia, sufrágio universal, autoritarismo e tantos outros que, passados quase dois séculos, ainda provocam debates acalorados. Desde quando seu livro foi publicado, em 1850, os planejadores e os socialistas vieram a controlar cerca da metade do mundo, o que resultou não apenas em opressão e miséria como previsto por Bastiat, mas na morte de mais de cem milhões de seres humanos*; por outro lado, os países que se tornaram ricos foram aqueles que mais apostaram na liberdade. Este livro teve o melhor destino que um livro teórico pode alcançar: a prática provou que estava certo, em um grau muito maior do que seu autor poderia imaginar. É impossível, com tantos dados e tentativas práticas, negar as qualidades bastante superiores do caminho liberal na promoção da riqueza, da dignidade e do bem-estar. A Lei é o melhor caminho para começar a compreender isso.

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Para os que podem ler o original, a obra está disponível na coleção digital da Bibliothèque Nationale de France, Gallica, neste link: http://bastiat.org/fr/la_loi.html


La Loi - par Frédéric Bastiat

Sources: 
La LoiŒuvres complètes, vol. 4, p. 342.
Juin 1850

La loi pervertie ! La loi — et à sa suite toutes les forces collectives de la nation, — la Loi, dis-je, non seulement détournée de son but, mais appliquée à poursuivre un but directement contraire ! La Loi devenue l’instrument de toutes les cupidités, au lieu d’en être le frein ! La Loi accomplissant elle-même l’iniquité qu’elle avait pour mission de punir ! Certes, c’est là un fait grave, s’il existe, et sur lequel il doit m’être permis d’appeler l’attention de mes concitoyens.
Nous tenons de Dieu le don qui pour nous les renferme tous, la Vie, — la vie physique, intellectuelle et morale.
Mais la vie ne se soutient pas d’elle-même. Celui qui nous l’a donnée nous a laissé le soin de l’entretenir, de la développer, de la perfectionner.
Pour cela, il nous a pourvus d’un ensemble de Facultés merveilleuses ; il nous a plongés dans un milieu d’éléments divers. C’est par l’application de nos facultés à ces éléments que se réalise le phénomène de l’Assimilation, de l’Appropriation, par lequel la vie parcourt le cercle qui lui a été assigné.
Existence, Facultés, Assimilation — en d’autres termes, Personnalité, Liberté, Propriété, — voilà l’homme.
C’est de ces trois choses qu’on peut dire, en dehors de toute subtilité démagogique, qu’elles sont antérieures et supérieures à toute législation humaine.
Ce n’est pas parce que les hommes ont édicté des Lois que la Personnalité, la Liberté et la Propriété existent. Au contraire, c’est parce que la Personnalité, la Liberté et la Propriété préexistent que les hommes font des Lois.
Qu’est-ce donc que la Loi ? Ainsi que je l’ai dit ailleurs, c’est l’organisation collective du Droit individuel de légitime défense.
Chacun de nous tient certainement de la nature, de Dieu, le droit de défendre sa Personne, sa Liberté, sa Propriété, puisque ce sont les trois éléments constitutifs ou conservateurs de la Vie, éléments qui se complètent l’un par l’autre et ne se peuvent comprendre l’un sans l’autre. Car que sont nos Facultés, sinon un prolongement de notre Personnalité, et qu’est-ce que la Propriété si ce n’est un prolongement de nos Facultés ?
Si chaque homme a le droit de défendre, même par la force, sa Personne, sa Liberté, sa Propriété, plusieurs hommes ont le Droit de se concerter, de s’entendre, d’organiser une Force commune pour pourvoir régulièrement à cette défense.
Le Droit collectif a donc son principe, sa raison d’être, sa légitimité dans le Droit individuel ; et la Force commune ne peut avoir rationnellement d’autre but, d’autre mission que les forces isolées auxquelles elle se substitue.
Ainsi, comme la Force d’un individu ne peut légitimement attenter à la Personne, à la Liberté, à la Propriété d’un autre individu, par la même raison la Force commune ne peut être légitimement appliquée à détruire la Personne, la Liberté, la Propriété des individus ou des classes.
Car cette perversion de la Force serait, en un cas comme dans l’autre, en contradiction avec nos prémisses. Qui osera dire que la Force nous a été donnée non pour défendre nos Droits, mais pour anéantir les Droits égaux de nos frères ? Et si cela n’est pas vrai de chaque force individuelle, agissant isolément, comment cela serait-il vrai de la force collective, qui n’est que l’union organisée des forces isolées ?
Donc, s’il est une chose évidente, c’est celle-ci : La Loi, c’est l’organisation du Droit naturel de légitime défense ; c’est la substitution de la force collective aux forces individuelles, pour agir dans le cercle où celles-ci ont le droit d’agir, pour faire ce que celles-ci ont le droit de faire, pour garantir les Personnes, les Libertés, les Propriétés, pour maintenir chacun dans son Droit, pour faire régner entre tous la Justice.
(...)

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