Vejamos o que escreveu o representante diplomático do Brasil em Caracas sobre o presidente da Venezuela, em carta privada a um jornalista, oportunamente divulgada em uma seleção de sua correspondência:
“É violento como todo ditador elevado ao poder pelos meios revolucionários… As liberdades públicas não o preocupam muito e se é honesto será a exceção, porque a regra aqui é que os Presidentes enriqueçam. (…) Em roda dele grasnam abutres dos dinheiros públicos, como é natural: há uma claque que se aproveita de seu valimento para acumular reservas… [E]le não é sanguinário (apenas prende e acorrenta, mas não fuzila) é patriota e dá ordem e sossego, o que nesta terra clássica de perturbações sabe bem de quando em vez, com a condição do sossego não ser perene, quando não isso os aborreceria. A revolução está na massa do sangue e há de custar a extirpar o vício. O mal é de origem: todos os caudilhos são descendentes legítimos de Bolívar.”
Não, não é o que vocês estão pensando. A carta é de 16 de junho de 1905, foi escrita pelo diplomata e historiador Manuel de Oliveira Lima, que não se eximia de expressar sua opinião sobre o general Cipriano Castro, então presidente da Venezuela, em correspondência dirigida ao jornalista e amigo Barbosa Lima.
O presidente da Venezuela, a quem Oliveira Lima apresentou suas credenciais em 25 de maio de 1905, era, já então, um militar, o referido general Cipriano Castro, a quem o irônico diplomata brasileiro chamou de montagnard andino.
Fonte: Arquivo de Barbosa Lima Sobrinho, citado em Manuel de Oliveira Lima, Obra Seleta (Rio de Janeiro: Instituto Nacional do Livro, 1971), organizada sob a direção de Barbosa Lima Sobrinho, que assina uma excelente introdução sobre “Sua Vida e Sua Obra”.
A transcrição figura à p. 100 e foi usada neste meu trabalho:
"O Barão do Rio Branco e Oliveira Lima: Vidas paralelas, itinerários divergentes"
In: Carlos Henrique Cardim e João Almino (orgs.),
Rio Branco, a América do Sul e a modernização do Brasil
(Brasília: Comissão Organizadora das Comemorações do Primeiro Centenário da Posse do Barão do Rio Branco no Ministério das Relações Exteriores, IPRI-Funag, 2002, ISBN: 85-87933-06-X), pp. 233-278.
disponível neste link.
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
1707) Dom Total: lista de colaboracoes
Por vezes esqueço algumas colaborações que são selecionadas diretamente pelos editores, como é o caso deste portal Dom Total, um site especializado em Direito que é baseado na Escola Superior Dom Helder Câmara, um centro de ensino administrado por jesuitas e baseado em Belo Horizonte, MG.
Colunista: Paulo Roberto de Almeida
Paulo Roberto de Almeida é doutor em Ciências Sociais pela Universidade de Bruxelas (1984). Diplomata de carreira desde 1977, exerceu diversos cargos na Secretaria de Estado das Relações Exteriores e em embaixadas e delegações do Brasil no exterior. Trabalhou entre 2003 e 2007 como Assessor Especial no Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. Autor de vários trabalhos sobre relações internacionais e política externa do Brasil.
Almeida escreve para o Dom Total sempre às quintas-feiras.
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* 21/01/2010 | Manual de diplomacia prática, 1: clareza de intenções
* 17/12/2009 | Todas as leis da estupidez humana, suite et fin...
* 10/12/2009 | As Leis Fundamentais da Estupidez Humana
* 19/11/2009 | A nova Alemanha
* 12/11/2009 | O que poderia ter ocorrido com Berlim e com a Alemanha, e que não ocorreu?
* 05/11/2009 | Berlim de volta ao centro da história contemporânea
* 29/10/2009 | Muro de Berlim, vinte anos depois
* 22/10/2009 | A liberdade de destruir a liberdade: um aviso preventivo vindo do passado
* 08/10/2009 | Declaração de Princípios
* 24/09/2009 | A crise econômica internacional e seu impacto no Brasil
* 03/09/2009 | Milton Friedman conversa com Roberto Campos no limbo econômico
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* 20/08/2009 | Carta aberta a Raul Castro sobre Cuba e o socialismo
* 13/08/2009 | Frases de um perfeito idiota latino-americano (dos grandes)
* 06/08/2009 | Os dez mandamentos da política - em certos governos
* 30/07/2009 | Crônica de um desastre anunciado: o socialismo do século 21 na Venezuela
* 23/07/2009 | A cooperação euro-brasileira no âmbito internacional
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* 09/07/2009 | Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência: mais do mesmo?
* 02/07/2009 | O Brasil amarrado por sua própria vontade
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* 18/06/2009 | Sobre a morte do G8 e a ascensão dos Brics:
* 04/06/2009 | Falácias acadêmicas: os mitos da utopia marxista
* 28/05/2009 | O anão e o dragão
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* 23/04/2009 | A questão racial com os EUA
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* 27/11/2008 | Fazendo justiça com as próprias mãos
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* 04/09/2008 | Falácias acadêmicas: o mito do neoliberalismo
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* 14/08/2008 | O Brasil amarrado por sua própria vontade
* 07/08/2008 | O afundamento da educação no Brasil
* 24/07/2008 | Petismo universitário
* 17/07/2008 | Está aumentando o número de idiotas no mundo?
* 10/07/2008 | O fetiche do Capital
* 03/07/2008 | Para libertar a nação dos bárbaros
* 26/06/2008 | As roupas novas do império
Os artigos dos colunistas da Revista DOM TOTAL são de natureza jornalística, escritos por autores especialmente convidados, nas áreas de Direito, Economia, Sociologia, Política e Teologia.
A periodicidade é semanal, conforme a agenda de cada autor, comunicada neste site.
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Paulo Roberto de Almeida é doutor em Ciências Sociais pela Universidade de Bruxelas (1984). Diplomata de carreira desde 1977, exerceu diversos cargos na Secretaria de Estado das Relações Exteriores e em embaixadas e delegações do Brasil no exterior. Trabalhou entre 2003 e 2007 como Assessor Especial no Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. Autor de vários trabalhos sobre relações internacionais e política externa do Brasil.
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Os artigos dos colunistas da Revista DOM TOTAL são de natureza jornalística, escritos por autores especialmente convidados, nas áreas de Direito, Economia, Sociologia, Política e Teologia.
A periodicidade é semanal, conforme a agenda de cada autor, comunicada neste site.
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A reprodução de seus textos depende de autorização expressa de seus autores.
1706) Cuba: ajuda financeira do Brasil (US$ 1,5 bilhão)
Certamente necessária para incrementar o comércio e a cooperação entre dois países irmãos. Da coluna diária do ex-prefeito Cesar Maia:
LULA HOJE EM CUBA: UM BILHÃO E 500 MILHÕES DE DÓLARES!
(El País, 24) O porta-voz de Lula, Marcelo Baumbach, informa que o Brasil já aprovou créditos a Cuba de 1 bilhão de dólares, dos quais 350 milhões serão destinados à compra de alimentos e uns 600 milhões de dólares às iniciativas para produção de arroz e cana de açúcar, construção de estradas e o porto de Mariel. "Desse total, 150 milhões já foram desembolsados. E está em final de negociação outra parcela de 300 milhões de dólares. Cuba solicitou um adicional de 230 milhões de dólares que está pendente por questões administrativas", explicou Baumbach.
===============
Ministério das Relações Exteriores
Assessoria de Imprensa do Gabinete
Nota à imprensa n° 65
23 de fevereiro de 2010
Visita de trabalho do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Cuba, Havana, 23 a 25 de fevereiro de 2010
O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizará visita de trabalho a Cuba entre os dias 23 e 25 de fevereiro. Na ocasião, deverá visitar as obras do Porto de Mariel, que conta com financiamento brasileiro para a exportação de bens e serviços nacionais utilizados em sua construção.
O Presidente Lula participará, ainda, do encerramento de evento empresarial Brasil – Cuba, e manterá reunião de trabalho com o Presidente Raúl Castro, com vistas a examinar os principais temas da agenda bilateral e regional.
Por ocasião da visita, deverão ser assinados os seguintes atos: Protocolo Complementar na área da Saúde; Memorando de Entendimento sobre Tecnologias da Informação; Ajuste complementar em matéria de Vigilância Sanitária; Ajuste Complementar na área de Controle Biológico de Pragas Agrícolas; Ajuste Complementar para cooperação na área de Limites de Metais Pesados na Agricultura; Ajuste Complementar para cooperação em produção de soja; e Ajuste Complementar para cooperação em controle genético em tomates e pimentões.
O fluxo de comércio entre o Brasil e Cuba, em 2009, atingiu US$ 330,6 milhões, dos quais mais de US$ 277 milhões resultaram de exportações brasileiras.
O original desta nota encontra-se disponível no seguinte endereço:
http://www.mre.gov.br/portugues/imprensa/nota_detalhe3.asp?ID_RELEASE=7855
LULA HOJE EM CUBA: UM BILHÃO E 500 MILHÕES DE DÓLARES!
(El País, 24) O porta-voz de Lula, Marcelo Baumbach, informa que o Brasil já aprovou créditos a Cuba de 1 bilhão de dólares, dos quais 350 milhões serão destinados à compra de alimentos e uns 600 milhões de dólares às iniciativas para produção de arroz e cana de açúcar, construção de estradas e o porto de Mariel. "Desse total, 150 milhões já foram desembolsados. E está em final de negociação outra parcela de 300 milhões de dólares. Cuba solicitou um adicional de 230 milhões de dólares que está pendente por questões administrativas", explicou Baumbach.
===============
Ministério das Relações Exteriores
Assessoria de Imprensa do Gabinete
Nota à imprensa n° 65
23 de fevereiro de 2010
Visita de trabalho do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Cuba, Havana, 23 a 25 de fevereiro de 2010
O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizará visita de trabalho a Cuba entre os dias 23 e 25 de fevereiro. Na ocasião, deverá visitar as obras do Porto de Mariel, que conta com financiamento brasileiro para a exportação de bens e serviços nacionais utilizados em sua construção.
O Presidente Lula participará, ainda, do encerramento de evento empresarial Brasil – Cuba, e manterá reunião de trabalho com o Presidente Raúl Castro, com vistas a examinar os principais temas da agenda bilateral e regional.
Por ocasião da visita, deverão ser assinados os seguintes atos: Protocolo Complementar na área da Saúde; Memorando de Entendimento sobre Tecnologias da Informação; Ajuste complementar em matéria de Vigilância Sanitária; Ajuste Complementar na área de Controle Biológico de Pragas Agrícolas; Ajuste Complementar para cooperação na área de Limites de Metais Pesados na Agricultura; Ajuste Complementar para cooperação em produção de soja; e Ajuste Complementar para cooperação em controle genético em tomates e pimentões.
O fluxo de comércio entre o Brasil e Cuba, em 2009, atingiu US$ 330,6 milhões, dos quais mais de US$ 277 milhões resultaram de exportações brasileiras.
O original desta nota encontra-se disponível no seguinte endereço:
http://www.mre.gov.br/portugues/imprensa/nota_detalhe3.asp?ID_RELEASE=7855
1705) Malvinas-Falkland e seu petroleo...
Demagogia latina na política externa
Editorial O Globo, 23.02.2010
A exploração de petróleo por uma companhia britânica nas Ilhas Malvinas é um assunto delicado para os dois lados, especialmente para a Argentina. A Casa Rosada deveria tratar o assunto dentro dos limites da diplomacia, para que a disputa não se torne uma nova questão de orgulho nacional. Pois é justamente isso que não vem fazendo a presidente Cristina Kirchner.
Assim, ela tenta desviar a atenção do caos interno: a briga com produtores rurais, protestos dos sindicatos contra a inflação maquiada, disputa política com o vice-presidente Julio Cobos, perda da maioria no Congresso, onde a oposição prepara uma ofensiva.
Os políticos argentinos têm memória curta. Há 28 anos, o então líder da ditadura militar, general Leopoldo Galtieri, iniciou uma guerra contra a Grã-Bretanha pelo controle das Malvinas. Pensava em unir em torno de seu governo os argentinos, àquela altura fartos da ditadura. A empreitada resultou num desastre, com cerca de 1 mil mortos e um número não divulgado de feridos, além de um golpe profundo no orgulho argentino. A derrota desgastou ainda mais o regime militar e levou Galtieri à renúncia. Em 1983, houve eleições que restabeleceram a democracia no país.
A atual situação parece feita sob medida para os demagogos, em especial o maior deles, Hugo Chávez. Domingo ele deu seu costumeiro show, prometendo enviar forças para defender a Argentina em caso de ataque britânico. Mas quem falou em ataque? Caso típico em que a frase do Rei da Espanha a Chávez - "por que não te calas?" - cai como uma luva. Até porque diplomatas argentinos afastaram a hipótese de resposta militar.
A divergência entre Argentina e Grã-Bretanha ganha ressonância na Cúpula da Unidade da América Latina e do Caribe, iniciada ontem no México e destinada a criar uma espécie de OEA sem EUA e Canadá. Funciona como combustível para o viés terceiro-mundista do encontro, que periga repetir o mesmo cacoete dos líderes argentinos: recorrer a fórmulas surradas e derrotadas. Cristina Kirchner se vangloria de já ter obtido apoio dos líderes latino-americanos e do Caribe, entre eles o presidente Lula. Quando deveriam estar discutindo investimentos e comércio, estão fazendo teatro político para o público interno.
Editorial O Globo, 23.02.2010
A exploração de petróleo por uma companhia britânica nas Ilhas Malvinas é um assunto delicado para os dois lados, especialmente para a Argentina. A Casa Rosada deveria tratar o assunto dentro dos limites da diplomacia, para que a disputa não se torne uma nova questão de orgulho nacional. Pois é justamente isso que não vem fazendo a presidente Cristina Kirchner.
Assim, ela tenta desviar a atenção do caos interno: a briga com produtores rurais, protestos dos sindicatos contra a inflação maquiada, disputa política com o vice-presidente Julio Cobos, perda da maioria no Congresso, onde a oposição prepara uma ofensiva.
Os políticos argentinos têm memória curta. Há 28 anos, o então líder da ditadura militar, general Leopoldo Galtieri, iniciou uma guerra contra a Grã-Bretanha pelo controle das Malvinas. Pensava em unir em torno de seu governo os argentinos, àquela altura fartos da ditadura. A empreitada resultou num desastre, com cerca de 1 mil mortos e um número não divulgado de feridos, além de um golpe profundo no orgulho argentino. A derrota desgastou ainda mais o regime militar e levou Galtieri à renúncia. Em 1983, houve eleições que restabeleceram a democracia no país.
A atual situação parece feita sob medida para os demagogos, em especial o maior deles, Hugo Chávez. Domingo ele deu seu costumeiro show, prometendo enviar forças para defender a Argentina em caso de ataque britânico. Mas quem falou em ataque? Caso típico em que a frase do Rei da Espanha a Chávez - "por que não te calas?" - cai como uma luva. Até porque diplomatas argentinos afastaram a hipótese de resposta militar.
A divergência entre Argentina e Grã-Bretanha ganha ressonância na Cúpula da Unidade da América Latina e do Caribe, iniciada ontem no México e destinada a criar uma espécie de OEA sem EUA e Canadá. Funciona como combustível para o viés terceiro-mundista do encontro, que periga repetir o mesmo cacoete dos líderes argentinos: recorrer a fórmulas surradas e derrotadas. Cristina Kirchner se vangloria de já ter obtido apoio dos líderes latino-americanos e do Caribe, entre eles o presidente Lula. Quando deveriam estar discutindo investimentos e comércio, estão fazendo teatro político para o público interno.
1704) Uma visao (digamos, critica) sobre o ultimo show latino...
EIS AÍ, BRANQUELOS! FAÇAM BOM PROVEITO DESTE GRANDE LÍDER GLOBAL!
Reinaldo Azevedo, 24/02/10
A fantasia caiu! Finalmente! Agora o mundo já conhece o que Lula conseguiu esconder com o seu “carisma” durante alguns anos: não pensa, sobre a ordem internacional, nada muito diferente do gorila Hugo Chávez. O petista só é mais serelepe, amestrado e aprende melhor alguns truques. Mas a essência é a mesma. Solte-o no picadeiro político sem amarras para ver. A política externa brasileira logo começa a fazer micagens e a jogar pedaços mastigados de ovos e bananas no público. Quando não joga coisa pior, a exemplo desta terça-feira.
O presidente brasileiro discursou ontem — de improviso, como gosta — em Cancún, no México, na solenidade de criação de uma patacoada irrelevante chamada Comunidade de Países Latino-Americanos e do Caribe. E, bem…, sou obrigado a dizer que, mesmo para seus tão elásticos padrões, ele exagerou desta vez. Lula atacou os EUA, a União Européia, a ONU e qualquer outra coisa que cheirasse a civilização. Acusou os ricos por todas as mazelas e dificuldades por que passa o mundo e defendeu a China. Agora, as coisas estão em seu devido lugar. Eu espero por este Lula há pelo menos sete anos. Já estava cansado do falso.
Enquanto falava, via-se ao fundo a soturna figura do Rei do Tártaro, o domador Marco Aurélio Top Top Garcia. Ele saboreava a sua vitória, quase mastigando-a com seus dentes novos e suas idéias velhas. Aquele era o seu “Moisés”. Ele tocou em Lula e disse: “Parla!” E Lula “parlou” por todos os cotovelos.
A tal comunidade, como já chamei aqui há muito tempo e está em toda parte, é assim uma “OEA do B”, com o teor democrático rebaixado e a concentração de ditadura aumentada: o grupo não aceita a participação de EUA e do Canadá! Credo!!! Isso não! No lugar, entra Cuba. Isto define bem a entidade: a maior democracia do mundo está proibida de entrar, mas uma das maiores tiranias do mundo é recebida com honra. Lula, aliás, deixou Cancún e seguiu direto para o presídio controlado pelos irmãos Castro, aquele sem comida, remédio e liberdade. Em Cuba, vida boa mesmo só em Guantánamo. Os terroristas presos lá são um verdadeiro showroom de vitaminas e proteínas se comparados, por exemplo, aos professores escravizados por Fidel. O terroristas presos na base têm ao menos papel higiênico. Os pobres cubanos têm de se virar com as páginas do Granma e com os discursos de Fidel… Mas voltemos ao principal.
A fala de Lula foi a confissão de uma monumental derrota. Depois de sete anos adulando todos os ditadores e terrorista da Terra em busca de apoio para uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU, ele capitulo. Sabe que não a terá. Saudado como o líder natural do grupo, desceu o sarrafo nas Nações Unidas, acusando-a de irrelevante e de estar a serviço dos países ricos. Robert Mugabe, Khadaffi, Mahmoud Ahmadinejad e aquele terrorista que governa a Faixa de Gaza devem ter pensado: “Pra que tanto radicalismo, companheiro?” Os bocós nos EUA e na Europa que viviam saudando o grande líder moderado devem estar muito orgulhosos de sua própria ignorância. Finalmente, revelava-se o “estadista global” dos tontos de Davos.
Eu também não morro de amores pela ONU, não. Por motivos opostos aos de Lula. Aquilo se transformou numa gigantesca burocracia coalhada de ditadores e facínoras. No momento mais bucéfalo do discurso, disparou:
“É inexorável que a gente discuta este papel [do Conselho de Segurança da ONU]. Não é possível que ele continue representado pelos interesses da Segunda Guerra Mundial. Por que isso não muda? (…) Se nós não enfrentarmos este debate, a ONU vai continuar a funcionar sem representatividade, e o conflito no Oriente Médio vai ficar por conta do interesse dos norte-americanos, quando, na verdade, a ONU é que deveria estar negociando a paz no Oriente Médio”.
Santo Deus! Só não incorram no erro de chamar a fala de “ignorância”. Porque não é. Trata-se de uma escolha política. Lula, é verdade, não sabe o que diz porque dorme lendo até livro do Chico Buarque — ok, não se pode culpá-lo por isso —, mas o Itamaraty, que lhe soprou essa fala, sabe. Respondam depressa: quais são os “interesses dos EUA” no Oriente Médio que seriam contrariados se só a ONU se encarregasse de mediar o conflito? Essa visão delinqüente de mundo, que vem lá das profundezas infernais do pensamento do Top Top e de Celso Amorim, está certa de que, não fossem os americanos, os israelenses já teria encontrado o seu lugar na história: provavelmente, o fundo mar. Os bocós realmente acreditam que Israel se renderia sem o apoio americano…
Avançando na tolice conspiratória, disparou: “Muitos países preferem a ONU frágil para que eles possam fazer do seu comportamento a personalidade de governança mundial”. E desancou, em seguida, União Européia, Alemanha, Inglaterra, EUA de novo, que teriam sabotado a reunião do clima em Copenhague. Todos tentado conspirar contra a China e o Protocolo de Kyoto!!!
Feito uma comadre, a Maroca da Ordem Global, afirmou:
“Tudo era feito para negar o protocolo de Kyoto, para que se tirasse dos europeus as responsabilidades e jogasse nas costas da China o fracasso da reunião do clima (…) Nem quando era sindicalista vi numa reunião tão desorganizada. Eu falei ‘desorganização’. Vocês não têm a dimensão da pobreza de espírito. Tinha presidente de grande país importante discutindo parágrafo e artigo para questionar a China no dia seguinte sobre clima. Não é possível que países ricos deem uma quantia pequena como se tivessem dando favor. Não existe favor. É reparação que eles estão fazendo”.
Lula certamente não é do tipo que acha que, sei lá, vacinas, remédios, Internet ou aparelhos de ressonância magnética sejam boas formas que os ricos têm de oferecer reparação. Lula é um dogmático: ou os ricos escolhem o próprio atraso para nos fazer justiça, ou não tem conversa.
O homem estava com a macaca. Deu outra descompostura na ONU por causa das ilhas Falklands, apelida de “Malvinas”. Vejam que reaciocínio sofisticado:
“Qual é a explicação geográfica, política e econômica de a Inglaterra estar nas Malvinas? Qual a explicação política de as Nações Unidas já não terem tomado uma decisão dizendo: ‘Não é possível que a Argentina não seja dona das Malvinas e seja um país (Grã-Bretanha) a 14 mil quilômetros de distância. Será que é o fato de a Inglaterra participar como membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, e, para eles, pode tudo e para os outros, não pode nada?”
Nunca ninguém antes resumiu tão bem os 177 anos de domínio inglês das ilhas, onde não há argentino nem para fazer figuração. Mas isso ainda não é o mais encantador. A fala é espantosa porque, sendo, então, as coisas como ele diz, é óbvio que a vaga ao Brasil jamais será aberta. Eu não preciso explicar para vocês a questão lógica envolvida no raciossímio, né? Por que dar um lugar ao Brasil se, antes de entrar, o Brasil já está dizendo que vai defender uma tungada em um de seus membros? Lula só prosperou como sindicalista no Brasil porque, provavelmente, os adversários eram mais idiotas. Ah, sim: os súditos da rainha não deram a menor pelota para a gritaria e já deram início à exploração do petróleo. Ufa! É DESSA ILHA QUE EU GOSTO!!!
Já não estava bom?
Já não estava bom? Não! Ainda não! Lula se referiu a Honduras — que ainda não foi aceita no grupo!!! — acenando com um diálogo e coisa tal, mas impôs uma condição: a volta de Manuel Zelaya, devidamente anistiado. Vejam que estupendo! A atual OEA não se mete, nesse grau de detalhe, na política interna dos países-membros, mas o Aiatolula não vê mal nenhum em fazê-lo, deixando entrever quão deletéria poderia ser tal entidade se realmente fosse relevante. A quem acaba de fazer eleições democráticas e limpas, a suspeição e a imposição de condições. À ilha de Fidel, os salamaleques habituais.
O governante que mais cobrou sanções contra Honduras voltou a exigir o fim do embargo a Cuba. E Lula já deixou claro que esse fim não pode estar condicionado a nada. Entenderam? O Brasil pode impor condições à democracia hondurenha, mas é um absurdo que os EUA imponham condições à tirania cubana!
Os cretinos dos EUA e Europa que babavam de piedosa admiração pelo “operário” progressista e moderado que governa o Brasil talvez façam um favor à própria inteligência e decidam voltar aos livros. Lula pode até ser boneco de ventríloquo de teses cujo alcance histórico e teórico não domine muito bem, mas é também, incontestavelmente, o líder de um partido de esquerda que, sob o pretexto de pregar uma ordem mundial mais justa, tornou-se um dos esteios mais destacados de ditadores, facínoras e aventureiros temerários.
Eis aí, branquelos! Façam bom proveito deste novo “líder global”!
Reinaldo Azevedo, 24/02/10
A fantasia caiu! Finalmente! Agora o mundo já conhece o que Lula conseguiu esconder com o seu “carisma” durante alguns anos: não pensa, sobre a ordem internacional, nada muito diferente do gorila Hugo Chávez. O petista só é mais serelepe, amestrado e aprende melhor alguns truques. Mas a essência é a mesma. Solte-o no picadeiro político sem amarras para ver. A política externa brasileira logo começa a fazer micagens e a jogar pedaços mastigados de ovos e bananas no público. Quando não joga coisa pior, a exemplo desta terça-feira.
O presidente brasileiro discursou ontem — de improviso, como gosta — em Cancún, no México, na solenidade de criação de uma patacoada irrelevante chamada Comunidade de Países Latino-Americanos e do Caribe. E, bem…, sou obrigado a dizer que, mesmo para seus tão elásticos padrões, ele exagerou desta vez. Lula atacou os EUA, a União Européia, a ONU e qualquer outra coisa que cheirasse a civilização. Acusou os ricos por todas as mazelas e dificuldades por que passa o mundo e defendeu a China. Agora, as coisas estão em seu devido lugar. Eu espero por este Lula há pelo menos sete anos. Já estava cansado do falso.
Enquanto falava, via-se ao fundo a soturna figura do Rei do Tártaro, o domador Marco Aurélio Top Top Garcia. Ele saboreava a sua vitória, quase mastigando-a com seus dentes novos e suas idéias velhas. Aquele era o seu “Moisés”. Ele tocou em Lula e disse: “Parla!” E Lula “parlou” por todos os cotovelos.
A tal comunidade, como já chamei aqui há muito tempo e está em toda parte, é assim uma “OEA do B”, com o teor democrático rebaixado e a concentração de ditadura aumentada: o grupo não aceita a participação de EUA e do Canadá! Credo!!! Isso não! No lugar, entra Cuba. Isto define bem a entidade: a maior democracia do mundo está proibida de entrar, mas uma das maiores tiranias do mundo é recebida com honra. Lula, aliás, deixou Cancún e seguiu direto para o presídio controlado pelos irmãos Castro, aquele sem comida, remédio e liberdade. Em Cuba, vida boa mesmo só em Guantánamo. Os terroristas presos lá são um verdadeiro showroom de vitaminas e proteínas se comparados, por exemplo, aos professores escravizados por Fidel. O terroristas presos na base têm ao menos papel higiênico. Os pobres cubanos têm de se virar com as páginas do Granma e com os discursos de Fidel… Mas voltemos ao principal.
A fala de Lula foi a confissão de uma monumental derrota. Depois de sete anos adulando todos os ditadores e terrorista da Terra em busca de apoio para uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU, ele capitulo. Sabe que não a terá. Saudado como o líder natural do grupo, desceu o sarrafo nas Nações Unidas, acusando-a de irrelevante e de estar a serviço dos países ricos. Robert Mugabe, Khadaffi, Mahmoud Ahmadinejad e aquele terrorista que governa a Faixa de Gaza devem ter pensado: “Pra que tanto radicalismo, companheiro?” Os bocós nos EUA e na Europa que viviam saudando o grande líder moderado devem estar muito orgulhosos de sua própria ignorância. Finalmente, revelava-se o “estadista global” dos tontos de Davos.
Eu também não morro de amores pela ONU, não. Por motivos opostos aos de Lula. Aquilo se transformou numa gigantesca burocracia coalhada de ditadores e facínoras. No momento mais bucéfalo do discurso, disparou:
“É inexorável que a gente discuta este papel [do Conselho de Segurança da ONU]. Não é possível que ele continue representado pelos interesses da Segunda Guerra Mundial. Por que isso não muda? (…) Se nós não enfrentarmos este debate, a ONU vai continuar a funcionar sem representatividade, e o conflito no Oriente Médio vai ficar por conta do interesse dos norte-americanos, quando, na verdade, a ONU é que deveria estar negociando a paz no Oriente Médio”.
Santo Deus! Só não incorram no erro de chamar a fala de “ignorância”. Porque não é. Trata-se de uma escolha política. Lula, é verdade, não sabe o que diz porque dorme lendo até livro do Chico Buarque — ok, não se pode culpá-lo por isso —, mas o Itamaraty, que lhe soprou essa fala, sabe. Respondam depressa: quais são os “interesses dos EUA” no Oriente Médio que seriam contrariados se só a ONU se encarregasse de mediar o conflito? Essa visão delinqüente de mundo, que vem lá das profundezas infernais do pensamento do Top Top e de Celso Amorim, está certa de que, não fossem os americanos, os israelenses já teria encontrado o seu lugar na história: provavelmente, o fundo mar. Os bocós realmente acreditam que Israel se renderia sem o apoio americano…
Avançando na tolice conspiratória, disparou: “Muitos países preferem a ONU frágil para que eles possam fazer do seu comportamento a personalidade de governança mundial”. E desancou, em seguida, União Européia, Alemanha, Inglaterra, EUA de novo, que teriam sabotado a reunião do clima em Copenhague. Todos tentado conspirar contra a China e o Protocolo de Kyoto!!!
Feito uma comadre, a Maroca da Ordem Global, afirmou:
“Tudo era feito para negar o protocolo de Kyoto, para que se tirasse dos europeus as responsabilidades e jogasse nas costas da China o fracasso da reunião do clima (…) Nem quando era sindicalista vi numa reunião tão desorganizada. Eu falei ‘desorganização’. Vocês não têm a dimensão da pobreza de espírito. Tinha presidente de grande país importante discutindo parágrafo e artigo para questionar a China no dia seguinte sobre clima. Não é possível que países ricos deem uma quantia pequena como se tivessem dando favor. Não existe favor. É reparação que eles estão fazendo”.
Lula certamente não é do tipo que acha que, sei lá, vacinas, remédios, Internet ou aparelhos de ressonância magnética sejam boas formas que os ricos têm de oferecer reparação. Lula é um dogmático: ou os ricos escolhem o próprio atraso para nos fazer justiça, ou não tem conversa.
O homem estava com a macaca. Deu outra descompostura na ONU por causa das ilhas Falklands, apelida de “Malvinas”. Vejam que reaciocínio sofisticado:
“Qual é a explicação geográfica, política e econômica de a Inglaterra estar nas Malvinas? Qual a explicação política de as Nações Unidas já não terem tomado uma decisão dizendo: ‘Não é possível que a Argentina não seja dona das Malvinas e seja um país (Grã-Bretanha) a 14 mil quilômetros de distância. Será que é o fato de a Inglaterra participar como membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, e, para eles, pode tudo e para os outros, não pode nada?”
Nunca ninguém antes resumiu tão bem os 177 anos de domínio inglês das ilhas, onde não há argentino nem para fazer figuração. Mas isso ainda não é o mais encantador. A fala é espantosa porque, sendo, então, as coisas como ele diz, é óbvio que a vaga ao Brasil jamais será aberta. Eu não preciso explicar para vocês a questão lógica envolvida no raciossímio, né? Por que dar um lugar ao Brasil se, antes de entrar, o Brasil já está dizendo que vai defender uma tungada em um de seus membros? Lula só prosperou como sindicalista no Brasil porque, provavelmente, os adversários eram mais idiotas. Ah, sim: os súditos da rainha não deram a menor pelota para a gritaria e já deram início à exploração do petróleo. Ufa! É DESSA ILHA QUE EU GOSTO!!!
Já não estava bom?
Já não estava bom? Não! Ainda não! Lula se referiu a Honduras — que ainda não foi aceita no grupo!!! — acenando com um diálogo e coisa tal, mas impôs uma condição: a volta de Manuel Zelaya, devidamente anistiado. Vejam que estupendo! A atual OEA não se mete, nesse grau de detalhe, na política interna dos países-membros, mas o Aiatolula não vê mal nenhum em fazê-lo, deixando entrever quão deletéria poderia ser tal entidade se realmente fosse relevante. A quem acaba de fazer eleições democráticas e limpas, a suspeição e a imposição de condições. À ilha de Fidel, os salamaleques habituais.
O governante que mais cobrou sanções contra Honduras voltou a exigir o fim do embargo a Cuba. E Lula já deixou claro que esse fim não pode estar condicionado a nada. Entenderam? O Brasil pode impor condições à democracia hondurenha, mas é um absurdo que os EUA imponham condições à tirania cubana!
Os cretinos dos EUA e Europa que babavam de piedosa admiração pelo “operário” progressista e moderado que governa o Brasil talvez façam um favor à própria inteligência e decidam voltar aos livros. Lula pode até ser boneco de ventríloquo de teses cujo alcance histórico e teórico não domine muito bem, mas é também, incontestavelmente, o líder de um partido de esquerda que, sob o pretexto de pregar uma ordem mundial mais justa, tornou-se um dos esteios mais destacados de ditadores, facínoras e aventureiros temerários.
Eis aí, branquelos! Façam bom proveito deste novo “líder global”!
1703) Entrevistas recentes na CBN: apenas para registro
Na verdade, concedi essas entrevistas, mas nunca ouvi novamente o que falei para verificar se o que eu disse fazia sentido. Entrevistas sem um guia prévio quanto as perguntas a serem feitas sempre são um incômodo para os que, como eu, fazem da análise e da reflexão ponderada uma ocupação séria, baseada, portanto, no exame atento da realidade e, depois, o trabalho de alinhar cuidadosamente os argumentos segundo princípios lógicos e evidências bem fundamentadas.
Perguntas on spot por jornalistas nem sempre bem informados sobre o próprio assunto que eles estão abordando são sempre perigosas para um bom debate sobre o tema em questão, em todo caso, vale o registro...
Paulo Roberto de Almeida
Você buscou por: Paulo Roberto de Almeida
Mostrando de 1 a 7 de 7 resultados encontrados
1) A crise financeira na Grécia
Entrevista com Paulo Roberto de Almeida, professor do programa de pós-graduação em direito do Centro Universitário de Brasília, doutor em Ciências Sociais pela Universidade de...
AUDIO | exibição: 20/02/2010 | site: CBN
2) Impacto de uma crise na Grécia, Portugal e Espanha sobre a zona do euro seria 'muito pequeno'
Entrevista com Paulo Roberto de Almeida, ....
AUDIO | exibição: 09/02/2010 | site: CBN
3) Rejeição a Obama apontada por pesquisa da CNN está ligada a economia interna dos EUA
Entrevista com Paulo Roberto de Almeida, ...
AUDIO | exibição: 17/02/2010 | site: CBN.
(...)
As outras são mais antigas...
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1702) Lula recebe um continente de presente...
Bem, não é todo dia que se pode posar assim de imperador, da Patagonia à Terra do Fogo. Interessante, de verdade, como disse um observador. Agora, nunca antes neste continente...
Chávez quer que Lula lidere novo bloco América Latina-Caribe
FABIANO MAISONNAVE - SIMONE IGLESIAS
enviados especiais da Folha de São Paulo a Cancún (México), 23.02.2010
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, lançou nesta segunda-feira o colega Luiz Inácio Lula da Silva para comandar a futura entidade que reunirá os países da América Latina e do Caribe e ainda previu a vitória da pré-candidata petista Dilma Rousseff neste ano.
"Proponho que Lula seja o secretário de não sei qual entidade será formada. [É um] tremendo candidato.
Que alguém lance um candidato melhor do que Lula", disse Chávez. "Lula recebeu o Brasil quase sem reservas e está devolvendo um dos países mais ricos do mundo. Não sei o que fará. Vai entregar a Dilma, de qualquer forma."
A "OEA sem EUA e Canadá", como tem sido chamada a nova organização, ainda não tem sequer nome por falta de consenso entre os países e só deve ser formalizada dentro de um ou dois anos, segundo estimativa do Itamaraty.
A proposta de Chávez não foi previamente comunicada ao governo brasileiro. Segundo o subsecretário-geral do Itamaraty para a América do Sul, Antonio Simões, que estava na sessão, Lula foi pego de surpresa, mas achou a proposta "interessante".
A declaração de Chávez foi feita em plenário "bem ao estilo de Chávez, que gosta de fazer as coisas ao vivo e a cores", afirmou Simões. Lula não falou nada sobre a proposta durante a sessão.
Chávez quer que Lula lidere novo bloco América Latina-Caribe
FABIANO MAISONNAVE - SIMONE IGLESIAS
enviados especiais da Folha de São Paulo a Cancún (México), 23.02.2010
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, lançou nesta segunda-feira o colega Luiz Inácio Lula da Silva para comandar a futura entidade que reunirá os países da América Latina e do Caribe e ainda previu a vitória da pré-candidata petista Dilma Rousseff neste ano.
"Proponho que Lula seja o secretário de não sei qual entidade será formada. [É um] tremendo candidato.
Que alguém lance um candidato melhor do que Lula", disse Chávez. "Lula recebeu o Brasil quase sem reservas e está devolvendo um dos países mais ricos do mundo. Não sei o que fará. Vai entregar a Dilma, de qualquer forma."
A "OEA sem EUA e Canadá", como tem sido chamada a nova organização, ainda não tem sequer nome por falta de consenso entre os países e só deve ser formalizada dentro de um ou dois anos, segundo estimativa do Itamaraty.
A proposta de Chávez não foi previamente comunicada ao governo brasileiro. Segundo o subsecretário-geral do Itamaraty para a América do Sul, Antonio Simões, que estava na sessão, Lula foi pego de surpresa, mas achou a proposta "interessante".
A declaração de Chávez foi feita em plenário "bem ao estilo de Chávez, que gosta de fazer as coisas ao vivo e a cores", afirmou Simões. Lula não falou nada sobre a proposta durante a sessão.
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