quinta-feira, 30 de outubro de 2025

Sonhando com o ideal - Paulo Roberto de Almeida

 Confesso, confesso: sou um rato de bibliotecas. Acredito que passei metade de minha vida lendo em bibliotecas, e a outra metade retirando livros de bibliotecas para ler em casa. Estou exagerando claro, mas os melhores anos de minha vida foram na embaixada em Washington, quando a pequena biblioteca da embaixada era considerada uma verdadeira biblioteca para empréstimos interbibliotecas. Pelas madrugadas, eu consultava o catálogo da Library of Congress; pela manhã, eu fazia os meus pedidos, com a ajuda da bibliotecária Lucilia Harrington, e ao meio-dia eu tinha o imenso prazer de receber, em minha mesa, livros sobre o Brasil do século XIX. 

Gostaria de morar na Library of Congress, talvez na Hispanic Division, desde que eu pudesse dispor de uma máquina de espresso (o café americano é simplesmente horrível) e talvez de uma rede para ler confortavelmente. Seria pedir muito?

Paulo Roberto de Almeida 

Brasilia, 30/10/2025

quarta-feira, 29 de outubro de 2025

Sempé fez um desenho adorável, no qual eu gostaria de estar dentro

  

Um mundo próximo da perfeição...

Desenho do grande Sempé, que me foi enviado por Alberto Morelli Cunha, a quem agradeço...

Depois dos desentendimentos, a aproximação entre Lula e Trump - Miriam Gomes Saraiva (Brasil em Foco Konrad Stiftung do Brasil)

Depois dos desentendimentos, a aproximação entre Lula e Trump
Miriam Gomes Saraiva
Brasil em Foco
Konrad Stiftung do Brasil, outubro 2025
https://www.kas.de/pt/web/brasilien/brasil-em-foco/detail/-/content/serie-brasil-em-foco-10-2025#:~:text=debates%20entre%20especialistas.-,Depois%20dos%20desentendimentos%2C%20a%20aproxima%C3%A7%C3%A3o%20entre%20Lula%20e%20Trump,-Miriam%20Gomes%20Saraiva

Há um relativo consenso de que, nos anos de 1990, as relações do Brasil com os Estados Unidos teriam sido “desdramatizadas”. O termo significava que seriam relações entre dois países soberanos e que haviam deixado de ser consideradas alinhamento ou enfrentamento. Com exceção dos primeiros anos no mandato de Jair Bolsonaro, até 2025 as relações entre os dois países ficaram fluidas. Mas no primeiro semestre de 2025, com o Donald Trump na presidência dos Estados Unidos, as relações se tornaram, no mínimo, dramáticas.

Ao chegar à presidência, Donald Trump adotou comportamentos desafiantes que trouxeram surpresa e impactos nas dimensões do multilateralismo, da segurança e do comércio internacional. O Brasil, por sua vez, com a presidência de Lula, segue uma política externa focada nas parcerias sul-sul e no grupo BRICS. Também busca contrabalançar levemente a presença internacional dos Estados Unidos. Internamente, o Brasil convive com processos judiciais contra Bolsonaro e outros réus que atuaram contra as instituições democráticas. Bolsonaro e, sobretudo, seu filho Eduardo Bolsonaro, são vinculados a atores políticos da extrema direita norte-americana, apoiadores de Trump.

Frente à influência de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos e aos discursos de Lula na cúpula do BRICS, Trump decidiu sancionar o Brasil no campo comercial, com uma tarifa de importação de 40% acima dos outros 10% que já haviam sido instituídos. E, aparentemente, fechou as portas para conversas com representantes brasileiros. Ao declarar o aumento das tarifas, Trump acusou o Judiciário brasileiro de perseguir Bolsonaro. Implementou também sanções financeiras ao juiz relator do processo contra o ex-presidente.

A reação do governo de Lula foi defender a soberania e criticar as tarifas, mas evitando acusar o presidente Trump. Diplomaticamente, não tinha como ceder, mas seria bom deixar uma porta aberta para negociações futuras. Mas quando o tarifaço entrou em vigor, algumas brechas ficaram evidentes. Diversas exportações brasileiras foram consideradas exceções. Embora sem divulgação, a diplomacia brasileira e os agentes econômicos brasileiros e norte-americanos haviam começado a trabalhar para desmontar as sanções. Além das consequências negativas para a economia brasileira, o aumento de tarifas também teria impacto na economia norte-americana e nos preços de produtos muito consumidos no país. Empresas norte-americanas já sentiam o impacto.

A Assembleia Geral das Nações Unidas levou os dois presidentes a se encontrarem entre os discursos de um e de outro e, em sua fala, Trump indicou ter simpatizado com Lula. Para tanto, tiveram influência as negociações que já aconteciam sem o conhecimento público e a personalidade de Trump, que tem demonstrado afeição a governantes carismáticos que negociam através de relações pessoais diretas. Lula se enquadra nesta categoria.

Daí para a frente, os canais de negociação foram abertos e as diplomacias trabalharam para que os dois presidentes conversassem. A conversa teve lugar dias depois, por telefone, e ficou pendente um encontro presencial. Foi uma conversa amena em que Bolsonaro não foi mencionado, com os dois mostrando satisfação, o que indicou o início de negociações diplomáticas e comerciais para resolver o imbroglio. Ou seja, a questão de Bolsonaro saiu da agenda e os representantes dos dois países agora vão negociar.

É possível que essas tarifas sejam reduzidas e fique vigente apenas o correspondente às tarifas de 10%. Com a dramaticidade e anomalias à parte, pode-se afirmar que foi uma vitória do governo brasileiro e do próprio presidente Lula. Trump continuará com seu comportamento surpreendente e contrário ao multilateralismo, mas o governo brasileiro vem desmontando uma situação bastante incomum nas relações internacionais, em que um país parceiro e de boas relações diplomáticas decide punir com tarifas altas o outro por conta de um processo judicial contra um ex-presidente golpista.

 

To understand Israel, remember the Jews of the Arab world - Nachum Kaplan (Moral Clarity)

 Para conhecer uma parte das tragédias do Oriente Médio, ocorridas com o povo judeu, agora com os palestinos, é preciso conhecer sua história. O amigo Jayme Almeida me mandou um pequeno ensaio do Nachum Kaplan


To understand Israel, remember the Jews of the Arab world.
You can’t talk about Palestinian refugees without talking about Jewish ones.
Nachum Kaplan
Oct 29

Future of Jewish is the ultimate newsletter by and for people
passionate about Judaism and Israel. Subscribe to better understand and become smarter about the Jewish world.

This is a guest essay by Nachum Kaplan of the newsletter, “Moral Clarity.”

The story the world tells about the Middle East has a missing chapter — one torn out, burned, and buried. It is the story of 850,000 Jews driven from their homes by the very regimes that now sermonize endlessly about Palestinian suffering.

For centuries, Jews lived in Arab and Muslim lands as dhimmis — a tolerated but subordinated class permitted to worship so long as they paid an extortionate tax. It was protection money wrapped in piety. They lived at the mercy of rulers, were often made to wear distinguishing badges, confined to ghettos, and periodically subjected to pogroms that punctured long stretches of uneasy coexistence.

Yet Jewish life was woven deeply into the fabric of the Arab world. Baghdad was a quarter Jewish in 1910. Cairo’s Jews ran its banks and its press. Aleppo’s Jews guarded the fabled Aleppo Codex. Yemen’s Jews preserved a Hebrew liturgy older than the Babylonian exile itself. All of this vanished within a single generation of Israel’s rebirth in 1948, but it began before that.

In 1929, in the holy city of Hebron, Arab mobs slaughtered 67 Jews, mutilated bodies, and destroyed synagogues in a community that had existed for millennia. British police stood by as neighbors turned on neighbors. The irony was that the Haganah, the Jewish militia, had warned Hebron’s Jews to flee but they refused, insisting they have lived peacefully among the Arabs. The massacre was not an aberration, but a preview: a warning of the feral hatred that would later consume Jewish life across the Arab world.

In Iraq, the 1941 Farhud pogrom was the next grim rehearsal. Fueled by Nazi propaganda, mobs in Baghdad murdered nearly 200 Jews, looted 600 businesses, and desecrated synagogues. By 1948, anti-Jewish legislation made Jewish life untenable. The Iraqi Parliament’s Law Number 1 of 1950 stripped Jews of citizenship, forcing them to leave immediately and forfeit their property.

Prime Minister Tawfiq al-Suwaidi was blunt: “The Jews are not of Iraq. Let them go.” Within two years, 120,000 Iraqi Jews had been airlifted to Israel in Operation Ezra and Nehemiah, leaving behind homes, shops, and synagogues that the state expropriated. Baghdad’s Great Synagogue became a warehouse.

In Egypt, after the nascent State of Israel’s victory in its 1948 War
of Independence, Jews were denounced as “Zionist agents.” Following the Suez War in 1956, President Gamal Abdel Nasser expelled thousands. His edict was chillingly direct: “We will expel the Jews. We will drive them out of Egypt.” Families were given mere days to depart, carrying no more than one suitcase and 20 Egyptian pounds. Everything else was “sequestered” by the state. In December 1956, the Ministry of Religious Endowments declared that Jewish synagogues would henceforth belong to Egypt.

In Yemen, where Jews had for centuries been treated as pariahs — forbidden to ride animals, forced to haul Muslim refuse, and subjected to the “orphans decree” that compelled Jewish orphans to be raised as Muslims — nearly the entire community of 49,000 was airlifted to Israel in Operation Magic Carpet from 1949 to 1950. They left barefoot, carrying little more than Torah scrolls. The Yemeni government seized their homes and declared all Jewish property state-owned.

In Libya, pogroms in Tripoli in 1945 and 1948 killed hundreds,
destroyed synagogues, and shattered a 2,000-year-old community. By 1967, anti-Jewish riots — abetted by police — finished the work. When Muammar Gaddafi seized power in 1969, he decreed: “All property of the Jews is the property of the Libyan state.” The last Jews were deported in 1970.

In Syria, Jews were held hostage in their own land. A 1947 decree
froze all Jewish bank accounts and barred the sale of Jewish property. Jews were forbidden to emigrate. Prime Minister Khalid al-Azm admitted the motive openly: “We cannot let them go; they are our bargaining chip.” Only in the 1990s were the final few hundred allowed to leave quietly.

From Casablanca to Tehran, the message was the same: You are Jews. You are no longer welcome. Leave or die. By the 1970s, the ancient Jewish communities of the Arab world — some predating Islam itself — had been extinguished.

The figures are not in dispute, though they are systematically
ignored. The World Organization of Jews from Arab Countries documented that 856,000 Jews fled or were expelled from Arab and Muslim lands between 1948 and 1972. By comparison, the United Nations itself estimates that 711,000 Palestinians were displaced during the State of Israel’s War of Independence. The Jewish exodus was larger, yet it is scarcely spoken of.

The financial dimension is equally staggering. In 2008, Israel’s
parliament estimated the value of confiscated Jewish property at $300 billion in today’s dollars. Jews left behind over 100,000 square kilometers of land — five times the size of the State of Israel. And yet only one refugee population is granted eternal visibility, institutionalized through a UN agency exclusively for Palestinians, while the other was consigned to oblivion.

The reason is not mysterious. The world could only stomach one refugee story — and it chose the Palestinians. Not because their suffering was greater (it was not), but because their suffering could be weaponized against the Jewish state.

The Arab regimes that expelled Jews also froze Palestinians in camps to use as political hostages. Lebanon barred them from dozens of professions. Syria denied them citizenship. Egypt confined them to squalor. Unlike any other refugees in history, their status was deliberately made hereditary.

Meanwhile, the Jews of Baghdad and Sana’a were absorbed into Israel. No UN agency to ossify their victimhood. No lachrymose resolutions. No theater of endless camps. They became citizens, soldiers, teachers, builders. They moved on. That dignity disqualified them from the pity-industrial complex.

Arab diplomats and Western progressives speak with pious solemnity about the Palestinian “right of return.” They never mention the rights of Jews to return to Cairo, Damascus, or Fez. The hypocrisy was baked into international law itself. In 1967, UN Resolution 242 called for “a just settlement of the refugee problem.” Note the singular noun — problem, not Palestinian refugees. At the time, diplomats understood it to mean both Arab and Jewish refugees.

British Ambassador Lord Caradon, who drafted the resolution, has clarified: “It referred both to the Arab refugees and to the Jewish refugees.” That understanding has since been memory-holed. Today, the “refugee problem” has been reimagined as a Palestinian-only affair.

The erasure of Jews from Arab lands is not just a historical crime; it is a present deception. It sustains the fiction that Israel is a
colonial implant of European settlers. This is a phantasmagoria of
lies. Half of Israel’s Jewish population descends from Middle Eastern and North African communities. They are not intruders; they are the children of Baghdad, Sana’a, Tripoli, Aleppo, and Hebron.

When Nasser expelled Egyptian Jews in 1956, when Iraq denaturalized its Jews in 1950, when Gaddafi seized their property in 1970 — those Jews did not vanish. They became Israelis. Their return to sovereignty is not colonialism; it is reclamation. To ignore them is to participate in historical amnesia.

Every time diplomats mutter platitudes about “1967 borders” or label Zionism as “settler colonialism,” they are erasing the Jews of the Middle East. This amnesia has a political cost: It feeds the
intellectual fraud that paints Jews as alien to the region they once defined. It feeds violence.

The memory of these Jews must be restored — not only for justice, but for clarity. Without their story, the Middle East narrative collapses into caricature: Israelis as colonial usurpers, Palestinians as eternal victims, Arabs as innocent bystanders.

With their story restored, the picture sharpens: Arabs as both
persecutors and victims, Jews as both refugees and returnees, the State of Israel as both sanctuary and reclamation. This is why the subject is taboo.

To acknowledge the Jews’ expulsion from Arab lands is to dismantle the mythology that underpins decades of failed diplomacy. It is to admit that the refugee problem was two-sided, that justice cannot mean indulging Palestinian fantasies of “return” while erasing the Jewish exodus.

The forgotten Jews of the Middle East were not forgotten by accident; they were buried to make room for a myth. A myth has poisoned international institutions, Western academia, and Arab political culture for decades. It is time to exhume the truth.

Memory is not passive. It is resistance. To remember the Jews of
Baghdad, Cairo, and Sana’a is to resist the denial and falsification
of history. To demand restitution for their stolen property is to
puncture the sanctimony of Arab regimes. To tell their story alongside the Palestinians’ is to force a reckoning: This was a two-way displacement, and Israel’s survival is not an anomaly but an answer.

Israel is not the intruder in the Middle East. It is its memory,
returned in flesh. To remember the Jews of the Arab world is to
remember what the region once was, and what it chose to destroy. That truth will outlast every lie.

Um caderno de notas maoísta, tão luxuoso quanto os melhores produtos capitalistas

 

Acabo de ganhar, vindo diretamente da China, caderno de notas fielmente maoísta, comemorando os 90 anos da conferência do PCC, Zunyi 1935, quando finalmente Mao Tsetung consolidou sua liderança no partido, para continuar lutando contra Chiang Kaischek, acompanhado de um marcador de livros estilo Guarda Revolucionário. Quem me trouxe foi o Pedro Paulo Palazzo, que não é maoísta, mas acaba de voltar de uma semana na China. Pronto, já tenho caderno para meus estudos sobre o único capitalismo leninista de sucesso no mundo comunista.

Panorama Editorial: Câmara Brasileira do Livro O ouvidor do Brasil: 99 vezes Tom Jobim é eleito Livro do Ano no Prêmio Jabuti 2025

Panorama Editorial: Câmara Brasileira do Livro

O ouvidor do Brasil: 99 vezes Tom Jobim é eleito Livro do Ano
no Prêmio Jabuti 2025

Em seu ano como Capital Mundial do Livro, o Rio de Janeiro recebeu,
no Theatro Municipal, a maior premiação literária do país, que laureou
23 categorias e homenageou Ana Maria Machado


O Prêmio Jabuti, principal premiação literária do Brasil, anunciou nesta noite, dia 27 de outubro, os grandes vencedores da 67ª edição. O evento, promovido pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), foi realizado no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, e reconheceu Ruy Castro com a obra “O ouvidor do Brasil: 99 vezes Tom Jobim” (Ed. Companhia das Letras), como o Livro do Ano de 2025. Confira aqui a lista completa dos vencedores.

Além de receber a estatueta dourada, Ruy Castro foi contemplado com um prêmio especial de R$ 70 mil, e uma viagem à Feira do Livro de Londres, que em 2026 celebra o Ano da Cultura Brasil–Reino Unido. A CBL organizará uma agenda exclusiva de encontros, palestras e ações de divulgação.

Com um total de 4.530 obras inscritas, a edição de 2025 premiou também vencedores em 23 categorias, distribuídas nos quatro eixos Literatura, Não Ficção, Produção Editorial e Inovação.

Destaque também para a novidade “Categoria Especial - Fomento à Leitura”, dedicada a projetos realizados na cidade do Rio de Janeiro. O ganhador foi o projeto Rio Capital Mundial do Livro, um programa público que fortalece políticas estruturantes do livro e das bibliotecas (como Bibliotecas do Amanhã e Paixão de Ler) e alcance em diferentes territórios.

Os laureados de cada categoria receberam a tradicional estatueta do Jabuti e um prêmio de R$ 5 mil.

As obras vencedoras terão maior visibilidade em eventos nacionais e internacionais, como, por exemplo, na Bienal Internacional do Livro de São Paulo, na Feira do Livro Infantil e Juvenil de Bolonha, na Feira do Livro de Frankfurt, entre outras. Os livros premiados enviados pelas editoras serão destaque em ações de promoção e exposição nos estandes da instituição.

“Realizar esta cerimônia no Rio teve um significado singular. No ano em que a cidade detém o título de Capital Mundial do Livro pela UNESCO, celebramos aqui a indústria do livro, a diversidade da produção nacional, a inovação e a excelência editorial”, comemora Sevani Matos, presidente da Câmara Brasileira do Livro (CBL).

“Realizar o Jabuti no Rio foi uma forma de reconhecer a cidade como um centro da cultura. O Theatro Municipal, com sua história e grandiosidade, amplificou as vozes da nossa literatura. Nesta edição, recebemos um grande volume de inscrições de obras, o que demonstra a vitalidade da produção literária brasileira e a importância do Jabuti, que também tem expandido seu papel na internacionalização da literatura brasileira. Ao premiar obras brasileiras publicadas fora do país, a premiação reconhece o esforço de editoras estrangeiras e nacionais que trabalham na exportação dos direitos autorais. O Jabuti está sempre se reinventando e buscando novos espaços de internacionalização”, ressalta o curador do prêmio, Hubert Alquéres.

Os mestres de cerimônia deste ano foram Marisa Orth e Silvio Guindane. A cerimônia, exclusiva para convidados, foi transmitida ao vivo para todo o Brasil pelo canal da CBL no YouTube.

Homenagem do Ano

Ana Maria Machado foi a escolhida como a Personalidade Literária da 67ª edição do Prêmio Jabuti. A honraria consagra figuras da literatura nacional, que contribuíram de forma decisiva para o fortalecimento da cultura brasileira e a formação de gerações de leitores.

A escritora homenageada construiu uma trajetória marcada pela versatilidade, pelo diálogo com diferentes públicos e pelo reconhecimento internacional. Autora de mais de cem títulos publicados, entre romances, ensaios, contos e uma vasta produção infantojuvenil, tem obras traduzidas em diversos idiomas e publicadas em mais de 20 países.

Ana Maria expressou emoção ao receber a homenagem durante a cerimônia: “Fiquei com medo de me emocionar, mas me emocionei, sim. Receber a homenagem de Personalidade Literária do Prêmio Jabuti 2025 foi uma linda surpresa, que me encheu de alegria e gratidão. Todo mundo merece ter seu trabalho reconhecido, mas quando isso acontece de forma totalmente inesperada, é ainda mais especial. A emoção é dupla, porque é um reconhecimento que vem do povo do livro. Ainda mais em um ano em que a festa acontece na minha cidade, nesse local que vi pela primeira vez aos quatro anos e onde vivi memórias inesquecíveis. Tudo se soma para a alegria deste momento de celebração. Agradeço a todos que vêm me acompanhando nesses anos, Brasil adentro e afora, leitores, amigos, colegas escritores e minha família, que sempre soube me respeitar e apoiar. Sabem que hoje a festa é deles também.”

Sobre o autor do Livro do Ano:

Ruy Castro é jornalista e escritor, nascido em 1948 em Caratinga (MG). Começou sua carreira como repórter em 1967 e, a partir de 1990, focou-se na escrita de livros, tornando-se conhecido por biografias detalhadas de figuras como Nelson Rodrigues, Garrincha e Carmen Miranda. Suas obras também incluem reconstituições históricas sobre a Bossa Nova e o Rio de Janeiro dos anos 1920. Ruy Castro foi eleito para a Academia Brasileira de Letras em 2022 e já ganhou prêmios como o Machado de Assis e o Jabuti.

Sinopse:

"O ouvidor do Brasil: 99 vezes Tom Jobim" é uma coletânea de 99 crônicas escrita por Ruy Castro que compõe um perfil biográfico fragmentado e detalhado de Tom Jobim, revelando seu lado humano, crítico e muitas vezes inesperado.

O livro explora a profunda conexão de Jobim com o Brasil, sua genialidade, seu compromisso com a natureza e oferece histórias de bastidores e fatos inéditos da cena musical dos anos 1950 e 1960.

terça-feira, 28 de outubro de 2025

O que meus visitantes no Academia.edu andam buscando em meus textos? - Paulo Roberto de Almeida

O que meus visitantes no Academia.edu andam buscando em meus textos?


Paulo Roberto de Almeida, diplomata, professor.
Relação de algumas buscas recentes na minha página em Academia.edu, para verificar a temática dos acessos em https://unb.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida, em 28/10/2025.

        Depois que um antigo provedor de meu primeiro site pessoal, pralmeida.org, falhou, e me deixou sem acesso durante várias semanas, eu comecei a postar, desde 2013 (ou seja, uma dúzia de anos agora) mais material de estudo e de consulta na plataforma Academia.edu, secundado, mas com menor intensidade, de postagens em outra plataforma, a Research Gate (tem também a Social Science Research Network). Ao longo dos anos, ela veio a converter-se no maior “depósito” de trabalhos (artigos, ensaios, até mesmo livros inteiros) oferecidos livremente, gratuitamente, a colegas pesquisadores e estudantes em geral. Efetuei uma divisão nas diferentes seções entre as quais divido os meus materiais – listas de trabalhos, livros pessoais, livros editados por mim, contribuições a obras coletivas, livros diversos, ensaios em revistas científicas, artigos diversos, resenhas de livros, ademais de apresentações, entrevistas e uma série de outras categorias de trabalhos devidamente registrados em minha produção intelectual – e passei a colocar dezenas, centenas, talvez milhares de textos produzidos ao longo destes 12 últimos anos.
        Ademais de plataforma de interação acadêmica, Academia.edu oferece outros serviços a seus membros, como mensagens enviadas e respostas efetuadas, além de indicar as menções que são feitas a meus trabalhos por outros usuários, mas consultando-me sobre a real autoria (uma vez que existem muitos trabalhos inseridos com base na homonímia). Efetuo, regularmente, uma consulta ao excelente Analytics, o que me permite ver o que os “curiosos” andam acessando meus trabalhos, seus países e instituições, assim como a lista de seus acessos anteriores (todos eles devidamente datados), o perfil desses visitantes, ademais das palavras-chave envolvidas em cada um desses acessos (uma providência importante, para que os curiosos “descubram” o que procuram). Obviamente, a indexação mais comum em meus trabalhos é “Brazilian Foreign policy”, “History of Brazilian Foreign policy” e os demais vinculados a temas econômicos e políticos mais frequentes em meus trabalhos, como a integração regional, por exemplo. Pois é a partir dessa lista de “Readers” que eu decidi efetuar agora uma lista de alguns exemplos de acessos, sem poder obviamente esgotar todas as consultas e downloads; ao mesmo tempo, essa lista de Readers, também contém, ao final, trabalhos terceiros que esses leitores andaram lendo, o que me permite por vezes aceder, de meu lado, a material de interesse relativo (para minhas próprias pesquisas). Sob esse conceito apresento abaixo, alguns exemplos retirados ao acaso da lista de Papers, no Analytics.

1) Um conhecido professor de Direito efetuou estes acessos desde novembro de 2023:

5000) Prefacio ao livro 80 Anos da ONU (2025)
Bookmarked10/28/25academia.edu
4846) As relações do Brasil com os Estados Unidos em perspectiva histórica (2025)
Downloaded02/13/25
4864) A extrema-direita europeia, suas relacoes com as duas grandes autocracias - Rodrigo da Silva, Apresentacao Paulo Roberto de Almeida
Read06/15/24
4610) Vidas Paralelas: Rubens Ricupero e Celso Lafer nas relações internacionais do Brasil (2024)
Read03/27/24
2011) Obsolescência de uma Velha Senhora? A OEA e a Nova Geografia Política Latino-americana (2009)
Read02/27/24
Guiana: postagens no blog Diplomatizzando (2015-2023)
Read12/11/23
4520) A ONU e o sistema internacional: posturas da diplomacia brasileira (2023)
Bookmarked12/11/23academia.edu

2) Um visitante de Luanda, Angola, exibiu estes acessos:
Alain Larcan: De Gaulle Inventaire; ses lectures (2010)
Read10/28/25
Autocracy Inc., Anne Applebaum, Introdução (2024)
Downloaded11/10/24
Regimes politicos na America Latina (2024) - Augusto de Franco e Renato Cecchettini
Downloaded11/10/24
Perfect Storm 1 e 2 - Elie Barnavi (Telos.eu)
Downloaded11/10/24
4226) A guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia no contexto histórico (2022)
Downloaded11/10/24
Pact for the future UNO (September 2024)
Downloaded11/10/24

3) Um jornalista de São Paulo efetuou estas consultas:
4946) O Brasil e multilateralismo: construcao e desconstrucao (2025)
Downloaded10/28/25
1920) To Be or Not the Bric (2008)
Downloaded10/14/25
4946) O Brasil e multilateralismo: construcao e desconstrucao (2025)
Read09/27/25

4) Um professor universitário de Brasília, conhecido, foi mais modesto:
4816) Lista de trabalhos de Paulo Roberto de Almeida na plataforma Academia.edu (1976-2024)
Read10/28/25academia.edu4 Pages Read
Eleicoes presidenciais no Brasil: relacoes internacionais, politica externa e diplomacia brasileira, 1985-2018
Read01/29/25295 Pages Read
3960) Relações internacionais, política externa do Brasil e carreira diplomática (2021)
Read01/26/25
QUINZE ANOS DE POLITICA EXTERNA ENSAIOS SOBRE A DIPLOMACIA BRASILEIRA, 2002-2017
Read10/18/24
O Estudo das Relacoes internacionais do Brasil - Quadros Analiticos Horizontais
Read12/22/222 Pages Read
O Estudo das Relacoes internacionais do Brasil - Quadros Analiticos Horizontais
Read10/14/213 Pages Read

5) Um estudioso de Filosofia do Paraná preferiu acessar estes trabalhos:

5093) Trabalhos PRA mais acessados na plataforma Academia.edu
Downloaded10/28/25academia.edu
1920) To Be or Not the Bric (2008)
Downloaded10/15/25
4889) O Brasil no contexto de um novo cenario internacional: incertezas e opcoes (2025)
Downloaded04/29/25
2011) Obsolescência de uma Velha Senhora? A OEA e a Nova Geografia Política Latino-americana (2009)
Read11/19/24

6) Um colega diplomata teve estas curiosidades:


3483) O Ocidente e seus salvadores: um debate de ideias (2019)
Downloaded10/20/25
5033) Lista atualizada de trabalhos sobre o Mercosul e a integracao regional (2025)
Downloaded08/28/25academia.edu
5033) Lista atualizada de trabalhos sobre o Mercosul e a integracao regional (2025)
Read08/28/25

E assim eu poderia continuar indefinidamente, pois a lista de Readers é enorme, praticamente interminável, até perder de vista no passado...

Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 5600, 28 outubro 2025, 4 p.
Postado na própria página de Academia.edu (link: https://www.academia.edu/144683522/5600_O_que_meus_visitantes_no_Academia_edu_andam_buscando_em_meus_textos_2025_

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...